Challenges of The Love escrita por Liz Rider, Kiera Collins


Capítulo 5
As Garotas Reais


Notas iniciais do capítulo

Desculpa se o capítulo ficou um pouco baixo astral, mas era uma coisa que precisava acontecer. Leiam para descobrir mais ;) Hoje temos Elsa sentimental. É triste.
Kisses,
LizRider.



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P.O.V Elsa

É sexta-feira. Hoje tem um horário livre, iupii!!

Como meu café apressadamente, sem tirar os olhos da televisão. Está passando uma reprise dos últimos Jogos Olímpicos de Inverno, os de 2014 e está passando logo a parte de patinação.

−Elsa? −ouço Anna berrar.

−Oi? −respondo, também gritando, sem perder uma manobra sequer do pessoal na Tv.

−Você viu meu iPhone? Ou então aquele meu All Star fofinho cor-de-rosa?

Olho rapidamente ao redor, “o que eu não faço pela minha irmã?”, me questiono mentalmente e lembro-me onde vi pela última vez seu iPhone e All Star.

−Aham. −respondo. −O seu telefone está na cômoda do nosso quarto e o All Star embaixo da mesa de jantar. −berro e a patinadora na Tv recebe muitos aplausos.

Ela passa correndo pelo corredor, derrapando em suas meias roxas e eu me pergunto de onde ela tira tanta disposição e energia às 5:30 da manhã, porque eu, por exemplo, só me levantei para ver a reprise.

A parte de patinação no gelo acaba e começa o snowboard e eu desligo a Tv e, relutantemente, me levanto do sofá, apesar de que a minha única vontade é, na verdade, jogar-me de novo no sofá e dormir mais um pouco.

Foi uma semana puxada, mais treino do que eu jamais havia treinado em uma só semana e hoje ainda terá mais, mas isso é bom, pelo menos mantenho-me ocupada, a mim e a minha mente masoquista, que teima em se rebelar e voltar ao passado, aos meus pais. Na verdade, eu mal tinha tinha pensando neles durante a semana. Até agora.

Sento-me novamente no sofá quando de repente me senti exausta. Um longo e dramático suspiro de dor escapa de meus lábios antes que eu possa detê-los. Já se passarem seis meses, eu não deveria me sentir tão ruim.

Mas eu sinto, como se houvesse um pedaço meu que havia sido enterrado junto a eles, e de algum modo, realmente um pedaço meu está enterrado nas covas onde seus novos estão escritos. A minha parte filha, apesar de que nunca deixarei de ser filha deles, mas eles nunca mais poderão ser meus pais.

Levanto-me novamente e apoio-me no braço do sofá quando uma onda súbita de vertigem se apodera de mim e abala a estabilidade de meus pés. Olho para Tv que agora está pacificamente negra.

Vou para meu quarto me arrumar.

−É um belo dia. −comenta minha tia enquanto dirige para a Olympic.

−É uma pena termos que perder esse belo dia na escola. −diz sugestivamente Rapunzel e suspira.

−Ah, que nada! Ir pro colégio também tem suas vantagens. −diz Anna com um ar feliz e apaixonado.

Deve ser por causa de Kristoff, eles passaram a semana inteira de conversinha, segredinhos e risadinhas. Mas bem que eles formam um belo casal.

−E essas vantagens, quais são? Kristoff? −sussurro em seu ouvido, não quero que minha tia ou Rapunzel ouçam.

Anna empalidece como se eu tivesse acabado de descobrir que ela havia roubado um enorme diamante de um banco e estivesse sendo procurada.

−S-sim. −ela gagueja.

−Eu sabia! Bem que desconfiava! −falo, um pouco alto demais e minha tia e prima viram-se para trás. Baixo o tom de voz. −Vocês estão namorando? Vocês formam um belo casal. −sussurro, entusiasmada pela minha irmã.

−Não. −ela parece um pouco desapontada, mas depois sorri e diz um pouco mais confiante: −Ainda não.

Chegamos na escola e saímos do carro. Tia Silvia acena para nós e depois acelera para longe do nosso colégio, para o colégio de Zel.

Anna sorri animadamente para mim e empurra as portas do colégio. Não sei por quê a cena que eu vi a seguir me perturbou tanto, já que não deveria nem me fazer parar como parei, mas ela o fez.

