Vincent Slaint

Não é apenas Vincent que está sofrendo com a morte inesperada da sobrinha. Todos a sua volta estão, todos que amavam Lara estão. A garota não fora assassinada, ela desmaiou no quintal de casa e nunca mais acordou, seu coração não batia, mas ela respirava. O que era realmente estranho. Mas o problema era que não eram só os Slaint que estavam perdendo alguém que amavam, todas as criaturas sobrenaturais estavam tendo mortes violentas e outros, apenas desmaiando e não acordando mais. Mas Lara era uma mestiça e não uma criatura totalmente sobrenatural.

Vincent deu mais um gole no seu Whisky e continuou a olhar para o horizonte.

– Você está com uma cara péssima. - disse Sarah se sentando do lado do irmão.

– Sinto muito não agrada-la. - ironizou Vincent.

– Guarde sua ironia, não estou te criticando. Também estou sofrendo.

– Todos nós. - Vincent ofereceu a garrafa de Whisky a Sarah.

Sarah a pegou e deu alguns goles e logo a devolveu para o irmão.

– Será que Alastair tem alguma coisa a ver com isso? - disse Sarah molhando os lábios, pensativa.

– Acho que não - respondeu Vincent dando um gole no Whisky - , Alastair pode ser um demônio Sarah. Mas ele ama a filha.

– Pode ser.

Sarah ainda não tinha se convencido. Alastair faria qualquer coisa para ter o que queria e se quisesse Lara, sua filha, do seu lado ele iria mata-la só para vê-la no inferno corrompendo a alma e claro, te-la do seu lado quando pretendesse.

– Vincent...
Disse Rebeca saindo pela porta da frente e se deparando com Sarah e Vincent sentados na varanda. Ela os observou e se sentou no meio dos dois e suspirou, virando seus olhos na direção de Vincent.
– Que diabos você fazia com a Lucy Leclerq no verão passado?
Sarah olhou para Vincent e em seguida para Rebeca, não conseguindo entender muito bem o que ouvia.
– Como é que é? - perguntou Sarah.
– Eu vi os dois juntos no verão passado - continuou Rebeca - e estavam bem animadinhos.
– Quer dizer que agora você passa o tempo prestando atenção na minha vida? - disse Vincent e em seguida colocou o Whisky na boca.
– Claro que não, tenho coisas melhores para fazer. - disse Rebeca revirando os olhos - Eu vi vocês dois em um bar em Portland.
– Unicórnios Old bar? - perguntou Vincent.
– Esse mesmo.
Vincent deu outro gole no Whisky e revirou os olhos. A última coisa de que ele precisava era de Rebeca xeretando sua vida em tudo quando é canto. Ela nunca foi muito fã dos Leclerq, pelo simples fato dos Slaint, Ludwig e La Fontaine concorrerem por Nova Orleans antigamente. Hoje em dia todos ainda tinham uma rixa mas nada tão violento, todos concordaram de que os Ventrue comandariam tudo para não haver guerra entre criaturas sobrenaturais e humanos. Quem venceu mais com isso foram os Leclerq e os La Fontaine, já que Lucy Leclerq é da linhagem dos La Fontaine, ela ganhou com isso. Mas mesmo assim, todos sabem que se os Leclerq quiserem comandar o mundo eles conseguem, já que sua família é uma das mais poderosas.
Rebeca suspirou e passou a mão em seu rosto.
– Sempre tivemos rivalidade com os La Fontaine e sempre vamos ter com o Leclerq, mas sabemos que a Família Leclerq é a única que não vamos conseguir vencer.
– Chega Rebeca, não tenho mais rixa com nenhuma família de Nova Orleans. Evoluímos e não precisamos disso, não vamos implicar com quem não implicar conosco. Tudo bem meu amor? - perguntou Vincent com toda a paciência do mundo.
– Não vou te prometer nada, mas por favor. Não faça coisa para morrer de verdade. - Rebeca passou a mão no cabelo de Vincent enquanto o observava.
– Eu prometo. - Vincent puxou a cabeça de Rebeca e beijou sua testa.
– Que cena linda. - disse Sarah, se levantando e retirando-se do local.

