Family Camp - interativa. escrita por Chars
Ser mãe de dois meninos nunca seria tarefa fácil, sem uma figura paterna, Jordan foi obrigada a se tornar a general Williams, ela nunca teve escolha a não ser ter pulso firme e lidar com todas as coisas da vida de um jeito diferente. Todos os dias de sua vida, o que ela mais se dedicou, além de cuidar da família e buscar um futuro melhor para seus filhos, foi deixá-los o mais longe possível de qualquer informação sobre seu pai, o homem os abandonou logo que Gabe fez um ano, disse que era muita pressão e que não era aquilo que ele queria e se mandou. Gael se lembra dele, mas pouco, um nome e um rosto jovem.
– Tá fazendo o que aqui? – perguntou Gael, o garoto de cabelos escuros e olhos bem claros e límpidos, todas as garotas diziam que era impossível não amá-lo.
– Eu vim te ver, estava com saudades – respondeu a loira
– Foi a mamãe que chegou?- perguntou Gabe, do andar de cima.
– Não! – respondeu Gael.
Gabe não falou mais nada, o garoto não era curioso e não gostava de ser intrometido, principalmente quando o assunto eram as mulheres de seu irmão mais velho.
Valery continuou a encarar Gael, ele não sabia o que dizer, não queria ser grosso com ela, mas não entendia o que ela ainda estava fazendo ali, ele já tinha deixado tudo muito claro.
– Juro que não entendo o que você ainda faz aqui, já não deixei tudo muito claro?
– Ah, Gael deixa de ser bobo, sabe muito bem o que eu ainda estou fazendo aqui, sabe o que quero e eu sei que você quer também.
– Valery, queria que entendesse que eu não me apego a ninguém, que fico uma ou duas vezes no máximo, eu já consegui o que queria com você, não quero mais nada, chega!
– Você não era assim Gael, sei disso, eu te conhecia e você era tão incrível, romântico e atencioso, não é porque uma garota te magoou que todas vão.
– Valery, vai embora! – falou o garoto.
– Você não pode me obrigar.
– Posso sim. – o moreno foi até ela e pegou seu braço, levando-a de volta para a porta e a fazendo sair de sua casa.
– Ela já foi? – perguntou Gabe.
– Anda ouvindo minhas conversas?
– Na verdade não, estava esperando acabarem porque preciso falar com você.
– O que aconteceu?
– Acho que o encontrei.
Gael o encarou e não pôde acreditar no que ouviu, os dois correram até o quarto de Gabe e foram direto para o computador ver o que Gabe tinha encontrado.
– Não pode ser. – falou Gael.
– Claro que pode, quarenta e tantos anos, cabelos escuros e olhos claros. Foi o mais parecido que encontrei até hoje.
– Não importa Gabe, não é ele, e mesmo se for, ele não se importa com a gente, porque nos preocupamos com ele?
– Ele é nosso pai Gael, preciso de respostas, saber porque ele nos deixou.
– Pensa bem Gabe, se ele vai pra esse lugar que está dizendo ai, é porque ele tem uma família, uma mulher que ele ama e outros filhos, não podemos estragar a vida dele, e nem a da nossa mãe, como acha que ela ficaria se soubesse disso?
– Você acha mesmo que ela não sabe? Ela sabe de tudo sobre ele, mas não nos conta nada, nós temos o direito de saber. Tô cansado de ser o garoto que não tem um pai e que foi abandonado.
– Gabe, você não tem que ficar ligando pra isso, todos vão falar algo, não importa o que seja.
– Eu tenho orgulho da general Gael, sei que ela teve muito trabalho pra nos criar, cuidar da gente não foi fácil, mas só orgulho não basta, preciso de respostas, saber o porque de tudo isso, olhar na cara dele e dizer que estou muito melhor sem ele, que nossa mãe foi um pai muito melhor do que ele jamais seria.
– Faça o que quiser, tenho ensaio agora, só quero que pense nisso, depois a gente conversa.
Gael saiu de casa e Gabe continuou a pesquisar mais sobre o pai. Gael chegou na casa de Jonah e eles logo começaram a ensaiar.
– O que Jenny faz aqui tão cedo?
– Ela chegou aqui antes do almoço, cabulou aula e minha mãe a chamou pra almoçar aqui.
– A sogrinha dela?
– Nem começa Gael, eu e todo o resto do mundo sabemos que o lance é com você e a Jenny.
– Quantas vezes vou ter que dizer? Jenny é muito nova, ela é como uma irmãzinha pra mim, não tem nada a ver.
– Ah, cala a boca, não adianta tentar me enganar.
– Você só tá me enrolando pra não dizer que tá apaixonado por ela. – brincou Gael.
– Vá se foder. – resmungou Jonah.
Quando o ensaio acabou, Jonah, Gael e Jenny foram até o cinema, nada melhor do que ver um filme de terror a noite. Jonah ficou morrendo de medo, enquanto Jenny e Gael riram o filme todo. Para Gael, o filme “Annabelle” era comédia.
Quando voltou para casa, a general Williams já estava a sua espera.
– As aulas acabaram, mas isso não significa que você possa chegar a hora que quiser em casa. – falou a matriarca.
– Ah mãe, foi mal, tava no cinema com o Jonah.
– Ah claro, com o Jonah e aquela Jenny. – esbravejou a ruiva.
– O que tanto você tem contra ela?
– A garota tem 16 anos e fica andando com vocês, vive cabulando aula e se drogando por ai, acha que quero que ande com gente como ela?
– Você fala cada besteira.
– Não importa o que eu acho ou com quem você estava, eu espero que tenha se divertido bastante hoje, porque a partir de hoje suas férias serão todas em casa.
– Como você vai saber se eu estou em casa? Você nem sequer fica aqui a tarde toda.
– Se eu chegar e você não estiver em casa eu vou de viatura, com a sirene ligada buscar você onde quer que esteja.
– Mas mãe...
– Se der mais um pio, fica as férias de inverno também.
O garoto a encarou com cara de bravo e subiu para seu quarto.
No dia seguinte, tudo parecia maravilhoso, a não ser pelo fato de que Gabe estava logo cedo apostos na sala, discutindo com Jordan.
– Mãe, tudo o que eu quero é passar boas férias em um acampamento para nossa família, imagina como vai ser bom ficarmos mais tempo juntos e nossa relação vai melhorar muito. – Gabe argumentava e Gael só ficava olhando, torcendo para que a mãe não ficasse louca e dissesse que eles podiam ir.
– Até que não é má ideia, afinal, seu irmão não vai mais poder sair de casa mesmo, e passar mais tempo com meus filhos nunca vai ser ruim. Vou ligar pra lá.
Gael ficou pasmo, mas continuou torcendo para que não estivessem mais aceitando famílias.
Jordan ligou e teve uma breve conversa com a atendente do acampamento.
– Podem arrumar as malas, vamos no sábado, o acampamento começa no domingo.
– Tá zoando né? Vai concordar com a ideia desse doido ai? – berrou Gael.
– Ah, nem te vi ai. – zombou Jordan.
– General, olha pra mim, seu filho, eu to te pedindo, não concorda com isso, fala que é brincadeira.
– Não querido, e lá não tem essa de acordar tarde e ir dormir “cedo”.
– Puta merda, só fode em Gabe.
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