Avada Kedavra escrita por potterstinks


Capítulo 20
[1x19] Amizade.


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um capítulo, pessoal! Desculpa a demora Ç.Ç Eu tinha escrito um capítulo que já estava com quase 2,000 palavras menos de uma semana depois de ter postado o último cap, aí eu mudei tudo e por isso que demorei tanto. Refiz o capítulo inteirinho. @_@
Obrigada a todos que comentaram no capítulo anterior e quero agradecer especialmente a Leonardo the Bunny (a propósito, amei ver que Avada KedavraXJorge está na lista de seus ships favoritos ♥), Futura Escritora Potterhead e Rose Weasley Malfoy, que recomendaram a fic. Eu literalmente comecei a gritar e dançar em cima da minha cama quando eu li aquilo, aí depois eu comecei a chorar sem parar (sou muito emotiva, gente Ç.Ç). MUITO OBRIGADA POR TUDO, SÉRIO! Eu fico muito feliz por saber que vocês estão gostando, e todo esse apoio que vocês me dão é algo que me enche de alegria; vocês me enchem de alegria. Muito obrigada de novo, eu não tenho nem palavras pra agradecer ou pra falar algo coerente no momento. De tanto que eu sou indecisa pra escolher uma acabo sempre trocando a capa, mas acho que dessa vez tá definitiva (não tenho photoshop e não tá a melhor capa do mundo, mas acho que ficou bonita). E CARALHO GENTE EU NÃO TO BEMMMMMMMM, A FIC CHEGOU A 8.000 ACESSOS MEU JESUS EU N TO NEM RESPIRANDO EU TO EH MORTAAAAAAAA
DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO, EU ESPERO QUE VCS GOSTEM DESSE CAPÍTULO. BOA LEITURA MOZÕES (eu amo mt o caps lock), VEJO VCS NAS NOTAS FINAIS CHUCHUS.
(ESSE CAPÍTULO FICOU GRANDE PRA K7 MAS FICOU BOM, EU JURO. FOI PRA COMPENSAR O TEMPO PERDIDO. EU NÃO SABIA UM TITULO BOM ENTÃO COLOQUEI ESSE. TO SEM CRIATIVIDADE, DESCULPA.
VOU PARAR DE FALAR AGORA)



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Capítulo XIX

Amizade.

"We're coming close and then even closer, we bring it in but we go no further. We're separate, two ghosts in one mirror, no nearer.”

— Puta merda. – foi à única coisa que eu consegui murmurar após tudo o que Dumbledore me contara. Sim, eu sei que não foi algo educado de se dizer, principalmente na presença do diretor, mas eu não sabia mais o que falar!

Eu não conseguia encontrar as palavras adequadas para falar, dado ao estado de choque no qual eu me encontrava. Dumbledore apenas me observava, parecendo preocupado.

— Srta. Riddle, você está bem? – perguntou o diretor.

— Sim. Quer dizer, não. Quer dizer, acho que sim. – me enrolei. – Professor... Harry vai me odiar, não vai? – questionei baixinho. – Todos vão me odiar.

O professor me lançou um olhar de simpatia:

— Na minha humilde opinião, creio que o Sr. Potter irá saber diferenciar você de seu pai, Avada. Mas, apesar disso, acho que você não deveria contar para ninguém sobre isso por enquanto, tudo bem? – concordei com a cabeça. – Exceto, talvez, o Sr. Weasley. Vocês dois parecem ter ficado bem... Amigos, desde que você chegou a Hogwarts... – o professor deu uma risadinha.

Corei quase como um pimentão, e Dumbledore deu uma risadinha. Obviamente, ele estava falando do Jorge, e só de lembrar a situação constrangedora daquele dia, eu já ficava extremamente sem graça.

— Sei que serão inevitáveis as mudanças que você irá sofrer tendo descoberto o seu passado, Avada, porém eu quero lhe pedir que não mude sua essência. Não se isole de todos por causa disso, muito pelo contrário, você precisará de seus amigos mais do que nunca.

Assenti.

— Professor... Por que meu nome é Avada Kedavra?

O diretor pensou por um momento, antes de responder:

— Eu não faço a mínima ideia. – riu, e eu franzi o cenho, porém não falei nada.

— Ok, última pergunta. – comecei. – O que acontece caso os seguidores de Voldemort descubram que eu estou viva? Narcisa... Ela vai morrer? – mordi meu lábio inferior, nervosa.

O diretor suspirou.

— Não sabemos. Mas não se preocupe com isso agora. – sorriu. – Acho que daqui a pouco seus amigos irão chegar, por que não vai à cozinha comer algo? É provável que você esteja com fome. Os elfos adorariam sua companhia. – desconversou.

— Ahn... Tudo bem. – me despedi do diretor, porém, antes de sair, pude ouvi-lo dizer:

— A propósito, belo colar. – corei.

— Obrigada. –murmurei, sem me virar, e saí da sala, inconscientemente segurando o pingente em minhas mãos, observando a delicada pedra.

Mas eu não fui à cozinha como Dumbledore havia dito, e sim, direto para a Sala Comunal. Apenas os alunos do primeiro e segundo ano que haviam ficado, e pude ver Gina sentada em uma poltrona, aparentemente entediada. Porém eu não estava com a menor vontade de conversar com alguém no momento, então apenas subi discretamente até o dormitório feminino, me jogando em minha cama assim que entrei no mesmo.

