Um Doce Amor escrita por Ray Shimizu


Capítulo 5
O começo




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Os dois andavam calmamente, Karl era quem  puxava assunto.

 

— O Genzo me contou que vocês estudaram juntos. Imagino como era duro lidar com as teimosias dele. 

 

— É… ele tem a cabeça dura feito pedra. - Mayume esboçou um riso, imaginando as várias situações que passaram juntos. - Mas ele sempre foi um bom amigo, sempre me defendia, chegou levar uma suspensão por minha causa.

 

— Ele me contou a história, sinto muito pelo o que você passou. 

 

— Fiquei magoada de início, mas depois fiquei com pena em ver o estado que o Genzo deixou o coitado. - Mayume corou um pouco, Karl já sabia daquele vexame que ela havia passado na escola. Ficou pensando se o amigo fofoqueiro falou mais alguma situação constrangedora, então achou melhor mudar o foco da conversa. - Você disse que queria falar comigo, é alguma coisa séria? 

 

— Bom, é que hoje, o Genzo veio desabafar comigo, do romance não resolvido com a amiga dele. Só que eu não sou a melhor opção de conselheiro amoroso, queria pedir uma ajuda para lidar com isso, ele tá bem mal, sabe.  - Karl realmente estava preocupado, só que não tinha condições de dar um bom conselho sobre o assunto. 

 

— Eu queria pedir desculpas para ele, falei demais ontem. Mas é que eu realmente acho que a culpa foi dele em ter ido embora sem ter falado nada, e não deixou nenhum contato. A Sayuri achou que ele não queria saber dela, então se contentou em ficar chorando por semanas, pensando um monte de besteiras. 

 

— É… Eu também acho que ele que agiu errado. - Karl riu sem graça. - Sei que são assuntos complicados, e eu não tenho a menor ideia de como ajudar. 

 

— Eu também não sou a melhor pessoa para dar conselhos desse tipo, a única experiência amorosa que tive, foi de levar aquele baita fora na escola. 

 

Karl e Mayume continuaram conversando sobre o assunto, e não conseguiram achar uma forma de ajudar os amigos. Porque a solução óbvia parecia ser a mais difícil, de eles se encontrarem.

 

 Assim que entraram em casa, eles foram recepcionados pelo abraço de Marrie. 

 

—  O maninho disse que ia te chamar pra jantar hoje, que legal que você pôde vir! 

 

Mayume sorriu e retribuiu o abraço,  achava Marrie uma garota alegre e adorável. 

 

 — Daqui a pouco seus pais me expulsam daqui… 

 — Ai Mai, para com isso! Meus pais adoram receber visita, e você é tão legal! Podia vir aqui todo dia! 

— Mary, não exagera! - Mayume riu, realmente achava que  seria estranho ela aparecer todo dia na casa dos Schneider. - Seus pais saíram? -  ela presumiu já que não avistou nenhum dos dois. 

 

— Mamãe está no quarto, ela teve que fazer uns exames hoje, então está descansando. E o papai está fazendo companhia para ela. Então hoje o jantar é por conta do maninho! 

 

 — A senhora Helene está bem? - Mayume perguntou preocupada. 

 

— Mamãe só vai precisar usar óculos, como ela dilatou os olhos, está sensível a luz e não está enxergando nada direito.

 

— Sei como é, sensação bem ruim. - Mayume lembrou-se que teve que passar pela mesma experiência no ano anterior. 

 

— Você usa óculos? - Karl perguntou curioso, afinal, Mayume não estava portando óculos, e nem parecia estar de lente. 

 

— Não... Fui ao oftalmo porque minha mãe  comentou com uma amiga que eu era muito desastrada, acharam que poderia ser  porque eu enxergasse mal, mas minha visão é perfeita, eu sou atrapalhada por natureza, mesmo. 

 

 — Eu preciso ir muito  ao banheiro, eu já volto! - Marrie disse já subindo as  escadas. - Cuida bem da Mai enquanto isso, maninho! 

 

Os dois assistiram a pequena sumir, indo em direção ao corredor dos quartos. 

 

— Acho bom eu começar a fazer o jantar, estou morrendo de fome, você não? - Karl comentou enquanto se dirigia à cozinha.

 

— Um pouco… Posso ajudar com alguma coisa? - Mayume perguntou, seguindo Karl.

 

— Acho que vou aceitar ajuda. Até porque eu não cozinho lá essas coisas. A comida da minha mãe, é muito melhor. - Karl foi até a dispensa, ver o que tinha nos armários.

 

— A senhora Helene cozinha muito bem mesmo! 

 

— Não precisa chamar minha mãe de senhora, daqui a pouco ela desce aqui só para te dar sermão. 



Marrie chegou perto da cozinha, e viu os dois ali, conversando enquanto cozinhavam, a pequena queria ir até lá, mas se segurou e deu meia volta, seria uma boa chance daqueles dois se aproximarem. 

 

— Acho que juntar esses dois vai ser mais fácil do que eu pensei! - Marrie sussurrou para si, aproveitou que deixaria os dois sozinhos e foi tomar um banho, depois voltaria para ver como a dupla estaria se saindo. 

