Avada Kedavra escrita por potterstinks


Capítulo 19
[1x18] Abraços, histórias & conforto.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu quero começar pedindo perdão pela minha imensa demora. Ando tendo alguns dias ruins (um dos diversos pontos em que sou parecida com Charlie Kelmeckis, de As Vantagens de Ser Invisível), estou com alguns problemas pessoais, tirei um zero na prova de Matemática, estava estudando muito para trabalhos e provas na escola e a minha mente está obcecada com TMNT, PJO e uma ideia original que eu tenho pra uma fanfic – então, resumindo: nem pra minha fanfic (ainda não postada) de Amor *sofrência* Doce eu estou conseguindo ter inspiração! E agora, como eu estou doente, consegui um tempinho pra postar (li umas 25 fanfics de HP em dois dias pra conseguir ideias).

Mas então, pessoal, eu ando lendo algumas fics de leitores de AK (eu stalkeio todo mundo, me deixa), e vejo que há algumas frases idênticas as de alguns capítulos. “Mas tia Carol, você copia da JK!” Na verdade não; eu modifico as frases, passo elas para a primeira pessoa e incluo uma personagem original, fazendo a história ser narrada por outro ponto de vista – é algo bem simples, mas bem diferente de apenas copiar e colar. Eu não estou criticando ninguém, nem pedindo para pararem de escrever nem nada, sendo que foram apenas algumas frases; eu só peço que não escrevam se baseando na minha escrita, e não copiem as frases, mas, se quiserem usar, pelo menos deem os créditos, tudo bem? É só pra não ficar chato nem pra mim nem pra vocês.

Mas enfim... Bem, espero que ninguém me mate pelo o que estou prestes a informar. Não vai ter CedricoXVerona; eles serão apenas muito amigos, quase como a relação HarryXVerona. Eu já havia decidido tudo do próximo livro, mas eu não vou conseguir escrever cenas desses dois sendo que eu comecei a só conseguir os ver como melhores amigos. BUT, spoilerzinho: a amizade dos dois vai deixar certo ruivo com ciúmes, e tretas vão acontecer, como sempre (ai – suspira –, eu amo tretas). Sinto muito, mas é que eu realmente não vou conseguir. Se quiserem, eu posso escrever outro rumo para a história em forma de outra história (isso ficou muito confuso?) e colocar os dois juntos, mas aqui não vai dá porque eu meio que não gosto de triângulos – amorosos. E também eu quero pedir desculpas a um leitor, JC, porque eu acho que fui extremamente rude com ele e isso está me corroendo por dentro. Eu não estava em um dia bom e acabei sendo toda grossa – desculpa, sério.

Não vou me prolongar mais do que isso, então espero que gostem e boa leitura!


[TW: flashback de estupro. pule a parte em itálico se esse é um gatilho ou se você apenas não quiser ler.]



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/546641/chapter/19

Capítulo XVIII

Abraços, histórias & conforto (não necessariamente nesta ordem).

“There are darknesses in life and there are lights, and you are one of the lights, the light of all lights.” — Bram Stoker, Dracula.

Nenhum grifinório dormiu aquela noite. Nós permanecemos acordados na sala comunal, muitos conversando entre si e outros apenas fazendo... Nada. Eu fiquei sem fazer nada, apenas fiquei encolhida em um canto, pensando. Alguns vieram perguntar se eu estava bem, se tinha acontecido algo e se precisavam jogar bombas de bosta no dormitório de alguém – cofcof gêmeos cofcof –, mas eu só queria ficar sozinha. Não, eu não estava emo, gótica, depressiva, solitária e diferente, só queria pensar um pouco. Tive um bom tempo para tentar raciocinar que sonho foi aquele, mas não conseguia pensar em um motivo lógico para o meu... Filho (?) se chamar Cedrico. Depois de algum tempo eu consegui aceitar que aqueles três ruivinhos eram meus filhos com Jorge. Mas algo que também ficou em minha mente foi “filha do Lord das Trevas”, isso foi o que mais me deixou perturbada – mas depois eu perguntaria a Dumbledore. Ao amanhecer, McGonagall voltou e nos informou que Sirius Black havia escapado novamente.