A manhã estava calma e tranquila. Vincent continuou ali sentado na varanda bebendo Whisky e pensando em sua sobrinha. Tudo estava numa tranquilidade só, menos Vincent. Ele não parava de balançar o pé, sem contar que para um vampiro seu coração estava agitado e parecia que uma hora ele ia bater, bater e parar. Se ele ainda fosse humano já tinha morrido aos 35 anos mesmo.

Flashback - 1561, Inglaterra
Vincent é bem interessante aos olhos de todos, é um homem que parou em seus 25 anos de idade e tem belíssimos olhos azuis. Mas na verdade, ele tem 756 anos. Vincent Slaint e Lucy Leclerq se conheceram em 1561. Lucy, uma garota bela, atraente e rica da época, uma garota nobre gentil e meio psicótica aos olhos de alguns. Mesmo com tanto tempo de vida ela ainda era nova, só tinha 131 anos naquela época. Vincent era um assassino que trabalhava apenas de noite por dinheiro e para impressionar as damas, mais pelas damas. Mark, seu criador, não gostava muito de um de seus progênies ficar trabalhando de assassino para os plebeus. Segundo Mark, Vincent deveria se preocupar apenas em não ser descoberto por ser um vampiro.

Vincent caminhava as 18:30 da tarde pelos jardins do palácio Ventrue acompanhado de Nymeria, uma garota jovem e bonita que aparentava ter 17 anos. Nymeria era um demônio-lobo, uma das lobas de Fenrir que ajudava a manter o castelo Ventrue seguro e sem inimigos. Nymeria podia ter a aparência que bem entendesse por ser um demônio, era só possuir outro pobre coitado. Mas ela podia também virar um lobo por causa dos dons recebidos de Fenrir. A garota obviamente tinha mais de 800 anos.
– Até que o dia está agradável. - disse Nymeria olhando reto e com um sorriso torto e psicótico nos lábios.
– O que adianta ser imortal e ter tanto dinheiro se nem saímos da Inglaterra? - disse Vincent entediado.
– Todos nós conseguimos paz aqui, um lugar fixo e um palácio belíssimo. Eu acho que mais ninguém aqui finge se aturar, eles realmente gostam da presença uns dos outros. - respondeu Nymeria.
Mesmo ela sendo um demônio a garota disse a verdade, todos estavam felizes e com paz ali. Comandavam o reino e os humanos pagavam impostos, eles eram os reis dali.
– Duvido que isso fique por muito tempo, lobinha. - respondeu Vincent se colocando de frente a Nymeria e parando de caminhar. - Meu pai é um homem que nunca aceitou dividir nada com outras famílias, ele quer comandar tudo e se esquece do principal motivo de termos aceitado a oferta de paz dos Ventrue. Se ele quebrar isso todos nós morremos e os Slaint serão extintos.
Vincent se desligou de Nymeria e voltou a caminhar, junto da garota o seguindo.
– Então espero que seu criador não faça nada estúpido para tentar prejudicar os Ventrue e claro, os La Fontaine.
– Eu também espero Nymeria.
Enquanto caminhavam e conversavam sobre como Mark era psicótico, Vincent notou uma figura elegante no terceiro andar no palácio, era Lucy Leclerq com sua irmã Adeline Gainesborough. Ela encantava Vincent de todos os modos, a garota olhava em sua direção e acompanhava seus passos e ele, olhava na direção dela e não desviava do seu olhar.
– Vincent! - disse Nymeria.
– O que? - ele olhou para a garota sem entender nada.
– Estou falando com você. Porque não respondeu nada do que perguntei?
– O que? - ele perguntou desentendido.
– Esqueça.
Nymeria lançou os olhos na direção de Lucy. Ela percebeu que Vincent não tirava os olhos da garota.
– Ela gosta de você. - sussurrou Nymeria.
Vincent lançou um sorriso torto para Nymeria.
– Mas não acho bom você fraternizar com ela - Nymeria usou aspas em ''fraternizar'' - , nunca é uma boa ficar com a filha do chefe.
Vincent ignorou o que Nymeria dizia, ele já tinha visto muitas garotas bonitas em todos seus anos de vida mas nunca uma como Lucy. A garota tinha uma beleza especial que irradiava qualquer um do palácio e do reino. Até Mark havia se encantado com ela, mas a garota não se interessou. O que Nymeria falava sobre fraternizar com a ''filha do chefe'' era que Lucy é cria de Godric, neta de criação de Aro e sobrinha de pessoas bem importantes.