Você Me Tem escrita por Hanna Martins


Capítulo 1
A aposta


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por darem uma chance para fic, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/545250/chapter/1

— Então, aceita ou não aceita? — disse para o belo rapaz louro que estava sentado na mesa de escritório.

— O que ganharei em troca? — falou, tragando o cigarro.

Ela se aproximou e pegou o cigarro de sua boca, e o apagou no cinzeiro.

— Você deveria parar de fumar, isso ainda vai te matar... Peeta.

Ele sorriu, um sorriso extremamente sexy. Passou as mãos de maneira provocante pelos belos cabelos dourados.

— As garotas acham isso sexy, Katniss.

— Eu não sou como as outras garotas, e não acho isso nem um pouco sexy! Além disso, detesto o cheiro de cigarro — sorriu.

— Ok, nada de cigarros então, quando estiver em sua presença. Satisfeita?

Katniss sorriu com sua pequena vitória. Caminhou até a janela da biblioteca. Estavam na casa de Peeta. Os dois eram vizinhos, desde... desde sempre. Katniss não conseguia se lembrar de uma época em que não conhecia Peeta. Os dois tinham a mesma idade, dezessete anos. Estudavam na mesma escola, eram vizinhos. Porém, isso não significava que eram amigos.

Peeta Mellark, belo, de uma beleza que nunca passava despercebida. Dono de um belo par de olhos azuis, corpo perfeito, rosto que deixaria qualquer modelo com inveja. Peeta era a combinação perfeita. E para completar o pacote, ele era extremamente sexy e charmoso. Nenhuma garota conseguia resistir a Peeta Mellark, e ele sabia disso. Não era a toa que quase a metade das garotas de Panem, o colégio em que estudavam, havia passado pelos lençóis da cama de Peeta.

Ela o achava um arrogante, e detestava seu sorrisinho cínico. Porém, não podia negar que Peeta Mellark era extremamente belo. Ele seria perfeito para seus planos, poderia o usar muito bem.

Katniss voltou-se para Peeta e o analisou. Ela sabia o que ele queria. Se este era o preço a ser pago, até que seria barato. Peeta poderia ser um babaca, mas ainda assim continuava belo. Além disso, ouvira muitas conversas das garotas elogiando os dotes do rapaz. E, precisava admitir, sentia certa curiosidade em saber se era verdade.

— Um mês — falou laconicamente.

— Um mês? — Peeta arqueou uma das sobrancelhas.

— Você me terá por um mês.

Peeta sorriu maliciosamente. Ela tinha acertado. Ele era um colecionador de conquistas, queria ir para a cama com todas as garotas. No entanto, ela era a única que nunca havia se deixado levar por ele, nem por sua beleza, nem por sua conversa. Era um desafio para Peeta, e ele adorava desafios.

— Mas se não conseguir... — sorriu. — Fico com seu belo porsche!

— Meu porsche?

Ah, o porsche de Peeta, era seu queridinho, presente de seu pai. Os pais de Peeta eram bilionários. A senhora Mellark era uma estilista famosa, sua marca era desejada por mulheres do mundo inteiro. O senhor Mellark era dono de uma multinacional. Os dois nunca ficavam em casa, o pai de Peeta estava sempre viajando, visitando as filiais de sua multinacional, já a mãe vivia mais nos desfiles da Europa do que em qualquer outro lugar. E Peeta, bem, ele tinha a casa todinha para si. Uma bela casa diga-se.

Com uma casa só para ele, era óbvio que iria aproveitar isso. E como aproveitava. Todos em Panem conheciam as famosas festas de Peeta Mellark, e ansiavam por um convite.

— Aceita ou não aceita? — ela o encarava, de uma maneira provocante.

Peeta caminhou até ela. Apoiou a mão direita no vidro da janela, ficando apenas alguns centímetros longe de Katniss. Com o dedo indicador, fez uma suave carícia no pescoço dela. Ele se inclinou. Peeta era alto, enquanto Katniss era baixa. Aproximou lentamente seus lábios dos dela. No entanto, ela virou o rosto.

Ele riu. Porém, não mudou a posição.

— Primeiro a resposta! Está com medo de perder seu porsche? Não tem confiança? — provocou.

Ele não respondeu. Katniss olhou para ele.

— Aceito — falou após alguns segundos.

— Temos um trato, então! — disse, sorrindo.

— Terei você durante um mês — ele sussurrou em seu ouvido.

— Só se você cumprir sua parte em nosso acordo! — continuou a provocar, acariciando seu rosto.

— Isso é muito fácil! — riu. — É melhor você não voltar atrás!

Katniss apenas o encarou. Ele aproximou seus lábios dos dela. Desta vez, ela não recuou, recebeu-os. Com delicadeza, uma delicadeza que ela nunca imaginara encontrar nele, ele entreabriu seus lábios com a ponta da língua. Invadiu sua boca lentamente, explorando cada pedaço. Sugou seu lábio inferior com a pressão exata, nem de mais, nem de menos. Seu beijo era realmente muito bom, apesar do gosto de tabaco e de álcool.

