Avada Kedavra escrita por potterstinks


Capítulo 18
[1x17] Jogo, festa & mais sonhos.


Notas iniciais do capítulo

EAAAAE GALERA DE PEÃO, TUDO BEM?
EU TÔ MUITO FELIZ! A fic está com 96 comentários (alguns não dão para ver por motivos que vocês já sabem), 94 acompanhamentos, 20 favoritos, 3 recomendações e... 5.544 acessos! GENTE, EU NÃO TO BEM.
Ok, ok, me exaltei, sorry. Mas enfim...
Desculpem pela demora, sério. Eu ia postar sexta-feira, mas aí eu estava com um bloqueio porque EU NÃO SABIA O QUE FAZER NESSE CAPÍTULO PRA NÃO FICAR MUITO ENTEDIANTE! E ontem eu saí com minha tia e saí de noite depois também, aí ficou difícil. BUT, aqui está o capítulo! E nas notas finais eu vou deixar o resumo da fanfic que eu estou pretendendo escrever. Eu sei, é chato, mas caso aqui tenha alguém que jogue Amor Doce e/ou fique interessado, planejo começar a postar na próxima semana.
Bem, sem mais delongas, boa leitura e espero que gostem!



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Capítulo XVII

Jogo, festa & mais sonhos.

“Cruzou os dedos, fechou os olhos, e pediu para dar certo pelo menos uma vez.”

As quinze para as onze, os dois times – Grifinória e Corvinal, para os esquecidos de plantão – foram para seus respectivos vestiários. Despedi-me dos lufanos e, assim como o resto da escola, comecei a ir para o estádio, sozinha.

O tempo estava completamente diferente do jogo anterior; o dia estava claro, frio e com uma levíssima brisa. A excitação que os alunos sentiam era palpável e lá de cima das arquibancadas, pude ver o estádio começando a lotar, e comecei a entender a admiração que todos sentiam por quadribol. Harry me contou um pouco como era o jogo, porém Fred e Jorge passaram horas e horas contando como era maravilhosa a sensação de jogar.

Alunos conversavam ansiosamente, esperando os jogadores de cada time saírem dos vestiários, esperando o jogo começar. O time da Corvinal entrou no estádio, sendo recebido por muitos aplausos, porém não chegaram perto dos tumultuosos aplausos que o time da Grifinória recebeu assim que saíram do vestiário, alguns segundos depois.

Os times, atrás dos capitães, ficaram frente a frente, e eu pude ver um romance lá em baixo. Harry e Cho? Eca, não shippo.

O capitão da Corvinal e Olívio apertaram as mãos, logo após a ordem da Madame Hooch, e logo o jogo começou. Harryzinho sobrevivente já começou se destacando; sua Firebolt voou mais alto e mais veloz do que qualquer outra, tanto do time adversário quanto do time da Grifinória.

– Foi dado início à partida, e a grande novidade é a Firebolt que Harry Potter está montando pelo time da Grifinória. Segundo a Qual Vassoura, a Firebolt será a montaria escolhida pelos times nacionais para o Campeonato Mundial deste ano... – começou Lino.

– Jordan, você se importa de nos dizer o que está acontecendo no campo? – interrompeu-o McGonagall.

– Certo, professora, eu só estava situando os ouvintes... A Firebolt, aliás, tem um freio automático e...

– Jordan! – ri com isso.

– Ok, Ok, Grifinória tem a posse da goles, Katie Bell da Grifinória está voando em direção à baliza...

Cho seguia Harry muito de perto, sempre cortando sua frente, forçando-o a mudar de direção. Japa, amiga, para que tá feio.

Fred gritou algo para Harry, algo sobre a aceleração dele (?), e então o moreno impulsionou sua Firebolt – é melhor do que falar ‘impulsionou sua vassoura’, não é? – assim que contornaram as balizas da Corvinal, e Cho ficou para trás. E então, uma das artilheiras – acho que Katie Bell – marcou o primeiro gol da partida, e a torcida da Grifinória foi a loucura. Harry mergulhou em direção ao chão – provavelmente havia visto o pomo – e a oriental disparou atrás dele. Harry estava a mais ou menos três metros de distância da bolinha dourada, quando um balaço, arremessado por um dos batedores de Corvinal, foi em sua direção. Ele mudou de direção, quase sendo atingido, e ouviu-se um grande "ooooooh" de desapontamento dos torcedores da Grifinória, mas muitos aplausos dos que torciam pela Corvinal.

