Teous! escrita por Mariez, Mariesz


Capítulo 31
14 de agosto


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem por ter sumido, mas Teous voltou SIM, e infelizmente já está na reta final. Acompanhem mais um capítulo.



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Eu esperava que fosse mais estranho acordar no dia seguinte e falar com Vinícius sabendo que tínhamos dormido na mesma cama, mas mal tivemos tempo de sentir vergonha sobre isso.

Porque quando acordei eu não estava mais na cama e nem ele. A diferença é que ele estava me chacoalhando, tentando me acordar, enquanto eu tinha acabado de dar de cara no chão.

—Que foi, garoto? Precisa me jogar no chão?

—Você caiu porque você quis, eu estava aqui tentando te acordar pra te falar uma coisa importante, mas parecia que você tinha morrido!

—Ah, é claro, quem não gosta de se jogar logo de manhã?— Vinícius apenas revirou os olhos diante da minha ironia, mas eu não me importei. —Tá, o que você quer me falar?

—Marília conseguiu falar comigo por sonho também, sobre a próxima Coroa!

—E o que ela disse?— Eu consegui formar essa frase, resistindo ao impulso de responder “Ah, que legal, parabéns” e voltar a dormir.

—A conexão estava ruim, mas eu pude ouvir algo sobre o Palácio da Presidência Mágica e tive a impressão de ouvir umas três vezes sobre o número sete. — Ele despejou as informações rápido de mais e eu demorei pra absorver. Afinal, eu tinha acabado de acordar!

—Talvez esteja no sétimo andar.

—Pelo que eu ouço falar só existem seis andares, esse é o problema.

—Isso é o que eles querem que você pense. Muita gente já desconfia que Carlo Meijia é um eixo-nortista, não seria muito bom se soubessem que existe uma coisa de Vera no Palácio da Presidência Mágica.

—Precisamos resolver isso agora!

—Ah, não se empolga! A gente acabou de destruir uma Coroa, adicionando o detalhe que a gente quase morreu, e agora vamos aproveitar pra destruir uma por dia e deixar bem na cara que estamos sendo ajudados!

—Nós devíamos aproveitar essa oportunidade e destruir mais uma Coroa, já que são só três. Assim poderíamos passar nosso tempo pensando na próxima. A última pode demorar meses para ser descoberta, que dirá destruída. E nós mal sabemos o que vai acontecer depois que tudo isso acabar.

Se tudo isso acabar. Não acha que está tudo fácil de mais? Não me lembro quanto tempo faz desde que saímos mas com certeza não é muito. E o meu conceito de fácil não é só quando ninguém morre. Fácil pode significar perigoso também. Você ao menos viu Marília no sonho? Ela pode estar sequestrada numa hora dessas e foi obrigada a nos dar informações falsas.

—E nós não vamos descobrir se não formos até lá.

— Vamos esperar uma semana, até lá Vera vai ter se cansado de esperar e vai pensar que estamos longe. E aí atacamos.

Assim, uma semana depois começamos apenas a investigar. Observar a construção enorme apenas de longe, procurando evidências de entrada os saída de eixo-nortistas. Depois de quatro dias em que tudo passava tão rápido, eu quase estranhei a falta de movimento durante aquela semana. Sabendo que já era onze de agosto eu senti como se o ano tivesse passado mais rápido do que deveria, já que faltavam apenas três dias para o meu aniversário. Era tão estranho pensar sobre isso. Eu não sentia a felicidade de sempre por mal ter tempo de me conformar que estaria fazendo quatorze anos. Ou que ainda estava viva.

No dia seguinte, que planejávamos finalmente entrar no Palácio e procurar pelo sétimo andar, Vinícius mal podia levantar da cama. Mesmo sem ter feito esforço ou qualquer coisa do tipo, ele estava com febre.

Por mais que eu conhecesse poções que pudessem curá-lo sem prejuízos, ele só estaria bem dali a dois dias. O que significava que só poderíamos começar nossa busca pela próxima Coroa no dia do meu aniversário. Uma chance ótima que eu tinha de comemorar uma vitória ou de morrer.

(...)

14 de agosto.

Eu estava tentando me conformar que era só um dia comum, mas não conseguia.

14 de agosto.

Vinícius acordou bem naquela manhã e comemos um pouco antes de sair. Tomei o cuidado de esconder o colar da SSC sob minha camiseta. Desmontamos a barraca e desfizemos os feitiços. Eu me sentia com medo. Já tinha destruído uma Coroa, mas eu não sabia que estava indo até ela. Mas dessa vez parecia que eu estava indo de encontro a minha morte.

14 de agosto.

Preciso parar de guardar essa data desse jeito.

Entramos pela porta da frente, como turistas normais (já que a entrada no primeiro andar era permitida) e demos uma volta por ali. Observamos o local. As estátuas de antigas presidentes mágicos, todas as pessoas que trabalhavam por ali, usando cartões que eram o único modo de abrir os elevadores, e os guias turísticos com vários bruxos que vinham de outros pontos de Cerejeira ou de cidades Comuns pelo Brasil.

—Existem duas saídas nesse andar. —Vinícius disse, observando um grande mapa do térreo da construção, que levava as palavras “Você está aqui!” em vermelho, sobre o desenho da vista aérea do local. —A primeira é a própria porta de entrada e a segunda é a saída de emergência ao lado do elevador. Se conseguirmos atrair os turistas para a saída de emergência e nos misturarmos na multidão, talvez possamos entrar no elevador.

—Mas vamos precisar de um daqueles cartões de acesso. E não tem jeito de pegar sem ser roubando.

—Se nós roubarmos no meio da multidão talvez pareça um acidente. Olhe a parte de trás desse negócio que eles usam no pescoço. É de encaixar, provavelmente para que ninguém se enforque sem querer. Mas como vamos atrair todas essas pessoas?

—O mapa fala sobre algum alarme de emergência? Quando soar as portas de emergência vão se abrir e todos vão se dirigir até lá e nós apenas seguimos o fluxo, puxamos um cartão e entramos no elevador. — Sussurrei, esperando que a combinação entre falar baixo e o barulho dos turistas fizesse com que eu não fosse ouvida.

—Aqui não tem nada sobre isso, mas se olharmos em volta talvez encontremos com nossos próprios olhos. Vamos tentar seguir algum grupo de turistas.

—... do mais velho presidente do Brasil mágico, Norberto Nortista I, que teve como filho Norberto II, que fundou tudo o que hoje é o eixo-nortismo.— O homem explicava sobre a primeira estátua. Atrás dela, um pequeno espaço com um quadrado vermelho era visto.

—Acho que encontrei alguma coisa— Sussurrei á Vinícius—, não deixe que olhem para aquele lado, vou tentar soar o alarme.

O máximo que ele conseguiu foi se jogar no chão fingindo que tinha tropeçado. “Esse menino é realmente um gênio”, pensei, com ironia. Mas aproveitei o tempo que tinha para lançar um feitiço de fogo ilusório para não deixar na cara que foi tudo de propósito e finalmente quebrei o vidro e escutei o barulho incessante ecoar pelo local.

14 de agosto.

Eu toquei o alarme e corri para a multidão.


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Notas finais do capítulo

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