“Diga-me, diga-me um segredo
E vou compartilhar alguns dos meus
Meus passos levaram à sua porta
Sua porta logo se tornou minha

Esta casa é onde meu coração está
Meu coração é o lugar onde nós dois vivemos
Sinto muito por ter sido tão bobo
Às vezes isso fica no caminho

Mas eu estou de pé ao seu lado
Não importa o que...
...me tente à não sobreviver
eu vou deslizar para caber em seus sonhos
E eu vou sonhar até ser colocado para dormir

A respiração é ainda uma a menos
Eu continuo dizendo 'sim e nada menos'
O pouco tempo que resta

Eu quero compartilhá-lo
Você faz ele valer a pena

Eu quero compartilhar com você ...”

Yes and Nothing Less – Tiago Iorc

DICK

3:30am faz menos de trinta minutos que tinha caído no sono quando o meu comunicador teve uma leve interferência, barulho mínimo mas que foi o suficiente para me despertar. Tateio a procura dele no criado mudo aonde eu tinha deixado, mas quando eu o peguei percebi que o som não vinha dali, e sim de um outro comunicador. Me levantei agora desperto, e abri em um bolso da minha mochila e o dispositivo voltou a sinalizar. Peguei meu rastreador e triangulei quem poderia estar por ali, talvez Alfred tenha me trazido o meu moletom dos Jets que eu tinha esquecido, ou o Morcegão querendo expandir seus horizontes, ou até mesmo o Jason pedindo arrego e fugindo da ditadura do todo poderoso, mas o pontinho que brilha na tela a minha frente não é de nenhum desses três. O que me deixa curioso para saber o que ela veio fazer por aqui. Bom eu só iria descobri se perguntasse.

[...]

– Esse sou eu. –Olho para a versão mais velha de mim. – É eu poderia ter ficado pior... Você até que deu sorte. – Aponto para Barbara.

–Sorte? Vou ter que aturar dois de você. – Envolvo ela pela cintura enquanto o outro de mim passa seu braço sobre o seu ombro.

–Tem coisas piores nessa vida, pensou ter que que aguentar dois do Jason, ou dois do Bruce. – Meu outro eu diz e Barbara estremece em nossos braços

–Sempre tenho razão. –Digo sorrindo.

–Tem coisas que não mudam nunca. – Barbara bufa.

–Para de atormentar a garota, é por essas que a Barbara vive querendo arrancar os seus olhos. – Vejo o que só pode se Roy entrar por uma porta lateral.

–Quem é você? –Ela pergunta.

–Pode me chamar de Arsenal, você não me conhece ainda, quando me conhecer provavelmente vai me odiar. Venhamos e convenhamos Barbie, você nunca foi uma pessoa fácil. – Diz já a irritando.

–Pé errado para se começar uma amizade, Roy. – O alerto, enquanto o meu outro eu apenas ri.

–Para que mudar uma história que deu tão certo. –Dá de ombros.

–O que vocês dois estão fazendo aqui? – Já cansado daqueles joguinhos.

–Nada pessoal mas não estou afim de responder essa pergunta duas vezes, E viajar no tempo é realmente cansativo. – Vejo Roy versão marombada ir até uma gaveta e pegar um molho de chaves.

– Aquele seu canto deve ser o mesmo nojo que é no futuro. – Eu 2.0 fala.

–Prefere dormir aqui e explicar para o Oliver e para o Barry quando eles chegarem e dar de cara com você. Você machuca algum deles e Iris ou Felicity te matam, você se machuca e ela. –Roy aponta para Barbara. –Termina o serviço.

–Ok, você me convenceu. Boa noite baby. – Ele dá um selinho na Barbara, que não sabe ao certo como agir, eu o olho torto. – Você vai querer bater em você mesmo por beijar a própria mulher? – Ele ri seguindo Roy que parecia cansado.

–Você deixou ele te beijar? – Eu a encarei quando os dois já tinham saído.

–Eu o que? – Ela me olha perplexa. –Você me beijou, eu devia te dar um tapa, isso sim. Tem noção de como isso é confuso? – Joga a cabeça para trás.

– Você chegou hoje, isso já está confuso faz tempo. – Tiro sua máscara. – Vem, você precisa descasar. – Puxo pela mão, e enquanto subia as escadas eu digo. – Obrigado por ter vindo, apesar de eu não precisar.