Jorge, provavelmente com raiva, lançou outro balaço, diretamente contra o mesmo batedor corvino, que foi forçado a dar uma cambalhota em pleno ar para evitar ser atingido.

– Grifinória lidera por oitenta pontos a zero, e olhe só o desempenho daquela Firebolt! Potter agora está realmente mostrando o que ela é capaz de fazer, vejam como muda de direção! A Comet de Chang simplesmente não é páreo para ela, o balanceamento preciso da Firebolt é visível nesses longos...

– JORDAN! VOCÊ ESTÁ GANHANDO PARA ANUNCIAR A FIREBOLT? VOLTE A IRRADIAR O JOGO!

Se o Lino continuar assim, ele vai apanhar da Profª Minerva.

Corvinal já havia marcado três gols, então, se Cho apanhasse o pomo antes de Harry, Corvinal ganharia a partida, já que Grifinória estava com apenas cinquenta pontos a mais.

Harry, reduzindo a altitude e evitando por um triz um dos artilheiros do outro time, acelerou em direção a baliza da Grifinória; e então, Cho apareceu na sua frente.

– HARRY, ISSO NÃO É HORA PARA CAVALHEIRISMOS! – pudemos ouvir Olívio berrar, quando Harry deu uma guinada para evitar um a colisão. – SE FOR PRECISO, DERRUBE-A DA VASSOURA!

Cho estava sorrindo – vadia, nossa amizade nem existiu, mas já está terminada – e seguia Harry, marcando-o em vez de procurar o pomo. Harry, resolvendo fazer alguma coisa pra tirar a oriental de sua cola, mergulhou outra vez, e Cho acompanhou-o; mas ele logo desfez o mergulho, e ela continuou descendo rapidamente. Harry subiu mais uma vez, rapidamente, e acelerou – provavelmente havia visto o pomo –, enquanto, a muitos metros abaixo, Cho fazia o mesmo.

Mas logo, algo chamou a minha atenção.

Lá embaixo, três dementadores olhavam em direção a Harry. Espera. Como assim? Não teve frio, desmaio, gritos... UÉ. Mas logo Harry gritou “Expecto patronum!” e uma coisa enorma, branco-prateada, irrompeu de sua varinha.

Parei de prestar atenção naquele momento, porque, alguns segundos depois, Harry fechava os dedos sobre uma pequena bolinha dourada, que se debatia em sua mão.

Harry pegou o pomo.

A torcida da Grifinória comemorava tanto, que era provável que algumas pessoas ficassem surdas. Por meio das pessoas, saltei rapidamente para o campo, pulando que nem um macaco quando quer briga (?), e pude ver o time abraçando o Harry fortemente lá em cima.

Desorganizadamente, o time voltara ao campo. Assim como eu, os outros torcedores pularam para dentro do campo, e logo todos o abraçamos fortemente.

– Sim! – berrava Rony, erguendo Harry no ar. – Sim! Sim!

– Grande partida, Harry! – disse Percy, alegremente. – Dez galeões para mim! Preciso procurar Penelope, com licença...

– Isso aê, sobrevivente, estou muito orgulhosa! – gritei, e pude ouvir a risada de Harry.

– Brilhante! – bradou Hagrid.

E então fui até o resto do time, parabenizei eles, e fui praticamente esmagada em um abraço de Fred e Jorge. Pois é, eles me amam.

– Vocês viram aqueles dementadores? – perguntei para os dois, que se entreolharam e gargalharam.

– Olha lá os “dementadores”, Vê. – disseram em uníssono, apontando com a cabeça em direção a lateral do campo, e eu vi uma cena que me fez ter um ataque de riso.