A mão de Peeta desceu até suas pernas. Ela ainda estava com o uniforme de Panem, uma saia de pregas preta, e uma camisa branca, com um casaco também negro. A mão dele subiu um pouco a saia e apertou sua coxa. Ela levou as mãos até os belos cabelos dourados dele e os puxou com força. Ele soltou um leve gemido, quase imperceptível. Desceu a mão esquerda até o bíceps dele, e vagarosamente o explorou.

Katniss afastou os lábios de Peeta. Ele já tivera seu pequeno incentivo.

Ele tentou recuperar seus lábios. Porém, ela deteve sua boca com a mão, impedindo-o de se aproximar.

— Você me terá por um mês inteirinho — acariciou seus lábios com o polegar. — Mas, primeiro, cumpra a sua parte. Caso você não consiga, terei seu porsche — afastou a mão dos lábios dele.

Ele riu. Ela se afastou dele. Foi até a porta da biblioteca.

— Você precisa levar Delly Cartwright para a cama, não se esqueça! — avisou, enquanto saía da biblioteca.

— Levarei! — gritou Peeta.

Katniss continuou andando, mas em seu rosto havia um pequeno sorriso, um tanto quanto maquiavélico.

Ah, Gale! Ele pagaria muito caro por seu comportamento.

Gale Hawthorne era seu ex-namorado. Ainda lembrava-se muito bem das palavras que ele lhe dissera quando terminou com ela:

“Katniss, foi bom estarmos juntos, me diverti muito com você... Mas você sabe que meninas como você... não são para namorar, preciso de uma garota como Delly Cartwright, inocente, pura...”

Garotas como ela? O que ele quisera dizer com aquilo? Ela não era uma garota certinha, inocente, pura, como Gale dissera, gostava de se divertir, viver intensamente tudo. Adorava a adrenalina correndo em suas veias. Sim, ela não era como a recatada Delly Cartwright. Mas, que mal havia nisto? Uma das coisas que mais detestava é que garotos como Peeta Mellark, eram elogiados por sua atitude provocante, enquanto ela seria totalmente recriminada. O mundo era injusto. Ela apenas queria aproveitar o dia, se divertir.

Delly Cartwright era gentil, delicada, estava sempre sorrindo para tudo e para todos. Possuía uma voz suave, sempre falava em um tom baixo, praticamente sussurrando. Era a queridinha dos professores, sempre tão prestativa, era a primeira a se oferecer para ajudar, quando havia qualquer evento no colégio. Era a líder do grupo de eventos de caridade de Panem. Katniss nunca teve nada contra Delly, aliás, nunca nem prestara atenção na garota direito. As duas não frequentavam os mesmos círculos de amigos. No entanto, agora, ela precisava provar para Gale que ele estava errado, completamente errado, não existia garotinhas inocentes. Ela queria ver a humilhação de Gale, queria dar uma gargalha em sua cara, queria que ele pagasse por cada uma daquelas palavras desprezíveis.

Mas, a pior parte, é que chegou a gostar de Gale de verdade. Katniss Everdeen nunca se envolvia com um garoto plenamente. Ela se divertia com eles, porém, nunca deixava ninguém nem chegar perto de seu coração. E Gale... fora o que estivera mais perto deste feito. Por isso, ela o odiava ainda mais.

Peeta Mellark era o cara perfeito para o trabalho. Ele possuía uma lábia ótima, era extremamente sedutor, se gabava de levar qualquer mulher para cama (somente ela, Katniss, ele não conseguira). Se o preço era dormir com Peeta Mellark, ela pagaria. Até que não seria um preço alto. Aquele beijo ainda estava em seus lábios. Ele era, definitivamente, um bom beijador. Se ele podia fazer isso com um simples beijo, o que ele poderia fazer mais?

A casa de Katniss ficava ao lado da casa dos Mellark. Eles moravam em um condomínio luxuoso. Ela apenas precisou dar alguns passos e já estava em casa.

A casa estava silenciosa. Sua mãe não deveria ter chegado. Ela era uma médica, sócia de um grande hospital. Vivia mais no hospital do que em casa. Katniss sempre soube do desejo da mãe que ela herdasse o negócio da família. Só havia um pequeno problema, ela nunca mostrava interesse algum pela medicina, pelo contrário não suportava ver sangue, e praticamente fugia quando via alguém doente. Sentiu-se muito aliviada, quando sua pequena irmã, Prim, começou a se interessar pela medicina. Prim, sim, nascera para isso.

Prim não herdara apenas a semelhança física de sua mãe, mas também seu amor pela profissão. Prim era como uma cópia exata da senhora Everdeen, cabelos louros, olhos azuis. Enquanto Katniss, era o oposto delas, herdara mais coisas do pai, seus cabelos eram negros, e seus olhos eram acinzentados, exatamente iguais aos do pai.

Seu pai morrera, quando ela tinha onze anos. Sentia muito sua falta, talvez porque ele fosse uma das únicas pessoas que a compreendia. Aliás, a única. 

