Avada Kedavra escrita por potterstinks


Capítulo 17
[1x16] O que aconteceu 3 anos atrás.


Notas iniciais do capítulo

Ér... Olá, pessoal.
Me perdoem, por favor. Sei que foi a maior mancada eu não ter postado esses dias, e me perdoem por isso, mas é que aconteceram algumas coisas e eu não pude postar. Vou tentar postar quando der, ok? Sem um dia específico, mas pelo menos uma vez por semana.
Espero que gostem do capítulo - que ficou pequeno, sorry!
Boa leitura, pudins.

[TW: estupro {ocorrido antes da história, não-explícito.}]



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/546641/chapter/17

Capítulo XVI

O que aconteceu 3 anos atrás.

“I am damaged at best, like you’ve already figured out.”

— É um pouco estranho ele estar assim por causa do Perebas. – disse Jorge, enquanto eu e os gêmeos observávamos Rony.

— Eu ficaria assim se eu nunca mais pudesse comer pudim. – comentei, e eles riram baixinho.

Bem, parecia que a amizade de Rony e Hermione havia acabado de vez; Rony estava mais do que irritado com a morena, porque a garota não levou a sério todas as vezes em que Bichento tentou devorar Perebas, enquanto, por sua vez, Hermione insistia que o ruivo não tinha prova alguma de que o gato havia devorado Perebas, e que o garoto apenas odiava o gato e queria colocar a culpa nele.

Dessa vez, até eu tenho que admitir que o Bichento é o UnSub, quer dizer, o assassino – assistir Criminal Minds dá nisso. Quando Harry e eu conversamos com ela sobre o assunto, ela brigou com nós dois; e agora eu dou ‘bom dia’ para ela e tento puxar assunto, e ela sempre dá uma desculpa para ir embora – só porque eu acredito que o gato dela tenha matado o rato de Rony não quer dizer que precisamos ficar brigadas, poxa.

E agora, estávamos tentando fazer Rony sair dessa depressão eterna em que ele se encontra:

— Vamos, Rony, você vivia dizendo que Perebas era chato. – disse Fred. – E seu rato estava doente havia séculos, estava definhando. Provavelmente foi melhor para ele morrer depressa, de uma engolida, provavelmente nem sofreu.

— Fred! – exclamou Gina, repreendendo o irmão.

— Ele só fazia comer e dormir, Rony, você mesmo dizia. – comentou Jorge.

— Ele mordeu Goyle para nos defender uma vez! – disse Rony, triste. – Lembra, Harry?

— É, é verdade. – confirmou o moreno.

— Foi o ponto alto da vida dele. – falei, sem conseguir ficar séria. – Que a cicatriz no dedo do gorila seja uma homenagem eterna a memória de Perebas. Ah, Rony, sai dessa. Que adianta ficar se lamentando? Vai comer alguma coisa, sei lá.

Porém, quem ganhou o prêmio de animador do ano (?), foi... Harry James Testa-Rachada Potter! O moreno ofereceu a Rony um voo com a Firebolt, depois que o time de quadribol da Grifinória treinasse, no último treino antes da partida com a Corvinal. E então, os dois se foram, assim como o resto do time, pelo buraco do retrato.

— Vê, eu posso te perguntar uma coisa? – Gina perguntou, se sentando ao meu lado e me olhando, após passarmos um tempo sem falar nada.

— Claro.

— Er… Quem era aquele homem em quem o bicho-papão se transformou? – indagou curiosamente.

— Ele-Como você sabe disso? – a fitei, nervosa.

— Er… Eu ouvi o trio de ouro conversando. – admitiu, envergonhada. – Quem era ele?

— Alguém. – respondi.

— Isso eu sei, gênio. – revirou os olhos. – O que ele fez?

— Algo. Vou ver o treino, depois a gente se fala. – dei uma desculpa e me levantei da poltrona, saindo da Sala Comunal em seguida, deixando uma Gina extremamente curiosa para trás.

Pude ver Madame Hooch e Rony na arquibancada, porém fiquei mais distante deles. O time parecia estar indo muito bem, sério; os jogadores realizavam movimentos impecáveis, e eu tinha certeza absoluta de que a Grifinória com certeza iria vencer a Corvinal. #Sorrynotsorry , Cho.

Enquanto todos os outros jogadores iam para os vestiários, pude ver Harry ir de encontro a Rony, porém não prestei muita atenção nos dois. Fiquei esperando perto dos vestiários certa pessoa com quem eu precisava conversar urgentemente, enquanto fitava meus próprios pés. Se eu não falar com ele hoje, é capaz de eu nunca mais conseguir, e eu preciso disso.