Durante o dia, todos nós conseguimos perceber que a segurança estava bem mais severa; Filch começou a andar para cima e para baixo pelos corredores, pregando tábuas em tudo; o Prof. Flitwick passou a tarde ensinando os alunos a reconhecer uma foto de Sirius Black, e Sir Cadogan foi demitido – tadinho –, sendo que a Mulher Gorda foi completamente restaurada e voltou ao seu antigo posto, mas exigindo mais proteção. Trasgos foram contratados como guardas; eles percorriam o corredor em um grupinho – tipo o grupinho dos populares naquelas histórias, sabe? –, rosnando e comparando o tamanho de seus bastões – isso ficou estranho, tipo, muito estranho.

Outra coisa que aconteceu, foi a nova celebridade do momento: Rony. Embora ainda parecesse estar bem abalado com os acontecimentos da noite anterior, o ruivo contava, com riqueza de detalhes, o que havia acontecido. Mas eu tinha uma dúvida: se Sirius queria matar Harry, por que ele foi até a cama de Rony? E não me venha falando “ah, ele pode ter confundido”, porque isso não é uma desculpa! Ele poderia ter ido até Harry ou jogado uma faca na cabeça dele, mas não, ele foi atrás do Rony – ou talvez nem tenha sido mesmo o Rony! Eu sei, eu tenho vontade de matar esse ruivo muitas vezes, mas acho que um assassino que saiu de Azkaban supostamente para matar Harry não iria querer matar o primeiro mencionado, não?

Eu também voltei a andar com a Hermione – parei de andar com Harry e Rony por um tempo, porque aparentemente uma garota que joga uma sapatilha no estômago de um amigo quando está levemente embriagada não é uma amiga muito boa –, e eu tentava ajudar ela com algumas coisas. Nós encontramos um material muito bom para ajudar Hagrid no caso do Bicuço, e a morena me contou sobre o vira-tempo, me fazendo prometer que não iria contar para ninguém, e como aquilo estava fazendo com que ela assistisse a cada uma das aulas, mas deixando-a extremamente cansada. Cho começou a me evitar – isso, pastel de flango com catupili, me evite bastante –, e eu não conversei muito com os lufanos, Gina e Luna; eu conversava só uma meia hora com cada um deles.

E coitado do Neville, gente! McGonagall ficou extremamente furiosa com ele, e o baniu de todas as futuras visitas a Hogsmeade. Ele também ganhou uma detenção e McGonagall proibiu todos nós de lhe informar a senha para a torre – mas eu o ajudava porque eu fiquei triste que ele tenha tido uma punição tão severa e sou divergente. O garoto tinha que esperar do lado de fora da sala comunal até alguém deixa-lo entrar – todas as noites – enquanto os trasgos estúpidos caçoavam dele. Porém, dois dias após a invasão de Black, Neville ganhou um castigo pior ainda. Um berrador. Eu não sabia o que o mesmo era, até que um dia Nev recebeu um de sua avó – e já posso dizer que não simpatizei nem um pouco com ela.

Logo em seguida, Harry me convidou/intimou a ir, junto com ele e Rony, tomar chá com Hagrid.

x

Então, seis horas da tarde, lá fomos nós. Eu, Harry e Rony saímos da Torre da Grifinória, passando pelos trasgos, e fomos para o saguão de entrada, onde Hagrid já estava à nossa espera.

— Está bem, Hagrid! – exclamou o Weasley. – Imagino que você queira saber o que aconteceu no sábado à noite, é isso?

— Já soube de tudo. – respondeu Hagrid, abrindo a porta de entrada e nos levando para fora.

— Ah! – exclamou o ruivo, desconcertado, enquanto eu ria internamente.

Assim que chegamos à cabana de Hagrid, vimos Bicuço, que estava esparramado em cima de uma colcha de retalhos, com as asas fechadas junto ao corpo, comendo um grande prato de doninhas mortas. Pendurado na porta do armário estava um gigantesco traje peludo e uma gravata amarela com laranja – um pouco chamativo, se me permite dizer.

— Para que é isso, Hagrid? – perguntei com curiosidade, mas já sabendo mais ou menos o motivo daquele traje estar lá.

— O caso de Bicuço contra a Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas. Nesta sexta-feira. Ele e eu vamos a Londres juntos. Reservei duas camas no Nôitibus...

