Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 52
Capítulo Dez - Um Brinde ao álcool, às intrigas, aos sentimentos não ditos, ao último dia juntos, aos discos voadores e... à rebelde aprisionada!


Notas iniciais do capítulo

Maratona!♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/550248/chapter/52

Era uma vez uma garota.
Vivia em um mundo solitário, onde era mera espectadora. Mas não era passiva. Não mesmo. Era insana, vibrava a toques inesperados, não resistia às tentações à sua frente, era uma rebelde aprisionada, mas ativa e nada benevolente. Tão louca quanto Einstein, tão inteligente quanto Newton, tão corajosa quanto Chuck Norris, tão valente quanto Simba, tão amável quanto Mufasa.
Uma espécie rara e talvez a última restante. Era desinibida, seguia seu maldito coração, escrevia, cantava, fazia coisas não muito convencionais, mas pelo menos, não cometia crimes.
Não grandes crimes.
Beijava garotos desconhecidos, cantava em bares, bebia até o sol nascer. Sorria, gritava, chorava, amava. Era uma rebelde descomprometida, oras!
Era uma rebelde insana.
Era uma rebelde. Era.
Porque agora vivia aprisionada.
Ainda vibrava a toques inesperados, ainda sorria, mas era um sorriso vago e nem sempre acompanhado de sinceridade. Agora, resistia às tentações à sua frente, recusava-se a ser quem era, condenava-se por seu próprio talento, culpava a rebelde que ainda existia em si por ser quem é. Por isso, a rebelde foi condenada a dormir para sempre. Em seu interior. Como parte eloquente de sua alma.
Mas algo de muito estranho estava acontecendo ultimamente. A rebelde despertara.
— Bravo, Novata. 
A partir desse dia, a rebelde sentiu ímpetos em seu interior, tentava acordar, apesar das chamas azuis estarem sob as pálpebras. Um rapaz de semblante arrogante, cabelos escarlates, ombros largos e braços fortes, parecia convicto a despertá-la. E a rebelde queria sim vê-la, queria abrir as pálpebras e admirar seu belo rosto, entregar-se inteiramente àquele ser.
And if you should ever leave me I will crumble
That's just the way I am,
I hope you never leave me
That is just say

Mas foi nesse dia que a rebelde despertou inteiramente. Nesse dia suas pálpebras cerradas abriram e vislumbraram a luz do sol pela primeira vez depois de tantos anos. No dia em que seus lábios se tocaram, seus corpos pediram um ao outro.
No dia em que...

— Uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuul!
Só para constar, o dia não foi esse. Se bem que...
— Se for para roubá-la, não deixe o ruivo tocar a tequila. — Brita levantou o canto de um dos lábios em um sorriso torto, enquanto franzia o cenho acima das sobrancelhas roxas. Aproximou-se de Natsumin com o intuito de pôr as mãos sobre a garrafa de bebida, mas a garota franziu as sobrancelhas, ainda ligeiramente sóbria, mas dissimulando estar bêbada, e puxou-a para si, aninhando o objeto como um bebê ao colo.
— Minha tequila. — Natsumin pronunciou e abriu um sorriso de canto de boca que, àquele momento pareceu encantador ao rapaz que adentrava pela porta de madeira.
— Não vou acabar com a festinha, menininhas. —Castiel abriu seu tradicional sorriso de coiote, o mesmo sorriso que provocou Brita por anos atrás, carregado de ironia e perdição. Um sorriso que arrepiava Natsumin sempre que aparecia. — Só quero saber como é ter esse tipo de diversão.
— Como se nunca tivesse bebido. — Brita contrastou-o, levando uma das mãos à cintura em pose autoritária.
— Está sabendo mais da minha vida do que eu Brita. — o sorriso de Castiel desapareceu, como já esperado de seu humor limitado e ele cruzou os braços, alcançando o último degrau da escada.
— Quer saber? Estou precisando disso! — Armin abriu um sorriso belo, levantando os dois cantos da boca e expondo os belos dentes brancos. Ele pôs as sacolas que carregava sobre a mesa da sala e aproximou-se de Natsumin, fazendo brita recuar para fazer os mesmo com suas comprar e Castiel observá-lo de soslaio, com a paciência tendendo ao lado negativo.
— Minha tequila, Armin! — Natsumin aninhou ainda mais a garrafa sobre o peito e deu um passo à frente, estando com o rosto à altura do queixo de Armin. A aproximação brusca da menina fez o menino sorrir.
— Sei, sei. — ele sorria levemente, enquanto acariciava o topo da cabeça de Natsumin. — Acho que a tequila já se considera sua. No lugar onde está... — ele mostrou os dentes novamente em um sorriso. — Deve estar bem acomodada!
Natsumin abaixou os olhos para onde ele apontava com os dele. Seus seios.
— Ai! — Armin exclamou, depois de o pé de Nathaniel tocar o seu “sem querer”. — Você é louco?
— Me desculpe! — Nathaniel tinha um sorriso branco sobre o rosto e os olhos estavam ligeiramente fechados, o que sempre ocorria quando o loiro sorria abertamente. Como ele se atrevia a falar assim da Natsumin? Ou melhor, como ele se atrevia a olhar para os seios dela? E ainda falar aquele tipo de coisa? Nathaniel sentiu-se ligeiramente corar, visto que, depois que seguiu o olhar de Armin, suas órbitas mel direcionaram-se ao local mencionado, mas sem querer.
— Me passa logo essa droga. — Castiel surgiu atrás de Armin, o semblante mórbido, como se estivesse sendo capaz de assassinar alguém. Ele pôs a mão direita sobre o gargalo, percebendo que os dedos levemente tocaram uma parte pequena dos seios da garota. Naquele momento, Natsumin estremeceu, mas disfarçou bem, dissimulando ser efeito da bebida.
Órbitas cor de mel e azuis direcionaram-se ao ruivo. Apenas direcionaram-se. Ninguém queria arrumar confusão com o ruivo naquele momento. Sabiam que Natsumin não gostaria. E as órbitas azuis não eram as de Natsumin.
— Vai me levar para ver os discos voadores? — Natsumin indagou com um sorriso largo no rosto, aproximando-se levemente de Castiel.
— Daqui a vinte minutos, quando eu também começar a vê-los. — Castiel puxou com força a garrafa aberta e virou-a com algidez sobre os lábios.
***
— Minha pequena Natsumin. Tão nova e já disputada! — Alexy tinha o sorriso aberto sobre o rosto, as órbitas rosadas direcionadas à Natsumin, próxima à geladeira, posicionada entre Armin e Castiel. O ruivo virava a garrafa de tequila, enquanto Armin conversava com Natsumin. Alexy desfazia as sacolas, retirando os mantimentos antes que todos ficassem bêbados o suficiente para não ajuda-lo.
— O-o que quer dizer com isso? — Iris franziu as sobrancelhas naturalmente ruivas acima das órbitas esverdeadas. Não percebeu, mas ligeiramente formava um pequeno biquinho de descontentarão. Nunca percebera algo desse tipo.
— Sei lá! — Alexy esfregou a nuca, passando os dedos longos sobre os fios azulados um pouco acima da nuca. Percebera seu erro. Apesar de apenas ele ter o dom de perceber aquele tipo de coisa, ele não poderia conta-las aos outros. Com certeza sua pequena Natsumin não gostaria. — Eu pelo menos acho que sim! — ele desmanchou o sorriso levemente, vendo que não estava tendo muito sucesso ao se concertar. — Pelo menos da parte do Armin!
— Ah sim! Do Armin! — Iris forjou um sorriso, sem dizer que o fato de Castiel poder estar atraído por Natsumin a incomodava. Mesmo o fato de Castiel já ter se envolvido com várias meninas de Sweet Amoris, Natsumin não era como as outras e Iris conhecia Castiel o suficiente para temer que ele pudesse se apaixonar de novo. Mas não! Castiel pertence à Debrah! E segunda-feira eles voltariam, ele tinha certeza!