— Ora, ora, ora, o que temos aqui? – ouvi duas vozes conhecidas e olhei para cima, vendo dois ruivos idênticos me olhando curiosamente. O resto do time saía aos poucos, enquanto conversavam entre si.

— Posso sequestrar Jorge por um tempinho, Fred? – questionei.

— Claro, cunhadinha, mas usem proteção. – sorriu maliciosamente e eu revirei os olhos.

— Tá, ruivo, vou me lembrar disso. Valeu. – agradeci, puxando a mão de Jorge, que parecia estar confuso e, ao mesmo tempo, tão curioso quando Gina estava, em direção ao castelo.

— O que foi, Vê? – perguntou, enquanto subíamos o segundo lance de escadas.

— Lembra aquilo que eu te contei? Do bicho-papão? – ele assentiu. – Eu preciso contar pra alguém, Jorgito. Não aguento mais. Só que... Por favor, não se afasta de mim. – pedi, com a voz fraca.

Ele passou um de seus braços pelos meus ombros, me abraçando de lado, e sussurrou:

— Eu estou aqui, tudo bem? Sempre vou estar. Não importa o que aconteceu, Vê, passado é passado. – e depositou um beijo em minha testa, me fazendo dar um pequeno e fraco sorriso.

Chegamos a Sala Precisa, que estava decorada igual a última vez, e entramos; Jorge praticamente se atirou na cama, me fazendo rir, e eu fiz o mesmo. Ambos estávamos deitados lado a lado, em silêncio, quando eu comecei a falar:

— Eu tinha acabado de completar 10 anos na época. Era a primeira vez que uma família queria me adotar e, como você pode imaginar, eu não podia estar mais feliz. O homem, Norman, tinha uma empresa que era famosa no mundo trouxa, enquanto a mulher, Donna, era uma estilista. Eles tinham uma boa condição financeira e poderiam cuidar perfeitamente de uma criança de 10 anos, e então, foi decidido: eles seriam minha nova família. – sorri amargamente, enquanto lembranças invadiam minha mente e Jorge me olhava, me encorajando a continuar. – Eu me sentia em casa, sabe? E foi assim por alguns meses. Eu já morava com eles há um tempo e já tinha uma grande confiança nos dois. Eles eram como minha família de verdade. – suspirei. – Era de noite e eu estava nervosa, porque eu ouvia os gritos de Donna e Norman no andar de baixo. O casamento deles estava em crise, e toda noite eu conseguia ouvir as discussões e brigas entre os dois. Na minha frente, eles fingiam estar na mais perfeita harmonia, mas depois, quando eles pensavam que eu já estava dormindo... Eu ouvia o choro dela, enquanto ele gritava sobre algo que eu não conseguia compreender. E então, parou. Os soluços, os gritos. A casa, ou melhor, mansão, ficou silenciosa. Eu ouvi Donna entrar em seu quarto e bater a porta em seguida, e Norman entrou no meu quarto. Ele se sentou na cama, enquanto eu fingia estar dormindo, e colocou sua mão em minha perna. – uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto, e eu a sequei rapidamente. – Ele disse: “desculpe por ter que escutar isso, pequena” e ficou em silêncio. Eu não falei nada, então ele continuou: “saiba que eu realmente amo você, filha”.

Essa era a parte mais difícil de falar, mas eu precisava ir até o final...

— Vê, você não precisa continuar se não quiser. – Jorge falou, parecendo preocupado.

— Eu não quero, Jorge, mas eu preciso. – inspirei profundamente, antes de continuar. – E então, ele... E-Ele começou a descer a calça do pijama que eu estava usando. Eu nunca havia visto o corpo de alguém antes e estava tão assustada... Eu não tive coragem de pedir para ele parar e não fiz nada; não gritei, não chorei, apenas queria que ele acabasse logo com aquilo. – as lágrimas começaram a escorrer livremente pelo meu rosto, e eu senti Jorge me abraçar fortemente, apoiando minha cabeça em seu peito. – E, nos dias seguintes, foi como se nada disso houvesse acontecido. Agíamos como normalmente, e eu estava feliz por ele não ter tentado nada, mas estava com medo de aquilo acontecer novamente...

— Por que você não o denunciou ou foi embora? – me interrompeu Jorge, parecendo irritado.

