Teous! escrita por Mariez, Mariesz


Capítulo 4
Capítulo 3- Eu não acredito!


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo para dois shippers ^^



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Olhei pela janela para confirmar minha hipótese, mas nem precisei, no mesmo momento, dezenas de cacos de vidro e mais não-sei-mais-o-quê partiram em minha direção. Eles explodiram a parede do meu quarto.

Três módulos. Dois deles com 100 alunos e o outro com 150. Três quadras, cada uma com seis prédios, sendo três prédios de cada lado. Adivinha qual parede os eixo-nortistas vieram destruir? Incrível.

Eu, como uma corajosa aluna e bruxa da EMM fui me esconder, é claro. Se eu morresse a culpa seria toda da minha mãe que me deixou a vida toda sem conhecer nenhum feitiço.

De repente, uma invasão boa. Os monitores chegaram no meu quarto e começaram a batalhar ali mesmo, chegaram no meu quarto e começaram a batalhar, sem se importar com a aluna que ainda nem teve um primeiro dia na escola que poderia ser atingida por qualquer um dos lados.

Agora aqui estou eu, cada vez mais escondida atrás do armário (que provavelmente foi a única coisa que sobrou nesse quarto depois que explodiram a minha parede), esperando a autorização de um monitor pra poder sair do quarto durante o ataque. Se eu quiser ser expulsa do mundo bruxo, eu posso sair correndo daqui nesse momento pra qualquer lugar.

Que tipo de pessoa criaria uma regra como essa?

–Larissa! – Que legal, o monitor sabe o meu nome. Eu já vi ele hoje, foi ele que levou os meninos pra pegar a chave dos quartos.- Vem comigo, você não pode ficar aqui!

Acho que isso eu já tinha percebido, mas melhor não falar nada, vai que ele desiste de me levar.

Quando eu estou prestes a sair de trás do armário, escuto um feitiço e uma luz roxa passa a centímetros do meu rosto, atingindo o monitor, que caiu no chão.

Ele não está se mexendo, e pelo jeito nem vai.

Eles mataram o monitor?

Eles estão indo embora.

Será que morreu mais alguém no castelo? Será que eles vieram matar só aquele monitor? Como eles entraram?

Porque está tudo ficando escuro?

Acordei na Enfermaria da escola, que eu nem sabia que existia. Abri os olhos devagar e olhei para a janela. Vi a silhueta de alguém encostado no parapeito da janela, olhando os jardins da escola.

Tossi pra ver se a pessoa se virava e ela virou. Com o escuro, demorei para reconhecer Ryan, que sentou e uma cadeira ao lado da cama e fez um sinal de paz e amor pra mim, como sempre.

O relógio enorme da Enfermaria da escola marcava três e meia da manhã. Olhei em volta: não estava muito cheio, consegui reconhecer a monitora que levou a gente até o Grande Círculo ontem e mais dois outros que participaram da batalha no meu quarto. Mais ao longe, uma mulher que parecia mais velha, provavelmente uma professora.

–Ryan, você está sabendo que é meio proibido sair do quarto á essa hora, principalmente depois de um ataque, né?

–Não é só meio proibido, é completamente.

– E por que você veio?

–Eu vim ver se você tinha deixado o videogame pra mim no testamento, mas pelo jeito você não morreu.

Ele se fingiu de triste e eu ri baixinho, e ele me acompanhou, rindo com covinhas.

–Nunca tinha percebido que você era um cemitério!

–Que?

–Você tem covinhas, cara.

Ficou tudo quieto, a brisa fria entrava pela janela, os galhos das árvores nos jardins batiam e faziam um barulhinho calmo. Depois de um bom tempo, mais ou menos uns dez minutos, Ryan começou a se segurar pra rir baixinho.

–Tá rindo de quê?

–Agora que eu entendi, eu sou um cemitério!

Quando eu estava pronta para falar como ele era lerdo, a porta fez um barulho e Ryan foi se esconder em algum lugar.

O diretor e a mulher que nos entregou as chaves entraram se dirigindo a cama onde a mulher estava.