Olhando para o teto, eu soltei um suspiro pesado, fechando os olhos em seguida.

Narcisa Malfoy. Preciso me lembrar desse nome.

Uma alma boa no meio daquela podridão, a única pessoa que sabia de tudo e tentou salvar a minha mãe.

Apesar de Voldemort – não estou disposta a chamar esse monstro de “pai”, com licença – ter encontrado minha mãe, ainda preciso agradecer a Narcisa por ela ao menos ter tentado; se não fosse por ela, talvez hoje eu fosse uma pessoa totalmente diferente. Talvez eu fosse uma das pessoas mais obscuras de Hogwarts – isso se eu estivesse em Hogwarts. Talvez eu pudesse ter sido criada para me tornar a próxima “Milady das Trevas”. São tantos “talvez”...

E, Malfoy... Por que esse sobrenome me parece familiar?

ESPERA. ESSE NÃO É O SOBRENOME DO MALFOY?

Ahn...

Esquece.

Rolei na cama, de forma com que eu ficasse de barriga para baixo, e suspirei novamente. O que diabos eu ia fazer? Quer dizer, não que eu realmente precisasse fazer algo – mas e se alguém, de alguma forma, descobrisse? Hogwarts inteira iria me odiar. Todos iriam me odiar, e isso era algo que eu não queria de jeito nenhum, obviamente.

“Isso que dá nascer, Avada. Você só se fode.” pensei.

E Black ainda era meu padrinho, caramba! As pessoas iriam me odiar em dobro por isso. Quer dizer, ele poderia ser inocente e tal, mas as pessoas acreditam naquilo que lhes convém, e provavelmente me chamariam de filha de um psicopata/maluco/bruxão das trevas odiado por todo mundo, e afilhada de um assassino psicótico fugitivo. Ai, que vida legal.

E eu precisava fazer alguma coisa pra tirar da cabeça tudo o que Dumbledore havia me contado, nem que seja por um momento; mas eu sabia que seria uma tarefa difícil. Era muita informação que precisava ser digerida e, agora que eu sabia de tudo, eu parei um pouco para repensar tudo o que havia acontecido até agora.

Eu havia sido uma amiga terrível para Rony, Harry e Hermione, isso eu posso afirmar. Eu briguei com Harry sem um motivo aparente porque ele ouviu uma história que fez um desejo de vingar seus pais surgir dentro de si; sim, a história poderia não ser verdade, mas eu não tinha o direito de ir lá e falar isso – eu não sabia da verdade, então eu não tinha aquele direito. Eu não fui uma boa amiga para a Mione também; eu não a confortei quando ela precisava de mim. Cara, que tipo de amiga eu sou?! E Rony, então... Eu fui uma vadia, cara. Tudo bem, algumas vezes eu queria dar uns tapas na cara dele, mas eu não fui uma amiga de verdade; eu não o confortei quando Perebas sumiu, e joguei uma sapatilha no estômago dele! Que tipo de amiga faz isso? Sim, nós temos diferenças de opiniões, mas isso não me dava o direito de agir como uma completa cuzona.

Mas, mudando de assunto, eu posso garantir que, a melhor coisa que já me aconteceu, foi ter vindo para Hogwarts; e eu tinha certeza de que, depois que esse ano letivo acabasse, a minha vida não seria mais a mesma. Agora, pela primeira vez em 13 anos, eu tinha amigos de verdade, que eu sabia que eu podia confiar. Agora, eu já sabia a história de meus pais, embora não tenha sido nada do que, quando eu era criança, eu fantasiava que fosse; eu sempre pensei que eles se amavam e acabaram sofrendo um acidente ou algo do tipo – mas a verdadeira história foi muito mais chocante do que qualquer uma que eu já havia pensado. Agora, eu sabia quem eu era.

E no meio disso tudo também tinha o Jorge, cara. Eu não planejava contar para ninguém, mas eu estava loucamente apaixonada por ele. Acho que já estava um pouco óbvio, na verdade; só espero que ele não tenha percebido isso ainda – seria muito... Desagradável. Ele mesmo disse que gosta de mim apenas como uma irmã (“Aquilo foi apenas um acidente, nem um beijo foi, e nunca mais vai se repetir. Eu gosto de você como uma irmãzinha mais nova.”), e eu não deixaria nossa amizade acabar por causa de um amor não correspondido.

Como alguém pode me dar tanta força e, ao mesmo tempo, ser a minha maior fraqueza?

Grunhi, escondendo meu rosto em meu travesseiro. Ouvi vozes animadas lá embaixo – provavelmente os alunos haviam chegado –, então me levantei, secando algumas lágrimas que haviam escorrido em meu rosto, e saí do dormitório, vendo a Sala Comunal mais cheia do que quando eu havia chegado; os alunos do terceiro ano para cima conversavam animados, mostrando uns aos outros as coisas que haviam comprado no passeio.

Assim que eu desci as escadas, a porta do retrato se abriu, mostrando Harry, Rony e Mione, que entraram juntos. Hermione parecia ter chorado, graças a seus olhos avermelhados e inchados. Os três se sentaram juntos em uma mesa vazia, conversando vigorosamente. “Finalmente.” pensei, sorrindo minimamente. Aproximei-me deles lentamente, os observando cuidadosamente, enquanto Harry tinha um papel em suas mãos.

— O que aconteceu? – indaguei.

Os três pularam de susto.

— Credo, mulher! – reclamou Rony. – Não se assusta ninguém assim.

