Remo decidiu sair da nossa casa, e morar sozinho, Victor ainda estava em casa, mas passava pouco tempo conosco, eu e ele voltamos a sair de casa, o que já era uma ótima noticia. “Temos que ir na casa do Pedro, preciso falar com ele.”, Sirius me disse enquanto íamos pegar a moto, apenas fiz uma careta, “Eu confio nele, por isso falei para Thiago deixá-lo como o fiel do segredo e não eu.”, ele falou subindo na moto, “Já que não tenho outra opção.”, falei sentando na parte de trás da moto e o abraçando.

Chegamos na casa de Pedro, estava completamente vazia, “Isso é estranho, ele tinha que estar aqui nos esperando.”, Sirius falou preocupado, “Se ele não está aqui, talvez eles tenham o pego.”, falei olhando com medo para ele, pude ver medo em seus olhos, quando corremos de volta para a moto, ele nunca correu tanto com ela, e logo chegamos na casa de Thiago e Lily, e o pior já tinha acontecido. A porta estava arrombada, do portão era possível ver a sala destruída, Sirius me olhou e entramos na casa com as varinhas em mãos. Não tinha ninguém na sala ou na cozinha, estávamos subindo as escadas, quando encontramos o corpo de Thiago, Sirius caiu ajoelhado ao lado do corpo do amigo, e chorava, “Pontas, por favor, acorda, Pontas!”, ele gritava em meio ao choro, estava encostada na parede chorando, deixei Sirius ao lado de Thiago e fui procurar por Lily, assim que entrei no quarto de Harry, vi minha amiga caída no chão. A abracei e chorei como nunca tinha chorado antes, até que um barulho vindo do berço me assustou.

Sirius ainda chorava ao lado de Thiago, “Sirius.”, o chamei calma, ele me olhou, no meu colo Harry o olhava curioso, ele levantou e veio em nossa direção, “Isso é impossível.”, ele disse apertando a mãozinha de Harry, “E o impossível se torna possível.”, falei mostrando a cicatriz em forma de raio na testa de Harry. Um barulho vindo da sala nos assustou, “Fique aqui com ele, eu ou verificar.”, Sirius falou nos levando para o quarto. Um silêncio dominou a casa, “Hagrid, você quer me matar do coração?”, ouvi Sirius falando do andar de baixo, “Belle, é o Hagrid pode vir.”. Desci as escadas com Harry no colo, “O professor Dumbledore pediu que eu viesse buscar ele.”, Hagrid me disse, “E vai levar ele pra onde?”, falei dando um passo para trás, “Para a tia dele, Petúnia.”, “Alvo ficou maluco? Petúnia odeia magia.”, Sirius falou irritado, “Ordens de Dumbledore.”, Hagrid falou, entreguei Harry a ele. “Você pode ir com a minha moto Hagrid, é melhor do que aparatar com ele.”, Sirius disse entregando a chave da moto para o meio gigante. “Eu sinto muito pela perda de vocês.”, Hagrid disse com um meio sorriso. Do portão da casa vimos Hagrid ao longe com a moto, Sirius segurou forte a minha mão, ele ainda chorava “Pedro.”, sussurrei, e aparatamos.

Procuramos Pedro durante o resto da noite, e finalmente o encontramos ao amanhecer, numa rua cheia de trouxas, “Onde você vai Pedro? Pensou que poderia fugir?”, falei me aproximando, “Belle, Sirius, como vocês estão?” ele falou gaguejando, “Não enrola Rabicho, você contou ao Lorde das Trevas?”, ele apenas riu e sacou a varinha, “Pedro para com isso, está cheio de trouxas.”, falei me afastando assim como Sirius, mas com a varinha na mão, ele apenas riu, e lançou um feitiço que fez com que algo explodisse, apenas lancei um escudo para proteger a mim e a Sirius. Quando a fumaça abaixou, vimos o que ele tinha feito, doze corpos de trouxas jaziam no chão, olhei para Sirius com medo, “Você tem que ir embora Belle, sai daqui.” Ele dizia me sacudindo, “Eu não vou deixar você.”, “Vai sim, o ministério terá que prender alguém, que seja eu, porque se o Lorde das Trevas voltar, ele irá te pegar se você estiver presa.”, Sirius falou segurando meu rosto, eu chorava, não poderia deixar homem que amo. “Sirius, por favor, vem comigo.”, implorei pra ele. “Belle eu te amo, eu quero te proteger.”, ele me beijou, “Promete que você vai voltar pra mim?”, falei chorando, “Prometo.”, ele sorrio, e então aparatei.