— Porque eles eram a minha família, não? Eles me amavam. – encolhi os ombros. – Já haviam se passado alguns meses; o relacionamento deles parecia ter voltado ao normal, Donna não desconfiou de nada e Norman era como o pai que eu nunca tive. Eu já estava começando a esquecer... E então, aconteceu de novo. Mas ele não fez o mesmo do que a outra vez. Ele... E-Ele usou coisas em mim, Jorge. Ele desligou todas as luzes, e foi então que eu comecei a ter medo de escuro. Ele me algemou na cama, e usou tantos ‘instrumentos’... Falou tantas coisas... Falou que eu havia pedido por aquilo e que tudo era minha culpa, mas que me amava. Aquilo foi mesmo minha culpa, não foi? – ri sem humor. – Eu só sabia gritar e pedir para ele parar, mas ele era um sádico, a minha dor apenas alimentava o prazer dele. E aquela não foi a última vez; quando Donna começou a desconfiar de algo e perguntou a Norman se havia algo de errado, na manhã seguinte ele sumiu, assim como todas as suas coisas. Ele foi embora, e eu fui devolvida ao orfanato. Muitas vezes eu prefiro fingir que nada daquilo aconteceu, mas eu não consigo. Eu deveria ter denunciado ele, eu deveria ter tentado fugir... Mas eu não consegui. Eu simplesmente não consegui, assim como não consegui parar de reviver aquelas cenas durante o sono. Alguns dias depois da minha volta ao orfanato, eu completei 11 anos, e não era a mesma de antes. Eu estava mais fechada, mais triste. Muitas vezes Madame Scarlet me perguntou se algo estava errado, e eu negava. Eu não tive coragem o suficiente para denunciar ele e agora eu te pergunto, Jorge: por que diabos eu estou na Grifinória?

Assim que eu terminei de falar, eu já estava chorando incontrolavelmente. Jorge estava calado, parecendo chocado demais para falar, e apenas ficou ali, me abraçando fortemente enquanto eu chorava como um bebê, abraçando-o.

— Você está na Grifinória porque você é corajosa, e porque é a essa casa que o seu coraçãozinho pertence. – ele começou a falar repentinamente. – Nunca, nunca se culpe pelo o que aconteceu. Como poderia ser sua culpa? Você estava com medo de que ele pudesse fazer algo, e, após tudo o que você passou, eu ficaria com medo também. Mas agora, você tem a nós. Você tem a mim. – murmurou a última parte. – Nós sempre estaremos aqui quando você precisar, Vê. E quando ficar escuro, seja metafórica ou literalmente, é só me chamar. Quando a sua única vontade for de chorar e se trancar no quarto, me chame, e eu vou fazer o possível e até o impossível só para te fazer sorrir. Quando a sua mente fizer você se lembrar destes momentos, me chame, e eu juro por tudo o que é mais sagrado que eu irei fazer tudo o que estiver e não estiver ao meu alcance só para fazer com que você saiba que você não está sozinha... Nós estamos aqui por você, eu estou aqui por você.

Assim que ele terminou de falar, eu chorava ainda mais do que antes.

— Obrigada. – sussurrei.

Ele levantou meu rosto, secando as lágrimas que insistiam em cair, e depositou um delicado beijo em minha testa. Desvencilhei-me de seu abraço, sentando-me ao seu lado na cama.

— You're not alone, together we stand; I'll be by your side, you know I'll take your hand. – ouvi Jorge cantarolar e o olhei. Meus lábios se curvaram em um sorriso divertido:

— Avril Lavigne? Sério? – ri, e ele encolheu os ombros, rindo também.

— Sim, sério. E eu só cantei para te ver sorrir, mal agradecida. – mostrou a língua, fazendo um beicinho em seguida.

— Ai que ruivo mais sensível. – ri, abraçando-o novamente.

Parecia que um peso havia acabado de ser tirado de meus ombros, e eu estava feliz por Jorge não ter me olhado com aquele olhar de pena que eu tinha certeza que muitos iriam olhar caso descobrissem. É por isso que eu amo esse ruivo.

Como uma “irmãzinha”, é claro.

Eu e Jorge fomos para a Torre da Grifinória mais ou menos uma hora depois. Já estava tarde, e assim que chegamos, recebemos muitos olhares maliciosos, coisa que eu não entendi.

Mentira, entendi sim.

Pude ver que Hermione me olhava, parecendo curiosa mas com um brilho de arrependimento em seu olhar – isso mesmo, amiga, pode se arrepender, agora você não vai saber os detalhes da minha super sessão de choro amasso com Jorgito.