— Desculpa. – me sentei ao lado de Harry. – Mas o que aconteceu?

Hermione me passou uma carta, enquanto explicava, com a voz fraca:

— Hagrid nos mandou isto.

Pude perceber que o pergaminho estava úmido, e diversas gotas de lágrimas haviam borrado a tinta em alguns pontos, tornando a carta difícil de ler naqueles lugares.

Caras Mione e Verona,

Perdemos. Tive permissão de trazer Bicuço de volta a Hogwarts.

A data de execução vai ser marcada.

Bicucinho gostou de Londres.

Não vou esquecer toda a ajuda que vocês nos deram.

Hagrid.

— Mas... Bicuço não é perigoso. Aquilo foi apenas defesa pessoal! Aquele MM dos infernos que ofendeu o hipogrifo e o bicho que é executado? Ah, mas vão para a... – o olhar repreendedor me fez parar no meio da frase. –... Casa de Hades. – concluí, e eles riram um pouco.

— MM? – indagou Harry, curioso.

— Malfoy Maldito, ou Maldito Malfoy. Como preferir. – expliquei.

— Apelido legal. – o moreno comentou, e eu agradeci.

— Vai ser mais difícil dessa vez, Mione. – falei para a garota, que respondeu:

— Mas dessa vez o Rony vai nos ajudar. –ela sorriu para o garoto, que ficou com as orelhas extremamente rosadas, sorrindo timidamente. Hm, esses dois...

— E o Harry também. – acrescentou Rony, ainda corado, olhando para o moreno, que assentiu rapidamente.

Um silêncio um pouco desagradável se instalou entre nós, enquanto cada um estava em seu próprio mundinho.

— Vocês me perdoam por ter sido uma amiga tão ruim durante esse tempo? –perguntei subitamente, sentindo um nó se formando em minha garganta e olhando para minhas mãos, que estavam em meu colo.

— O que... – começou Hermione, mas eu a interrompi:

— Perdoam? – repeti a pergunta, sentindo meus olhos começarem a marejar. Não chora, Veronica, não chora.

— O que aconteceu, Vê? – ouvi Harry questionar, enquanto ele vinha até onde eu estava e se agachava em minha frente - mesmo agachado, ele ficou quase da mesma altura que eu -, levantando meu queixo delicadamente, de modo que eu ficasse olhando dentro de seus olhos verdes. Ele pareceu um pouco chocado ao ver meus olhos banhados em lágrimas, e pude ver que Hermione e Rony se aproximaram um pouco.

— Eu... Eu só percebi o quanto eu fui uma vadia com vocês. – respondi triste.

— Ah, Vê... – ele suspirou, me abraçando, e eu comecei a chorar, abraçando-o de volta. – Você não foi uma... Ai, eu me recuso a repetir essa palavra. Você não foi uma amiga ruim em momento algum. – murmurou suavemente, enquanto acariciava minhas costas, meio sem jeito.

— Como não? – perguntei, em meio a soluços. – Eu joguei a porra de uma sapatilha na barriga do Rony! E eu briguei com você sobre uma coisa que eu não estava certa e, mesmo que eu estivesse, eu não tinha aquele direito, como você mesmo disse!

— Eu mereci aquela sapatilhada. – ouvi Rony sussurrar - não tão baixo assim - para Hermione.

— Essa palavra existe? –perguntei confusa, secando as lágrimas e me afastando um pouco de Harry, que pareceu um pouco aliviado, porém me lançou um olhar de “você está bem?”. Sorri levemente, garantindo-o que estava bem, porém não completamente.

— Agora existe. – sorriu o ruivo. – E eu acho que nós quatro tivemos nossos momentos “bitch”, então não tem problema. – deu de ombros, me fazendo rir um pouco.

— E então, vamos visitar o Hagrid? – voltei para o assunto anterior.

Hermione negou com a cabeça, chateada.

— As medidas de segurança estão mais rigorosas agora que o Black invadiu pela segunda vez. – ela lançou um olhar nervoso na direção de Harry.

— Ah. – soltei um muxoxo.

— Mas eu preciso falar com você, Srta. Beauregard. – começou Hermione, séria. – Aonde você dormiu essa noite? – um sorrisinho começou a se formar em seus lábios, enquanto eu corava.

— Como assim? – questionou Harry, confuso.

— Quando nós acordamos de manhã, essa senhorita aqui não estava na cama dela. – contou ela aos garotos, que me olharam também com expressões de curiosidade.

— Eu tive um pesadelo. – foi tudo o que eu respondi, ainda enrubescida.

— E? – Rony ergueu as sobrancelhas, me incentivando a continuar.

— E eu preciso subir. Me esqueci de fazer um dever. Hermione, você vem comigo. – peguei a mão da garota e praticamente corri com ela até o dormitório feminino, deixando dois garotos confusos para trás.

— O que foi, Vê? – perguntou ela curiosa, assim que entramos no quarto e eu fechei a porta, suspirando aliviada assim que vi que estávamos apenas nós duas lá.

— No dormitório dos garotos. – foi tudo o que eu disse, me atirando em minha cama.

— O quê?

— Onde eu dormi. – expliquei.

Ela me olhou, com um pequeno sorriso malicioso em seus lábios, e se sentou ao meu lado.

— Hm... Com quem?

— Jorge. – murmurei, fechando os olhos.

— Awn! Vocês são tão fofos juntos!

— Não estamos juntos, Hermione... – comecei a falar.