— É melhor fazermos a comida, né? — Alexy abriu novamente um sorriso largo e Iris concordou com a cabeça, esboçando um ligeiro sorriso vago, enquanto abria as sacolas nas mãos.
— Eu ajudo vocês. — Brita ofereceu, já desfazendo três sacolas de uma só vez. — Minha fome é maior do que a vontade de beber!
***
— Uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuul!
Vinte minutos depois, a casa estava uma verdadeira zona.
Castiel, que era verdadeiramente resistente, não via discos voadores, como queria. Estava ligeiramente tonto, a visão turva queixava-se das vozes horrendas que tentavam persuadi-lo a fazer coisas que ele não queria. Bem, querer ele queria, mas as vozes eram como um anjo e um diabinho um em cada um de seus ombros. O diabinho pedia-o para agarrar Natsumin, aproveitar-se de sua vulnerabilidade e, quem sabe, leva-la para a cama. O anjinho dizia-o para não fazer isso, já não bastava as garotas que ele magoou no passado, assim como fez com Cathy e quase aconteceu com Brita.
O problema era que ver Natsumin naquele estado o deixava ligeiramente louco.
Era o seu grito que ele ouvia, os cabelos estavam desengonçados, ela balançava a cabeça para os lados, a blusa larga deixava aparecer parte de seu biquíni, os short jeans pequeno havia perdido um dos botões, os olhos azuis pareciam ainda mais radiantes, apesar da garota estar completamente insana.
Verdadeiramente insana.
Natsumin agora não via mais discos voadores.
Via esquilos, dezenas de gatinhos pretos de olhos azuis, via Debrahs vestidas de bruxa, via três Armins, quatro Alexys e duas Britas. Oh, que legal! Três, dois um... Três dois um. Três, dois...
— Ummmmmmmmmmmmmmmmmmmmm!
Natsumin gritou novamente, o cérebro havia se desligado, só restara a rebelde danada que saíra de dentro de si naquela noite. Os olhos estavam bem abertos, ela nadava sobre o mar de tequila e logo logo clamaria pelo de Vodka. Ela virou a garrafa sobre a boca, nem sentiu o gosto ruim da Tequila, mas a queimação irresistível ela sentiu sim. O corpo rebolava, a cintura fina fazia movimentos flexíveis, os quais ela prometera nunca mais fazer, pelo menos enquanto estivesse sóbria. Os quadris dançavam, os cabelos flutuavam, talvez ela estivesse em cima de um disco voador? Não, não. No mínimo, em cima de uma tartaruga marinha... Assim como aprendera com o pirata mais falado de toda a história: Jack Sparrow.
E não importava o que falavam dele. Sparrow só se importava com o fato de simplesmente falarem dele.
— Ao Pérola Negra, amigos! — Natsumin subiu na mesinha de centrou, os pés descalços tinham as solas completamente sujas de poeira.
— Vou me casar com você! — Armin também pôs os pés sobre a mesa de centro, de modo que estivesse completamente sobre ela. Agarrou sua pirata pela cintura com apenas uma das mãos. A outra segurava a garrafa de Vodka.
— No Pérola? — Natsumin indagou, enxergando um mar de Crackens violentos, que poderiam devorá-la a qualquer momento!
— Aonde você quiser, Elizabeth! — Armin virou a garrafa sobre os lábios, engolindo verozmente o líquido poderoso, mas não tanto quando a tequila.
— Will? — Natsumin indagou com os olhos arregalados.
— Sim, meu amor. — Armin tinha os lábios sobre a testa dela.
— Eu quero o Jack! — ela o empurrou para trás, ainda sorrindo, o que não deixou o menina triste, por pensar ser brincadeira e, também com a ajuda do álcool.
— Olê, olê, olê, olê... Tequila! Tequiiiila! — Brita puxou Natsumin para longe de Armin, levando-a ao centro da sala, onde começou a dançar. Tocava Don’t you Worry Child e todos estavam no tempo em que olhavam para os olhos do pai, em um lar feliz, onde eram reis e rainhas e tinham tronos dourados.
Natsumin vibrava, rebolava sobre o trono dourado, agradecia à lua por ainda estar viva, a garganta ardia por gritar, por cantar, pela bebida que queimava suas entranhas, mas trazia-a um tentação irresistível.
A de olhar para o fundo da sala, sob o sofá de cor escura, a qual já não conseguia mais definir, mas enxergar com clareza a cor escarlate de seus cabelos e seus olhos negros, que agora pareciam acinzentados, talvez por efeito da luz, mas que e fitavam, desinibidos. Olhos que não tinham medo e que não desviavam mesmo se ela o encarasse abertamente. Olhos vorazes. Ele estava acompanhado de uma garrafa de tequila quase cheia, mas anteriormente, Natsumin tinha certeza de que ele havia bebido uma única sozinho.
Up on the hill across the blue lake
Natsumin sentiu como se o mundo tivesse parado ao seu redor. Ela via Brita dançar em câmera, Alexy sóbrio comer marshmallows com chocolate enquanto via as últimas tendências de moda na TV da sala, também em câmera lenta, Nathaniel sóbrio fita-la educadamente, sentado no sofá ao lado de Violette e Melody, que deveriam ter se teletransportado para lá, ela não sabia.