Hagrid serviu-nos chá e ofereceu um prato de pãezinhos – que os garotos me aconselharam a não aceitar, já que eles já tinham experiência com a culinária de Hagrid, e então não o fizemos - com gentileza, é claro.

— Tenho uma coisa para conversar com vocês dois. – disse Hagrid seriamente, sentando-se entre Harry e Rony e se dirigindo aos dois mencionados.

— O quê? – indagou Harry.

— Mione .– eu e Hagrid respondemos ao mesmo tempo, nos entreolhando. A verdade é: eu e o guarda-caça havíamos combinado de falar sobre isso com os garotos há alguns dias, quando percebemos o quanto Hermione sentia falta deles.

— Que é que tem a Mione? – questionou Rony.

— Ela está num estado de cortar o coração, é isso que tem. Veio me visitar muitas vezes desde o Natal. Se sente solitária. Primeiro vocês não estavam falando com ela por causa da Firebolt, agora vocês não estão falando por causa do gato...

—... Que comeu Perebas! – exclamou Rony, irritado.

— Porque o gato dela fez o que todos os gatos fazem! – retruquei.

— Ela já chorou muito, sabem. – Hagrid acrescentou. – Está passando por um mau momento. Abocanhou mais do que pode mastigar, se querem saber, todo o trabalho que está tentando fazer. E ainda, junto com Verona, arranjou tempo para me ajudar no caso do Bicuço, vejam bem. Vocês duas encontraram um material realmente bom para mim. Acho que ele terá uma boa chance agora. – disse o guarda-caça, olhando em minha direção com um pequeno sorriso por baixo de sua barba.

— Hagrid, nós devíamos ter ajudado também, desculpe... – começou Harry, tímido.

— Não estou cobrando nada. – respondeu Hagrid. – Deus sabe que você teve muito com que se ocupar. Vi você praticando Quadribol todas as horas do dia e da noite, mas tenho que dizer uma coisa, pensei que vocês davam mais valor à amiga do que a vassouras e ratos. É só isso.

Olhei para os dois, sorrindo triste.

— Ela ficou muito nervosa quando Black quase esfaqueou você, Rony. Ela se preocupa tanto com vocês dois... – falei, suspirando.

— Se ela ao menos se livrasse daquele gato, eu voltaria a falar com ela! – retrucou Rony, zangado. – Mas ela continua do lado do Bichento. É um maníaco e ela não quer ouvir nem uma palavra contra ele!

Fechei os olhos, contando até mil e suspirando.

— As pessoas podem ser obtusas quando se trata de bichos de estimação. – respondeu Hagrid sabiamente.

Os três discutiram as chances de a Grifinória concorrer à Taça de Quadribol pelo resto da tarde, enquanto eu “brincava” com Bicuço. Hagrid nos acompanhou de volta ao castelo às nove horas, e de lá nós fomos direto para a sala comunal, onde encontramos um grande grupo de alunos em torno do quadro de avisos.

Como eu vi que Hermione ia provavelmente dar uma bronca nos meninos e quis evitar presenciar mais uma briga, fui até o canto da sala comunal em que os gêmeos estavam, sendo que ambos estavam um pouco distantes de todos, sussurrando entre si enquanto escreviam algo em um pergaminho:

— E aí ruivinhos. – os cumprimentei, me jogando em uma das poltronas perto deles. – Por que vocês dois estão tão antissociais nesta bela noite mágica de sexta-feira? – perguntei, fitando-os desconfiadamente.

Ambos se entreolharam e voltaram seus olhares para mim, com idênticos sorrisos misteriosos em seus rostos:

— Assunto confidencial. – disseram em uníssono.

Semicerrei meus olhos na direção dos dois:

— Eu vou descobrir, vocês querendo ou não.

Eles me olharam com sorrisos marotos:

— Como é que os trouxas dizem mesmo... A curiosidade matou a coruja? – falaram em uníssono, e eu comecei a rir.

— Eu não sou curiosa, gafanhotos. E é ‘a curiosidade matou o gato’, não a coruja.

Fred ergueu uma sobrancelha:

— A coruja é nossa ou tua?