Lutando para conseguirem se despir das vestes negras, longas e com capuzes, estavam Draco Malfoy, Crabbe, Goyle e o capitão do time da Sonserina. Parada ao lado deles, parecendo furiosa, estava McGonagall.

– Um truque indigno! – bradava ela. – Uma tentativa baixa e covarde de sabotar o apanhador de Grifinória! Detenção para todos e menos cinquenta pontos para Sonserina! Vou falar com o Prof. Dumbledore, não se iludam! Ah, aí vem ele agora!

– Prontos para a festa? – indagou Fred, sorrindo.

– Festa? – franzi a testa, confusa.

– É, onde tem música, pessoas felizes, pessoas dançando, pessoas bêbadas... – começou ele.

– Eu sei o que é uma festa. – revirei os olhos. – E, se vai ter uma festa, você, Jorgito, vai me dar uma carona até lá.

– Não sou obrigado. – retrucou, e eu lancei um olhar ameaçador em sua direção. – Tudo bem, eu posso abrir uma exceção. – acrescentou depressa, e Fred riu.

– Que bom que temos um acordo. – pisquei, e ele suspirou, se abaixando bastante um pouco para que eu pudesse subir em seus ombros.

Subi, fazendo questão de dizer “Me carregue, escravo.” assim que já estava em sua cacunda, e Fred brincou:

– Meu irmão foi domado por uma baixinha de 1,60 que tem o nome da Maldição da Morte, que interessante.

– No momento, ela está mais alta do que nós, gêmeo. E eu não fui domado. – disse Jorge.

– Mas normalmente ela é tão baixinha quanto aqueles gnomos que a gente viu no ano passado, gêmeo. E você ainda não foi domado. – comentou Fred, casualmente.

– E se você continuar falando da baixinha de 1,60 como se ela não estivesse aqui, acidentalmente ela pode cortar suas duas cabeças. – sorri inocentemente.

Fred ficou quieto, enquanto seu gêmeo ria baixinho e nos aproximávamos de Harry.

– Vamos, Harry! – disse Jorge. – Festa! Sala Comunal da Grifinória, agora!

– Certo. – respondeu Harry, feliz, e me olhou com um sorrisinho malicioso. O olhei confusa e ele apenas riu, enquanto o restante do time saía do estádio e ia em direção ao castelo. O time e eu, porque eu sou uma batatinha.

A festa durou um bom tempo; o dia inteiro até tarde da noite. Fred e Jorge me arrastaram para Hogsmeade – pela passagem secreta, caso alguém não saiba –, e voltamos com diversas garrafinhas de cerveja amanteigada, abóbora espumante e vários pacotes de doces da Dedosdemel. Eu estava meio tonta, porque provei firewhisky e... Bem, firewhisky é alcóolico.

– Como foi que você fez isso?! – gritou aquela artilheira, Johnson, se eu não me engano, assim que Jorge começou a atirar sapos de menta nos outros.

– Comemos cogumelos que fizeram com que ficássemos no tamanho e formato de uma ervilha, e então saímos rolando pelos corredores. Ninguém percebeu as ervilhas ruivas e a ervilha loira, e então nos disfarçamos de ninjas e fomos até Hogsmeade, compramos tudo isso e viajamos por um portal até Nárnia. Lá nós tomamos chá com Aslam, eu beijei o Caspian X, ele me pediu em casamento, mas eu já estou comprometida com uma cenoura e então entramos em uma meia que nos trouxe até aqui. – respondi, me jogando em uma das poltronas.

Todos me olharam; alguns pareciam segurar o riso e outros pareciam se perguntar se eu tinha alguma doença mental.

– Ela experimentou firewhisky. – explicaram os gêmeos, em um tom que eles acreditaram que eu não iria ouvir.

Olhei para a única pessoa que não estava comemorando: Hermione. Ela estava sentada em um canto, lendo – ou pelo menos tentando ler – um grande livro, Vida Doméstica e Hábitos Sociais dos Trouxas Britânicos. Levantei-me preguiçosamente e caminhei até onde ela estava, sentando-me ao seu lado.

