O Médico e o Monstro - Johnlock escrita por Charlotte


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Hello sweeties! Beijos para Sweetie, Rigoli e Rafandroid. Espero que gostem! Boa leitura :)



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John apertou a campainha, e Mrs. Hudson abriu a porta, parecendo claramente aliviada.

–- Olá John! Achei que não viesse mais!

–- Desculpe, Mrs. Hudson... Eu tive um... hã... imprevisto. Trarei minhas coisas mais tarde, tudo bem?

–- Não se preocupe, querido! Entre!

John obedeceu a senhora, e fechou a porta.

–- Já almoçou?

–- Na verdade, passei em um café aqui perto antes de vir para cá.

–- Nesse caso, quer um chá, um café...?

–- Não, obrigado. – John acenou com a cabeça, cordialmente.

Mrs. Hudson riu.

–- Ah, você é tão educadinho... Não faça essa cerimônia toda, sweetheart, agora você mora aqui!

–- Claro, claro. – John riu.

–- Suba um pouco. Conheça seu mais novo lar.

John deu de ombros, e começou a subir as escadas. Mas antes que chegasse à metade, a senhora chamou sua atenção.

–- Só não mexa nas coisas de Sherlock. Ele consegue saber se você sequer respirou perto das preciosidades dele... – ela disse revirando os olhos.

Curioso, John terminou de subir as escadas.

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Enquanto isso, havia um Mike Stamford, recém-atropelado, ainda com os curativos na testa e nos braços, correndo como nunca em sua vida.

Os quilinhos a mais literalmente pesavam muito na corrida. As pobres pernas roliças de Mike clamavam por um descanso, mas quando uma mulher espetacularmente assustadora lhe ordena a fazer uma coisa, acredite, não há como questionar.

O Universo parecia estar conspirando ao seu favor, pois o trânsito estava infernal.

Procurando pelo topo cacheado da cabeça de Sherlock, finalmente encontrou o táxi, no canto da rua. O detetive consultor não parecia ter paciência para congestionamentos, e saiu do carro. Era a deixa de Mike.

–- Sherlock! – o homem gritava no meio da multidão. – Sherlock!

O moreno não conseguia lhe ouvir. Mike saiu em disparada, atropelando pessoas, pedindo licença e desculpas a cada passo. Quando finalmente chegou perto, Sherlock tinha terminado de atravessar a rua, e o sinal fechou, deixando um mar de veículos entre os dois.

Mike parou, ofegante. Um atropelamento por semana já está bom.

–- Ao contrário de ficar berrando no meio da rua como um maluco, podia tentar o celular dele. – uma voz feminina familiar soou ao seu lado.

Seus olhos não acreditavam no que viam. Era mesmo real?

–- D-dominatrix?

–- Evite falar sozinho. Só você pode me ver no momento.

Mike olhou para os lados e teve uma ideia. Pegou o celular e pôs no ouvido.

–- Como você faz isso?

Dominatrix sorriu.

–- Tenho meus métodos. Agora pare de fingir que fala ao celular, e mande logo uma mensagem para Sherlock.

Mike obedeceu, mas resolveu ligar.

–- Droga, ocupado...

–- Para tudo há um jeito... – Dominatrix estalou os dedos, e o sinal abriu.

Mike a fitou, incrédulo.

–- Mas por que diabos você não fez isso antes?!

–- Vá, vá, o tempo urge!

O homem saiu em disparada mais uma vez em direção ao moreno, ainda tentando mandar uma mensagem.

“Sherlock, eu estou correndo como um louco atrás de você. Pare onde estiver, eu te alcanço já!, -MS”

A mensagem fora enviada, e Mike torcia para que ele tivesse visto.

–- Onde vai com toda essa pressa? – a voz de Sherlock chegou aos seus ouvidos, e Mike parou. O detetive estava encostado em um poste.

Mike suspirou, aliviado.

–- Sherlock... Ah, graças a deus!

–- Mal recebeu alta e já fugiu do hospital para me procurar? O que Dominatrix te falou?

Mike arregalou os olhos. A mulher estava ao seu lado. Sherlock deu um aceno com a cabeça.

–- Você consegue vê-la? Mas espere... Você disse que...

–- Eu sei o que eu disse, Mr. Stamford. Só as pessoas quem eu invadi os sonhos podem me ver.