Revirei os olhos e voltei a fita-los, sorrindo de lado.

x

Acabou que, após muita insistência da minha parte, os gêmeos me levaram para o quarto deles – SEM DUPLO SENTIDO, PELO O AMOR DE MERLIN! –, já que queriam ter a certeza de que ninguém ia ouvir o que eles estavam prestes a me contar; eles começaram a ter algumas ideias para logros e que, assim que completassem seus estudos em Hogwarts, iriam abrir uma loja quase tão grande quanto a Zonko’s, ou talvez até maior do que a mesma. Eu obviamente apoiei a ideia, oferecendo toda a ajuda possível e fazendo-os prometer não testar seus produtos em mim.

Então nós três começamos a falar sobre alguma coisa e acabou que Fred desceu (“Preciso falar com a Angelina.”), deixando eu e Jorge sozinhos. No momento eu não tinha percebido a intenção do Freduxo, mas então quando eu raciocinei eu meio que percebi isso.

Nós dois estávamos sentados em uma das camas, conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo.

— Você está usando o colar. – falou ele subitamente, olhando para mim com um pequeno sorriso em seus lábios.

— Claro que sim. – sorri, murmurando a última parte: – Você que me deu ele.

Pude perceber que suas bochechas adquiriram um leve tom rosado, provavelmente ele me ouviu. Ele coçou seu pescoço, com um sorriso aparentemente nervoso em seus lábios.

— Essa não é a forma original, na verdade. – admitiu.

Fitei-o, com confusão estampada em meu rosto.

— Quando eu comprei o colar, ele não era assim, mas aí eu o transfigurei. Nem sei o porquê de ter o transformado para um pomo de ouro especificamente. – começou a explicar.

— Por quê? Qual é a forma original? – indaguei, curiosamente.

— Um coração. – respondeu em voz baixa. – Só que Fred comentou que poderia ficar um pouco “estranho e sugestivo”, então eu fiz isso.

— Hm... – sorri. – Você pode transformar de volta? – perguntei timidamente, e ele sorriu, assentindo.

— Claro. – se levantou e sentou-se atrás de mim. Pude sentir suas mãos tirando delicadamente o colar de meu pescoço, e logo em seguida ele murmurou algo que eu não consegui compreender. Alguns segundos depois, pude sentir quando ele colocou meu cabelo para o lado, envolvendo o colar em meu pescoço novamente. Olhei para baixo e pude ver o pingente bem, e devo admitir: não era nada parecido com um pomo de ouro/relógio. Era uma pedra rubi em formato de coração, não muito grande nem muito pequena.

Jorge, voltando a seu lugar, me olhou curioso, enquanto eu o olhava boquiaberta. O abracei o mais forte possível, derrubando nós dois na cama. O ruivo riu, envolvendo seus braços em minha cintura, enquanto eu o agradecia infinitas vezes.

Ouvimos um pigarro na porta e nos soltamos rapidamente, olhando naquela direção e vendo que lá estavam Fred e Lino, nos olhando com sorrisos maliciosos. A cena estava estranha, não posso culpar eles.

— Vocês dois esperaram todos estarem lá embaixo para agirem, é? – Fred gargalhou. – Safadinhos.

Corando tanto quanto um tomate maduro (?), me levantei rapidamente, me despedindo de todos, dando um beijo na bochecha de Jorge, que também estava muito corado, e correndo para fora do quarto, enquanto ouvia gargalhadas no dormitório do qual eu acabava de sair.

Assim que cheguei ao dormitório feminino, Hermione já dormia e as outras duas ainda não estavam lá. Seguindo o exemplo de Mione, tirei minha roupa, colocando o pijama, e fui para a cama, sem me preocupar em fechar as cortinas.

Fechando os olhos, os eventos daquele dia vieram a minha mente. Percebi que havia me esquecido de falar com Dumbledore sobre aquele assunto, mas não dei muita importância para aquilo no momento; depois eu falaria com ele. Peguei no sono logo em seguida, pensando que talvez visse a continuação do sonho anterior.

Infelizmente, não era.

— Para... Por favor... – eu suplicava baixinho, chorando.

Ele sorriu; um sorriso totalmente insano.

— Por quê, mon amour? – indagou baixinho, vindo morder o meu pescoço. – Estamos nos divertindo tanto... – murmurou, passando a mão por todo o meu corpo, que ainda estava vermelho pelo o que ele havia acabado de fazer. Minhas últimas quatro noites foram assim, com ele sempre usando algo novo para me provocar dor, e hoje era o dia de algo um pouco mais doloroso, na verdade.

