Você Me Tem escrita por Hanna Martins


Capítulo 2
A cor do pecado é laranja


Notas iniciais do capítulo

Preciso dizer o quanto fiquei feliz com os comentários de vocês? Pois eu fiquei e muito. Por isso, resolvi postar este capítulo correndo. Muito obrigada a todos que comentaram, favoritaram a fic. Vocês nem imaginam o quanto isso me deixou animada para continuar com esta fic.



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Peeta apagou a ponta do cigarro com o pé. Precisava parar de fumar, pelo menos, enquanto estivesse perto dela. As outras garotas acham sexy ele fumar, mas ela não. Ela não era como as outras garotas. Definitivamente, Katniss Everdeen era diferente de qualquer outra garota.

Lá estava ela, lendo, sentada na sombra de uma árvore no pátio do colégio.

O pátio de Panem era enorme, parecia mais um pequeno parque, cheio árvores e uma grama sempre verde que cobria de maneira homogênea o chão. Os estudantes costumavam se sentar na grama, enquanto tomavam sol, para falarem sobre o caso do professor de matemática com a secretária, ou sobre quem havia dispensado quem, ou como o vestido de Johanna na última festa não deixava espaço para nenhuma imaginação. 

Panem possuía um ar antigo, os prédios eram velhos, a arquitetura lembrava os castelos medievais. Era um colégio bem grande e tradicional. Os alunos provinham de famílias muito ricas. Apenas a nata da alta sociedade estudava em Panem.

Katniss estava concentrada no livro. Peeta reteve a tentação de ir falar com ela. Não seria bom para seu plano, se ele fosse visto com a Everdeen frequentemente em Panem, quando estava tentando conquistar Delly.

Delly Cartwright não era uma menina feia, pelo contrário, era muito bonita, com seus longos cachos dourados e grandes olhos azuis. Simpática com todos, sorridente. Uma garota agradável. No entanto, Peeta não compreendia como Gale fora tolo o suficiente a ponto de trocar Katniss Everdeen por Delly. Katniss era Katniss. Bonita, inteligente (estava entre os cinco melhores alunos da classe), podia ser um pouco durona, mas isso a tornava ainda mais atraente. Katniss sempre o intrigou, ele podia ter a garota que quisesse, bastava lançar seu melhor sorriso, seu olhar sedutor e pronto, a garota era sua, porém, ela nunca se deixou seduzir por ele. Isso o irritava, o provocava, como ele não podia ter Katniss Everdeen em sua cama se já tivera as garotas mais interessantes de Panem?

Aquilo era uma questão de honra, teria Katniss Everdeen, custasse o que custasse. Levar Delly para a cama, não era nenhum esforço. A garota possuía belas curvas, seria muito interessante provar de Delly Cartwright.

— Ei, Peeta! — chamou Cato. — Pensei que estava se agarrando por aí com alguma garota.

Peeta sorriu de modo travesso para o amigo. Ele conhecia Cato desde sempre. Os dois haviam crescido juntos, eram companheiros de festas. Cato era o capitão do time de futebol. Uma máquina de músculos, que adorava se gabar de suas conquistas. Cato era um tanto impulsivo, sempre agia mais pelo momento do que pela razão. Peeta gostava dele.

— Quem é seu alvo? — questionou Cato.

Peeta apenas sorriu de modo enigmático.

— Ah, qual é Peeta? Eu te conheço! Você só pode estar pensando em garotas. Quem? — insistiu. — Glimmer? — olhou para a garota loura de corpo magnifico, que estava sentada na grama, conversando com um grupo de meninas.

— Glimmer? Não... Ela não está em meus pensamentos agora.

— Mas, nos meus, sim! — disse Cato.

— Pensei que estava investindo na Clove... — olhou para a garota morena que estava no mesmo grupo de Glimmer.

— Nunca desistirei de Clove. Mas enquanto não tenho Clove... pertenço a todas — soltou uma gargalhada.

Peeta deu tapinhas nos ombros de Cato e se afastou. Já estava na hora da aula de latim.

