Conto I - Unforgettable Wars escrita por Contos da Grécia Antiga, RC2099


Capítulo 48
Perdida em Pensamentos: Sozinha na Estrada!


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, personas o/

Mais uma vez aconteceram alguns problemas por aqui (que se resumem em falta de internet e estudos) e o capítulo 48 acabou atrasando bastante... Mas aqui está ele, espero que aproveitem! (E como é o último dessa transição de sagas, não contará com batalhas, mas fiquem ligados que o próximo arco está chegando!)

Boa leitura! ♥



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Soranin já estava no seu terceiro dia de viajem. Faltava pouco para deixar a Grécia, talvez um dia no máximo. Planejava chegar na Turquia o mais rápido possível, achar uma forma de conseguir dinheiro e enfim comprar uma passagem de avião. Não que ela estivesse com preguiça para andar, mas seguir a pé por esse caminho seria perigoso. A maioria dos países do Oriente Médio estão frequentemente em guerra, e ela não gostaria nem um pouco de se envolver nisso. Inicialmente havia pensado também em seguir até a Ucrânia e depois continuar pela Rússia, mas mudou de ideia. O território é hostil demais quanto ao clima, e ela não conseguiria avançar rápido. Por enquanto, ficaria com o plano da Turquia. Pegaria um avião para a Índia e depois provavelmente partiria na direção da China, onde pegaria outro avião e chegaria, enfim, ao Japão.

Por sorte, até agora não tivera imprevistos. Ainda tinha comida, água e remédios o suficiente para, pelo menos, uma semana e meia. Suas pernas começavam a doer, e ela sabia o que isso significava. Era hora de achar um lugar para passar a noite.

Parou na cidadezinha mais próxima e começou a procurar algum lugar para dormir. Era uma vila pequena, um pouco menor do que a que ela morava quando menor. O Sol estava se pondo, e isso de certa forma dava beleza ao lugar.

Não demorou muito e uma garota um pouco mais velha que ela, com cabelos lisos, castanhos e na altura dos ombros, pele branca e olhos marrons a abordou, perguntando:

— Olá! Desculpe perguntar, mas... você não é daqui, é?

Soranin não soube muito bem como reagir, já que era uma situação inesperada, mas aquela menina não parecia nenhuma ameaça. Decidiu ser sincera, assim sairia mais rápido dali:

— Na verdade não. Estou só de passagem mesmo... Por quê?

— É que você me pareceu um pouco perdida. Eu te vi chegando ao longe, com essa urna nas costas, e logo percebi que não era daqui. Você está viajando?

— Sim, eu pretendo voltar à minha terra natal, o Japão. Comecei minha jornada há uns três dias.

— Uau, é bem longe... Infelizmente não temos pensões por aqui, então se você não tiver onde passar a noite, pode ficar na minha casa. Eu moro sozinha, então tem um quarto sobrando.

— É muito gentil da sua parte, mas eu não posso aceitar. Eu iria apenas te incomodar.

— Ah, não diga isso. Não tem problema algum... Faz tempo desde que tive uma companhia.

— Se você não se importar, então tudo bem. Obrigada.

A garota sorriu, estendendo-lhe a mão:

— A propósito, eu sou Nillin. Como você se chama?

Inicialmente a amazona de Fênix achou estranho, mas logo se lembrou que na Grécia muitos nomes são variações de outros já existentes. Isso explicava o motivo de não conseguir compreender sua origem de imediato.

— Meu nome é Soranin. É um prazer conhecê-la, Nillin. – seu sotaque nipônico fez com que pronunciasse o nome como “Nirín”, mas a garota não se importou, apenas sorriu.

— Igualmente, Soranin. Venha comigo, vou te levar até minha casa.

Ambas caminharam até uma casa simples. As paredes eram de um amarelo-claro muito convidativo, e embora ela fosse pequena, era aconchegante por dentro. Uma sala com um sofá, uma lareira e uma televisão, uma cozinha modesta e um corredor que levava até três portas – dois quartos e um banheiro.

— Bem, não é nada demais, admito, mas espero que aproveite sua estadia aqui... O seu quarto é logo aqui, nessa porta. – disse, apontando para seu lado esquerdo. – Se precisar de algo, eu estarei na porta do outro lado, bem em frente.

— Muito obrigada, Nillin. Quanto eu devo lhe pagar? – ela começou a vasculhar a bolsa que Jhesebel lhe entregara. – Não tenho muito, mas deve ser o suficiente.

— Não, não, não precisa. Não irei cobrar nada.

— Mas Nillin, se eu não te ajudar com um pouco de dinheiro, você não ganhará nada me mantendo aqui. Com certeza também tem contas a pagar e compras para fazer.

— Não me importo se estou ganhando algo ou não, eu gosto de ajudar o próximo sem esperar nada em troca. Pode ficar. A minha casa é a sua casa.

— Tudo bem, mas se mudar de ideia é só me avisar...

Nillin voltou a sorrir. Pediu que Soranin deixasse suas coisas no quarto e tomasse um banho. Logo mais o jantar estaria pronto.

A amazona de Fênix agradeceu a receptividade e o fez.

 

 

 

 

Quando a refeição ficou pronta, a moradora da casa a chamou. Ela havia acendido a lareira, já que fazia frio, e as duas ficaram ali na frente, comendo a comida que Nillin havia preparado e se aquecendo. As chamas entrelaçavam-se como se dançassem uma valsa juntas.

