E se... escrita por mlleariane


Capítulo 5
Confissões...


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu disse que seriam 5 capítulos, mas os diálogos ficaram longos e também incluí algumas coisas, então a fic se estenderá para 6.
Mais uma vez, obrigada pelos comentários, vocês são uns amores :)

Beijo, Ari ;)



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Previously on Castle rs

Kate não sabia se agradecia, ou se sorria por saber que Castle havia colocado a linda mulher que o acompanhava no táxi e a mandado embora sozinha. Enquanto se decidia, ele já havia se sentado ao seu lado, tirado o terno e coberto seus ombros.

Kate: Castle, você não precisava...

Castle: Não podia te deixar aqui sozinha, é perigoso.

Castle falou olhando para a frente, escondendo um sorriso provocativo e esperando a reação dela.

Kate: Você sabe que eu sou uma policial, não sabe?

Castle: Mas não está armada.

Kate: Quem disse que não?

Ele a olhou e ela arqueou a sobrancelha.

Castle: Você não está armada, Kate.

Kate: É, eu não estou. – ela sorriu mas depois ficou séria – você não precisava interromper seus planos para ficar aqui comigo.

Castle: Eu não interrompi nada.

Kate: Castle, eu vi vocês se beijando lá dentro...

Castle pensou um minuto. Kate estava mesmo falando sobre aquilo com ele?

Castle: Não, você viu “ela” me beijando.

Kate não respondeu, e ele continuou.

Castle: Aliás... eu tive a impressão de que você queria me falar algo...

Kate sentiu um calafrio. Falava ou não falava?

Kate: É, eu queria mesmo.

Castle a encarou.

Kate: Eu queria te agradecer pelo presente. Foi... inesperado. Eu gostei muito, embora ache que você não devia ter feito isso.

Castle: E por que não?

Kate: Porque certamente ele é importante para você.

Castle: Você também é importante para mim.

Castle a encarou, e Kate não tinha para onde fugir. A vontade dele era beijá-la ali mesmo, e dizer o quanto ele a queria. Mas não suportaria levar um “não”, ou vê-la fugindo dele mais uma vez. Então ele percebeu que já havia dado provas suficientes do quanto gostava dela, e se alguém tinha que se decidir, esse alguém era ela.

Kate: Eu... eu vou cuidar dele, pode deixar.

“Droga, Kate, por que você não fala de uma vez que ele também é importante para você?” – a consciência dela a reprimia.

Castle: Claro que eu sei que você não é nenhuma fã... – ele provocava – então se algum dia eu ficar verdadeiramente famoso e você quiser vendê-lo para algum museu, fique à vontade.

Kate: Eu jamais faria isso.

Castle: Eu sei, foi por isso que te dei.

Ele sorriu e ela revirou os olhos.

Kate: Você sempre soube, não é?

Castle: Kate, você era a única daquela delegacia que conhecia em detalhes a cena descrita no livro. É claro que eu sabia que, no mínimo, você já o tinha lido.

Kate: Ta bom, Castle. Eu gosto dos seus livros. Satisfeito?

Castle: Muito.

Kate: Aliás... eu estava aqui lendo... está muito bom. – Kate disse mostrando o exemplar de “Frozen Heat” que ela tinha trazido da festa.

Castle: Vindo de você é um grande elogio – ele disse sincero.

Kate: Confesso que fiquei tentada a ir para a última página para saber o que acontecerá com Nikki Heat.

Castle a encarou.

Kate: O que eu não fiz. Quando terminar, descobrirei.

Castle: Não se preocupe, ela está bem.

Kate: Eu não sabia que você andava pensando em parar com os livros da série “Nikki Heat”...

Castle: Ainda não é uma certeza.

Kate: E o seu novo projeto, como anda?

“Frustrado”, ele pensou em dizer. Como assumir que seu projeto “Esquecer Katherine Beckett” era um fracasso?

Castle: Está... indeciso ainda.

Kate: Olha só você, cheio de mistérios...

Castle: Eu sou um homem de mistérios, Kate.

Ela riu dele, e ele riu de volta. Parecia que os dois se conheciam tão bem!

Kate: Então me diga algo que eu não sei.

Castle pensou um minuto e falou.

Castle: Eu não queria me afastar de você.

Kate ficou séria e o encarou.

Kate: Então por que fez isso?

“Porque eu te amo e não quero mais sofrer” – deveria ser a resposta.

Castle: Porque eu acho que já te perturbei demais. Você está cansada de mim, Kate.

Kate: Não! Claro que não.

Castle se surpreendeu com a intensidade dos “nãos”.

Castle: Não?

Kate: Não. Eu sinto a sua falta. Muito.

Os dois se olharam por um longo minuto, um esperando que o outro tomasse uma iniciativa que nenhum dos dois tomou. O taxi chegou e parou em frente a eles.