–Mais é um idiota mesmo. – E eu não posso deixar de sorri. – Mas é o meu idiota... E agora eu sei que não me livro dessa assombração.

–Você teve toda a confirmação que precisava, quase vinte anos depois e ... –Começo mas ela me interrompe.

–E eu ainda te aturo. – A viro e encosto ela na porta, e a beijo com paixão. –Tem coisas que não mudam. –Sorri em meus lábios.

BARRY

Sonhos inquietos me fizeram acordar bem cedo, Iris ainda dormia agarrada ao meu corpo, e por mais que eu esteja com o coração apertado e com medo, ter ela aqui me acalmava. Mas ela não deveria estar aqui, e agora eu sei o que Oliver sente, ele queria afastar-se de Felicity para a proteger, mas hoje mesmo se eu quisesse e isso não fosse matar nos dois, não poderia, por que não éramos um casal de namorados, éramos uma família e em algum lugar ai fora tinha um garotinho que estava esperando que nós os encontremos, para poder se tornar o jovem incrível, que me enche de orgulho que está roncando no quarto ao lado.

–Você acordou cedo. – Ouço Iris falas com a voz de sono.

–O trator ai do lado me acordou, lembrar de construir o quarto dele aprova de som. – Sorrio beijado sua testa.

–O que vai ser de nós quando ele voltar? Eu me desespero só de pensar.

–Você é uma mãe incrível nesse tempo, no futuro então... insuperável, e quanto a Wally quando tudo isso acabar iremos procurar o nosso menino e tirar de quem o está fazendo sofrer. – Eu tento transparecer calma mas aquilo me queima por dentro, meu filho está em algum lugar por aí e eu não posso fazer nada, qualquer decisão errada pode significar perde-lo, e isso não iria acontecer.

–Vocês estão vestido né? - Ele irrompe pelo o quarto e pula na cama, ficando no meio de nós. – Eu adorava fazer isso quando era criança. – Iris sorri e afaga o cabelo dele. – Logo depois que vocês me tiraram da casa... daquela casa. –Diz como se não fosse nada, mas percebo o quanto aquilo ainda o machuca. – Eu não dormia, e vocês ficavam comigo na minha cama, os dois, isso era a única coisa que me trazia calma. Com o tempo eu comecei a conseguir ficar sozinho, mas vire e meche eu pegava o meu cobertor, e saia correndo para dormir entre vocês. – Ele para e começa a pensar em algo, e treme. –Acho que estraguei muitos momentos íntimos. Argh! Vou precisar de mais terapia. – Não dá para evitar de dar risada.

Eu ia pedir alguma pista, sobre aonde Wally estava naquele tempo, eu queria evitar o máximo possível o sofrimento do meu filho, mas meu celular me impede quando começa a tocar, e vejo que não é como se eu pudesse simplesmente ignorar. –Dick?

‘Barry, acho que o tempo para descanso já acabou, meia hora na caverna?’ –Fala, e em sua voz deixa transparecer toda a sua preocupação.

–Tudo bem. –Desligo, eu já estou cansado e o dia nem começou.

– Quem era? – Iris esta sentada já alarmada.

–Dick e pelo tom não são boas notícias. – Wally está sério, ele não é mais o adolescente, agora ele está no modulo herói. Olho para Iris, e sei que ela não deveria estar aqui. – Acho melhor te levar para casa...

–Uma ova que você vai me deixar em casa enquanto vocês dois correm perigo por aí, eu não vou sair de Starling sem vocês dois. – Ela se levanta e fica de pé ao lado da cama, ela pode não ter poder, nem ser treinada, mas que Deus me ajude, eu vou estar muito frito quando estivermos casados e ela estiver brava comigo.

–É para sua segurança. –Tento argumentar.

–Que porcaria de segurança? Eu não vou estar em um campo de batalha, vou estar correndo os mesmos perigos que a Felicity, e em matéria de autodefesa ainda sou melhor nisso que ela. Além do mais, aonde eu vou estar mais segura, aqui perto de vocês ou em Central a onde tem um louco que quer tirar minha vida? - Eu disse que estaria frito, e ela nem estava brava e eu nem estava casado ainda.

–Eu vou sempre perder uma discussão com você. – Balanço minha cabeça em negação.

–Vai sim. – Wally confirma não sabendo se era para ficar serio ou para rir da situação.