– E aí, gatinha, quer comprar uns bagulhos mágicos? – perguntei, e pude ouvir a risada dela por trás do livro.

– Não, obrigada.

– Topa me chamar de Basilisco e me deixar entrar na sua Câmara Secreta?

Ela gargalhou e repetiu o que disse antes:

– Não, obrigada.

Revirei os olhos.

– Ok, essa sim vai te conquistar... – pigarreei. – Gata, você não é um Dementador, mas eu morreria por um beijo seu!

– Vê, acho que é melhor você ir para cama. – disse ela, não tirando os olhos de seu livro.

– Quer ir comigo? – sorri maliciosamente, e ela bateu com o livro no meu braço. – Ai! Agressiva! – fiz um beicinho, e ela revirou os olhos, tentando esconder um sorriso que insistia em ficar em seus lábios.

Alguns segundos depois, Harry resolveu se unir ao lado negro da força a nós, sentando-se conosco.

– A varinha escolhe o bruxo e a minha escolheu você, seu lindo. – pisquei para o moreno, e ele me olhou com uma cara de riso.

– Acho que é melhor você dormir ou fazer algo para tirar a bebida de seu corpo, Vê. – riu.

– E eu acho que é melhor você calar sua boquinha antes que eu mesma cale... Com um soco.

Harry, resolvendo mudar de assunto, perguntou a Mione:

– Você ao menos foi ao jogo?

– Claro que fui. – respondeu ela. – E estou muito contente que a gente tenha ganhado, e acho que você jogou realmente bem, mas tenho que ler isso aqui até segunda-feira.

– Vamos, Mione, venha comer alguma coisa. – convidou o moreno.

– É, Mimi, vamos comer doces. – sorri.

– Não posso, Harry. Verona. Ainda tenho quatrocentas e vinte e duas páginas para ler. De qualquer modo... – a morena olhou para Rony. – Ele não quer a minha companhia.

E então, Rony fez mais uma babaquice – ele escolheu aquele momento em especial para falar:

– Se Perebas não tivesse sido devorado, ele poderia ter comido uma mosca de chocolate. Ele gostava tanto...

Hermione caiu no choro e, antes que pudéssemos dizer ou fazer algo, ela colocou o enorme livro embaixo do braço e, soluçando, correu para a escada do dormitório feminino, desaparecendo de vista logo em seguida.

– Será que você não podia dar a ela um tempo? – perguntou Harry ao ruivo, enquanto eu fuzilava o segundo com o olhar. Eu tinha certeza que meu olho direito estava piscando loucamente.

– Não. – respondeu Ronald. – Se ela ao menos mostrasse que lamenta, mas jamais vai admitir que errou, a Hermione. Continua a agir como se Perebas tivesse tirado férias ou qualquer coisa do gênero.

Foi então que eu tirei uma das sapatilhas que estavam em meus pés, e joguei com toda a força possível na barriga dele. Todos me olharam, enquanto Rony se encolhia e gemia de dor, e então subi correndo para o dormitório.

Hermione estava deitada na cama, de barriga para baixo, chorando quase tanto quanto eu havia chorado no dia anterior. Sentei ao seu lado na cama, e comecei a acariciar seus cabelos, que eram estranhamente macios.

– Ele é só mais um legume insensível. – ela murmurou; o som saiu abafado pelo fato de ela estar com seu rosto grudado ao travesseiro.

– Um legume insensível que você ama. – acrescentei, e ela levantou sua cabeça no exato momento, sentando na cama e me olhando com seus olhos, que estavam vermelhos e inchados, arregalados.

– C-Como... É... Não... – se enrolou.

– Tudo bem, Mimi. Assim como estar tudo bem amar um legume insensível que não sabe que você o ama e te vê apenas como uma irmãzinha mais nova estranha e doente mental. – sorri docemente.

– Hã... Está tudo bem, Vê? – perguntou ela, secando suas lágrimas, assim que percebeu que eu olhava para um ponto fixo na parede. – E cadê o outro pé da sua sapatilha?

– Putz! Eu esqueci lá embaixo. – dei um tapa em minha testa. – Já volto!