Na manhã seguinte, eu, junto de Harry, Rony e os outros garotos do dormitório deles, descemos para tomar café da manhã, com a ilustre presença de:

Alternativa A: Hermione.

Alternativa B: Vassoura do Harry (insira risinhos aqui).

Alternativa C: Marie Fredriksson, cantora da banda Roxette.

Se você selecionou a alternativa C, sinto em lhe informar, mas você errou. Sim, nós fomos tomar café da manhã com a vassoura do Harry, e sim, essa frase ficou muito estranha. Eu tenho apenas uma questão, uma simples e única questão: por que diabos esses meninos veneram tanto a vassoura do Harry? Eles são gays?

Quando entramos no Salão Principal, todos olharam para a vassoura – ai meu Merlin, que tarados – e começaram a comentar excitadamente entre si, enquanto os sonserinos tinham uma expressão de assombro em seus rostos.

— Você viu a cara dele? – questionou Rony risonho, olhando para Draco. – Ele nem consegue acreditar! Genial!

— Ponha ela aqui, Harry. – sugeriu Olívio, ajeitando a Firebolt no meio da mesa.

— Que patético. – murmurei, tomando cuidado para que eles não ouvissem, e fui comer.

Os alunos da Corvinal e Lufa-Lufa não demoraram em ir olhá-la; Ced se aproximou para parabenizar Harry, me abraçou – o que também atraiu sorrisinhos maliciosos, credo –, Cassie, Nate e Kate foram olhar a Firebolt e me deram abraços também – ai meu Merlinzinho, como eu amo abraços – e a namorada de Percy, que eu não sei o nome e é da Corvinal, perguntou se podia segurar a vassoura. Isso soa tão errado.

— Ora, ora, Penelope, nada de sabotagem! – disse Percy cordialmente. Que namorado simpático. – Penelope e eu fizemos uma aposta. – contou ele. – Dez galeões no vencedor da partida!

A garota, que era estranhamente bonita, devolveu a vassoura ao seu lugar, agradeceu a Harry e voltou para sua mesa. Eu me sentei a mesa da Grifinória, comendo um doce e maravilhoso pudim, e fiquei observando o pessoal.

— Harry, não deixe de ganhar. – ouvi Percy dizer. – Eu não tenho dez galeões. Estou indo, Penny! – e saiu correndo, me fazendo gargalhar.

— Tem certeza que você sabe montar nessa vassoura, Potter? – falou uma voz arrastada e fria, e seu dono também é conhecido como... Draco Oxigenado Malfoy! O garoto foi dar uma espiada, seguido por Crabbe e Goyle.

— Acho que sim. – disse Harry.

— Tem muitas características especiais, não é? Pena que não venha com um paraquedas, para o caso de você chegar muito perto de um dementador. – revirei os olhos, enquanto os dois gorilas deram risadinhas.

— Pena que você não possa acrescentar braços na sua, Draco. – retrucou Harry. – Assim ela poderia apanhar o pomo para você.

FATALITY! WOOOOOOOW!

Fui possuída (?) por uma crise de risos, enquanto os jogadores do time da Grifínória gargalhavam. E então o oxigenado, tão repentinamente quanto se veio, se foi.

— Eu vou falar com o povão amarelo, depois falo com vocês, gafanhotos. – falei, assim que acabei de comer, e caminhei até a mesa dos lufanos.

Do nosso ‘grupo’, apenas Cedrico estava de costas para mim; quando vi que Nate ia avisar que eu estava indo até lá, fiz sinal para que ele ficasse calado, e assim ele fez.

Quando eu já estava não muito longe dos quatro, sorri de lado, e pulei nas costas de Ced, que tomou um susto, quase caindo do banco, e começou a rir, assim como todos que viram a cena. Ele segurou minhas pernas, colocando-as em volta de sua cintura e comentou casualmente:

— É bem interessante ter alguém pendurado nas minhas costas enquanto eu tomo café da manhã, realmente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

MUITO obrigada por todos os comentários, favoritos, recomendações, acompanhamentos, e sejam muito bem-vindos leitores novos! Leitores fantasmas, saibam que eu não mordo, tá? Se quiserem, sintam-se à vontade para comentar, pode ser apenas um "Continua" ou um "Gostei" - se preferirem, favoritem, recomendem, continuem apenas acompanhando, não sei, façam o que quiserem, só me mostrem que estão gostando e que devo continuar!
Obrigada por tudo.
Beijos, um grande abraço e até logo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Avada Kedavra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.