— Ainda. – retrucou.

—... E somos apenas amigos, nunca iria rolar. – falei, com minha voz saindo mais triste do que eu gostaria.

Mione suspirou.

— Você já viu o jeito que ele te olha? – indagou suavemente.

— Do mesmo jeito que ele olha para a Gina. – encolhi os ombros.

— Céus, Veronica! – exclamou a morena. – Ele está apaixonado por você e você está apaixonada por ele, vocês já deveriam estar se beijando por aí! – disse ela, parecendo frustrada, e eu ri sem jeito.

— A minha amizade com o Jorge é algo que eu não trocaria por nada, Hermione. Se nós tentássemos algo e não desse certo, provavelmente nos afastaríamos e... Eu não sei como eu manteria minha sanidade. – confessei, e ela me abraçou apertado, me confortando sem ao menos dizer algo. – E ele não está apaixonado por mim.

Ela revirou os olhos e se afastou um pouco:

— Ele está sim, sua teimosa.

— Não. – retruquei.

— Sim.

— Não.

— Sim.

— Não.

— Sim.

— Sim.

— HA! Você admitiu! – exclamou Hermione, fazendo uma dancinha.

— Mas eu só queria que você dissesse ‘não’. – tentei justificar, porém, ao ver a dancinha de Mione, não resisti e comecei a rir, com ela me acompanhando.

— Agora temos que nos preocupar com Hagrid e Bicuço, não com isso. – falei alguns minutos depois, quando já havíamos parado de rir.

— Ok. Mas essa conversa não acabou, mocinha. – avisou. – Mas pelo menos agora não seremos só nós duas. – sorriu levemente.

— Verdade. – concordei. – Eu queria muito pintar o cabelo do MM de rosa neon.

Ela riu.

— Acho que sua amizade com os gêmeos está te levando para o lado negro da força.

— Eles têm biscoitos. – foi tudo o que eu respondi, e lá estávamos nós novamente, rindo como duas retardadas.

— Vocês fumaram alguma coisa? – ouvi a voz de Lavender quando, após alguns minutos, nós ainda estávamos rindo sem algum motivo aparente.

— Quando você chegou aqui, filha? – perguntei para a garota mencionada, limpando os resquícios de lágrimas de riso dos meus olhos, enquanto parava de rir aos poucos.

— Há uns 5 minutos. – respondeu ela, e pude ver que Parvati também estava no dormitório; as duas estavam sentadas na cama de Lavender, e olhavam para mim e para Mione com uma cara de “WTF?!” extremamente engraçada.

— Ah. Nós fumamos umas ervinhas, se quiser eu posso entrar em contato com o nosso fornecedor e pedir algumas para você. Interessada? – tentei manter uma expressão séria.

— Ahn... Não, obrigada. – respondeu, e foi para sua cama rapidamente.

Fiquei conversando com Hermione por mais alguns minutos, até que acabamos ficando com sono e fomos dormir – cada uma em sua cama, obviamente.

x

Foi apenas no dia seguinte que conseguimos falar com Hagrid, durante a aula de Trato das Criaturas Mágicas; o professor parecia embasbacado com o veredicto da Comissão (“É tudo minha culpa. Me atrapalhei para falar. Eles estavam sentados lá, vestidos de preto, e eu não parava de deixar cair as minhas anotações e esquecer as datas que vocês viram pra mim. Depois Lúcio Malfoy ficou em pé e falou, e a Comissão fez exatamente o que ele mandou...”)

Nós regressávamos ao castelo com o restante da turma enquanto, à frente, vimos que Draco, que estava junto com Crabbe e Goyle, como sempre, não parava de olhar para nós – mais especificamente Hagrid –, rindo debochadamente.

— Não adianta, Rony. – disse Hagrid, extremamente triste, quando chegávamos à entrada do castelo, após Rony dizer à Hagrid para não desistir, que ainda tinha recursos. – Aquela comissão faz o que Lúcio Malfoy manda. Eu só vou tomar providências para que os últimos dias do Bicucinho sejam os mais felizes que teve na vida. Devo isso a ele...

Hagrid deu meia-volta, com o rosto escondido em seu lenço, e saiu correndo em direção à sua cabana, chorando.

— Olhem só ele chorando feito um bebezão!

Malfoy, Crabbe e Goyle estavam parados às portas do castelo, escutando nossa conversa.

— Vocês já viram uma coisa mais patética? – perguntou Draco. – E dizem que ele é nosso professor!

Eu ia dar um soco na cara do garoto e, pela cara de Rony e Harry, eles também – mas, surpreendentemente, Hermione chegou primeiro.

Eu quase comecei a gritar de animação, porém não o fiz.

Ela deu um tapa bem na cara de Malfoy com toda a força que conseguiu reunir – e eu tenho certeza de que não era pouca. O garoto cambaleou, e os quatro garotos – Harry, Rony, Crabbe e Goyle – ficaram parados, estupefatos, enquanto Hermione tornava a levantar a mão e eu olhava para a garota com admiração.

EU PRECISO DE UMA CÂMERA.

— Não se atreva a chamar Hagrid de patético, seu sujo... Seu perverso...

— Mione! – exclamou Rony, tentando segurar a mão da garota ao vê-la tomando impulso novamente.

— Sai, Rony!

Hermione puxou a varinha, fazendo Malfoy recuar. Crabbe e Goyle olharam para ele, abobados.