FELICITY

–Como vou olhar para o Dick depois da bagunça que fizemos ontem, acho que não deixamos o prédio inteiro dormir. – Só de pensar na noite de ontem eu fico toda vermelha.

–Quem sabe assim ele fica com inveja e vai atrás de seja lá quem ele deixou em Gothan. - Oliver se espreguiça ao meu lado na cama. –Mas chega de falar dele, ainda temos algum tempo antes de termos que nos levantar. –Diz cheio de malicia.

–Isso me lembra que você não me pagou a aposta. – Sorrio triunfante.

–É... E não sou o único. –Ele pisca para mim que me encolho na cama. -Você quer saber agora? – Fica sem jeito.

–Não acha que já esperei de mais? –Lhe devolvo a pergunta.

–Ok, o que tinha no bilhete era... –Mas duas batidas nos interrompe.

–Vocês dois, é melhor se levantarem, tem coisas que vão querer saber. – Dick fala do outro lado da porta, e eu olho para Oliver que parece aliviado.

–Já vamos. – Respondo um pouco mais alto, abaixo o meu tom e agora só para que Oliver me ouça. –Salvo pelo gongo, mas você não vai poder fugir para sempre. – Oliver como resposta me dá um selinho e se levanta, ainda nu, me tirando todo o ar. Eu sou uma garota de muita sorte, devo ter feito alguma coisa de muito, mais muito bom em outra vida para Deus ter me recompensado nessa com tudo isso de homem.

Tomamos um banho rápido, separados, por que se tivesse sido juntos, já viu, não iriamos sair desse quarto hoje, nos trocamos, eu estava saindo do quarto quando vi um vulto de uma mulher.

–Oliver, acho que sua irmã está em casa. – O aviso.

–Speed? –Oliver a chama saindo comigo do quarto, vai a frente e segue em direção a cozinha. – Thea que horas você... –Sua pergunta fica no ar, por que quem está sentada em uma das banquetas do balcão não é a Thea é uma mulher ruiva com o cabelo na metade das costas, mais alta e mais forte que a Thea.

–Desculpe, acho que você me confundiu. –Falou olhando para nós, com uma xicara de café na boca enquanto mexia em um tablet.

–E você é? –Pergunto por que Oliver está muito perplexo.

–Barbara. – Dick passa por nós e a beija na bochecha, um movimento que me pareceu tão natural que eu entendi na hora quem ela era.

–Você trouxe uma mulher para minha casa, você está maluco! – Oliver se exalta. –E que horas você conseguiu isso? –Eu puxo a barra da camisa de Oliver para chamar a sua atenção.

–Não é uma mulher, é A Mulher. –Digo e leva um tempo para que ele entenda. –Você veio de Gothan não é mesmo? –Ela confirma sem parecer ter se importado com a crise de Oliver. – Esse café está com o cheiro ótimo. – Vejo quando Dick enche a xicara de Barbara novamente, e eu vou me sentar ao seu lado enquanto ele gentilmente me oferece uma xicara.

–E o que você veio fazer aqui? – Oliver pergunta quando por fim o choque de se deparar com uma completa estranha em sua casa parece ter passado.

–Trazer notícias desagradáveis. Tenho alguns contatos naquele lado do mundo e me disseram que boa parte dos homens liderados pela Thalia estão vindo para Starling. – Bebe mais um gole do seu café.

–E você veio para falar isso? -Pergunto espantada por ela estar aqui.

–Me diz se você iria estar em outro lugar se esse ai tivesse em perigo? – E aponta para Oliver, e eu sei que não importa o que aconteça eu faria o mesmo que ela fez. – Ainda mais agora que são... –Mas Dick a interrompe.

–Uma coisa de cada vez, eu quero ver a cara deles quando os virem. –Diz rindo de uma piada interna.

OLIVER

Descemos as escadas da caverna e parece que fomos os últimos a chegar, até Lyla estava ao lado de Dick nos esperando e Íris que na minha opinião deveria estar em Central a uma hora dessas estava de braços cruzados com os olhos fixos sobre Barry e Wally. Pego a mão de Felicity e a arrasto para comigo para ficarmos ao lado de Roy que parecia um tanto deslocado entre todos enquanto apresentávamos Barbara para todos.

