Natsumin foi puxada pelas meninas, enquanto corriam pelo vasto corredor. Os olhares frustrantes ainda a fuzilavam diretamente. Ela não conseguia sequer imaginar do que se tratava.
     Natsumin sentiu algo de estranho tocar sua canela, mas já era tarde demais para pensar. Rapidamente, seu corpo foi sofrendo diretamente o efeito da gravidade e antes que pudesse perceber, já estava no chão.
     — Natsumin? — Viktor tentava parecer gentil, mas tudo o que conseguia era parecer ainda mais repugnante. Ele estendeu a mão para baixo, oferecendo-a ajuda para se levantar.
     Natsumin grunhiu, com raiva, mas rapidamente se levantou, recusando a ajuda de Viktor. Ela tinha a expressão séria, as sobrancelhas estavam arqueadas e seus olhos azuis, opacos. Ela sequer conseguia olhar para Viktor sem se lembrar do que havia passado no vestiário.
     — Sinto muito, minha querida. — ele abriu um sorriso sarcástico, ainda mais repugnante do que ele e se aproximou da garota. — Não faz ideia do que acabei de saber sobre você. — ele levantou a mão para tocar o rosto dela.
     — Não toque em mim. — Natsumin deu um tapa na mão dele, jogando-a para baixo antes que pudesse tocar o rosto dela.
     — Hm... — Os olhos negros de Viktor pareceram ganhar um brilho diferente. — Pelo visto agora já não é mais apenas uma novata. — ele completou. — Não quer saber o que acabei de ouvir?
     O peito de Natsumin arfava, ansiando pela curiosidade. Mas, ela tinha autocontrole suficiente. E não ia desperdiçar.
     — Vamos, Natsumin... — Brita chamou-a, temerosa de que ela aceitasse e caísse na armadilha de Viktor.
     — Não quero saber nada vindo de você. — Natsumin praticamente rosnou no rosto dele. Ela já podia sentir seu lado rebelde se despertar, ante4s mesmo de saber o que se passava. Tudo o que ela pensava naquele momento era que estava com  muita raiva e poderia fazer muitas coisas ruins. Coisas que nenhuma das pessoas que estavam ali poderia imaginar.
      Ela controlou a respiração e deu de ombros, seguindo Brita e as outras garotas. Estava mais do que na hora de saber a verdade.
                                                     ***             
      —Natsumin, querida! — Ambre abriu um sorriso de serpente, enquanto observava a garota entrar pela porta da sala de aula B. — Estávamos à sua espera. — ela fuzilou Brita com os olhos, querendo mostrar que já sabia que a menina traria Natsumin ali.
      — O que você fez? — a voz de Natsumin era áspera e completamente diferente, fazendo até mesmo Brita se assustar um pouco.
      — Eu? — Ambre sorriu, colocando a mão no peito, como se fosse inocente. — Olhe ao seu redor, queridinha. Acha que estou sozinha?
      — Não vou perguntar de novo, Ambre. — Natsumin ameaçou, agora com a voz mais serena.
       — Veja por si mesma. — Ambre sorriu, virando o notebook.
       Natsumin escondeu o arquejo e apenas juntou as sobrancelhas numa expressão de fúria e dúvida ao mesmo tempo. Ambre mostrava montagens ridículas de fotos dela com Castiel, como se ela estivesse tendo um caso com o ruivo. Havia, inclusive, fotos dela apenas com as roupas íntimas! Todas era montagens. E montagens ridículas, por sinal.
       Natsumin sentiu-se de certa forma, aliviada, por não ser nada tão grave. Mas, ainda estava com raiva. Agora sabia o motivo de todos estarem falando dela.