Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 29
Capítulo Vinte e oito - Um Plano Infantil - Parte Dois


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura! ♥



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Natsumin respirava fundo. Seu peito explodia, seu eu- interior lutava contra as paredes de seu corpo, tentando sair. A antiga Natsumin ainda vivia nela e implorava para ser libertada. Natsumin sabia que tinha bastante autocontrole e não poderia deixa-la sair. Não naquele momento.   
       — Apague as fotos. — Natsumin pediu, mas seu tom de voz indicava ser uma ordem. Ela tinha a expressão séria, assim como nunca ninguém por ali a havia visto antes.
       — Como? — Ambre indagou, exibindo os dentes enquanto abria um sorriso escancarado. — Estão ouvindo? — ela levantou-se da cadeira, dando uma piscadela rápida para todos os que estavam na sala. — Ela quer que eu apague as fotos.
       A sala inteira, com exceção das meninas que acompanhavam Natsumin começou a rir.
       Natsumin cerrou o punho, tentando se esquecer da imagem de todos rindo, sabendo que o motivo da graça era ela. Ambre achava que conseguiria atingi-la com brincadeiras infantis e muito mal feitas. Mas, Natsumin sabia que ela estava errada. Muito errada.
       — Ainda está aqui? — Ambre usou o tom de voz mais sínico possível. — Sabia que seu “namoradinho” viu essas fotos?
       Natsumin já podia imaginar seu antigo eu arrancando os cabelos loiros de Ambre e dando a ela uma lição inesquecível. Mas, mais uma vez, ela se controlou. Não podia trazer de volta o motivo da morte dos pais. Junto com a Natsumin rebelde, viria a música e logo depois.... Acabaria voltando a ser quem era. Não podia se permitir isso.
       — Não tenho namorado. — Natsumin pronunciou, encarando a mudança na expressão de Ambre. Agora, adquiria um ar nojento, repugnante. 
        — Oh, Não? — Ambre indagou com o sorriso de cobra no rosto. — Pergunte ao viciado em jogos o que ele achou das fotos.
        Natsumin deu de ombros, dando uma última olhada para os rostos de Cathy e Brita que pareciam pedi-la desculpas com o olhar. Natsumin fingiu não vê-las e deu de ombros, saindo da sala.                     
         — Aonde vai, Natsumin? — Brita gritou da porta da sala, enquanto observava a menina correr.     
         Natsumin não respondeu. Apenas seguiu em frente.
          — Que planinho ridículo. — Kim se aproximou de Ambre, fazendo a loira arregalar os olhos.
         — Isso... Isso não se faz, Ambre. — Iris completou. — Castiel pode ficar zangado.
         Ambre abriu um sorriso. Seria melhor ainda se Castiel se zangasse com Natsumin.
         — Só vou avisar uma vez. — Brita apontou com o dedo indicador para o rosto de Ambre, enquanto se aproximava. — Ela não está sozinha.       
         As garotas saíram pela porta, convencidas de que aquele não seria o fim.     
                                                           ***
         Natsumin procurava por ele pelos corredores. Era ele que ela precisava ver. Ela precisava indaga-lo o motivo de tanta grosseria com ela, ele não era assim. Pelo contrário, era gentil e amável, era, acima de tudo, seu amigo.
         — Armin! — Natsumin gritou quando viu ao longe cabelos pretos se dirigindo ao ginásio.
         Armin pareceu não escutar, enquanto ultrapassava a porta do ginásio, dirigindo-se à quadra. Natsumin o seguiu fielmente, correndo enquanto chamava por seu nome. Mas, Armin continuava indiferente.
         Ele parou no meio da quadra, retirando uma bola de basquete da mochila. À media em que se aproximava, Natsumin se convencia de que não era Armin quem ela estava seguindo. Era Viktor.
         Natsumin rapidamente deu de ombros, convicta a sair dali o mais rápido possível só havia ela e ele no ginásio. Apenas ela e Viktor. Ela não poderia cometer o mesmo erro do vestiário. Não se permitira ser tocada por ele novamente.     
         Os olhos azuis de Natsumin se arregalaram assim que ela observou o meio da quadra vazio. A bola de basquete quicava sozinha, mostrando que havia acabado de ser largada. Quando Natsumin virou-se, bateu com o rosto em um peito bruto.   
         — Não sou Armin. — Viktor sorriu.
         — Definitivamente não. — Natsumin deu um passo para trás, enquanto ele dava mais um para frente. Ela deu de ombros e começou a andar, agora mais rápido, para a posta do ginásio.
