A criação II escrita por Mondler


Capítulo 4
Observados


Notas iniciais do capítulo

Irrraaaaaaaa, alô? Alô. Gostaria de agradecer a todos que estão acompanhando a fic, por favor, não comam calados, podem comentar! Espero que vocês gostem do capítulo, boa leitura! :)



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Tiffany beijou a minha testa ironicamente, desculpando-se pelo incidente com o porrete. Ajudou-me a levantar e eu, agindo estupidamente, não larguei a mão dela. A garota me olhou atravessado, fazendo que eu finalmente me afastasse.

— Não precisa me fuzilar com os olhos, já não basta o golpe que você acabou de usar? — Massageio a minha própria testa, tentando amenizar a dor pulsante.

Não demorou muito para que os outros chegassem até o minúsculo quarto onde nós estávamos. Ritho estava com a arma apontada para a garota, assim como John e Sara. Embora o quarto estivesse escuro, acredito que nenhum deles erraria o disparo.

— Abaixem as armas, eu conheço ela. — Sara mordeu os lábios, aproximando-se de Tiffany.

— Ainda bem que o seu comando não foi “atirem!” — Tiffany levantou os braços e fez uma breve dramatização, sua mão funcionando como uma arma, gesticulando com frequência. — Vejo que você tem um controle indiscutível sobre esses rapazes, mas bote fé, em mim você não manda.

— Tem mais alguém com você? — Sara perguntou friamente, ignorando as palavras da garota.

— Bom, esse aqui no fundo é o meu amigo, ele se chama Will. — Ela apontou para mim, depois pigarreou.

— Estamos falando sério, garota estúpida. — Ritho levantou a arma para ela mais uma vez, os olhos arregalados. — Parece que você acabou de acertá-lo com algo.

— Quanto drama. Não, não tem mais ninguém aqui, estou sozinha. — Ela tossiu falsamente, depois se corrigiu. — Estava... E sim, eu o acertei. Mas não ligo, e ele também não. A questão aqui não é essa. Vocês simplesmente invadiram o meu apartamento e sentiram-se no direito de usá-lo! Que desorganização.

— Se soubéssemos que você estaria aqui, acredite: Entrar nesse inferno de lugar seria a nossa última opção, prefiro beijar um alienígena do que ficar mais alguns segundos perto de você. — Dessa vez Sara passou a mão por cima no ombro de Tiffany e me puxou para perto da porta.

— Tiffany, se você quer que a gente saia... — Comecei a falar, porém fui interrompido.

— Quando eu disse isso? — Ela cruzou os braços. — Só acho que não deveriam entrar assim nos lugares, sem tocar a campainha. Agora é sério, vamos parar de besteiras, podem se sentir a vontade. Querem chá? — Ela saltitou para fora do quartinho e nos obrigou a segui-la.

Nos levou para a cozinha e nos deu algumas garrafas de água. Sara batia o pé e o barulho incessante começou a me irritar.

— Então, para onde vocês estão indo? — Ela foi até a sala e, enquanto Ritho contava sobre a ideia de voltar para o refúgio seguro, um som calmo e confortável ecoou pelo apartamento.

— O meu rádio ainda funciona. — Ela disse no ritmo da música, andando e rebolando ao mesmo tempo.

Sara levantou agressivamente e acabou derrubando a água que lhe fora dada. Sua expressão enraivada me deu calafrios.

— O que pensa que está fazendo? Agindo tão naturalmente, como se nada estivesse acontecendo lá fora. Você não pode simplesmente ignorar as coisas e viver aqui para sempre, recebendo pessoas como visitas e ficar por aí cantarolando alegremente. — Minha irmã continuaria falando, se não fosse pelo horrível chiado que cessou a música e tornou o ambiente mais tenso.

— Nunca ouvi essa música. — Comentei, notando que os outros, incluindo Tiffany, também estavam confusos. Fomos até a sala e John sugeriu que seria melhor desligá-lo, pois acabara de quebrar. Eu já estava pronto para fazer isso, mas uma voz psicótica me alertou.

— Oooooooooooooooohhhhhhhhh, estamos de olho em vocês. Hihihi! — O som tinha acabado de sair das caixinhas de som do rádio. Tiffany recuou assustada. Pôs uma das mãos na boca e com a outra, apontou tremulamente para o aparelho de onde a voz partira. Não demorou muito para se repetir.

— Estamos realmente muito tristes e desapontados com vocês. Acreditávamos na nossa amizade, mas parece que ninguém aí nos considera. Como eu cheguei a essa conclusão? Não nos convidaram para a festa que está rolando. Enraivados, começamos a pensar no que fazer para interrompê-los. Se nós não podemos nos divertir, ninguém pode! — A voz engrossou e o meu coração passou a bater aceleradamente.

— Será que é um alienígena? — Sugeri, esperando que assim como o alienígena que destruiu o carro com as hélices, os outros também pudessem falar a nossa língua. Foi aí que tudo ficou mais confuso: Todos me olharam sem entender o que eu acabara de dizer. Sara foi a primeira a falar “Se eles falassem a nossa língua...”, depois John perguntou se eu estava louco e Ritho riu.

O que aquilo queria dizer? Eu realmente havia escutado o alienígena falar a nossa língua no dia do meu resgate. Estava prestes a falar que o escutei para os outros, mas a voz no rádio tornou a falar.

— É melhor que o banquete seja legal, nós mudamos de ideia e vamos passar ai, sendo convidados ou não. Esperamos que a garota torne a colocar a música que estava tocando antes, nós a adoramos.

— Que merda é essa? — Ritho agarrou sua arma com firmeza e os outros também fizeram isso. Eu puxei a faca que Sara me dera de dentro da sacola e Tiffany deixou o porrete erguido contra a porta.

— Só pode ser um trote para nos atormentar. Isso é coisa de gente ruim! — John trancou a porta e pediu que Tiffany fizesse o mesmo com as janelas, assim ninguém poderia nos ver, caso estivessem nos olhando de outro prédio.

Ficamos em silêncio, esperando que a voz do homem surgisse mais uma vez no rádio. Mas as únicas coisas que surgiram foram, naquele terrível momento de tensão, as sombras atrás da porta, o sussurro de várias vozes, depois a batida estrondosa na porta e o barulho inquietante da campainha tocando milhares de vezes. Tínhamos visitas indesejáveis.


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