— Por favor...

— Eu realmente não queria fazer isso, Avie. Mas você não me deixa escolha. – sussurrou ele, pegando o chicote que estava ao lado da cama novamente.

— Por favor...

Eu estava totalmente nua, com minhas mãos presas acima da minha cabeça por algemas. O dia dele provavelmente havia sido difícil, já que minha ‘punição’ havia sido mais severa. Já estávamos trancados naquele quarto há uma hora, e eu não sabia se poderia aguentar mais tempo. Eu chorava muito, eu só queria voltar pra casa – o orfanato. Donna havia saído, e provavelmente voltaria só no dia seguinte. Eu estava desesperada. Hoje, ao contrário do resto dos dias, ele não havia apagado as luzes. Ele disse que queria que eu olhasse dentro dos olhos dele.

O olhei apavorada, enquanto ele tirava sua gravata lentamente, me olhando com seus olhos famintos. Ele deu novamente uma forte chicotada na minha coxa, e eu dei mais um grito de dor, fazendo com o sorriso sádico em seu rosto aumentasse, e ele repetisse o ato.

— Por favor...

Alguns minutos depois ele já estava sem roupa, e foi algo extremamente doloroso, como todas às vezes.

Demorou um longo tempo, mas finalmente havia acabado. Eu pude finalmente ir até o banheiro e colocar dolorosamente minhas roupas, com todo o meu corpo parecendo estar em brasa. Levantei meus olhos, olhando no espelho o reflexo da menina perdida. A menina que estava com os olhos vermelhos, assim como todo o seu corpo. A menina que se sentia suja, que não sabia o que fazer. A menina que não queria mais viver ali. A menina que, alguns minutos atrás, não queria viver.

A menina que, agora, se chamava Avada Johnson.

Acordei subitamente, suando, ofegante e chorando. Olhei para os lados, e vi que todas as garotas ainda estavam dormindo – o sol ainda não havia nascido, então era antes das 7 horas. Sentei-me em minha cama e sequei meu rosto, extremamente confusa e com o meu emocional um pouco – desculpe a palavra – fodido. Sempre que eu me lembro de algo daquela época, eu fico assim.

Suspirei fundo, fechando os olhos e lutando contra as lágrimas. Eu odeio chorar sozinha – não é que eu queira que saibam que eu estou mal e coisa assim, é que quando eu estou mal e sozinha, eu começo a pensar e a me lembrar de coisas que me deixam ainda mais triste, e isso não é nada bom.

Tentei dormir novamente, porém, após quase uma hora tentando sem obter sucesso, tive oura ideia; levantei-me silenciosamente de minha cama, sendo cautelosa para não acordar nenhuma das garotas, e desci para a Sala Comunal, subindo para o setor dos dormitórios masculinos logo em seguida. Caminhei até achar o dormitório que eu queria e entrei silenciosamente, vendo vários garotos dormindo – alguns roncando – serenamente. Procurei certa pessoa com os olhos e, assim que a achei, caminhei na ponta dos pés até chegar a sua cama.

Cutuquei Jorge algumas vezes, até que ele finalmente acordou – sou uma amiga terrível, eu sei. Sonolento, o garoto me olhou, coçando os olhos:

— O que...

— Desculpa te acordar. – o interrompi. – Eu... Eu sonhei com aquilo. Posso dormir com você? – perguntei timidamente, corando.

— Claro. Deita aqui. – respondeu o ruivo, dando um pouco de espaço para mim em sua cama.

Deitei em sua cama, tendo a certeza de que estava ficando cada vez mais corada, e murmurei:

— Obrigada.

— Sem problemas. – deu um pequeno bocejo, perguntando em seguida: – Você está bem?

Pensei em responder que sim, mas não queria mentir.

— Vou ficar. – respondi.

— Boa noite então, Av. – sussurrou ele, me abraçando.

— Boa noite, Jo. – murmurei, antes de cair no sono.

NARRADORA

Naquele momento, Avada caiu no sono - era impressionante o poder que Jorge tinha sobre ela -, porém certa pessoa não.

