Music of The Night escrita por Elvish Song, TargaryenBlood


Capítulo 2
O Anjo se Revela


Notas iniciais do capítulo

Capítulo mais curtinho, e talvez alguns me condenem por não me deter em detalhes da apresentação de Christine... Mas eu estava simplesmente desesperada para colocar o Erik na história de uma vez! Até aqui, sem grandes mudanças na história, certo?



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Dias se passaram, e Christine passara quase todo o tempo pensando no que seu Anjo dissera. Uma semana depois de seu encontro, semana esta na qual Ele não mais a chamara ou respondera aos seus chamados, Madame Giry despertou a jovem ainda mais cedo do que de costume. A senhora a ajudou a se vestir depressa, dando-lhe a notícia de que ela iria substituir Carlotta, a qual tivera um ataque de nervos, ao não ter o vestido que queria para a apresentação da noite. Como ELE previra, o próprio orgulho da cantora a colocaria para fora de seu teatro.

Mal acreditando enquanto ouvia aquelas palavras, a soprano não podia deixar de pensar que o misterioso sumiço do vestido era, com certeza, obra do Anjo. A pena que sentiu de Carlotta não foi, contudo, suficiente para anuviar a alegria pela conquista do que fora seu sonho desde a infância! Tinha que de se preparar para o musical daquela noite!

Com a repentina mudança de elenco, o caos se instalou nos bastidores enquanto os trajes eram reajustados ao tamanho de Christine – mais baixa e esguia do que a outra soprano – os ensaios eram repassados, a maquiagem redesenhada... Mas, felizmente, tudo ficou pronto a tempo. Enquanto os últimos preparativos eram feitos, Christine sentia a ansiedade aumentar: era diferente apresentar-se como bailarina ou corista, pois não apenas sua voz, mas sua figura, se misturavam às demais... Agora, ela seria o centro de todas as atenções! E quando as cortinas vermelhas se afastaram, a jovem cantora lá estava, brilhante como uma estrela, em pé no meio do palco.

Desta vez, não era um sonho, tampouco ela era apenas uma menina do coro, cuja voz se misturava às demais; não! Ela era a Primeira Dama, a principal cantora, e sua voz podia se elevar em toda sua clareza, sem medo ou culpa. E, como uma estrela, ela brilhou, esperando ansiosamente que seu Anjo estivesse assistindo.

Ocorreu tudo maravilhosamente bem, e os aplausos ecoaram como o ribombar de um trovão. Ansiosa por ouvir o que seu mentor e guardião tinha a dizer, correu para o camarim que agora era seu, sem esperar por qualquer cumprimento ou saudação da platéia e dos colegas. Desta vez, porém, o recinto não estava escuro como o deixara, mas iluminado por uma centena de velas; um sorriso radiante se estampou no rosto da jovem ao ouvir aquela voz que tanto conhecia e amava:

– Perfeita! Magnífica!

– Obrigada meu Anjo, mas devo tudo o que sou a você.

A voz soou incrivelmente próxima, quase sussurrada ao ouvido quando ele respondeu:

– Não vai obter diamantes se lapidar cascalho. Eu apenas lapidei e poli a incrível jóia que tive a felicidade de encontrar – ela começou a se virar para encontrar o dono daquela voz que há tanto tempo conhecia, mas num instante todas as velas se apagaram, inundando o quarto de escuridão.

– Meu anjo? – chamou a moça, procurando por ele e encontrando apenas o brilho do espelho; em resposta ao seu chamado, a voz dele se fez ouvir:

Flattering Child you shall know me (Lisonjeira criança, você me conhecerá)

See why in shadows I hide: (veja porque me escondo nas trevas)

Look at your face in the mirror (olhe para seu rosto no espelho)

I am there inside! (Eu estou lá dentro)

Com o coração aos saltos, Christine viu se delinear no espelho uma forma que não era a sua: um homem vestido de negro, com cabelos também negros penteados para trás. Trazia o lado direito do rosto coberto por uma máscara branca, e o lado esquerdo possuía uma beleza exótica e misteriosa; seus olhos eram duas esmeraldas a brilhar como estrelas, e a mão grande e enluvada estava estendida para ela, num convite. Trêmula de emoção, Christine aceitou seu convite, deixando que os longos dedos se fechassem sobre sua mão; de algum modo ela soube que, a partir daquele momento, ela entrara num caminho sem volta.