As portas do colégio são empurradas para a frente e a primeira imagem que eu vejo são cabelos brancos e cabelos castanhos misturados. Vanessa Anderson está beijando ele, Jack Frost. Não sei porque isso me abala ou me deixa tão surpresa. “Eles se merecem.”, um pequena parte de mim tenta dizer, mas ela não consegue convencer a outra parte, a maior e dominante que se sente terrivelmente traída.

Minhas pernas ficam bambas e meus olhos marejados, mas não me deixo demonstrar isso, não em público. Olho por uma última vez Vanessa e o Garoto Hóquei com os lábios coladas, antes de correr para o banheiro.

Empurro a porta do banheiro com violência e dou graças a Deus por não ter ninguém lá dentro. Corro para um reservado e me ajoelho em frente ao vaso sanitário, só para despejar toda a comida que eu havia no café da manhã para fora. Depois de não ter mais o que vomitar, recomponho-me ao poucos, mas aquela imagem vêm a minha cabeça e lágrimas começam a sair pelos meus olhos e soluços pela minha boca. É tão ruim.

Não sei por quê choro por ele, não deveria. Não nos conhecemos, eu o odeio e ele deu todas as indicações que é mútuo e agora vejo-o com aquela garota, que no passar da semana percebi ser uma piranha, eu não deveria sentir nada. Mas sinto. E dói.

Recomponho-me novamente, respiro fundo e saio do reservado. Olho-me no espelho, eu pareço horrível, minha trança está toda assanhada, meu lápis de olho está borrado de tanto eu chorar, a base que eu estava usando está disforme, meu batom está melado no meu queixo, como se eu tivesse passado a mão por ele, o que eu realmente devo ter feito, e há pequenos pedacinhos de comida não digerida no canto da minha boca. Eca!

Pego muito papel, molho e passo no rosto. Tento arrumar minha maquiagem e refazer minha trança. Depois dou um longo suspiro, olho-me uma última vez no espelho e vejo que eu estou aceitável e saio. Ao sair do banheiro, encontro o tal do Jack Frost encostado na parede, aparentemente relaxado, mas seus músculos estão tensos. “O que ele faz aqui? Quer ver o estrago que fez?”, me pergunto.

Eu o ignoro completamente e torço para que não tenham se passado mais de vinte minutos, não quero me atrasar para a aula de inglês. Corro em meu armário, pego o material e corro para a sala de aula. O professor acabara de entrar e só me dá um olhar de raiva, mas não fala nada. Sento-me ao lado de Astrid, uma amiga de Merida e começamos a conversar, graças a Deus ela não percebeu nada.

No primeiro intervalo me torno ausente, vou comer na biblioteca − que depois de três tentativas, finalmente acertei a porta. Quando termino pego um livro qualquer e começo a ler, sempre achei o mundo da leitura melhor que o nosso, é mais divertido, nos fazem esquecer um pouco nossos problemas. Nos dias após a morte de meus pais eu vivia absorta, mergulhada em livros.

A aula de estudos sociais é chata e a aula de literatura se passa rápido na companhia de Merida, ela é divertida, faz algumas piadinhas e levanta meu humor, só para ser destruído na aula seguinte, que eu descubro fazer com Jack Frost. Tento ignorá-lo ao máximo, mas algumas vezes o peguei olhando para mim e detestei isso.

Depois vem o segundo intervalo, que passo com Kristoff e Anna, e descubro que eles estão namorando.

−Parabéns! Torço por vocês, cunhadinho! −rio e eles me acompanham.

Depois de mais uma aula vem o treino, que eu aproveito para liberar toda minha raiva, não é um esporte tão destrutivo ou que se pode liberar toda sua raiva quanto esgrima, box ou arco e flecha, mas também é bom. Deixo minha mente voar e meus movimentos fluírem e quando percebo o pessoal está nos expulsando para poderem nivelar e reparar o gelo.

Não sei o que fazer nesses próximos 50 minutos. Não chamei tia Silvia porque achei que poderia ficar patinando e não quero chamá-la agora para não cortar o barato de Anna, que provavelmente quer ficar com seu namorado nesses 50 minutos e se minha tia vir, ela não poderá ficar com ele.