Levantei-me da cama e corri até a porta, mas tropecei em meus próprios pés e acabei caindo de nariz no chão assim que cheguei perto da mesma.

– Eu ‘tô’ bem! – exclamei, e ouvi a risada de Hermione.

– Vê, eu acho que é melhor você dormir um pouco. – ela disse, me ajudando a levantar. – Vai tomar um banho frio pra ver se passa o efeito da bebida. – me empurrou para dentro do banheiro e fechou a porta em seguida, e pude ouvi-la murmurando algo como “como esses irresponsáveis deixaram uma menina de 13 anos beber algo alcóolico?”.

Após ter tomado um banho rápido, me sequei e vesti um pijama que Mione havia separado. Eu não me sentia tão tonta quanto antes, mas estava me sentindo extremamente cansada.

– Eu sou uma péssima amiga, não sou? – falei assim que sai do banheiro, indo até minha cama e deitando-me na mesma, me cobrindo em seguida.

– Claro que não! Por que acha isso? – Hermione indagou.

– Você estava precisando de mim e eu estava bêbada e nonsense. – encolhi os ombros. – Desculpa.

– Você me fez rir quando a minha maior vontade era de chorar até inundar o dormitório. Nós estávamos brigadas e, mesmo assim, você veio me consolar... Você é a melhor amiga do mundo. – sorri ao ouvir isso.

– Eu sei. Mas você também é, Mimi. – bocejei. – Boa noitinha.

Ela riu:

– Boa noitinha, Vê. – e apagou as luzes.

Acho que eu realmente estava com sono porque, assim que fechei meus olhos, dormi quase que instantaneamente.

Eu estava em um quarto. Estava de noite, e o quarto escuro era iluminado apenas pela lua cheia que brilhava no céu, junto com a infinidade de estrelas que lá havia. Deitada em uma cama, pude sentir um braço em minha cintura, me apertando junto ao corpo de seu dono, e uma respiração calma em meu pescoço.

Foi quando eu ouvi um grito no quarto ao lado, e, instintivamente, peguei a minha varinha que estava na cabeceira ao lado da cama e liguei o abajur do quarto. Era como se eu não tivesse o controle do meu corpo, sabe? Eu seguia meus instintos. O homem ao meu lado, que pude perceber que era ruivo e tinha uma expressão de sono e confusão em seu rosto, me olhou.

– Isso veio do quarto do trio, não? – indagou, preocupado, e eu assenti freneticamente.

– Você fica aqui, ok? – me levantei.

Ele rolou os olhos.

– Vê, eu sou o homem, eu que vou.

– E ele é meu filho, eu tenho uma varinha na minha mão e sou filha do Lord das Trevas, Jorgito. Eu que vou. – revirei os olhos, saindo do quarto.

Praticamente corri até o quarto ao lado, que tinha uma plaquinha na porta escrita “Cedrico, Aaron & Arthur Weasley” e entrei. O quarto era infantil, obviamente, e sua decoração era composta por móveis amarelos e pretos, contendo algumas bandeiras da Lufa-Lufa. Haviam três camas, e em duas delas os donos estavam dormindo, já na outra...

Na cama do canto, a mais perto da janela, havia um garotinho acordado; ele parecia assustado. Todas as três crianças tinham o mesmo tamanho, os mesmos cabelos ruivos e, assim que cheguei mais perto do menino acordado, pude ver que ele possuía olhos iguais aos meus, no mesmo tom de verde.

– O que aconteceu, Ced? – questionei, me agachando ao lado de sua cama e acariciando seus cabelos.

– Eu... Eu tive um pesadelo, mama. – respondeu ele, com a voz fraca. – Eu não queria acordar vocês...

– Tudo bem, querido. – sorri carinhosamente em sua direção. – Agora me dê um espaço na cama, vou deitar com você.

Ele sorriu - um sorriso adorável, devo acrescentar - e foi mais para o lado, me dando espaço para sentar com ele, o que eu fiz. Peguei o pequeno corpo do garotinho e o sentei no meu colo, fazendo com que ele ficasse de frente para mim.