         — Espera. — Viktor segurou o pulso dela, fazendo-a virar-se para ele. — Eu queria te dizer que sinto muito. De verdade. — seus olhos negros pareciam sinceros. — Por tudo o que eu te fiz.
         Natsumin assentiu, aceitando as desculpas, embora continuasse desconfiada. Ela deu de ombros novamente e ele a segurou mais uma vez.
         — Natsumin... — Viktor ajoelhou-se na frente dela, ainda segurando seu pulso. — Ele tinha a cabeça abaixada e seu peito subia e descia num ritmo de respiração rápido, o que o deixava ofegante. — Por favor, me perdoa. Mas me perdoa de verdade. — Ele levantou o rosto e Natsumin pôde ver que lágrimas brotavam dos seus olhos negros. Se tinha algo que ela não conseguia imaginar, era Viktor chorando.  E por ela.
         Uma espécie de compaixão atingiu Natsumin naquele momento, fazendo-a indagar-se se, na verdade, ele era tão ruim quanto pensava. Ela ajoelhou-se na frente dele, levantando a cabeça dele para que olhasse para ela.
         — Tudo bem, Viktor. Eu te perdoo. — ela murmurou, decidida a dá-lo uma chance. Não tinha nada a perder. Ou ganhar.       
         Viktor enxugou as lágrimas com as costas das mãos e a abraçou, apertando com força o corpo fino e com curvas dela contra o seu. Ela apenas deixou-se ser abraçada e, vendo que ele esperava por sua resposta, ela acabou abraçando-o também.
         Natsumin não sabia mais o que fazer naquele momento, não sabia como reagir.
         — Natsumin. — Viktor murmurou seu nome em seu ouvido.
         — Hm? — ela separou-se do abraço dele, olhando-o nos olhos.
         — Eu não paro de pensar em você. Desde o dia no vestiário.
         Natsumin arregalou os olhos, sentindo um aperto no peito. Mais uma vez se via presa à linha tênue que não a permitia ser amada. Ela não poderia despertar interesse em ninguém. Ela não seria capaz de se permitir isso...
         — Viktor, não posso...               
         — Eu sei, sei... — ele murmurou com a voz baixa e um pouco triste. — Não precisa me dar uma resposta. Só falei porque queria que soubesse.
          Natsumin olhou-o por um breve momento e observou uma cicatriz que ele tinha no nariz.
          — Foi Castiel que fez isso em você? — ela indagou, lembrando-se da briga.
          — Foi sim. — ele respondeu um pouco mais sério.
          — Sinto muito. — ela falou.
          — Tudo bem. — ele disse. — Não foi você que me bateu.
          — Na verdade... — Natsumin fazia uma cara engraçada. Parecia uma menina travessa que tentava explicar para os pais o motivo de ter feito uma besteira bem grande.
          — Eu sei, eu sei... — Viktor sorriu, olhando os olhos azuis dela. — A bola de basquete. Foi você, não foi? — ele sorriu novamente.
          — Bem... — ela sorriu.
          — Não importa. — ele colocou a mão na dela. — Eu soube do que Ambre está fazendo com você. — ele pronunciou, ainda com a voz baixa. — Eu sinto muito, juro que não sabia de nada...
           — Deixa pra lá. — Natsumin levantou-se, dirigindo-se à porta do ginásio. — Foi um plano ridículo mesmo. — Até... Algum outro momento, Viktor. — ela acenou para ele da porta do ginásio.         
           Viktor acenou e observou Natsumin sumir aos poucos, desfilando com suas curvas belíssimas. Ele sorriu e retirou o celular do bolso.
           — Parte um do plano terminada, senhorita plano ridículo. — ele zombou. — Como você foi?
           — Jura? — a voz do outro lado era de Ambre. — Fui ótima. A novatinha acha que as montagens sem-graça eram todo o nosso plano. — ela sorriu. — Quando vai conseguir as fotos de verdade?
           — Logo logo. — Viktor pronunciou, retirando do bolso o colírio que Ambre o havia dado para executar o plano. — Acabei de me consagrar como um ator profissional.         
           — Ótimo. — Ambre disse, bufando. — Mas quero saber quando vai conseguir as fotos.
           — Já tenho as do jornal. — ele pronunciou.
           E tem certeza de que é a novata nele? — ela indagou, receosa.
           — Tenho certeza de que são os pais dela nele. — ele pronunciou, abrindo um sorriso diabólico. — Dessa vez, vamos fazê-la chorar com vontade... Vamos mostra-la de uma vez por todas quem é que manda aqui.
           Ambre abriu o sorriso de cobra do outro lado da linha.


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Notas finais do capítulo

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