Eu não sabia para onde ir, aparatei no meio de um gramado, me ajoelhei naquele chão e comecei a chorar, gritei de dor, queria que tudo aquilo foi um terrível pesadelo, até que pensei em Remo, ele poderia me ajudar, mas eu não sabia onde ele estava, pensei no ultimo local onde tive noticias dele, e aparatei, torcendo para ele ainda estar naquele velho hotel trouxa. Entrei correndo no hotel, o porteiro apenas acenou, é claro que Remo tinha lançado um feitiço nele para que seus amigos pudessem entrar sem problemas, subi as escadas correndo, havia apenas uma porta aberta, de onde era possível se ouvir um choro. Cheguei na porta e encontrei Remo apoiado na parede chorando, “Remy?”, falei da porta, ele se assustou, “O que você esta fazendo aqui?”, perguntou, e senti ódio na sua voz, “Remy por favor, me escuta.”, falei indo em sua direção, mas ele se afastou e sacou a sua varinha, “Vai embora daqui Anabelle.”, eu concordei com um aceno, e sai do quarto chorando.

Voltei para casa dois dias depois de tudo o que tinha acontecido, Thiago e Lily estavam mortos, Sirius tinha sido levado para Askaban, Pedro também estava morto, e Remo me odiava. Cheguei em casa e Victor me abraçou forte, “Eu pensei que você estava morta, você sumiu.”, ele falava enquanto me apertava, “Minha senhora, nós ficamos preocupados”, Trasgo disse atrás de Victor, e o outros elfos me faziam referências. Victor ficou ao meu lado apertando minha mão, sussurrei algo em seu ouvido que ele concordou, olhei para os elfos, “Trasgo, Lility, Raj, Jack e Scar, eu queremos dar uma coisa para vocês.”, falei sorrindo, Victor tirou a gravata que estava usando, e os dois pés de meia, e eu os meus, e entregamos cada peça de nossa roupa para um elfo. “Agora vocês estão livres.”, Victor disse sorrindo.

Os elfos nos olharam alegres, “Agora vocês podem ir embora, não tem mais o dever de ficar aqui.”, falei tentando sorrir, Trasgo se aproximou de mim, “Trasgo gostaria de ficar aqui minha senhora.”, “Eu não sou mais sua senhora Trasgo.”, falei o olhando, “Trasgo sabe, Belle sempre nos tratou como iguais, como amigos, e Trasgo é amigo de Belle e Victor e deseja ficar aqui para ajudar a cuidar dos dois.”, ele falou sorrindo, Lility, Jack, Raj e Scar concordaram com Trasgo, “Ótimo nossa casa está cheia de amigos.”, Victor disse puxando os elfos para um abraço.

Foi bom libertar os elfos e saber que eles iriam ficar conosco, tentei sempre sorrir quando eles ou Victor me olhavam, para mostrar que era forte, mas por dentro eu estava destruída, subi para meu quarto, não queria nunca mais sair dele, fechei a porta e me joguei na cama, as lágrimas que rolavam pelo meu rosto queimavam como fogo, e o cheiro de Sirius nos travesseiros só aumentavam a minha dor. Fiquei olhando para o teto o que pareceu ser uma eternidade, me sentei na cama, e fiquei olhando para cada canto daquele quarto, todo o canto me fazia lembrar Sirius, menos um. Um canto era especial dele, e olhei para a mesinha que ficava ao lado da minha cama, e assim que a olhei gritei de dor. Victor entrou no quarto correndo, eu estava ajoelhada em frente a mesa, gritando e chorando. Ele me abraçou, “Belle o que foi?”, perguntou me abraçando forte, apenas apontei para a mesa, e nela uma rosa negra morta estava. Perdi meu companheiro de quadribol, minha amiga ruiva, meu melhor amigo, e os dois homens que eu amava. Sirius estava preso, e aquela rosa negra mostrava que Régulos estava morto.