– Quer falar sobre o que você sonhou? Pode ajudar. – beijei sua testa, e o olhei, encorajando-o.

– Eu acho que foi sobre a morte do...

E então, eu ouvi um grito (“AAAAAAAAAAAIIIIIIIIIII! NAAAAAAAAÃO!”).

Abri os olhos, assustada, olhando para os lados, e pude ver que as meninas acordaram também. Nós quatro nos entreolhamos, assustadas, e colocamos nossos robes, em meio de bocejos.

Descemos as escadas, indo até a sala comunal, que estava sendo iluminada pelo brilho das chamas na lareira. Os garotos do dormitório de Harry e Rony, assim como os dois, estavam lá:

– Você tem certeza de que não estava dormindo, Rony? – indagava Harry.

– Estou dizendo que vi Black! – respondeu Ronald.

Alguns garotos também estavam descendo, perguntando:

– Que barulheira é essa?

– A Profª. McGonagall nos mandou para a cama! – disse Parvati, bocejando.

– Que ótimo, vamos continuar? – perguntou Fred animadamente.

– Todos de volta para cima! – mandou Percy, que prendia o distintivo de monitor-chefe em seu pijama enquanto falava.

– Percy... Sirius Black! – disse Ronald com a voz fraca. – No nosso dormitório! Com uma faca! Me acordou!

A sala comunal ficou silenciosa repentinamente. Admito, eu estava pensando mais no sonho estranho do que no fato de Black possivelmente ter ido ao dormitório do Harry. E, por que diabos Black iria atrás de Rony? Eu hein.

– Que bobagem! – exclamou Percy. – Você comeu demais, Rony... Teve um pesadelo...

– Estou lhe dizendo...

– Agora, francamente, já é demais!

A Profª Minerva entrou na sala comunal, batendo o retrato ao entrar, e olhou furiosa para todos nós, enquanto eu estava ocupada demais bocejando.

– Estou encantada que Grifinória tenha ganho a partida, mas isto está ficando ridículo! Percy, eu esperava mais de você! – exclamou ela.

– Com certeza eu não autorizei isso, professora! – defendeu-se Percy, indignado. – Estava justamente dizendo a todos para voltarem para a cama! Meu irmão Rony teve um pesadelo...

– NÃO FOI UM PESADELO! – gritou Rony. – PROFESSORA, EU ACORDEI E SIRIUS BLACK ESTAVA PARADO AO MEU LADO SEGURANDO UMA FACA!

A professora o encarou, com as sobrancelhas erguidas:

– Não seja ridículo, Weasley, como seria possível ele passar pelo buraco do retrato?

– Pergunte a ele! – respondeu Rony apontando um de seus dedos para o retrato de Sir Cadogan. – Pergunte se ele viu...

Com um olhar desconfiado na direção de Rony, McGonagall empurrou o retrato e saiu. Todos nós ficamos em silêncio, tentando ouvir o que eles diziam:

– Sir Cadogan, o senhor acabou de deixar um homem entrar na Torre da Grifinória?

– Certamente, minha boa senhora! – respondeu o cavaleiro.

– O senhor... O senhor deixou? Mas... E a senha?

– Ele sabia! – respondeu Sir Cadogan orgulhosamente. – Tinha as senhas da semana inteira, minha senhora! Leu-as em um pedacinho de papel!

A professora voltou para dentro e encarou os alunos, estranhamente pálida.

– Quem foi – começou ela, com a voz trêmula –, quem foi a criatura abissalmente tola que anotou as senhas desta semana e as largou por aí?

A sala ficou em silêncio, e então Neville, tremendo da cabeça aos pés, ergueu a mão.