Virando-se para Sherlock, Mike perguntou:

–- Como é que você sabe?

Sherlock encolheu os ombros.

–- Era mais fácil saber do que explicar o porquê de eu saber. Se lhe pedissem para provar que dois mais dois é quatro, você encontraria dificuldades, ainda que possuísse bastante certeza quanto ao fato. ¹

Mike sorriu, completamente estupefato. Não deveria estar surpreso, afinal, estava falando com Sherlock Holmes.

–- Me acompanhem, senhores... – Dominatrix disse. – Acho que precisamos ter uma conversa.

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A mulher os guiou para o laboratório de St. Barts, o local-chave de toda aquela situação. Mike seguia Dominatrix e Sherlock, ainda sem acreditar em tudo o que aconteceu nos últimos dias. Mas o que mais incomodava, era a barra que era ser o “homem mais importante de toda a criação”.

Em primeiro lugar, porque era completamente inútil. Não conseguia tomar conta nem de uma tartaruga sem deixá-la fugir, era o que todos repetiam. Quando disse que queria ser médico aos pais, eles acharam que era algum tipo de brincadeira.

“Do jeito que é fresco, vai vomitar em cima do paciente todo aberto na mesa de cirurgia.”, o pai dissera certa vez, entre risadas.

O pior de tudo aquilo, é que Mike desconfiava que fosse verdade. E foi um dos motivos para ter virado professor, e não cirurgião.

Em segundo, porque não trabalhava sobre pressão. Além disso, sua inutilidade ultrapassava os limites humanos quando havia uma mulher bonita - bonita não, estonteante. - envolvida. O cargo que lhe fora imposto era muito difícil, e qualquer passo em falso poderia acabar com o planeta inteiro.

E por último, aquilo tudo exigia um esforço físico inimaginável. Mike já não era o melhor dos atletas - se arriscava em algumas partidas de futebol, mas só no gol - e ainda recém recuperado de um acidente de carro, a coisa ficava ainda mais complicada.

Os três chegaram ao piso do laboratório, e pegaram os banquinhos das mesas, e se sentaram.

Dominatrix limpou a garganta.

–- Mike, será que tem como ligar para John? Sei que ele vai demorar, devido à esse caos no trânsito, e assim teremos tempo de esclarecer tudo.

Mike assentiu com a cabeça, e saiu da sala, onde o sinal não pegava.

A sós com Sherlock, Dominatrix começou a falar.

–- Provavelmente você já sabe, mas o ponto fixo que deixou de acontecer não só alterou a vida dos envolvidos com sua relação com John, mas também o mundo todo.

Sherlock assentiu.

–- E quando falamos em proporções mundiais, falamos em Mycroft. – o moreno bufou.

–- Sim. E não só ele. Se essa notícia chegar aos ouvidos de mais alguém, outros homens de poder, que se acham suficientemente importantes para resolver a situação, irão se meter, e podem piorar ainda mais as coisas. Os homicídios aumentaram. As cidades estão ficando um caos.

–- Você não disse nada além do que eu já sei, Irene. Vá direto ao ponto.

Dominatrix sorriu, sem graça.

–-Realmente não dá para falar em miúdos com você, Mr. Holmes... Sempre tão... direto...

Sherlock arqueou as sobrancelhas, esperando a pergunta. A mulher pigarreou.

–- Como se sente para encontrar-se com John?

–- Eu não sinto nada. – mentiu. – Eu não o conheço.

–- Só existe uma coisa que o senhor, Mr.Holmes, não consegue me enganar. Quando falamos do coração.

–- Muitos já disseram que eu não tenho um.

–- Nós dois sabemos que isso não é verdade... Eu só quero lhe dizer: aproveite enquanto há tempo. Logo depois que o ponto fixo se concretizar, ninguém se lembrará de nada. Então, se se sentir confortável para se declarar, a hora é agora. Você terá lembranças dos outros universos.

Sherlock ficou em silêncio.

–- E, quando tudo acabar... Não cometa o mesmo erro novamente.

–- Que erro?

–- Quando chegar a hora, você vai se lembrar... – Dominatrix disse.

Mike Stamford entrou no laboratório.

–- Liguei para John. Ele está a caminho.


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Notas finais do capítulo

¹ Retirado de A Study In Scarlet, Capítulo dois. (sim, tem quotes dos livros de Conan Doyle também)
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