Ele a guiou por um corredor através das grossas paredes do teatro, iluminado por tochas que faiscavam em vermelho e laranja, lançando um brilho dourado a todo o entorno; e, sobrepujando todas as esculturas e pinturas e obras de arte perdidas naqueles corredores, havia a intensa e poderosa presença do Anjo da Música... Ou, como ele próprio se fazia conhecer: O Fantasma da Ópera. Pois a garota agora sabia que eles eram a mesma pessoa, e estava disposta a ignorar todos os boatos e histórias para se entregar àquele homem que cuidara dela e lhe ensinara desde que era uma menininha assustada e solitária; confiava nele, e isso lhe bastava.

Guiada por aquele submundo de ouro, sombras e arte, ela se perdia de tempos em tempos naqueles intensos olhos verdes que se cravavam nela, fascinando-a... hipnotizando-a. Como se aquele homem pudesse ver sua alma e seu coração; um olhar tão penetrante que a fazia sentir-se despida; seu coração estava acelerado, assim como a respiração, e tudo naquele homem a atraía e dominava de um modo que jamais acontecera! Segurando firme a mão masculina, ela o fitou com toda a admiração que sentia e sua voz se elevou:

– In sleep He sang to me

In dreams He came

That voice wich calls to me

And speaks my name

And do I dream again?

For now I found:

The Phantom of the Opera is there:

Inside my mind

Descendo por uma longa escadaria, o Fantasma lhe lançou outro de seus olhares intensos e beijou-lhe a mão; sem tirar o olhar verde do rosto da moça, respondeu ao seu canto:

– Sing once again with me

Our strange duet

My Power over you

Grows stronger yet

You give your love to me

‘Cause love is blind

The Phantom of the Opera is there

Inside your mind

Aos pés da escadaria havia um belo corcel negro, arreado com cilhão; o Anjo conduziu Christine até o animal e, segurando-a pela cintura, colocou-a na sela. O coração da cantora deu um salto ao sentir as mãos fortes segurarem-na e tirarem-na do chão, e foi com muita dificuldade que seus olhos se desviaram dos daquele homem; com um sorriso sedutor, ele tomou as rédeas do cavalo e o conduziu através dos longos e escuros túneis, caminhando nas sombras com impressionante segurança. A jovem não tinha coragem de falar o que fosse, quase enfeitiçada como estava por aquele que fora seu mentor ao longo dos últimos dez anos.

O Fantasma guiou o cavalo até a margem de um lago espelhado; ali, ajudou sua protegida a descer do animal, e entregou as rédeas a um menino de dez ou doze anos, que ali já esperava, uma espécie de criado ou servo. Em seguida, puxou para a margem uma bela gôndola de madeira negra, na qual ajudou Christine a entrar; para ela, era impossível desfazer o sorriso maravilhado que havia em seu rosto.

Enquanto avançavam pelo lago, a soprano recomeçou sua canção:

Those Who have seen your face

Draw back in fear

I am the mask you wear

O fantasma elevou sua voz, completando a estrofe:

It’s me they hear

Sorrindo para ele, Christine prosseguiu:

Your spirit and my voice

In one combined

The Phantom of The Opera is there

Inside my mind

O homem se curvou e a fez erguer o rosto para fitá-lo; seus dedos deslizaram pelo rosto pálido da moça:

In all your fantasies

You always knew

That man and mistery – Christine continuou:

Were both in you – e então suas vozes se ergueram num dueto:

Your spirit and my voice

In one combined:

The Phantom of The Opera is there – a jovem concluiu:

Inside my mind.

Obedecendo ao pedido do Anjo, a garota iniciou um solo, sua voz tão pura e cristalina quanto água corrente; enquanto cantava, sentia-se entrando cada vez mais num mundo de magia e arte, pois ao seu redor o mundo se transformava: o ouro, o negro e o vermelho se fundiam em objetos diversos; esculturas e pinturas, formas e sons captavam os seus sentidos, despertando-os o confundindo-os, uma deliciosa sinestesia que a induzia cada vez mais a se entregar; toda a iluminação era feita por velas, cujo hipnótico bruxulear transformava aquele num mundo diferente e maravilhoso; e quando a cantora lançou ao ar seu último trinado agudo, a proa da gôndola alcançou a margem oposta.

O Fantasma saltou para a margem num salto elegante, amarrando o barco ao pequeno cais; estendendo a mão para Christine, ajudou-a a descer da embarcação e então se afastou. Surpresa e fascinada, a garota olhou ao seu redor, deixando que seus olhos se inundassem de beleza e encantamento.


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Notas finais do capítulo

Ah, o que esperar para o próximo capítulo? Com esse Anjo da Música tão encantador, o que pode acontecer?



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