Delly também fazia a disciplina de latim. Isso era ótimo. Estava na hora de colocar seu plano em ação, quando mais cedo começasse, mais cedo teria Katniss Everdeen.

Ao entrar na sala, notou que o lugar perto de Delly, uma das primeiras carteiras, estava vago. A sorte estava a seu favor. 

Sentou-se perto de Delly.

— Espero que não se importe, se eu me sentar aqui — disse, com um sorriso encantador no rosto. Ele sabia como ninguém ser um garoto gentil e educado.

— É claro que não! — falou Delly com seu habitual sorriso.

— Estou tendo muito trabalho com a terceira declinação... — era uma mentira, ele era ótimo em latim. Porém, isso despertaria os instintos humanitários dela. — Resolvi sentar aqui na frente, acho que assim vou prestar mais atenção na aula e ver se aprendo alguma coisa — falou com uma expressão desolada. Como era bom em atuar!

— Se você quiser minha ajuda, pode pedir — prontificou-se Delly. Ela realmente parecia preocupada com seu pobre colega que não conseguia aprender a terceira declinação. Isso era ótimo para seu plano.

— Obrigado, Delly! Eu estou realmente em apuros por causa disso! — lançou mais um de seus sorrisos que derretiam o coração de qualquer mulher.

Delly pegou seu caderno e foi ajudar Peeta com a matéria. Ele fingia que escutava a explicação, enquanto mentalmente calculava qual seria o próximo passo. Não podia assustar a garota. Ela devia saber sobre sua fama de conquistador, ficaria desconfiada se, de uma hora para outra, ele começasse a demonstrar interesse por ela. Não. Precisava ir com calma. A vitória, o doce gosto da vitória, seria ainda melhor.

Após as aulas, foi para a casa. Recusou o convite para sair com Glimmer e companhia. Queria dar o relato de seu progresso para Katniss. Talvez, ela lhe desse alguma recompensa. Sorriu.

Sentiu-se feliz por Katniss morar a poucos passos de sua casa, quando entrou em sua casa. A empregada disse que ela estava no quarto. Peeta com um sorriso encantador, falou que ela não precisava se incomodar em chamar Katniss, ele mesmo faria isso. Realmente, adorava esse seu poder persuasivo e o sabia usar muito bem.

Encontrou Katniss deitada no divã, lendo. Ela estava bem tentadora com um short jeans, que deixava boa parte de suas coxas nuas, e com a blusa de alcinhas, dotada de um belo decote. Sorriu ao verificar que a cor da blusa era laranja. Ela estava o provocando com aquela história da cor laranja, primeiro o vestido, agora a blusa. Até parecia que ela sabia que ele iria visitá-la.

— Você está querendo me testar? — falou, caminhando em sua direção.

Katniss não retirou os olhos da página do livro. Nem ao menos demonstrou qualquer sinal de pertubação no semblante. 

— Talvez... ou apenas te dando um incentivo para você fazer seu trabalho direito... — disse, virando a página do livro calmamente.

Peeta se sentou no divã, perto dela.

— Hum... Sartre — falou, lendo o nome do autor na capa do livro. — Não sabia que se interessava pelo existencialismo.

— E eu, que você sabe quem é Sartre! — rebateu.

Peeta riu.

— Não me tome por ignorante, Katniss — sorriu, brincando com uma mecha do cabelo dela. — Há muitas coisas que você ficaria surpresa em descobrir se me conhecesse direito...

Katniss fechou o livro.

— Como? — o encarou.

— Sou muito bom em várias coisas... Tenho certeza que você adoraria descobrir...

Ela sorriu quase perversamente.

— Isso depende de você — passou a mão suavemente por seu bíceps.

— Devo lhe informar que o plano está saindo muito bem, se continuar assim, terei você em minha cama, mais rápido do que imagina — pegou a mão de Katniss que acariciava seu bíceps e lhe plantou um demorado beijo.

— Você fala demais! — disse Katniss, retirando sua mão da dele. — Espero que não siga o ditado, “cão que ladra não morde”.