 

— Marrie está ansiosa para domingo, ela já está pesquisando os lugares para visitar, onde vamos comer. - Karl falava com um sorriso discreto. - Faz tempo que não fazemos um passeio desses juntos, acho que vai ser legal. 

 

— Falando nisso, que horas vamos nos encontrar, e aonde? - Mayume notou naquele momento, que combinaram o passeio, mas não tinham um ponto de encontro. 

 

— Verdade, esquecemos o mais importante! - Karl bateu a mão na testa. - Essa família é distraída, liga não. - Anota meu telefone, se caso a gente não conseguir combinar hoje, eu  te passo o horário e o local depois. Só me manda uma mensagem, que mais tarde eu salvo seu contato também. 

 

— Tá… - Mayume anotou o número de Karl, e como ele pediu, mandou uma mensagem.  

 

Marrie tomava banho cantarolando alguma música aleatória, tinha achado uma amiga perfeita, na verdade, sentia-se como se tivesse ganhado uma irmã, era divertido conversar com Mayume, adorou poder fazer aquele bolo de morango. E ainda tinha muita coisa que queria que fizessem juntas. Marrie pensava que se juntasse  Karl e Mayume, ela não iria embora de volta pro Japão.  

 

Assim que saiu do banho, colocou seu pijama e pantufas, saiu do quarto e sentiu o cheiro da comida invadindo o corredor. Olhou em direção ao quarto dos pais, pensou se devia chamá-los, os conhecia muito bem, umas vez que deitam, dormem e só acordam no dia seguinte. Mesmo assim, a garota bateu na porta do quarto, como não obteve resposta, entrou. 

 

Marrie encontrou os pais dormindo profundamente, o pai roncava que parecia um trator, se Helene não acordava com aquele barulho, não seria ela chamando que iria mudar alguma coisa, então fechou a porta e desceu rapidamente, afinal de contas, estava faminta.

 

— Os dois estão dormindo feito pedras. - Marrie adentrou a cozinha, vendo que estava praticamente tudo pronto.

 

— Quando é assim, não acordam nem para comer. Bom, então será nós três. - Karl levava uma panela à mesa, enquanto Mayume levava uma travessa.

 

— Nossa, parece uma delícia! - Marrie disse salivando. 

 

A mesa já estava arrumada, assim que sentaram, Mayume serviu os pratos e sem demora começaram a comer.  

 

— Ainda bem que você veio jantar em casa, Mai! - Marrie se deliciava com  uma porção de purê de batata temperada e um pedaço de carne ao molho. - Esse prato é a especialidade do maninho! É uma delícia, né? 

 

— Está realmente muito gostoso, e você disse que não cozinha muito bem... - Mayume realmente achou o prato delicioso, além do preparo fácil.

 

Mayume queria ajudar lavando a louça depois do jantar, porém foi impedida pelos irmãos. 

Enquanto Karl e Marrie cuidavam da louça, Mayume se encarregou de fazer uma sobremesa rápida: Merengue de morangos. 

 

Enquanto comiam, os três continuavam a jogar conversa fora, e quando Mayume prestou atenção no relógio, levantou bruscamente da cadeira. 

 

— Eu preciso ir! É quase meia noite! 

 

— O tempo passou rápido, espera um pouco que  eu te levo pra casa. Karl se ofereceu. - Só vou pegar a chave do carro e eu te levo. 

 

— Não se preocupe, eu vou andando, É bem perto daqui! 

 

— Mas está tarde, eu te levo. 

 

— Não precisa, eu vou chegar em casa mais rápido do que imagina! 

 

Mayume não aceitou a carona.  não queria dar mais trabalho para aquela família que acabara de conhecer, além disso, ela realmente achava que morava perto demais para ir de carro. Então se despediu apressadamente de Marrie e Karl e foi embora.

 

O trajeto não deu cinco minutos, Mayume andou rapidamente até em casa, ainda precisava fazer algumas coisas antes de dormir. 



Karl terminou de arrumar a cozinha e  foi se trocar para deitar, pegou o celular e então viu a mensagem que Mayume havia mandando mais cedo, apenas dizendo “oi”. Ele respondeu a mensagem e perguntou se havia chegado bem. 

 

Logo a resposta veio, o que o deixou mais tranquilo, trocaram mais algumas mensagens, não demorou muito para que ele dormisse, estava realmente exausto.

 

Marrie havia deitado rapidamente na cama, tinha que acordar cedo para ir à escola, entretanto teve dificuldade em dormir, já que a mente estava borbulhando. Imaginando o passeio de domingo, fez vários itinerários na cabeça, a imaginação ia longe. A pequena só conseguiu dormir, depois de algumas horas. Quando o sono finalmente chegou.


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Notas finais do capítulo

Depois de três anos eu estou com a atualização, eu empaquei de uma forma... e acabei indo para outros projetos. Mas, nunca é tarde para voltar! Consegui atualizar antes de 2019 acabar! o/
Bom, é isso galera. Feliz Natal, e até ano que vem! ( eu espero XD) o/