Jorge Weasley estava acordado, observando os detalhes do rosto delicado de Avada. Ele nunca havia sentido antes aquele estranho sentimento que ele sentia toda vez que via ela. Toda vez que ela sorria, parecia - "puta merda, que clichê", pensou Jorge - que não existia nada de mal no mundo. Jorge nunca admitiria em voz alta para os outros, mas ele se apaixonou com força. Ele tentaria algo quando fosse a hora, porém ainda não era - e ele estava com medo de ser rejeitado, porque seria doloroso demais.

Após tudo o que Avada havia o contado sobre o grande filho da puta universal, também conhecido como Norman Não-sei-o-quê, a maior vontade de Jorge foi de usar a maldição cruciatus contra o homem até ele enlouquecer completamente e não se lembrar nem de como respirar corretamente. Ninguém neste mundo tem o direito de fazer uma pessoa sentir tanta dor - tanto psicológica quanto fisicamente -, muito menos uma pessoa como Av. Olhando ela em seus braços e percebendo que ela havia pensado nele como o seu refúgio... Aquilo fez Jorge sorrir instantaneamente, mesmo que ele tivesse certeza de que ela apenas o visse como um irmão mais velho. Ele estava com muitas coisas em sua cabeça nos últimos tempos, e ela parecia estar sempre lá, pronta para o distrair de todos os males lá fora - e ele faria o mesmo por ela, até o fim dos tempos.

Porra, pensou o ruivo, essa loirinha me transformou num sentimental.

Rindo de seus próprios pensamentos e depositando um beijo na testa da garota - que inconscientemente se aconchegou mais ao corpo do rapaz -, Jorge se permitiu, pela primeira vez em um bom tempo, relaxar completamente, caindo nos braços de Morfeu.

No dia seguinte, assim que acordou, Jorge ouviu vozes conversando perto de sua cama, assim como sentiu o calor de outro corpo junto de si. Abrindo os olhos, o ruivo viu, aconchegada em seu peito, Avada, que parecia estar sonhando com algo muito bom, já que sorria.

Olhando para o lado, Jorge viu todos seus colegas de dormitório os observando, todos com sorrisinhos.

Merda.

AVADA

Assim que acordei, eu estava sozinha no dormitório – mas o motivo não foi surpresa alguma assim que eu vi o horário. Levantei rapidamente da cama de Jorge, saindo correndo da parte dos dormitórios masculinos – aposto que os alunos que estavam lá na Sala Comunal pensaram bobagem assim que me viram, but who cares?

— Duas horas da tarde! Duas horas! Perdi o almoço, a sobremesa. – eu resmungava no meu quarto, colocando um vestido tomara-que-caia preto com bolinhas brancas, que ia até um pouquinho acima do meu joelho, e um all-star preto. Eu me visto tão bem (insira suspiro aqui).

Decidindo ir conversar com o Professor Dumbledore, já que meus amigos haviam me deixado sozinha para ir à Hogsmeade, saí da Torre da Grifinória e fui até o escritório do diretor; mas, como eu não sabia a senha, fiquei esperando lá, no corredor vazio, enquanto conversava casualmente com uma das gárgulas.

Vi a Prof. Minerva vindo em direção a onde eu estava, e pude ver que ela parecia curiosa por me ver ali.

— Você quer falar com o professor Dumbledore, querida? – indagou a professora, e eu assenti, confirmando.

— Mas a senhora pode falar com ele primeiro, professora. – falei, e ela sacudiu a cabeça.

— Depois eu falarei com ele então. – disse, antes de falar a senha.

Batendo na porta, ouvi um "entre" e foi o que eu fiz, dando de cara com uma linda e bem decorada sala. Era uma sala bonita e circular, com as paredes cobertas de quadros de antigos diretores e diretoras, todos eles dormindo tranquilamente. Não irei descrever a sala - talvez outro dia -, mas irei seguir com a história.

Dumbledore estava lá, sentado e me observando com um brilho de curiosidade em seus olhos por baixo de seus óculos meia-lua.

— Srta. Riddle, que surpresa agradável. – sorriu. – Queira se sentar. – disse o sábio, indicando uma das cadeiras em frente a sua escrivaninha.