That’s where i had my first heart break
Ah, que grande prazer! Ela também conseguia ver a doçura da Ambre em câmera lenta. Kentin conversava com ela? Eles vieram de disco voador? Por que todos começaram a aparecer do nada?
Ponto! Kentin deu um belo safanão em Ambre e depois... Oh, que fofo! Depois ele piscou para Natsumin! Natsumin piscou de volta, é claro, aquilo era um cumprimento.

I still remember how it all changed

Brita puxou Kentin, Melody, Violette, Nathaniel, Alexy e até Ambre para o centro da sala. E, é claro, lentamente. A casa estava escura, as únicas luzes eram as da lua e as da dezena de abajures de lâmpadas coloridas, que davam à sala um aspecto de boate, quase uma pista de dança. O mar do capitão Jack foi desaparecendo, Natsumin lamentava-se por perder o Pérola Negra de Vista, mas estava aliviada por não ver mais os Crackens. Seus amigos podem tê-los matado.
My father said
Nathaniel sorria, disfarçadamente, negando com a cabeça o pedido de brita para que ele rebolasse e tirasse a camisa, como nos filmes. Kentin ria, observando a cena, Melody ruborizava, imaginando a mesma cena e Violette ruborizava a cada movimento incomum de cada um.
— Tequila para essa menina pelo amor de Deus! — Brita apontava para Violette. — Ela não quer mexer um músculo!

Don't you worry, don't you worry child
See heaven's got a plan for you
Don't you worry, don't you worry now
Yeah 
Praticamente ninguém resistiu ao refrão. Natsumin chegou ao êxtase, dançava como ninguém, a blusa desengonçada caía para os lados, estava mais larga com seus movimentos. Armin aproximava-se sorrindo, ainda com a garrafa de Vodka nos dedos. Seus instintos — os únicos que a bebida deixava transparecer— instruíam-no a agarrar a dançarina pela cintura e beija-la desinibidamente. Ela era sua princesa Leia, a garota que ficaria perfeita em um cosplay, a garota que não saía de jeito nenhum de sua cabeça.
Mas Castiel observava a cena de soslaio, abaixo da escada, ele forçava a cabeça ruiva a pensar de forma racional, apesar de ser impossível depois de uma garrafa inteira de tequila. Ele segurou a segunda, que estava cheia, entre os dedos e levantou-se.
— Não queria ver os discos voadores? Então vamos. — puxou-a num ímpeto violento, mas sutil, a menina descansou seu rebolado, seguiu-o deliberadamente, as órbitas radiavam, ansiando pelos discos voadores. Armin assistiu à cena perplexo, por saber que em um minuto seria ele quem a estaria segurando. Os olhos azuis viram o ruivo sumir com Natsumin pela porta de madeira.
Olhos verdes e cor de mel também.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não se esqueçam, por gentileza, favoritem, recomendem, comentem! Isso ajuda muito! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diamante Bruto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.