— Vamos. – murmurou o loiro e, rapidamente, os três já haviam desaparecido no corredor que levava às masmorras.

— Eu estou tão orgulhosa. – comentei, fingindo estar emocionada.

— Harry, acho bom você dar uma surra nele na final de Quadribol! – foi o que disse Hermione, com a voz esganiçada. – Acho bom dar, porque não vou suportar ver Sonserina vencer!

GENTE, ACHO QUE OS ALIENÍGENAS ABDUZIRAM A HERMIONE E MODIFICARAM A MENTE DELA!

— Está na hora da aula de Feitiços. –Rony falou, olhando para Hermione. – É melhor a gente ir andando.

Nós quatro subimos praticamente correndo a escadaria de mármore para chegar à sala do Prof. Flitwick.

— Vocês estão atrasados! – disse o professor, em tom de censura, assim que Harry abriu a porta da sala de aula. – Vamos, depressa, tirem as varinhas, hoje estamos fazendo experiências com os feitiços para animar, já dividimos os pares...

Harry e Rony sentaram juntos, no fundo, enquanto eu sentei sozinha. Mas onde estava Hermione?! Olhei pela sala, porém a garota não estava lá, e não apareceu durante toda a aula, o que fez com que eu tivesse que fazer dupla com um dos únicos alunos que havia ficado sem; Neville.

— Ela bem que precisava de um feitiço para animar, também. – comentou Rony, se referindo a Hermione, quando saímos para almoçar, todos muito sorridentes. Exceto eu.

Não sei explicar, só que Nev meio que errou o feitiço e, ao invés de eu ficar feliz, eu fiquei emo gótica roqueira depressiva das trevas from hell 666. Mentira. Eu só fiquei triste.

— Por quê? Você acha que ela não está feliz? – comecei a chorar, sentando ao lado deles na mesa da Grifinória e começando a bater com a cabeça na mesa - literalmente. CARA, EU NUNCA MAIS FAÇO DUPLA COM NEVILLE.

— Por que ela está chorando? – ouvi alguém perguntar.

— Neville. – responderam todos os alunos que estavam na aula de feitiços conosco.

— Avada, você está bem? – ouvi a voz de Fred.

— Não! A vida é uma merda. – foi o que eu respondi, ainda em lágrimas, só que não mais batendo a cabeça na mesa, apenas apoiando a cabeça lá.

Hermione não apareceu no almoço, e eu não comi nada – só cochilei um pouco, na verdade. Porém, após o efeito dos feitiços começarem a se dissipar, eu já me sentia normal novamente, e pude ver que Harry e Rony estavam começando a se preocupar com Mione, assim como eu.

— Você acha que Draco fez alguma coisa a ela? – questionou Rony, quando nós três seguíamos apressados para a Torre da Grifinória.

— Se ele fez, o cabelo dele vai ficar rosa neon por um ano, ô se vai. – murmurei.

Assim que passamos pelos trasgos de segurança, demos a estranha senha à Mulher Gorda ("Flibbertigibbet.") e entramos pelo buraco do retrato, vimos Hermione estava sentada em uma mesa, adormecida, com sua cabeça pousada em um livro de Aritmancia. Nós nos sentamos em cada lado de Hermione – eu no lado de Harry, que estava no lado esquerdo dela e cutucou-a de leve.

— Quê? – acordou Mione. olhando assustada para os lados. – Já está na hora de ir? Qual é a aula que temos agora?

— Adivinhação, mas só daqui a vinte minutos... – respondeu Harry. – Mione, por que você não foi à aula de Feitiços?

— Quê? Ah não! – guinchou a garota. – Me esqueci de ir à aula de Feitiços!

— Como você se esqueceu, Mione? – franzi o cenho. – Você estava com a gente até chegarmos à porta da sala de aula!

— Eu não acredito! – lamentou-se Mione. – O Profº. Flitwick ficou aborrecido? Ah, foi o Malfoy, eu estava pensando nele e me atrapalhei!

— Sabe de uma coisa, Mione? – disse Rony, olhando para o grande livro que a morena havia usado como travesseiro. – Acho que você está sofrendo um colapso mental. Está tentando fazer coisas demais.

— Não estou, não! – retrucou, procurando sua mochila. – Foi só um engano! É melhor eu procurar o Profº. Flitwick e pedir desculpas... Vejo vocês na aula de Adivinhação!

Vinte minutos depois, Mione se reuniu a nós três, aos pés da escada para a sala da Prof. Trelawney, parecendo envergonhada (“Não posso acreditar que perdi os feitiços para animar! E aposto como vão cair nos exames; o Profº. Flitwick insinuou que poderiam cair!”). Nós então subimos a escada para a sala de aula, que possuía, brilhando em cada mesinha, uma bola de cristal.

Nós quatro nos sentamos juntos na mesma mesa, enquanto eu olhava curiosamente para a bola branco-prateada.

— Pensei que não íamos começar bolas de cristal antes do próximo trimestre. – resmungou Rony.

— Não reclame, isso significa que terminamos quiromancia. – foi o que Harry respondeu, murmurando. – Eu já estava ficando cheio de ver Trelawney fazer careta de aflição todas as vezes que examinava as minhas mãos.

— Bom dia para todos! – saudou-nos a voz etérea, enquanto a professora saía das sombras em sua dramática aparição. – Resolvi começar a bola de cristal mais cedo do que tinha planejado. – disse a professora, olhando para a turma. – As Parcas me informaram que o exame de vocês em junho tratará do orbe, e estou ansiosa para oferecer-lhes muita prática.