Então decido ir ver Merida, mas ela está conversando com um garoto estranho, simplesmente não vou com a cara dele, mas prefiro não atrapalhar. “Talvez eu possa ir pro ringue de patinação de hóquei!”, tenho uma ideia brilhante. Então decido procurar por conta própria o ringue de hóquei, o pior que pode acontecer é eu passar esses 50 minutos zanzando pelo colégio.

Então o faço, procuro, mas não demoro muito para encontrar. Ponho novamente meus patins e entro no ringue de patinação. Patino um pouco até sentir que estou sendo observada e vejo três enormes garotos com uniforme de hóquei me encarando como se eu fosse um ET, acho que as pessoas normalmente não invadem o ringue deles.

−Oi, gatinha. −um deles diz e os outros riem, tenho vontade de tirar meus patins e jogar neles.

−O que está fazendo ai, garota? Quer aprender a jogar hóquei? Nós te ensinamos. −diz outro com um olhar malicioso e os outros riem novamente.

−Que palhaçada é essa aqui? −pergunta uma voz meio grave e os garotos abrem caminho para Jack Frost passar.

Ele me olha como se não acreditasse que eu estava ali, bem em frente a seus olhos e sorri, mas depois uma máscara fria cobre sua expressão calorosa e ele pergunta:

−O que você está fazendo aqui, garota? −ele entra no ringue e começa a patinar na minha direção. −Você não pode ficar aqui. −sua voz até parece gentil. Ele para.

−Ah, desculpe, não sabia que o super astro estaria aqui. −há mais desprezo em minha voz do que eu pretendia e os outros garotos riem, vaiam e mangam.

−Acho que vou não vai querer problemas comigo. −ele diz, continua parado no mesmo lugar.

−Acho que você não vai querer problemas comigo. −digo e patino em sua direção.

O som de fundo de toda nossa conversar são os sons de zoação dos outros meninos a cada rebatida.

−Você não pode estar falando sério! −fala, me avaliando, ele parece decepcionado, talvez ele achasse que eu estaria a seus pés a essa altura do campeonato.

O olho nos olhos.

−Por que? Por que você está acostumado a piscar seus lindos olhinhos azuis e todas as garotas caírem as seus pés? Pois bem, querido, não é assim que acontece na vida real. Pode até haver as idiotas que sempre ficarão aos seus pés, mas as garotas reais, as que tem algum conteúdo e cérebro, não o farão, okay? Se toque. −digo, olhando em seus olhos, e como ele é mais alto, tenho que erguer o olhar e ele olhar para baixo.

Lembro-me de algo como isso que vi no Facebook: “As baixinhas são tão incríveis que enquanto você está com a cabeça baixa, elas te olham de queixo erguido.” Não que eu seja baixinha, mas era realmente isso que estava acontecendo, tanto no sentido literal quanto no não literal.

Os garotos não o vaiam durante meu pequeno discuso, na verdade esperam quietos e atentos eu terminar para zombarem dele. Continuo com o olhar travado ao de Jack e em um momento ele baixa a cabeça e tenho certeza que ele vai me beijar, e uma parte de mim quer isso, mas outra quer desesperadamente que ele não o faça.

Não espero que ele termine o gesto, qualquer que seja, dou meia volta, jogo meu cabelo para trás e patino para fora do ringue, quando eu passo, os meninos me aplaudem e um pequeno e mau sorriso de satisfação brota em meus lábios. Tiro os patins e caminho para fora do espaço de hóquei, não sem antes olhar para trás e vê um Garoto do Hóquei olhando perdido para mim enquanto saio.


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Notas finais do capítulo

O começo do capítulo está meio melancólico, a Elsa está mostrando o seu lado órfã desamparada, mas esse é um lado que a maioria dos outros personagens mal podem vislumbrar. Aí depois as coisas vão mudando e ela engole seu luto... Mas ai vem outras coisas e por quase todo o capítulo Elsa mostra seu lado frágil. Depois ela mostra seu lado totalmente não frágil.
Vcs querem um P.O.V do Jack Frost? :3
Respondam nos comentários, adoraria saber que vcs leem minhas notas :3

Escrito por mim, revisado pela Kiera