— Quer provar? — ele aproximou os lábios dos de Katniss.

Ela sorriu provocante e abocanhou seus lábios. Era um beijo selvagem. Peeta colocou a mão na coxa de Katniss e a apertou. Ela mordeu seu lábio inferior e o fez se deitar no divã. Colocou-se em cima dele. Beijou seu pescoço, ou melhor, mordeu. Peeta soltou um gemido. Ela praticamente arrancou sua camiseta. Os lábios de Katniss desceram de maneira frenética por seu peitoral.

Ela se livrou de sua blusa. Ficando apenas de sutiã. Belo sutiã, muito tentador, laranja, assim como a blusa. Ela realmente estava lhe tentando com sua cor predileta. Laranja era, definitivamente, a cor do pecado.

No entanto, ele não se importava tanto com a cor do sutiã e sim com que estava dentro. Levou sua mão até os seios dela e os acariciou. Não eram grandes, eram pequenos, perfeitos. Apertou com delicadeza o seio direito. Ela lhe deu outro beijo, ainda mais selvagem. Sua mão deslizou pelas costas de Katniss, tentado encontrar o fecho do sutiã. Ele era especialista em abrir fechos de sutiãs. Peeta não conseguia se conter mais. Katniss afastou-se dos lábios dele. Um sorriso travesso surgiu em sua face. Saiu de cima dele rapidamente, antes que ele pudesse impedi-la.

— Vai me deixar assim? — protestou.

Ela olhou para suas calças, ou melhor, para o volume que havia se formado ali.

— Tome um banho frio! — riu. Ela estava adorando o provocar.

— Isso não vai resolver o meu problema — apontou para as calças.

— Você vai ter que se contentar com o banho frio por hoje — mordeu os lábios. Como isso era provocante!

— Você está querendo levar minha sanidade embora! Isso não se faz!

Katniss riu e se aproximou dele. Segurou seu queixo. Beijou rapidamente seus lábios e o olhou com um sorriso diabólico. Terrivelmente perturbador, principalmente para alguém que estava na situação dele.  

— Apenas vença nossa aposta!

Katniss se afastou e foi em direção ao banheiro. Deixando um Peeta completamente perdido. Ele estava, urgentemente, precisando ganhar aquela aposta. Ela ainda o iria deixar maluco.

Olhou para o volume em suas calças. Estava latejando.

— Ah, Katniss Everdeen! — murmurou. Tentou pensar em outras coisas que não fossem a garota que estava no banheiro a poucos passos dele. Pensar em coelhinhos era uma boa ideia, concluiu.

Katniss surgiu do banheiro depois de meia hora. Os cabelos estavam molhados e pingavam no chão. Uma visão bem tentadora, porém, estava prevenido, não cairia mais em seus truques por aquele dia.

— Vem na festa de Cato, hoje, comigo? — perguntou.

— Isso me parece uma ideia interessante — falou Katniss, se sentando na cama, enquanto secava os cabelos.

Peeta a olhou, esperando por uma resposta. Ele sabia que Katniss amava festas.

— Então?

— Aceito seu convite! — levantou-se da cama.

Peeta sorriu.

— Venho te buscar daqui a... meia hora — disse, olhando para seu relógio Cartier, sua marca predileta de relógios.

— Ok — disse, enquanto ia até a janela.

Como combinado, Peeta apareceu depois de meia hora na casa de Katniss. Ela o esperava na sala. Usava um vestido verde que caía como uma luva sobre o seu corpo. O vestido possuía um grande decote nas costas. Os cabelos estavam presos em uma trança que caia pelas costas nuas.

— Vamos? — falou após Peeta entrar na sala.

— Vamos — respondeu, dando o braço para que ela se apoiasse.

— Sendo cavalheiro? — sorriu.

— Já disse, você tem muita coisa para descobrir ao me respeito! — falou de maneira galante. — Você vai se surpreender... 

Katniss riu, mas aceitou seu braço.