Castle: Vamos?

Kate: Você... vai comigo?

Ele fez que sim, já entrando no carro.

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O caminho parecia uma eternidade, até porque o motorista que dirigia o taxi falava sem parar. Os dois ficaram em silêncio grande parte do caminho, até que a casa de Castle chegou.

Castle: Bom... acho que eu desço primeiro.

Kate: É...

“Vai Kate, é agora!”

Castle: Foi muito bom te ver, Kate.

Kate: Foi muito bom te ver também, Castle. Eu realmente senti falta.

Essa foi a única frase que Kate conseguiu formular. Ele a lançou um de seus sorrisos lindos, esperando que ela falasse mais alguma coisa. Mas ela não falou.

Castle: Bom, eu... já vou então.

Kate: Ta.

Castle a olhou mais uma vez. Falava ou não falava que queria que ela descesse ali com ele?

Castle: Então... tchau.

Kate: Tchau.

Castle a beijou no rosto, um beijo mais demorado que o normal, e Kate sentiu o perfume dele a inundando. Ele então se afastou e saiu do carro.

Kate: Castle... apareça.

Castle: Qualquer dia. – ele deu um sorriso fraco e saiu caminhando em direção à portaria de seu prédio.

O taxi avançou e Kate olhou para trás. Virou-se então para o motorista e disse algo.

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“Castle!” – ele ouviu e se virou antes de entrar no prédio. Kate vinha correndo em sua direção.

Castle: Kate?

Kate: Oi. – ela parou à sua frente. O táxi ainda a esperava um pouco adiante.

Castle: O que foi?

Kate: Castle, eu... eu preciso te dizer uma coisa.

Castle esperou.

Kate: Eu menti pra você.

Castle: Mentiu? Quando?

Kate: Quando eu disse que não me lembrava.

Castle a encarou. Ele sabia muito bem o que ela estava tentando dizer, mas queria que ela realmente dissesse.

Castle: Não se lembrava do que?

Kate: Quando eu levei o tiro...

Ele continuou olhando-a, esperando. Kate achou que seria difícil, mas agora ela queria mesmo dizer tudo e livrar-se daquilo que a consumia.

Kate: Quando eu estava no hospital e te disse que não lembrava do tiro, nem de nada mais que havia acontecido. Eu menti, Castle. Eu me lembro de cada segundo. Eu me lembro de você tentar impedir que eu fosse atingida, me lembro que você me segurou nos seus braços e... que disse que me amava.

Kate o olhava nos olhos, e ele retribuía.

Castle: Se você se lembrava, por que disse que não?

Kate: Porque eu não pude aceitar, não consegui. Eu ainda sonho com aquele dia e... não é bom. Eu tenho feito terapia, estou melhorando.

Castle sentiu-se culpado por tê-la deixado. Kate era mais frágil do que ele pensara.

Um silêncio se fez entre os dois. Castle pensou nas palavras que deveria usar. Ele não queria que Kate tivesse medo e fugisse de novo.

Castle: E... por que você está me falando isso só agora?

Kate: Porque só agora eu sei.

Castle: Sabe o que?

Kate: Sei que eu te amo, Castle.

Os dois continuaram ainda se olhando. Kate esperou que ele dissesse algo, mas ele não disse. Era difícil acreditar que ela tinha falado aquilo. Ela o amava! Castle sentiu uma vontade de abraçá-la, de puxá-la para um beijo, de dizer que a amava também e... Castle sentia tantas coisas que não conseguiu falar nada. Kate ficou apreensiva com seu silêncio.

Kate: Eu sei que um ano já se passou... que as coisas mudam e que você não deve sentir mais nada, mas... eu precisava te dizer, porque você se foi e... eu não sei se te verei outra vez.

Kate falou com os olhos baixos.

Castle: Kate... Olhe para mim.

Ela levantou os olhos.

Castle: Eu não fui. Eu estou aqui.

Kate: Eu sei... mas o que você sentia...

Ele continuou a encarando.

Kate: Por favor, diga que também ainda está aí.

Castle sorriu e se aproximou dela.

Castle: Sim, está aqui. Não daquele jeito, mas...

Kate: Mas...?

Castle: Muito maior. Se eu te amava, agora eu te amo muito mais. Eu te amo, Kate.

Kate: Eu te amo, Castle.

Os dois sorriram e quando iam se beijar...

Motorista: Ô moça, você vai me fazer esperar a noite toda?

O motorista havia dado ré e esperava com o carro ao lado dos dois.

Castle: Não, ela não vai te fazer esperar. Você pode ir.

Motorista: Tem certeza?

Kate: Absoluta.

Kate sorriu para Castle, que segurou sua mão e a conduziu à sua casa.


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Notas finais do capítulo

"Ah o amor...
que nasce não sei onde,
vem não sei como,
e dói não sei porquê"

Luís Vaz de Camões