–Os médicos do Hospital de Cerejeira já vão chegar.

–O encantamento foi tão forte assim?

–Pelo meu conhecimento como antigo professor de Proteção Pessoal, posso dizer que foi um encantamento muito potente. Professora Marília é muito forte, já sobreviveu a muitos ataques bem piores que esse, mas a escola não tem como mantê-la aqui.

–Espero que ela fique bem. - Eu percebi um pouco de falsidade na frase, com certeza foi uma coisa que o diretor Antônio também não deixou escapar.

–Senhorita Larissa! Vejo que já acordou! Você me parece muito bem- Ele sorriu- Não que seja de costume da escola liberar alunos ás três e quarenta e sete da manhã, mas vou abrir uma exceção. Você e o Ryan podem voltar para seus dormitórios.

–E a minha parede?

–Ah, sim. No caso, você pode passar o que lhe resta da noite no quarto de Melody, sua cama estará lá. Os outros alunos já foram informados que as aulas não começaram de manhã, amanhã. Começarão à tarde.

–Muito obrigada!

Eu e Ryan saímos e começamos a rir no meio do corredor, pelo diretor ter nos descoberto.

–Já vou!- Gritou Melody de dentro do quarto- Espero que seja realmente importante, porque são quatro da manhã!

–Se você quiser eu volto depois!- Disse, quando ela abriu a porta.

–Ah, é você! Entra aí e dorme feliz, eu já fiquei sabendo de tudo, agora eu estou cansada, com licença.

–Valeu.

–Acooordaaa! A gente tá perdendo o café da manhã!

Não me arrumei, eu tinha dormido de uniforme mesmo. Penteei o cabelo de qualquer jeito: precisava sair logo pra Melody parar de gritar no meu ouvido.

Sentei com a Melody e a Sammy, não estava a fim de passar mais tempo perto da chá Mahti. Ryan chegou um pouco depois da gente e antes que eu pudesse avisar pra ele passar longe do veneno daquela menina, ela gritou pra ele:

–Ryan, senta aqui com a gente!- Apontando para a mesa que ela dividia com Vinícius.

Eu não acredito que ela quer roubar o meu melhor amigo! E o pior é que ele foi. Pelo jeito a conversa estava bem divertida, porque eles não paravam de rir. Nem senti o gosto da minha salada de frutas com iogurte, só de observar o Ryan falando com ela mesmo tendo ouvido o que ela me falou. Super amigo, parabéns.

Tocou o sinal e resolvi seguir as meninas, que conversavam animadamente enquanto eu só concordava com a cabeça.

Aula de Criaturas Mágicas, uma das aulas menos esperadas do ano, já que todos os alunos tinham expectativa para matérias como Desaparecimento e Invisibilidade ou Estudo Lunar.

No campo de Criaturas Mágicas, os alunos sentaram no chão para esperar a aula que já deveria ter começado.

Cinco minutos. Dez. Quinze. O diretor apareceu.

– A professora Marília foi ferida durante o ataque ontem a noite, então trago más notícias, ou boas, dependendo do ponto de vista: essa aula será livre!

Várias comemorações acompanhadas do barulho dos passos pela grama foram ouvidos no exato momento em que ele terminou a frase. Eu tinha chegado na frente, logo, foi uma das últimas na hora de sair. Olhei para trás, antes de todos saírem: não vi Ryan. Nem Mahti. O que será que eles...?

Não vou me meter na vida do Ryan, deixa ele. Mas eu avisei.

Comecei a andar sem rumo pelos jardins, enquanto Sammy e Melody estavam em algum lugar por aí.

Cheguei no corredor embaixo do castelo, e ouvi duas vozes, que reconheci na hora: Ryan e Mahti. Não dava pra entender o que eles falavam. Poderia ser muito suspeito eu aparecer por ali, mas fingi que estava casualmente passando, o que não era completamente mentira.

Eu estava passando na frente deles, Mahti falava bem baixinho. Quando eu estava abrindo a boca pra dizer um “oi” educadamente, foi que aconteceu.

Não sei quem puxou quem, mas uma coisa eu sei:

Eles se beijaram.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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