Josh

Os armados nos olham como um tigre que acabou de capturar a presa e pensa mil maneiras de mata-la. Aquilo me causa arrepio, mas não posso me entregar agora. Respiro fundo, a melhor estratégia é distrai-los.

– Afinal o que querem fazer comigo?- digo o mais alto que consigo com a intensão de chamar atenção de algum guarda.

–O principezinho tomou coragem para falar?- ignoro o comentário do cara, ele parece ser o líder daquele grupo já que nenhum dos outros rebeldes se pronunciam, ele tem grandes olhos negros combinados com um cabelo meio acinzentado, tinha uma cara de rato- ok grande e estimada Alteza. Se quer saber vamos mata-lo e entregar sua cabeça para nossos líder e seremos proclamados heróis. A mais claro nos voltemos e repetiremos o ato com todos da sua família, ate não sobrar mais nenhum Schreave para contar historia

– Isso!- exclama os outros 6

Me sinto horrível, mesmo me sacrificando aqui eles voltariam e matariam aqueles que amo. O jeito é continuar conversando.

– Porque não as deixam partir? Não fazem parte da realeza-digo, Teresa continuam chorando desesperadamente, já Annabelly ( a selecionada que encontrei no corredor) parece mais serena e pronta para o que acontecer sinceramente me assustei já que Annabelly era a com aparência frágil e pequena das duas.

– Elas estão aqui para se tornarem Rainha então tem tudo haver com a realeza- o Cara de Rato fala - e morreram- completa

– Deixem elas irem- imploro

–Não!- ele faz um gesto com as mãos fazendo seus soldados fecharem mais o cerco a nossa volta- E já perdemos tempo de mais com conversa agora esta na hora da dor

Os armados comemoram e começam a apontar as armas de fogo para a nossa cabeça, três deles apontam pra min, enquanto os outros quatro se concentram e Annabelly e Teresa.

– Me matem rápido por favor- pede Teresa dramaticamente- eu te amo príncipe e sempre vou te...

Ela não consegue terminar a frase e é atingida na cabeça, cai imóvel no chão, não emitindo nem um suspiro. Annabelly grita em meio ao estrondo e lagrimas caiem do seus olhos. Fico pasmo, chocado e estático, uma garota tinha acabado de morrer na minha frente e suas ultimas palavras foram uma declaração de amor a min!

– Quem é o próximo?- pergunta o Cara de Rato

– Ninguém!- grita uma voz feminina conhecida, agora definitivamente ela pirou.

Duas pessoas surgem do corredor à frente, uma garota e um garoto, ambos armadas. Eles posicionam a arma e atiram, os tiros do garoto acertam perfeitamente o alvo, já o da garota não acerta, mas acerta perto. Os alvos eram dois soldados posicionados a minha frente, ambos caiem no chão apertando a perna.

Uma serie de tiros continua, percebo o sinal da garota e corro ate Annabelly conseguindo tirar ela de cima do corpo sem vida de Teresa. Dou uma ultima olhada na onde ela esta caída. Seu rosto esta pálido e sem expressão o vestido tem uma mancha de sangue no peito, onde se localiza o coração e seu corpo esta deitado em uma poça de sangue. Ela parece ter sido acertada no coração e na cabeça.

Fecho os olhos tentando afastar a imagem e pego Annabelly pelo braço e tiro ela do meio do combate. Dos 7 armado restam apenas 3 em pé e ainda lutam. Dois tiros aceitam os 2 deles, um na barriga e o outro na axila. O ultimo armado em pé é o Cara de Rato.

Observo cada passo deles em silencio. A garota e o garoto saem das sombras, o garoto é um soldado, o soldado Lookwood, e a garota é minha irmã, Sophie, seus cabelos loiros caem em ondas pelas costas, seus braços tem machucados e o vestido roxo esta rasgado em vários pontos, o rosto esta sujo mas apresenta uma expressão determinada e guerreira.

– Ora, ora Princesa Sophie mais que honra.- diz o Cara de Rato fazendo uma exagerada reverencia.

Sophie o ignora e levanta a arma acompanhada do soldado Lookwood, o armado repete o ato.

E em uma perfeita sincronia os 3 atiram, os tiros de Sophie e de Will acertam o Cara de Rato na perna e no braço. E o tiro do Cara de Rato acerta Sophie na barriga que cai no chão.

A expressão de Will se transforma em raiva e ele mira o Cara de Rato novamente e dessa vez no coração. O tiro o acerta.