–Oliver preciso contar algo, mas você tem que manter a calma. –Dick diz, mas o ar divertido em seu rosto contrariava o peso de suas palavras. Continuo o olhando como a deixa para que ele volte a falar. –Queria muito que ele saísse de trás de mim Barbie, tipo um truque de mágica. –Ele murmurou para a garota ao seu lado que revirou os olhos.

–Deixa de ser idiota. –Respondeu e Wally olhou para os dois de forma nostálgica. –Podem sair de onde vocês estiverem! –Gritou para o ar. E nesse momento um Roy na faixa dos trinta e poucos desceu as escadas seguido por um Dick também nessa idade.

–Eu sei. –Fala o Dick do futuro. –Sou gato. –Roy fica boquiaberto olhando para sua versão do futuro que parecia basicamente entediado encarando o Dick ao seu lado.

–O que vocês fazem aqui? –Felicity pergunta sem conseguir se conter.

–É por que o Wally eu entendo que isso faça parte dos nossos poderes. –Barry completa. –Mas como chegaram? O que trouxe vocês?

–Você. –Respondeu o outro Roy.

–Maneiro tio! –Wally comemorou se levantando.

–Sabe do que eles estão falando? –Barry pergunta parecendo estar em choque.

–Você vibrou o corpo na frequência das ondas sonoras e foi capaz de abrir um portal no tempo, uma brecha que possibilitou que os dois atravessassem para essa época... –Wally praticamente pulava no mesmo lugar tamanha sua animação. -Mas espera! –Ele murchou de repente desanimando. –Como vão voltar, a menos que meu pai venha buscar... –Os dois visitantes o olhavam de forma sugestiva. –Não, não, não! –Wally protesta. –Eu não consigo nem mesmo atravessar objetos sem que meu nariz sangre, não vou vibrar para vocês passarem por mim!

–Você não Kid! –Roy responde imediatamente. –Ele! –Aponta para Barry que estava totalmente chocado.

–Eu?

–Prefere que seja seu filho? –Dick questiona. –Ele ainda não pode fazer isso, mas seu eu do futuro nos garantiu que você pode.

–Sem ofensas, mas por que ele mandou vocês então? –Barry deu voz ao questionamento de todos. –Por que não veio ele mesmo?

–Barry, o mundo precisa do Flash, e seu tempo tem o dele, e graças ao Wally temos o nosso de volta, mas estamos em uma missão dupla, enquanto ajudamos vocês aqui, no futuro nossos heróis estão lutando contra um perigo ainda maio, precisam de você lá. –Dick explica. –A propósito, bom trabalho garoto. –Fala agora com ar de líder olhando para Wally que sorri orgulhoso.

–Asa, eu não quero ser abusado, mas se tiveram todo esse trabalho para vir podiam no mínimo ter trago minha namorada junto. –Acrescenta e eu seguro o riso olhando para Dig que parece ter perdido o ar por um momento.

Roy 2.0 tira uma nota de vinte da carteira e caminha em direção a Dig o entregando. –Nunca mais aposto nada com você! –Reclama deixando Diggle confuso.

–Obrigado, eu acho. –Lyla sorri para o parceiro.

Mais tarde estava afiando minhas flechas, quando a versão do futuro de Roy se senta ao meu lado e me ajuda no trabalho. Não falamos nada, parecia não ser necessário, ele sabia que precisava de silencio, assim como ele.

–A Felicity, pediu para te falar que é melhor você não esquecer do aniversário de dois anos de vocês. –Me viro para ele sorrindo, esse Roy de certa forma se parece muito comigo, mas do que meu Roy. –Cara, se eu fosse você tatuava isso em sua mão, pois foram quatro meses no inferno. –Ele balança a cabeça sorrindo.

–Roy. –Chamo o fazendo me olhar.

–Como você está? –Essa era a pergunta que me atormentava a noite.

–Melhor do que hoje, todos nós estamos. –Ele toca meu ombro e nesse momento eu vejo nossos papeis invertidos. –Tive um bom mestre. Você manteve sua palavra, sempre, nunca me abandonou.

–Obrigado. –Respondo sincero me levantando e ele assente. –Quer treinar? Vamos chamar sua versão mais lenta para vir junto.

–Oliver, você não me vence há dois anos. –Avisa e eu sorrio satisfeito.

–Eu estou velho, tenta me vencer em meu auge. –Revido e ele balança a cabeça em negativa.

–Cara, você ainda não está em seu auge, mas se quer fazer isso, acho que posso te ensinar uns truques.