Godric

Godric estava com uma cara péssima desde da argumentação sobre trazer Oliver de volta a vida com a ajuda das bruxas.
Ele foi até o banheiro e lavou o rosto, os olhos vermelhos de tanto esfrega-los. A sensação de perder um filho é a pior coisa desse mundo. Godric se olhou no espelho e sentiu uma vontade de quebrar tudo que estava a seu redor, mas não fez, ele era calmo e pacifista mas sentiu uma vontade incontrolável de arrancar a cabeça do pescoço da criatura que matou seu filho.
– Godric. - disse Aro batendo na porta que estava aberta, só por educação mesmo.
– Sim? - disse Godric sem tirar os olhos do espelho.
– Você está com uma cara horrível.
– Eu sei.
Godric não se moveu, apenas continuou encarando o espelho ou de vez em quando, a torneira da pia.
– Foi assim que você se sentiu quando perdeu Helena?
– Foi. - Aro deu uma pausa - Eu sou o único aqui que sabe como você está se sentindo. Os irmão e os tios estão sofrendo é claro, mas os pais sofrem muito mais.
– O que você fez para a dor passar?
– Nada. Ela vai te perseguir para o resto da vida, a única coisa que você pode fazer é conviver com ela, com os anos ela diminui, mas não passa.
– A sua demorou quantos anos? - Godric molhou os lábios.
– Duzentos e cinquenta e dois anos. E quando você é imortal, essa merda nunca some. Te persegue para o resto da vida, mas você tem uma esperança meu filho, eles vão trazer Oliver de volta, talvez com a ajuda de Mary e Judith.
– Eu sei... Mas não posso me animar muito, pode não dar certo.
– Não pense assim.
Godric fungou.
– Como posso não pensar assim? Eu preciso ser realista.
– Eu posso não querer envolver bruxas, mas sabemos que a nossa proteção contra o sol é por causa delas. Pode haver consequências em trazer Oliver de volta, mas isso caíra sobre a bruxa que nos ajudou, então eu não me importo.
– Não se importa com as tias de sangue da Lucy? - perguntou Godric meio perplexo.
– Não, não muito. Mas com Lucy sim. Mary e Judith podem ser diferentes das outras bruxas, mas ainda são bruxas.
– Que nos ajudaram muito e desistiram dos anciãos por nós. Você deveria pelo menos ser grato a elas.
– Eu sou, mas não confio minha alma na mão delas. - disse Aro olhando para o teto. - Vou te deixar sozinho, não se atrase, Lexi quer que todos estejam no almoço na hora certa.
Godric assentiu e Aro saiu do banheiro e deixou Godric finalmente sozinho. Godric não sabia mais o que pensar, Aro não confiava nas bruxas, mas acreditava que era possível trazer Oliver de volta. Como se pode não confiar em alguém mas ter fé de que a ajuda de tal pessoa seja bem sucedida em relação a trazer os mortos de volta a vida? Godric não sabia, não tinha respostas. Mas como Aro disse, essa dor nunca passaria. A dor de perder um filho, essa dor, essa sensação não é normal, é horrível. Você quer sumir, quebrar tudo e matar todos ao seu redor, quer achar um culpado e se vingar, quer traze-lo de volta nem que isso custe dua vida. Mas você esquece que se você morrer para traze-lo de volta ele nunca se perdoara por isso e você não pode morrer pela pessoa que ama, precisa estar vivo sempre para protege-lá.

Godric vestiu uma camisa e desceu as escadas. Assim que Aisha o viu ela foi rapidamente até ele, usando sua velocidade de vampiro. Ela o abraçou forte e em seguida colocou as mãos em seu pescoço.
– Eu te amo Godric. Não vou dizer que sei pelo o que você está passando mas eu sei que não é fácil. Mas nós, seus irmãos, seu pai e seus filhos estamos aqui, não se sinta sozinho.
Godric abraçou Aisha mais uma vez e beijou sua testa.
– Não estou me sentindo sozinho querida. Mas eu sei, sei que tenho que continuar. Tenho meus filhos e vocês, não vou me afogar em magoas e decepções e me embebedar de Whisky e vodka como Eric pretendia fazer, eu vou aceitar a ideia de Charlotte de trazer Oliver de volta e depois eu deixo eles matarem quem fez isso.
– É assim que se fala mano. - respondeu Aisha com um sorriso no rosto.
Godric retribuiu seu sorriso e Zorak entrou na mansão e se encostou na porta, meio pensativo.
– Esquecemos de convidar o resto da família?
– Não - respondeu Lexi saindo cozinha com um pano na mão - , eu liguei para todos. Para os seus filhos e sua mulher, Zorak, para o namorado de Aisha e para os filhos de Eric, eu acho que só.
– Só?
Respondeu uma mulher alta, encorpada, com um vestido florido e solto entrando pela porta. Cabelos castanhos escoriam pelo seus ombros e ela era muito linda. Lexi deu um sorriso para ela.
– Lisa!
Lisa é a mulher de Zorak, na verdade seu nome é Elizabeth, mas todos a chamam de Lisa.
– Acho que cheguei um pouco tarde. Vejo que você está preparando o almoço Lexi, que bom. - Lisa deu um belo sorriso para Lexi e em seguida deu um pequeno beijo em seu marido, Zorak.

Todos já estavam reunidos na sala ou na cozinha ou na varanda, já estava quase na hora do jantar. Mas ninguém tinha sinal de Lucy, Eric e Adeline, deviam estar zanzando em algum lugar pela casa. A Mansão de La Fontaine era enorme, dava para qualquer um se perder dentro daquela mansão. La Fontaine era o sobrenome que todos usavam quando se passavam por humanos, todos conheciam a família La Fontaine de Nova Orleans, uma das famílias mais poderosas que habitava tal área.
Godric estava cansado e entristecido, mas não negou o pedido de Charlotte para ajudar a preparar a sobremesa. Ele e Charlotte se divertiram na cozinha, ela jogava farinha no rosto do pai e ele fazia o mesmo com ela. Lexi e Alec só riam dos dois e continuavam a preparar a comida.

Assim que era bom, todos felizes e juntos em um almoço em família muito raro. Isso era especial e todos estavam felizes mesmo a tristeza pela morte de Oliver corromper seus corações. Agora digam que vampiros não tem humanidade.