Os dois foram para a “pequena festinha” de Cato. Quando Cato falava de uma “festinha”, claramente, estava usando eufemismo. Ele não convidara muitos alunos de Panem, a maioria era universitários (Cato conhecia muitos). Seus pais eram professores universitários, e ele sempre frequentava o campus da universidade da cidade devido a isso.

Cato veio lhes receber.

— Katniss? — disse um pouco surpreso, olhando para ela e depois para Peeta. Cato sempre soube que Katniss era a única garota que rejeitara Peeta um dia.

— Espero que não se importe! — falou Katniss, pegando o copo de tequila das mãos de Cato.

— É claro que não, a casa é sua!

— Obrigada! — disse, tomando um gole da bebida.

Ela olhou para Peeta.

— Vou dar uma voltinha por aí...

— Como quiser! — disse, sorrindo.

Katniss se afastou dos dois. Peeta logo a perdeu de vista.

— Então, pegando Katniss Everdeen? — falou Cato, dando uma gargalhada.

Peeta o olhou, porém nada respondeu, apenas deu alguns tapinhas nas costas do amigo. Cato estaria certo, daqui a alguns dias, ele realmente estaria pegando Katniss Everdeen por um mês inteirinho.

— Como você conseguiu? Ela sempre te rejeitou! Quase tinha certeza que você seria um dos últimos homens da face da terra que ela pegaria!

Peeta lançou um olhar reprovador para Cato. Ele precisava bater nesta tecla?

— Glimmer! — gritou ao ver a bela loura passando, ou melhor, desfilando.

— Peeta! Cato!

Glimmer veio saltitante até eles, e deu um abraço bem apertado em cada um deles.

— Clove estava te procurando, Cato! — disse Glimmer.

— Lamento, mas tenho que deixar vocês — falou de uma maneira divertida. —O dever me chama!

Peeta e Glimmer riram.

— Ele ainda está nessa de conquistar a Clove? — perguntou, tomando um gole de seu drink.

— Pode apostar nisso! — confirmou Peeta.

— Mas e você, bonitão, que milagre é este? Por que está aqui sozinho?

Peeta riu, enquanto se servia de uma bebida.

— Quem disse que estou sozinho?

— É o que parece. Sabe ver Peeta Mellark assim, solitário, é um pouco inverossímil? — Glimmer falou, enquanto brincava com seu colar de pérolas.

Glimmer estava irresistível naquele vestido vermelho com um grande decote que destacava seus grandes seios, redondos e macios. Glimmer era uma verdadeira tentação com seu corpo de modelo, que parecia ter saído da capa de uma revista. Seus lábios eram carnudos, perfeitos para um beijo selvagem. Em outros tempos, ele a teria levado imediatamente para a cama. Mas agora... agora era diferente. Por mais que Glimmer fosse atraente, ele desejava era provar outros lábios...

Precisava vencer logo aquela aposta. Só assim teria Katniss Everdeen em sua cama e a tiraria de uma vez por todas da cabeça.

Percorreu a sala da casa de Cato com o olhar. Estava cheia de pessoas. Várias garotas não tiravam os olhos dele, adorava universitárias. No entanto, seus olhos se detiveram em um único ponto.

Katniss sorria, enquanto conversava com um cara alto, com um porte atlético. Pele bronzeada, cabelos cor de bronze, do tipo que tiraria o fôlego de muitas garotas. Quem era aquele cara? Deveria ser algum universitário. Parecia ser mais velho, cerca de uns dezenove ou vinte anos.

A verdade é que ele não se interessava nenhum um pouco pela identidade do cara misterioso, mas pelo fato de Katniss e ele parecerem muito amigáveis. Era melhor que aquilo se detivesse em apenas uma amizade.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Odiaram? Quem será o cara misterioso com quem a Katniss estava conversando? Aposto que vocês já sabem! Será que Peeta vai conseguir resolver um certo probleminha e parar de tomar banho frio? rsrsrsrsrs. Katniss adora o provocar, desse jeito vai deixar o Peeta maluquinho, pobre Peeta...