Sentei-me confortavelmente, começando:

— Professor, desculpe-me vir sem avisar, mas é algo um pouco sério que tenho a lhe perguntar. – ele não falou nada, apenas me observando, incentivando-me a continuar. – Esse sobrenome, Riddle... Ele... Ele é do meu pai, não é? – ele assentiu vagamente. Respirei fundo, e então perguntei, sem rodeios: – Meu pai é Voldemort, não é?

— Ah, então você já descobriu. – o professor sorriu misteriosamente, parecendo refletir por alguns minutos antes de começar a falar de novo: – Avada, essa é uma história um tanto delicada, ok? – eu assenti, – Irei lhe contar isto porque é necessário e você precisa saber da história completa.

"Anabella Beauregard era uma Grifinória com um coração de ouro, era a melhor amiga de James Potter, Sirius Black, Remus Lupin e Lily Evans. Assim que entrou em Hogwarts, Bella já se tornou quase como uma amiga imediata destes. Você é quase uma cópia idêntica dela, exceto pelos seus olhos. Ela era doce, simpática e fazia tudo o que podia para ajudar a todos; apesar de ser uma perfeita Lufana, sua mãe foi colocada na Grifinória, e não havia dúvidas quanto a isso; Anabella Beauregard tinha uma coragem que muitos não tinham, e muitas vezes não sei se isso é algo bom ou não. – suspirou pesadamente. – Em seu último ano, Bella começou a sumir muitas vezes, e diversas vezes era vista andando com Sonserinos. Sonserinos não são pessoas ruins, longe disso, só que eles fazem as escolhas erradas, e elas, na maioria das vezes, eram relacionadas a Voldemort. Aos poucos, Bella foi se afastando de seus amigos da Grifinória, e mal falava com eles. Andava sempre com Lucius Malfoy, e às vezes também com Bellatrix Black. Ela ficou extremamente fria com todos; sempre chegava à sala comunal tarde da noite, e saía antes de todos. Lily me contava tudo sobre Anabella, pois estava preocupada e com saudade de sua melhor amiga.

“Após alguns anos, Bella voltou a ser a antiga Bella de antes, e seu primeiro refúgio foi seus amigos. Ela contou a eles tudo; os Sonserinos ameaçaram-na, falaram que ela seria útil para o Lord das Trevas e, se ela não quisesse ou contasse daquilo para alguém, eles matariam sua família e cada um de seus amigos. Por isso ela parou de andar os Grifinórios; Lucius levou-a para se tornar uma comensal, e ela finalmente conheceu Voldemort. Ela foi vítima da maldição Imperius, que é a Maldição Imperdoável que faz com que a vítima seja controlada pelo bruxo que lançou o feitiço, e isso a fez mudar completamente. Apesar de Bella estar sendo vítima de uma maldição, você precisa saber que ela fez coisas muito erradas, entre elas torturar e matar trouxas. Voldemort ainda tinha a aparência de Tom Riddle, ainda aparentava ser um jovem belo e sedutor, e então, eles tiveram uma relação, que resultou em você. Ela não estava no controle de seu próprio corpo, e isso deixou uma pessoa, Narcisa Black, agora Malfoy, com uma grande pena da mulher. Ela liberou sua mãe, Avada, porque queria um futuro diferente para você.

“Bella ficou chocada com tudo, mas eternamente agradecida a Narcisa. Ela fugiu, e seu primeiro refúgio foi os Potters, onde ela se reencontrou com seus antigos amigos e contou tudo. Seu padrinho também é Sirius Black, Avada, e sua mãe e o mesmo recomeçaram o relacionamento que haviam iniciado no quinto ano de Hogwarts, e que infelizmente foi destruído novamente pelos acontecimentos que creio que você já saiba. Narcisa contou aos seguidores do Lorde das Trevas e ao próprio que Anabella se matou antes de poder dar a luz a você; todos acreditaram, exceto Voldemort. Voldemort pretendia assassiná-la também, Avada, mas não o fez. Ninguém sabe o porquê, alguns acham que é porque ele se arrependeu e quisera voltar atrás, o que é algo extremamente improvável. Alguns acham que foi porque alguma profecia envolvia vocês; alguns acham que ele desistiu ao lhe ver; outros acham que ele planejava que você continuasse o que ele começou, mas ninguém realmente sabe. Concluindo: sim, você é filha de Voldemort.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!