O Médico e o Monstro - Johnlock escrita por Charlotte


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Hello sweeties! Mais um cap pra vocês, espero que gostem! Beijos a todos e boa leitura :)



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A secretária mascava seu chiclete num som audível para toda a sala de espera. John chegou e fez como Molly Hooper havia indicado por telefone. A garota teve uma conversa rápida com a pessoa do outro lado da linha, e fez um sinal com a cabeça para que ele subisse.

Quanto mais o tempo passava, John percebia o quanto as pessoas andavam ignorantes. A maioria das pessoas com quem cruzada exibia uma carranca que até dava medo. Ignorando isso, apenas foi seguindo as placas até encontrar uma porta onde estava escrito ”Morgue”.

John olhou pela janelinha circular e bateu na porta.

Sem resposta.

Deixando toda a educação de lado (como se alguém fosse perceber no meio daquela onde de ignorância que pairava no ar), o loiro entrou, espiando a sala. Subitamente, uma moça com aparência infantil, vestida em um jaleco, apareceu, trazendo duas xícaras de café consigo.

–- Quantos cubos? – ela perguntou, e a voz que saiu de sua boca era a mesma a qual John conversara por telefone.

John demorou alguns segundos para descobrir que ela falava com ele.

–- Ah... não ponho açúcar.

–- Adoçante?

O loiro negou com a cabeça.

Ela pôs dois cubos de açúcar em sua própria xícara, e se dirigiu até John.

–- Sou Molly Hooper, muito prazer.

–- John Watson. – John balançou fervorosamente a mão pequenina de Molly.

–- Acredito que tenha muitas perguntas... Vá em frente! – ela disse, sinalizando um banquinho para John se sentar.

–- Em primeiro lugar, como tem meu telefone?

Molly suspirou.

–- Sei que pode me achar completamente maluca, mas me ouça. Ontem eu passei a noite toda aqui examinando corpos, e acabei dormindo aqui mesmo.

John imaginou a sensação de dormir junto com mortos, em um necrotério, mas descartou o pensamento e continuou ouvindo.

–- Há dias venho sonhando com Sherlock – ela corou um pouco. – e você. Dessa vez, apareceu uma mulher, que se autodenominou...

–- Dominatrix? – John interrompeu.

–- Sim. Como sabe?

–- Ela apareceu para mim também. Explico depois... Mas continue.

–- Ela me explicou uma história muito doida sobre “teoria do caos”, e sobre como toda a situação tinha que ser consertada logo, porque estava afetando não só aos envolvidos com Sherlock, mas também Londres e o mundo todo.

–- Como assim?

–- Ainda não sei o que ela quis dizer com isso, mas pelo visto, esse ponto fixo que deixou de acontecer, se não for consertado, pode alcançar proporções mundiais!

John passou as mãos pelo rosto, preocupado.

–- Tudo isso porque duas pessoas não se conheceram?

–- É o que parece... E então, quando eu acordei, tinha um papelzinho amarelo grudado na minha agenda. Tinha o seu número.

–- Quem você acha que pôs ele ai?

–- Não faço a mínima ideia...

Os dois permaneceram em silêncio por alguns segundos.

–- Como ele é?

Molly deu um sorriso tímido.

–- Ah, ele é todo esquisito... Muita gente odeia ele por causa da mania de adivinhar a vida inteira de uma pessoa só olhando para ela.

–- Tipo a Donovan...

Molly riu.

–- Especialmente ela…

John encarou os pés.

–- Ah, ele parece tão triste...

John a fitou. Molly o encarava, com a expressão triste.

–- Como disse?

–- Sem você. Faz exatamente uma semana. Pelo o que a mulher, Dominatrix, me disse, era pra vocês terem se conhecido. Mas não aconteceu. E desde então, Sherlock, que já era meio depressivo, ficou pior.

Molly suspirou, e continuou.

–- Ele nem sai mais de casa, a Mrs. Hudson me falou. Só toca músicas tristes no violino, quase não come, e nem os casos que ele resolve o deixam animado o suficiente. Mycroft está ficando maluco...

–- Desculpe, eu já devo ter perguntado, mas... Quem é Mycroft?

–- O irmão dele. Os dois brigam mais que cão e gato, mas sei que no fundo, se amam...

John sorriu, lembrando-se de Harry.

–- Sei como é.

Molly tirou uma mecha de cabelo do rosto.

–- Perguntei ao psiquiatra do andar de baixo sobre os sonhos, e ele me disse que entender os sonhos é muito útil para que uma pessoa possa resolver melhor seus traumas inconscientes ou até mesmo ficar fisicamente mais saudável, melhorando muito a qualidade de vida.

–- Sério?

–- Sim. Isso ocorre porque a representação onírica tem exatamente a função de ressignificar os processos emocionais pelos símbolos contidos, buscando o equilíbrio do corpo. Com as emoções em equilíbrio, as funções corporais internas se normalizam e o processo de produção endócrina se dá de forma normal e o sistema imunológico mantém o corpo saudável. Acho que isso meio que agrava o estado de Sherlock.

Tudo teria sido mais fácil se John tivesse se lembrado disso. Aprendera aquilo na faculdade, mas nunca tinha dado muita importância. Queria salvar vidas. Que se danassem os sonhos, porque eles são apenas sonhos. O que importa é a vida real.

John se arrependia imensamente por ter pensado dessa forma.

–- Meu deus... Certo, isso explica porque eu me sinto exausto.

–- Eu também... Nunca em proporções normais eu teria dormido no trabalho!

John riu.

O relógio da parede marcava onze horas da manhã. Lembrando-se subitamente de Mrs. Hudson, e de que poderia encontrar Sherlock daquela vez, levantou-se.

–- Oh, jesus, estou atrasado... – John depositou a caneca vazia de café em cima do balcão. – Perdão, Molly, mas eu preciso mesmo ir. Nós vamos nos falando, ok?

–- Hum... ok. Eu te ligo?

–- Pode deixar que eu te mando uma mensagem. Ligar pode ser arriscado. – John disse, lembrando-se do episódio daquele misterioso homem de guarda-chuva e o modo como ele tinha manipulado o telefone público e as câmeras de segurança.

Molly assentiu.

–- Certo então. Até logo, John. – Molly disse, estendendo a mão para John, que a apertou.

O loiro saiu pela porta com a janelinha circular, chamou o elevador, e desceu, afobado para pegar um táxi direto para Baker Street.

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–- Mycroft, você está me levando ao necrotério. Se tivesse falado que queria que eu examinasse um corpo, podia ter falado, e não feito toda aquela encenação ridícula! – Sherlock disse, entediado.

–- Eu te trouxe ao médico. Mas não disse qual.

–- Molly não é médica.

–- Mas na sala dela, nesse exato momento, há um doutor. – Mycroft disse, com superioridade.

Sherlock bufou.

–- E o que um médico estaria fazendo no necrotério?

–- Esperando por você, irmãozinho...

Sherlock estava uma fera. A simples ideia de Mycroft saber mais do que ele o aterrorizava. Em silêncio, nem se dava ao trabalho de tentar deduzir quem seria o suposto médico que “esperava por ele”. Geralmente, nenhum caso era bom o suficiente para não deixa-lo entediado.

Os dois Holmes saíram do elevador, e nenhum dos dois desconfiava que esse certo doutor tinha acabado de descer pelo elevador ao lado.


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Notas finais do capítulo

Não me matem, hahah!
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