Hermione riu.

— Bem, francamente... "as Parcas a informaram"... Quem é que prepara o exame? Ela mesma! Que profecia assombrosa! – continuou ela, sem se preocupar em abaixar a voz. Harry e Rony prenderam o riso, enquanto eu fingi tossir para esconder a risada que escapou por meus lábios. OS ALIENÍGENAS VÃO DOMINAR O MUNDO, EU TO AVISANDO.

— A vidência com a bola de cristal é uma arte particularmente requintada. – continuou a professora, em tom sonhador, como se não houvesse escutado o que Hermione dissera. – Por isso não espero que vocês vejam alguma coisa ao procurarem examinar pela primeira vez as profundezas infinitas do orbe. Vamos começar praticando o relaxamento da mente consciente e da visão exterior para vocês poderem limpar a visão interior e a supraconsciência. Talvez, se tivermos sorte, alguns de vocês consigam ver alguma coisa antes do fim da aula.

E então todos nós começamos a praticar. Rony ficava dando risadinhas e Hermione soltando muxoxos, e eu e Harry ficamos nos olhando e olhando para a bola de cristal, entediados.

— Viram alguma coisa? – perguntei monotonamente, após uns quinze minutos.

— Já, tem uma queimadura no tampo dessa mesa. – disse Rony, apontando. – Alguém derrubou uma vela.

— Isto é uma baita perda de tempo. – sibilou Mione. – Eu podia estar praticando alguma coisa útil. Podia estar recuperando a matéria de feitiços para animar...

— Alguém gostaria que eu ajudasse a interpretar os portentos obscuros que aparecem em seu orbe? – indagou Profª. Sibila, que passou farfalhando.

— Oh, não! – exclamei falsamente assustada. – Vai haver um grande nevoeiro esta noite e todos nós vamos morrer!

Os três gargalharam e eu ri baixinho, enquanto todos os alunos olhavam para nós.

— Ora, francamente! – exclamou Trelawney.

Parvati e Lilá estavam com expressões escandalizadas:

— Vocês estão perturbando as vibrações da vidente!

A professora se aproximou de nossa mesa.

— Vejo algo aqui! – sussurrou a mulher, aproximando o rosto da bola de cristal de Harry. – Alguma coisa que se move... Mas o que é isso?

A olhei, entediada.

— Meu querido... – começou, erguendo os olhos para ele. – Está aqui, mais claro que antes... Meu querido, aproximando-se de você, cada vez mais perto... O Sin...

— Ah, pelo amor de Deus – exclamou Hermione. – Não é aquele ridículo Sinistro outra vez!

A Prof. Sibila ergueu seus enormes olhos para a garota, fitando Hermione com raiva.

— Sinto dizer que do instante em que você entrou nesta sala, minha querida, ficou evidente que não tinha o talento que a nobre arte da Adivinhação exige. Na verdade, eu não me lembro de jamais ter encontrado uma aluna cuja mente fosse tão irreparavelmente terrena.

— Ótimo! – exclamou Hermione, levantando-se e enfiando o seu exemplar de Esclarecendo o Futuro na mochila. – Ótimo! – repetiu, atirando a mochila sobre o ombro. – Eu desisto! Vou-me embora.

E então, Hermione se dirigiu ao alçapão, abrindo-o com um pontapé e descendo a escada rapidamente. ALIENÍGENAS, VOCÊS PODEM TRAZER A MIONE DE VOLTA? OBRIGADA.

A professora, então, deu as costas à nossa mesa, respirando forte.

— Oooooh! – exclamou Lilá. – Ooooooh, Profª. Sibila, acabei de me lembrar! A senhora viu a Hermione nos deixando, não foi? Não foi, professora? Na altura da Páscoa, alguém aqui vai deixar o nosso convívio para sempre! A senhora disse isso há um tempão, professora!

A professora sorriu levemente.

— É verdade, minha querida, eu sabia que a Srta. Granger iria nos deixar. Esperemos, no entanto, que tenhamos nos enganado com os sinais... A visão interior pode ser um fardo, sabem...

— Um dia Hermione vai capotar, hein? – murmurou Rony para nós, parecendo espantado.

— É... – Harry respondeu.

Observei curiosamente a bola de cristal, enquanto tentava tirar os pensamentos de “que idiotice” da minha mente. Quando parei de pensar em outras coisas, foquei bem na névoa que havia dentro do objeto. Lentamente, uma, ou melhor, duas figuras começaram a surgir. Uma das figuras era praticamente idêntica ao cão que eu havia visto em Hogsmeade, já a outra, parecia um... Lobisomem. A lua brilhava, cheia, no céu, enquanto os dois brigavam entre si. Porém, algo chamou minha atenção: uma garota, com cabelos loiros, entrou no meio da briga, tirando a atenção do lobisomem raivoso do cachorro para ela. A criatura então se dirigiu a ela, pegando o seu braço e atirando-a longe, fazendo com que ela caísse no chão, com uma expressão de dor em seu rosto. Uma pequena figura, aparentemente um rato, fugiu por entre as árvores que lá estavam, enquanto o lobisomem voltava a atacar o cão.

— Vê? Veronica? – a voz de Harry me despertou para a realidade, e eu olhei para o garoto, piscando os olhos repetidas vezes.

— Oi?

— Tudo bem? – questionou.

