Na Melodia do Amor escrita por J R Mamede
Eu havia chegado um pouco mais cedo na escola. Como não havia nada para fazer, fiquei andando pelos desertos corredores de Sweet Amoris.
Havia salas que eu nem imaginava a existência. Eram salas pertencentes a clubes extracurriculares, em que os alunos tinham a oportunidade de mostrar seus dotes.
Fiquei curiosa em saber se existia um clube de música, então continuei a minha procura.
Não demorou muito para achar uma porta com os seguintes dizeres: “Clube da Música”.
Através da pequena janela que a porta continha, pude constatar que nenhuma alma viva estava por ali naquele momento.
Rodei a maçaneta, esperando encontrar a porta aberta.
Felizmente, ela estava.
Entrei e me deparei com um espaço amplo, rodeado por instrumentos musicais magníficos: trombones, violinos, violões, flautas e um lindo piano.
Não pensei duas vezes: fui até ele.
Comecei a tocá-lo e pude desfrutar da sensação maravilhosa mais uma vez. Como era abençoada a mágica que a música fazia comigo.
Primeiramente, toquei clássicos de Mozart e de Chopin, as primeiras canções que me foram apresentadas para serem expressas nas teclas do piano.
Mas depois a vontade de tocar músicas um pouco mais atuais surgiu, fazendo-me usar o piano e a voz.
"Imagine all the people
Sharing all the world
You may say, I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will live as one."
Parei de tocar e de cantar John Lennon quando me deparei com uma pequena plateia a me observar: Rosalya, Alexy e Castiel.
Levantei-me do banco rapidamente, envergonhada por estar sendo espreitada.
– Bravo! Bravo! – batia palmas Rosalya.
– Que linda voz, Chiara! – exaltava Alexy.
– Eu disse para vocês. – obsevou Castiel, sorrindo para mim.
– O que fazem aqui? – perguntei, um tanto constrangida.
– Bem, - começou Rosalya. – Alexy e eu estávamos indo para a sala de aula, mas encontramos Castiel olhando esta sala aqui através da janelinha da porta.
– E como ele estava com cara de bobo, todo sorridente, - continuou Alexy, recebendo um olhar fuzilador de Castiel. – ficamos curiosos em saber o que tanto lhe chamava a atenção.
– E foi ai que tivemos o prazer de vê-la cantar, Chiara. – finalizou Rosalya alegremente. – Que linda voz, menina!
– E o prazer em ver Castiel todo derretido. – comentou Alexy, recebendo outra fuzilada de olhar do ruivo.
– O-obrigada, gente. – consegui falar.
– Você tem que participar do Show de Talentos, Chiara. – falou Rosalya.
– Sim. – concordou Alexy. – Você tem a obrigação de participar.
– Eu concordo com eles, Chiara. – disse Castiel, com seu meio sorriso sedutor. – Você toca muito bem o piano e tem uma voz linda. Precisa mostrar aos outros o seu talento.
Encarei aqueles três indivíduos que me olhavam com expectativas. Eu tinha tanto medo de me apresentar em público; não achava que seria uma boa ideia cometer tal ato. Não sentia que estava preparada para o Show de Talentos.
– Por favor, Chiara. – choramingou Rosalya. – Você tem que se apresentar.
– Vamos, bella ragazza! – insistiu Alexy. – é a sua grande chance de mostrar ao mundo... Quero dizer, à Sweet Amoris, o seu talento.
– Gente, - falei. – não sei se consigo. Falta-me coragem para enfrentar o público.
– Eu estarei ao seu lado te apoiando. – garantiu Castiel.
Ele se aproximou de mim, segurou minhas mãos com carinho e me olhava com ternura, com aquele sorriso encantador estampado.
Eu corei um pouco, mas retribui sua delicadeza.
Era tão boa a sensação de segurança que eu sentia ao estar perto do ruivo. Consegui uma carga de coragem e de força para enfrentar até mil dragões.
Alexy pigarreou, estragando o encanto do momento.
– Está bem. – concordei. – Eu vou me inscrever no Show de Talentos.
Rosalya e Alexy triunfaram, enquanto Castiel piscou seu olho esquerdo para mim, feliz com a minha decisão.
Saímos os três da sala do Clube da Música; Castiel e eu segurávamos a mão um do outro.
Ao abrir a porta, nos surpreendemos com Ambre bisbilhotando pela porta.
– O que faz por aqui, Ambre? – perguntou Rosalya, fazendo a loura assustar-se. – Perdeu as suas guarda-costas?
– Muito engraçado, Rosalya. – retrucou a garota. – Mas só estou passando. Por quê? Não posso mais andar pelos corredores?
– Claro que sim. – respondeu Alexy. – É que não se anda parada, não é mesmo?
Ambre fez uma careta para Alexy, o qual retribuiu com um sorriso falso.
Resolvemos deixar Ambre sozinha e ir para a sala de aula, quando ela me chamou.
– O que foi? – pergunto, encarando-a.
– Você irá participar do Show de Talentos?
Encarei-a, percebendo que aquela questão tinha mais de mil intenções negativas e malignas.
– Ela vai sim, - respondeu Castiel por mim. – Por quê?
– Por nada, Cast. – falou Ambre, acentuando bem o apelido do rapaz, fazendo-o revirar os olhos de insatisfação. – Apenas gosto de manter-me informada.
Ambre fitou a mão de Castiel entrelaçada a minha, deixando transparecer sua antipatia. Disfarçou seu rancor com um sorriso malicioso estampado no rosto, saindo e fazendo-me sentir calafrios.
Estava com maus pressentimentos.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!