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Notas finais do capítulo

MUITO obrigada por todos os comentários, favoritos, recomendações, acompanhamentos, e sejam muito bem-vindos leitores novos, seus divos! Leitores fantasmas, saibam que eu não mordo, tá? Se quiserem, sintam-se à vontade para comentar, pode ser apenas um "Continua" ou um "Gostei" - se preferirem, favoritem, recomendem, continuem apenas acompanhando, não sei, façam o que quiserem, só me mostrem que estão gostando e que devo continuar!
Obrigada por tudo.
Beijos, um grande abraço e até logo!
Sim, isso vai estar em todos os capítulos porque eu tenho preguiça, flw?
AAAAH, E O RESUMO (com 500 e poucas palavras) TÁ AQUI, PRA QUEM TIVER INTERESSE:
"A homossexualidade hoje em dia é bem aceita pela sociedade? Mais ou menos. Atualmente, muitos de nós já nos acostumamos e até achamos normal – o que de fato é – duas pessoas do mesmo sexo demonstrando o amor que sentem uma pela outra em público. No entanto, muitos dizem que homossexuais estão destinados ao inferno e que são uma vergonha, que desrespeitam a “família tradicional” – que é composta por um homem e uma mulher.
Homossexuais muitas vezes sofrem preconceitos e coisas deste tipo, mas e os transexuais? Se, para você, ver dois homens – ou duas mulheres – se beijando é algo grotesco, qual seria a sua reação ao descobrir que existem pessoas que não se consideram sendo do sexo com o qual nasceram e quererem viver e serem aceitas como o sexo oposto? Você acharia algo nojento? Imagine uma mulher presa no corpo de um homem; se fosse você no lugar dela, você também não gostaria de viver como uma mulher de verdade?
Foi assim que Karen se sentiu sua vida toda. Antigamente, seu nome não era Karen nem nada parecido. Karen nasceu e cresceu como Bradley Jensen, porém nunca escondeu suas tendências femininas. Teve diversos amigos e amigas durante sua vida, porém apenas um deles permaneceu com ela quando ela descobriu sua transexualidade, após uma visita obrigatória a um psicólogo.
Veja bem, seu pai, Clark, era um homem religioso e machista, que não aceitava nem mesmo a homossexualidade dos outros, assim como não aceitava o fato de seu filho ser “feminino” e não ser o pegador como ele o criou para ser.
Esse foi o fator que causou a separação dos seus pais, já que a sua mãe, Olivia, aceitaria todas as escolhas do filho que ela tanto amava. Clark foi embora, para a sua outra família – a família de sua amante.
O melhor amigo de Brad, Lysandre, foi o único que realmente aceitou a transexualidade do amigo, e aquilo foi o que fortaleceu mais ainda os grandes laços de amizade que ambos tinham.
No aniversário de 17 anos de Brad, sua mãe lhe deu uma casa; ele então se mudou de Paris, cidade onde nasceu e viveu praticamente sua vida toda, e passou a morar em Richmond, Virgínia. Foi a chance de uma nova vida para Brad, que passou a se chamar Karen e começou também a usar hormônios femininos e anti andrógenos.
Agora, com 21 anos e após completar a sua primeira faculdade, que fora a de Psicologia, Karen então resolve voltar para Paris, para passar mais tempo com sua mãe e poder voltar a falar com Lysandre, que iniciara sua faculdade de Música. Resolvendo então se graduar em outro assunto de sua área que também era extremamente interessante para ela, Karen entra na mesma universidade do amigo, porém em outra área: a de Sexologia.
Porém, no grupo de amigos de Lysandre, do qual ela faz parte agora, há um rapaz que a fascina desde o momento em que ela o viu. Ele é um garoto quieto, irmão de um garoto de cabelos azuis que acabou se tornando grande amigo de Karen, e está sempre mais focado em seu game no que no que em qualquer outra coisa. Ela nunca falou com ele sozinha, porém, após uma conversa com uma amiga, Rosalya, Karen resolve tentar.
Ela cria uma conta em um site no qual o rapaz, chamado Armin, posta bastante, e ambos acabam se tornando extremamente próximos. Na vida real, o garoto não faz ideia que a garota tímida, bela e desajeitada que faz parte do mesmo grupinho que ele é a garota pela qual ele se apaixonou.
Na internet, podemos ser quem quisermos. Mas uma hora ou outra, teremos que revelar quem nós realmente somos.
E não há nada que aterrorize Karen mais do que isso."