– Vocês serão destruídos- sibila o homem fechando os olhos

Will o ignora pega Sophie no colo e começa a caminhar.

– Vamos Alteza e senhorita temos que ir para o abrigo- diz ele segurando minha irmã com ternura.

Pego o braço de Annabelly e começamos a caminhar ate o abrigo real

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Andamos o mais rápido possível. Depois de uns 10 minutos, quando finalmente chegamos. Will Lookwood sussurra algo no ouvido da minha irmã, acho que tem haver com termos chegado já que durante trajeto ela tinha resmungado muitas coisas sem sentidos.

Será que ela vai sobreviver? A pergunta surge na minha mente e rapidamente me arrependo.

Claro que ela vai sobreviver essa é Sophie, ela não se entregaria fácil.

Encaro ela no colo de Will, seu rosto esta meio pálido, mas parece firme. Reprimo as lagrimas tenho que enfrentar 21 garotas em desespero.

– Deixo-o passar- ordeno para os guardas na porta do abrigo, que tenta barrar Will.- Sabem se o doutor esta neste abrigo?- pergunto

– Acho que esta alteza, foi trazido pela rainha que estava com uma mal pressentimento- fala um dos soldados

– Muito obrigado soldado- digo, eles fazem uma breve reverencia e passamos.

O ar do abrigo não é dos melhores. Vinte e uma selecionadas se encolhem em um canto, todas desesperada, ate chorando. Annabelly caminha devagar ate elas e se senta.

Direciono o olhar para o outro lado da sala, onde esta a família real. Bethany se encolhe num canto, dormindo. Meu pai tenta acalmar minha mãe que chora em um canto, parece que a ideia de passar força a todos não estava mais valendo.

Eu e Will caminhamos ate eles, Will deita minha irmã na cama mais próxima.

Minha mãe rapidamente se levanta e caminha ate nós.

– O que aconteceu?- ela pergunta com o rosto vermelho de tanto chorar.

– Ela foi atingida na barriga- digo- eu e 2 selecionadas fomos cercados, ela e Will aparecerem e começaram a atirar. Ela foi extremamente corajosa e o soldado também.

– Doutor- chama meu Pai

O medico aparece rapidamente.

– Um ferimento de bala na barriga-explica meu pai rapidamente

O doutor começa a anisar tudo rapidamente.

–Pelo o que posso ver a bala não penetrou, apenas raspou sorte da Princesa- ele começa a fazer uma analise completa que ignoro e vou ate Will.

– Will- chamo

Ele esta encostado em uma parede observando o medico falar sobre Sophie.

– Sim alteza-ele faz uma reverencia

– Obrigado mesmo por ter salvado minha vida hoje - digo – a da Annabelly e da Sophie...

– Sua irmã é muito teimosa, tive que leva-la olha como acabou- ele fala passando a mão pela cabeça- ela levou um tiro! E eu matei uma pessoa.

– Você gosta muito dela?- digo

– Sim- admite- não conseguiria suportar aquele cara escapar ileso.- ele suspira- Seu pai quer falar com você

Olho meu pai nos observando, então peço licença e vou ate ele.

– Josh, você disse que 2 selecionadas estavam com você. Cadê a segunda só temos 22 ali? – pergunta meu pai me fazendo lembrar de Teresa

– Levou um tiro, não suportou e morreu- digo com uma pontada no peito

Foi tudo minha culpa. Penso

– Sinto muito. Teremos que comunicar a família- diz meu pai, me observando

– Eu sei- digo- será que Silvia ou Morgan poderiam fazer isso?

– Acho que podem, mas acho que a família dela vai preferir ouvir de você. Mas a escolha é sua, não será fácil já estou avisando- meu ai bate na minha costas- pense nisso Josh

E ele sai

Will

Horas se passam e continuamos no abrigo. Quando a meia noite se aproxima somos liberados para sair. Rapidamente pego Sophie que já esta bem melhor, com os curativos e tudo. Ela esta adormecida, devem ter dado para ela umas boas doses de remédios.

Caminho pelos corredores lentamente ate chegar no andar real. Abro a porta do quarto da Sophie e a deito no cama.

E começo a observa-la, ela dorme igual um anjo, apesar da roupa rasgado e dos ferimentos.

Sorriu olhando-a.

– Droga- sussurro

Por que tive que me apaixonar pela princesa? Por que ficar perto dela esta cada vez mais difícil?

Dou um beijo na testa dela.

– Boa noite Anjo- sussurro- nunca mais faça isso comigo.

Então dou as costa e saiu do quarto.