Fullmetal Alchemist Os deuses caídos escrita por Fernanda7Adami


Capítulo 5
Capítulo 5 - Um Pressentimento, o arbusto e um ciclope.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora para postar. Passei por um período tumultuado em minha vida e durante esse tempo idéias não me vieram.



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Eu observava pela janela as constelações estendidas pelo céu darem lugar ao sol que aparecia timidamente pelo horizonte, deslumbrando uma alvorada calma sobre Resembool com um vento fresco que adentrava pelas frestas da janela refrescando-me sob o calor do quarto. Aproveitei que todos estavam dormindo para abrir minhas asas, pois ficar em forma humana por muito tempo faz com que elas fiquem doloridas e dormentes.

Não sei quantas horas eu dormi, alias nem quantos anos eu não dormia tão bem quanto naquela noite, mas mesmo assim acabei acordando cedo com a sensação de que algo estava por vir... Algo que eu pensei que poderia não sentir... Não aqui nessa realidade.

Enquanto observava a calmaria fiquei a meditar sob os acontecimentos do dia anterior, as donas da propriedade foram bem acolhedoras comigo oferecendo hospedagem e comida pelo tempo que fosse necessário. Minha história forjada de viagem mais os detalhes de malas extraviadas que acrescentei as convenceram direitinho, claro que com os meninos dando mais credibilidade as minhas desculpas.

Abri a janela certificando-me de não fazer nenhum barulho para não acordar ninguém, eu tinha de ir à fonte da minha sensação, tinha de saber das consequências que minha queda a esse plano fez apesar de ter conhecimento de que o equilíbrio natural já fora quebrado.

–O que você está fazendo acordada tão cedo?

Com o susto que levei acabei caindo do outro lado da janela, exatamente sob um arbusto. Não esperava que alguém estivesse acordado! Ao me levantar já vi Edward olhando pela janela tentando conter o riso enquanto me puxava para fora do arbusto, só depois que perguntou se eu não havia me machucado.

–Sou eu quem pergunto por que infernos você acordou cedo?!– Retruquei após ser puxada de volta ao meu quarto. - E ainda me assustou.

–Faz anos que não volto aqui, eu queria ver o amanhecer do sol. E você, o que iria fazer pulando a janela? – Respondeu ele tentando parecer sério, mas ainda querendo conter o riso de minha queda ridícula contra o arbusto.

Recompus minha compostura, ajeitei minha blusa emprestada e tirei algumas folhinhas que ficaram presas em meu cabelo. Perguntei se mais alguém havia acordado, mas Ed disse que apenas ele acordou e que ainda demoraria umas horas para que Pinako despertasse para fazer os deveres da casa. Ele voltou a questionar sobre o que eu iria fazer, acredito que ele pensou que eu estaria fugindo ou coisa parecida pois agora tinha uma expressão seria no rosto.

–Eu não iria fugir e mesmo que fugisse eu não teria para onde ir. Eu acordei com uma sensação estranha, um pressentimento de que algo está vindo aqui... Eu só queria ir até a fonte da minha sensação e tirar minhas suspeitas.

–Algo? Como assim algo está vindo aqui? – Ele disse ficando mais sério ainda.

–É um pressentimento comum para um deus, porém eu não deveria sentir isso na realidade dos humanos. Entende-me?

–Acho que sim... – Ele mexia em seus cabelos dourados enquanto pensava.

Houve um breve silêncio entre nós.

– Você ainda irá sair atrás de seja lá o que for?

–Irei, eu tenho de saber. – Dei uma breve pausa, olhei bem nos olhos dele. - Você pode ir também se assim quiser. – Conclui, pois eu podia ver em seus olhos uma tremenda curiosidade e quem sabe anseio por uma aventura.

Ele deu um sorriso maroto e juntos saímos da casa sem fazer quaisquer ruídos que pudessem acordar os demais. O começo de nossa caminhada foi silencioso, porém conforme nos afastamos da casa eu decidi puxar algum assunto trivial porque não suporto extensos períodos sem comunicação.

Apesar da boa conversa que tivemos acabamos nem precisando andar muito para provar que minhas suspeitas se provaram verdadeiras, pois ao longe pude ver caminhando pelo gramado uma criatura humanoide grande além de perceber que a feição de Edward mudara de calmo e distraído para apreensivo.

Pelo seu formato, chifre único e modo de andar já tive uma breve ideia de quem poderia ser: Polifemo, filho de Poseidon. Sua presença demonstrava que com minha queda outros deuses e talvez criaturas caíram nesse plano indicando que o “Portão” que nos distanciava da realidade dos mortais fora danificado, e na pior das hipóteses foi quebrado. Apesar da distância o ciclope pressentiu minha presença e começou a vir em nossa direção, fiz um sinal para que Edward ficasse onde estava enquanto eu caminhava calmamente em encontro ao semideus retornando a minha verdadeira forma.

–Eu o saúdo, Polifeno filho de Poseidon.

–Eu a saúdo, Teia titânide da visão e luz.

–Vejo que também caiu sob esse plano, Polifeno. Permita-me perguntar se você abrange conhecimento se mais dos nossos estão sob essa realidade?

Polifemo não soube me responder de maneira exata, mas disse que havia possibilidade de mais panteões e criaturas estarem vagando por esse plano em busca de meios para retornarem. Eu não acredito que todos irão querer voltar, conhecendo bem os deuses mais traiçoeiros, eles irão querer armar contra os mortais ou se divertirem com os mesmos como já fizeram dezenas de vezes há muitas eras atrás... Deuses como eles são imprevisíveis e podem estar em qualquer lugar agora.

Ao perceber a presença de Edward há certa distância o ciclope ficou aborrecido, como qualquer monstro mitológico a presença de humanos não lhe agrada muito, ainda mais um ciclope como ele que já fora cegado e humilhado por um mortal chamado Odisseu há muitos anos atrás. Claro que sua visão fora regenerada devido à imortalidade, porém seu orgulho não teve o mesmo destino.

–O que aquele humano faz aqui? – Gritou o ciclope.

–Humanos estão em todo lugar Polifemo.

–Esse humano... é diferente. Ele é a resposta!

–Como assim?

Antes que eu pudesse pedir alguma explicação, o ciclope avançou violentamente em direção ao garoto como esperado de ciclopes que naturalmente agem brutalmente para conseguirem o que querem. Não sou a favor de lutar, ainda mais contra meus semelhantes celestiais entretanto iria defender Edward com minha vida para então conseguir arrancar respostas e explicações do ciclope.

Como assim resposta?

Espero que ele não esteja pensando o que eu suspeito que seja.


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