— Tudo. Mas vai haver um nevoeiro daqueles. – brinquei.

x

As férias da Páscoa não foram o que se pode chamar de relaxantes. Nós, do terceiro ano, estávamos com uma grande quantia de deveres de casa. Alguns alunos, como Neville, pareciam prestes a ter um colapso nervoso (“Chamam isso de férias! Ainda faltam séculos para os exames, qual é a deles?!” bradava Simas Finnigan certa tarde na sala comunal.).

Mas Mione era, sem dúvidas, a aluna que mais tinha coisas para fazer; apesar de não estar mais em Adivinhação, ela estudava mais matérias do que todos os outros e, consequentemente, tinha mais deveres.

Eu e Rony, como não tínhamos treinos de Quadribol como Harry e nem tanta coisa para fazer como Mione, acabamos nos responsabilizando pelo recurso de Bicuço. Quando não estávamos fazendo nossas tarefas, estávamos examinando livros enormes, tais como O Manual da Psicologia do Hipogrifo e Ave ou Vilão? Um Estudo Sobre a Brutalidade do Hipogrifo. E, claro, eu consegui dar um jeito de sair com os lufanos e os gêmeos um dia desses.

A partida Grifinória x Sonserina havia sido marcada para o primeiro sábado depois das férias da Páscoa, e os jogadores pareciam extremamente estressados com tudo isso, mas não tanto quanto Olívio, que parecia mais obcecado em vencer do que nunca – apesar de Harry parecer mais decidido do que nunca em vencer, graças a sua rixa particular com Malfoy, que parecia ter atingido seu auge. Mas, para falar a verdade, todos os alunos – e fantasmas, quadros e professores – da Grifinória estavam obcecados com a próxima partida. Isso me inclui, assim como Hermione, é claro, já que nós duas queríamos ver Malfoy sofrer lenta e dolorosamente uma humilhação tão humilhante (?) que o faria querer se esconder dentro do Lago Negro.

Quando as férias finalmente chegaram ao fim, a tensão entre os dois times e suas casas estava tão grande, mas tão grande, que pequenas brigas irrompiam nos corredores, e estava difícil pra caralho passar por um sonserino e sair sem brigar. Harry estava sempre cercado pelo time da Grifinória, e todas as atividades normais na sala comunal foram abandonadas na véspera do jogo. Até mesmo Hermione colocou os livros de lado!

— Não consigo estudar, não consigo me concentrar – disse ela, nervosa.

Coloquei a mão no seu ombro, sorrindo.

— O MM vai sair bem humilhado, Mione, não se preocupe.

A sala estava em uma grande algazarra; os gêmeos agiam com mais barulho do que nunca; Olívio estava em um canto debruçado sobre a maquete de um campo de Quadribol, empurrando bonequinhos e resmungando – isso me deu medo –; Angelina e as outras duas que eu não lembro o nome riam das piadas de Fred e Jorge, e Harry estava em um canto, junto comigo, Rony e Hermione.

— Você vai se sair bem. – disse Mione ao moreno.

— Você tem uma Firebolt! – sorriu Rony, animando-o.

— É... – respondeu Harry, aparentemente nervoso.

— Harry, nada de errado vai acontecer. Se acontecer, tu morre. Fica com isso em mente. – pisquei, e ele pareceu um pouco mais nervoso.

Algum tempo depois, todos os alunos da Grifinória já estavam em seus dormitórios. Eu estava deitada na minha cama, olhando para o nada. Não estava com um pingo de sono, e estava bastante entediada.

Levantando da minha cama cuidadosamente para não acordar ninguém, peguei meu MP3 e saí do dormitório feminino, descendo as escadas que davam para a sala comunal de forma silenciosa. Assim que cheguei, sentei-me em um dos sofás, pegando o aparelho musical trouxa e ligando-o, e então comecei a procurar alguma música que eu quisesse ouvir no momento. Assim que encontrei uma das minhas favoritas, Can't Help Falling In Love, apertei o play, e logo a música preencheu meus ouvidos:

“Wise men say only fools rush in, but I can't help falling in love with you. Shall I stay? Would it be a sin, if I can't help falling in love with you?” cantei baixinho, olhando pela janela da sala comunal.

Ouvi passos nas escadas, porém não olhei para ver quem era, apenas continuei ouvindo a deliciosa voz de Elvis Presley (“Like a river flows, surely to the sea, darling, so it goes; some things are meant to be.”). Sim, eu estou carente e ouvindo música romântica, me deixa.

— Hey, Av. – ouvi uma voz masculina.

— Oi, Jorge. – respondi, olhando de relance para o meu lado, onde o ruivo havia acabado de sentar, e tirando meus fones de ouvido. – Não consegue dormir?

Ele negou com a cabeça:

— Não. E pelo visto você também. – me olhou.

— Pois é.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, que foi quebrado por ele:

— Você canta bem. – disse, me fazendo corar.

— Você ouviu? – perguntei envergonhada, e ele riu.

— Ouvi sim. Música legal. – comentou casualmente, e eu corei mais ainda.

— Você precisa dormir; amanhã tem o jogo e você precisa ter tido uma boa noite de sono, se não, o Wood te mata. – mudei de assunto, e nós dois gargalhamos.

— Daqui a pouco eu vou. – fez um gesto displicente com a mão. – Mas esse é o último ano do Wood aqui na escola, e acho que nós devemos a vitória de amanhã a ele, sabe? Ele está se esforçando demais e, apesar de nos fazer treinar praticamente todos os dias, ele só quer segurar a taça uma vez, saber que todos os esforços dele valeram a pena.

