Na Melodia do Amor escrita por J R Mamede


Capítulo 3
Capítulo III




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Eu já estava me acostumando à Sweet Amoris.

No segundo dia, conheci a irmã de Nathaniel: Ambre.

Ambre é a típica patricinha popular do colégio: rica, veste-se bem, possui duas bajuladoras ao seu lado, é arrogante e prepotente.

No segundo dia de aula já sabia qual era a minha sala e conhecia relativamente bem o ambiente de Sweet Amoris.

Antes de partir para a primeira aula do dia, fui até o meu armário para pegar os livros de História. Estava um pouco atrasada, então peguei tudo às pressas e sai em disparada para a sala 02, onde o professor Faraize provavelmente já havia entrado.

Ao correr pelos longos corredores da Sweet Amoris, acabei esbarrando em uma loura alta de olhos esverdeados. Os livros que eu carregava nos braços se dispersaram pelo chão.

– Olha para onde anda, sua idiota! – gritou a menina.

– Desculpe-me. – falei enquanto recolhia meus livros espalhados, sem me importar com o insulto. – Estou com pressa...

– Não me interessa se está com pressa. – interrompeu-me rispidamente. – Tenha cuidado da próxima vez, porque eu não serei boazinha como estou sendo agora.

Após esta ameaça, ela deu um forte tapa nos livros que eu acabara de recolher, deixando-os cair novamente.

Fiquei no corredor, observando-a se afastar, perplexa com a atitude daquela garota metida. Quem ela pensava que era para tratar alguém daquele jeito?

Agachei-me para pegar os livros, quando senti a presença de alguém.

Olhei para cima e me deparei com a figura esguia do ruivo que sentara na aula passada em uma carteira atrás da minha: Castiel.

Ele riu zombeteiramente ao me ver abaixada. Devia ser engraçado para ele a forma humilhante em que eu me encontrava.

– Vejo que você fez uma amiga. – ironizou. – Mas não sei se é muito bom ser amiga da irmã do representante de turma. – completou, substituindo a ironia pela a amargura.

– Nathaniel? – perguntei, enquanto me levantava. – Aquela garota é irmã dele?

– É. – disse com desdém. – Ambre é a irmãzinha do nosso “querido” Nathaniel.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Castiel virou as costas para mim e foi direto para a sala 02.

Eu o segui, mas o ultrapassei, entrando primeiro do que ele, pois, ao contrário de mim, Castiel não estava com pressa alguma para entrar na aula.

Fiquei aliviada por a aula não ter começado antes que eu chegasse. A diretora estava presente, acompanhada do senhor Faraize e mais três garotos. Um deles eu reconheci: era o meu amigo Ken, o qual estudou comigo na antiga escola.

Fui sentar em uma carteira, desta vez, longe daquele garoto.

Os outros dois rapazes eram gêmeos. Eram semelhantes, mas as personalidades eram distintas: um tinha a cor dos cabelos artificialmente azuis e vestia-se bem alegre; o outro tinha cabelos negros e seu jeito de vestir era mais neutro e voltado às tendências da moda.

– Olá, classe. – saudou a diretora. – Estes são os novos alunos da Sweet Amoris. Este é o senhor Alexy, - apresentou a senhora o garoto dos cabelos azuis e, voltando-se para o outro de cabelos negros, continuou: – e este é seu irmão, o senhor Armin.

Os dois sorriram simpaticamente para nós, seus novos colegas.

– E este é o senhor Ken. – completou a diretora, mostrando meu tímido amigo para a sala.

Como fizera comigo, a diretora mostrou os lugares em que cada um deveria sentar.

Alexy sentou-se em frente a minha carteira, enquanto seu irmão e Ken foram para o outro lado do ambiente.

Ken me viu e me cumprimentou dando um leve aceno e um sorriso gentil. Eu retribuí os gestos, contente de ver meu velho amigo ali.

Ken e eu nos conhecíamos desde o Jardim de Infância; sempre estudáramos juntos. Foi uma pena ter saído do antigo colégio e abandoná-lo. Ken, assim como eu, não tinha muita facilidade para fazer amigos. Eu era sua única amiga, até onde eu sabia.

– Vejam!– escutei Ambre falar. – O namoradinho da Chiara chegou.

As únicas risadas foram, além da própria comentarista, de duas meninas que estavam ao lado dela.

– Por favor, senhorita Ambre. – retrucou a diretora furiosa. – Piadinhas não são toleradas.

Ao terminar a aula e o sinal alertava aos alunos de que o intervalo estava prestes a começar, arrumei as minhas coisas para sair. Percebi que o novato a minha frente virou-se para mim.

– Olá. – cumprimentou-me ele sorrindo. – Eu sou o Alexy, e você?

– Chiara.

– Prazer em conhecê-la, Chiara. – falou entusiasmado. – Será que você poderia me mostrar a escola?

– Eu até posso. – falei. – Mas não sei se vou ajudá-lo muito, pois também sou novata aqui.

– Não tem importância. – afirmou Alexy. – Podemos ajudar um ao outro então, o que acha?

Sorri, concordando com a ideia. Era impressionante a confiança e a alegria daquele rapaz. Eram qualidades que eu invejava nas pessoas.

Saímos da sala e nos deparamos com Ambre e as duas meninas que riram do comentário insinuante que a loura fizera sobre Ken e eu.

– Olha lá, garotas. – disse ela apontando para mim. – Ali está a imbecil que se atreveu a esbarrar em mim.

– Isso é um absurdo, não é mesmo, Li? – falou a garota de cabelos amendoados, presos em um rabo de cavalo.

– Verdade, Charlotte. Um absurdo! – concordou a menina oriental.

Foi neste momento que eu conheci as comparsas da Ambre; as bajuladoras de plantão: Li e Charlotte.

– Ei! – escutei Alexy interferir. – Por que vocês não vão dar uma voltinha por ai?

As três o olharam com desprezo, mas não o revidaram. Apenas saíram com seus narizes empinados, como se Cleópatra tivesse voltado à Terra loura, acompanhada de suas duas damas de companhia a abanar com longas penas de avestruz.

– Nossa! Quem são essas? – perguntou Alexy.

– Acho que minhas inimigas.


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