Katniss pegou celular e ligou para Johanna.

— Alô! — gritou Johanna do outro lado da linha. Era possível ouvir uma música alta e agitada no fundo.

— Onde você está?

— Na festa de Thresh. Por que você não está aqui?

— Acabei me esquecendo!

— Venha logo para cá! — disse Johanna.

— Estou indo.

Katniss trocou seu uniforme, por um belo vestido laranja.

Os pais de Thresh possuíam uma linda e imensa mansão. Thresh sempre fazia festinhas, quando eles estavam ausentes.

O jardim estava cheio de pessoas que bebiam, fumavam e se pegavam, algumas delas faziam tudo ao mesmo tempo. Katniss notou um casal bem apressadinho, que deveriam não ter encontrado nenhum quarto vago na mansão, e com pressa decidiram pelo jardim. Isso era muito comum.

— Katniss!

Ela se virou para a garota que gritava. Rue, a bela Rue. Era uma das garotas mais desejadas de Panem. Também pudera, herdara todos os atributos de sua mãe, uma modelo bem famosa. Rue nem lembrava aquela garotinha baixinha, mais baixa que ela, quando a conhecera aos doze anos. Agora Rue era uma garota alta, bem mais alta do Katniss (que pouco crescera), que se destacava onde estava.

Rue aproximou e lhe entregou um copo de uma mistura de bebidas que ela não conseguiu identificar.

— Especialidade de meu primo Thresh! — disse Rue, sorrindo.

Katniss enviou a mistura garganta abaixo. Aquilo era bom.

— Johanna! — Rue chamou.

Johanna Mason se aproximou. Ela possuía uma aparência delicada. Quem a visse pela primeira vez, acreditaria que se tratasse de uma frágil garota. Porém, isso estava bem longe da verdade.

— Até que enfim, Katniss! — disse Johanna. — Pensei que perderia esta festa!

— Vocês me conhecem, sabem que eu não perderia esta festa por nada! — riu.

Rue, Johanna e Katniss se conheciam desde os onze anos. As três eram presença garantida em todas as festas.

Katniss foi para a pista de dança improvisada no meio do jardim. Mas, antes pegou um copo daquela bebida que Rue havia lhe dado. Ela deixou que a música invadisse todos os seus poros, que a controlasse totalmente. Bebeu vários copos da bebida, enquanto dançava livremente na pista.

Foi despertada pelo toque de Peeta. Ele começou a dançar ao seu lado.

— Sabia que laranja é a minha cor favorita? — sussurrou em seu ouvido.

— Então, é melhor você vencer a nossa pequena aposta — sorriu maliciosamente, passando os braços pelo pescoço de Peeta. — Assim você poderá provar desta laranja aqui... — sussurrou.

Se Peeta Mellark era um mestre na arte da conquista, ela não ficava nenhum um pouco atrás.

Peeta apertou seu corpo contra o dela, e deslizou a mão pela sua cintura.

— Eu sempre venço uma aposta! — roçou os lábios no pescoço dela.

— Hum... você não está cheirando a cigarro agora! — apertou os braços em volta do pescoço de Peeta. — Agora tem um cheiro agradável — descansou a cabeça no peito dele. Estava um pouco tonta.

— Quer que eu te leve para a casa? — indagou Peeta.

Ela balançou a cabeça, sem se mover de sua posição.

Peeta a pegou em seu colo.

— Eu posso caminhar, sabia? — protestou.

— Eu sei... mas gosto de te levar assim! — respondeu, piscando o olho direito de forma sexy.

Katniss riu e se aninhou em seu peito.

Peeta a levou até o carro e pediu para o motorista os levar para a casa. Ela acabou adormecendo no caminho, quase instantaneamente. 

— Acorde! — murmurou em seu ouvido. — Chegamos.

Katniss abriu os olhos. Notou que estava sozinha no carro com Peeta. Ele havia dispensado o motorista.

— Você é um verdadeiro jogador! — disse.

Ele riu.

— Talvez... gosto de levar garotas para a cama — acariciou sua coxa levemente.

— Então, vai cuidar de Delly direitinho... Eu não estava enganada, você pode ser um babaca, mas sabe jogar o jogo da conquista como ninguém. Conquiste Delly e você me terá!

Ela pulou em seu colo, pegou seu rosto e lhe aplicou um beijo quente em seus lábios, tirando completamente o fôlego de Peeta. Deu uma pequena mordida em seu lábio inferior, provocando um pequeno gemido em Peeta.

— Você precisa vencer esta aposta para me ter! — disse, afastando os lábios dos dele.

Porém, antes de soltar o rosto de Peeta lhe aplicou ainda um pequeno selinho.

— Eu te terei! — garantiu Peeta.

Katniss riu e saiu de cima do seu colo.

Aquilo seria divertido, pensou, enquanto saia do carro. Mais divertido do imaginara a princípio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Devo continuar ou não? Por favor, deixem sua resposta.