Concordei com a cabeça.

— Vocês vão conseguir, vocês são o melhor time da escola. – sorri.

Eu poderia jurar ter visto as bochechas dele adquirirem um tom vermelho assim que eu disse essa frase.

— Obrigado, senhorita. – ele apertou meu nariz. – Um dia eu ainda te ensino a jogar quadribol.

— Nem sonhando, Weasley! – exclamei, rindo.

— Ah, por quê? – riu também.

— Altura e eu não é uma combinação muito boa. – respondi, sorrindo sem jeito.

— Eu ainda vou te ensinar. – retrucou, sorrindo.

— Ok, ok. – ergui minhas mãos em sinal de rendição. – Mas se eu me espatifar no chão e morrer você vai ter sido o culpado.

Rimos, e ficamos um tempo conversando; já eram quase duas horas da manhã quando eu comecei a ficar com sono.

— Acho que vou dormir. – bocejei, coçando meus olhos. – Boa noite, Jorge. – despedi-me dele com um abraço (“Boa noite, Av.” foi o que ele respondeu) e, quando já estava chegando perto da escadaria que dava para o dormitório masculino, escutei ele me falando que eu havia esquecido meu MP3.

Voltei e peguei o pequeno aparelho, quando Jorge, sorrindo inocentemente, abriu os braços e disse:

— Acho que talvez um abraço possa me dar boa sorte amanhã. – piscou.

Eu ri, porém, sem pensar duas vezes, me aproximei mais do ruivo; joguei meus braços, enlaçando seu pescoço, e senti Jorge rodear minha cintura com seus braços fortes, abraçando-me fortemente. Ficamos naquela posição por alguns minutos, em silêncio, e foi então que eu fiz algo que eu tinha certeza absoluta de que eu iria me arrepender depois: eu aproximei meu rosto do dele, colando nossos lábios.

Jorge pareceu surpreso – até eu mesma estava surpresa! – com meu ato, porém logo senti seus lábios macios beijarem-me delicadamente, e eu senti como se estivesse derretendo em seus braços, quase como um sorvete em um dia de verão. Pude sentir a língua de Jorge acariciando meu lábio inferior, pedindo passagem, coisa que eu concedi quase que imediatamente. Eu estava extremamente nervosa, porque, afinal de contas, aquele era meu primeiro beijo de verdade; porém, acho que Jorge conseguira sentir o meu nervosismo, já que senti quando ele levou uma de suas mãos até meu rosto e acariciou o mesmo, enquanto nossas línguas brincando entre si.

Seus lábios tinham um delicioso gosto de chocolate, e eu estava me sentindo entorpecida estando ali em seus braços. Parecia que, naquele momento, o mundo havia parado; parecia que só havíamos nós dois no mundo, sem nada de mal que pudesse, um dia, nos atrapalhar.

Levei minhas mãos até seus cabelos, sentindo a textura dos fios ruivos e macios, enquanto Jorge levava sua mão de volta até minha cintura, passando pelo lado do meu corpo, fazendo com que uma corrente elétrica passasse por todo o meu corpo até chegar ao seu destino.

Assim que nossos pulmões já estavam começando a reclamar, terminamos o beijo com alguns selinhos, ambos com a respiração ofegante; colamos nossas testas e eu abri os olhos, olhando dentro das belas orbes castanhas de Jorge.

Eu estava completamente louca por Jorge Weasley.

— Acho que isso pode dar mais sorte. – foi tudo o que eu disse, coradíssima, antes de subir praticamente correndo para meu dormitório.

Parabéns, Avada, você acaba de ganhar o prêmio de Burra do Ano.


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Notas finais do capítulo

AEEEEEEEEEEEEEEE TEVE BEIJO JERONA CARAI
EU NÃO TO RESPIRANDO SOCORRO
ta parei
ficou meio – muito – contraditório a avada ter falado que não iria tentar nada e logo beijar ele, mas me deixa. eu ia colocar o beijo deles no próximo cap, aí todo mundo estaria no clima e tals. mas estava muito ansiosa e quero manter essa “relação” entre eles em segredo por enquanto
Mas enfim... QUEREM PARTICIPAR DE UM GRUPO NO WHATS? VAI SER SOBRE A FIC, MAS É CLARO, NÃO VAMOS FALAR SÓ SOBRE ELA. VAMOS SER AMIGUINHOS TODOS NÓS E INTERAGIR, COLOCAR OS PAPO EM DIA. se quiserem participar, podem mandar o número por review ou mp. EU ADORARIA CONVERSAR COM VCS, E SEI QUE SEUS COLEGUINHAS LEITORES DE AK TAMBÉM (insira coraçãozinho aqui)
MUITO obrigada por todos os comentários, favoritos, recomendações, acompanhamentos, e sejam muito bem-vindos leitores novos, seus divos! Leitores fantasmas, saibam que eu não mordo, tá? Se quiserem, sintam-se à vontade para comentar, pode ser apenas um "Continua" ou um "Gostei" - se preferirem, favoritem, recomendem, continuem apenas acompanhando, não sei, façam o que quiserem, só me mostrem que estão gostando e que devo continuar!
Obrigada por tudo.
E como eu disse (ou escrevi, sei lá) em outro capítulo: sim, isso vai estar em todos os capítulos porque eu tenho preguiça, flw?