— Então... quais são os seus planos, Soranin? – Nillin perguntou, fitando o fogo, que crepitava intensamente e sombreava levemente o seu rosto.

— Hum?

— Por quê você está viajando? Vai encontrar alguém especial?

— Não exatamente... – ela se interrompeu, ponderando se devia lhe contar sobre Sui ou não. Os olhos sinceros de Nillin a fitavam, aguardando uma resposta, e ela viu que não havia mal algum em contar um pouco de sua história, embora não fizesse isso com qualquer um ou soubesse o motivo de aquela garota lhe parecer tão confiável. – Eu perdi minha irmã mais velha há alguns dias. Nós perdemos nossos pais quando crianças, enquanto ainda morávamos no Japão. Nos mudamos pra Grécia depois disso, mas agora que ela se foi eu sinto que devo voltar para lá e realizar algumas coisas que ela não conseguiu... Mas eu tenho boas lembranças disso tudo. Sempre que sinto saudades, olho para o cordão que carrego no meu pescoço.

Ela o retirou e o abriu, mostrando a foto dos pais e da irmã.

— Vê? Esses são eles.

— Vocês eram uma família muito bonita. – disse. – Eu te entendo muito bem. Também perdi uma pessoa muito querida há uns anos... Era o meu melhor amigo, sabe? Nós estávamos brincando nos arredores da vila, jogando bola e comemorando o meu aniversário, e uma tempestade começou a se aproximar... – ela fez uma pausa um tanto quanto dolorida e seu olhar se voltou novamente para o fogo, ficando distante. – ... um raio caiu bem no meio de nós dois e ele caiu, desacordado, provavelmente ferido. Eu fui buscar ajuda, mas quando voltei ele não estava mais lá... Procuramos por dias a fio, mas nunca o encontramos... – ela fez outra pausa, dessa vez um pouco mais longa, e então, como se expelisse todo o ar dos pulmões, continuou. – E hoje se completam oito anos desde esse incidente.

— E-eu... Eu sinto muito por isso...

— Tudo bem. – ela sorriu novamente. – Ele era teimoso. Acredito que ele ainda esteja vivo... Sei que está, e um dia nós vamos nos reencontrar.

Soranin tinha dúvidas quanto a isso, mas preferiu permanecer calada. Não queria ferir os sentimentos de Nillin, que até então estava sendo tão bondosa com ela... Não que tudo aquilo fosse impossível, mas uma criança, ferida e perdida, tinha poucas chances de sobreviver. O mundo estava ficando cada vez pior ultimamente.

— Então... – disse, disfarçando. – Hoje é seu aniversário?

Nillin assentiu.

— Sim, é. Estou fazendo dezesseis anos.

— Ah, mil perdões, eu não tenho um bom presente, mas... – ela pegou o colar de Hades do bolso e o estendeu em sua direção, segundo pela corrente. – Tome. Pegue isso pra você.

— M-mas, Soranin, eu não posso aceitar. Isso é seu, e deve ser valioso pra você.

— Imagina. É o mínimo que posso fazer por você me dar abrigo e comida... E além do mais, eu já tenho o meu objeto valioso bem aqui, no meu pescoço. – sorriu, colocando-o nas mãos da garota.

— Tem certeza?

— Absoluta.

— Obrigada. – Nillin a abraçou. – Isso foi muito importante pra mim.

— Não há de quê. – ela correspondeu o abraço.

Momentos depois, elas terminaram a refeição e foram se deitar.

 

 

Por volta das nove horas da manhã, Soranin já havia arrumado as coisas para partir e aguardava Nillin do lado de fora da casa, para se despedirem.

— Aqui. Eu coloquei mais um pouco de água e comida pra você. – Nillin disse, entregando a bolsa que pegara para repor os suprimentos. O cordão de prata já estava em seu pescoço, sinal de que ela realmente gostara do presente. – Infelizmente não tenho remédios, me desculpe.

— Não tem problema. Obrigada por tudo, Nillin, você me ajudou muito.

— Sem problemas. Espero que chegue ao Japão com segurança. Não desista de seus sonhos.

— Idem. Espero que você encontre seu amigo em breve.

As duas acenaram e a amazona de Fênix se foi, carregando sua armadura nas costas e levando seus suprimentos consigo, imaginando para onde iria agora.

Nillin a viu partir e começou a fitar o colar em forma de estrela, analisando-o com a mão. Por alguns instantes pensou ter visto um brilho prateado o envolver, mas acabou achando que era apenas o reflexo da luz do sol e deixou a ideia pra lá – embora também sentisse algo diferente dentro de si.

 

 

 

 

O último dia na Grécia não fora lá tão ruim. A japonesa havia acabado de cruzar a fronteira com a Turquia e se sentara em um banco de um parque que havia encontrado ao acaso. Vasculhou sua bolsa e só então notou que Nillin, além de comida e água, havia lhe dado dinheiro também. Se sentiu um pouco culpada por dar tanto trabalho, mas não viu outra opção senão aceitar. Já estava longe daquela vila, e não podia voltar atrás agora.

Juntando com o que tinha, não dava para pegar um avião para a Índia, como havia planejado, mas ao pensar melhor, teve outra ideia. Ela cruzaria toda a Turquia, junto à Arménia e o Azerbaijão, chegando ao Mar Cáspio. Dali, arranjaria um jeito de atravessá-lo e chegaria ao Cazaquistão. Depois, era só andar – e muito – e enfim estaria na China. Se conseguisse um pouco mais de dinheiro no caminho, certamente conseguiria pegar um avião e chegar ao Japão.

Calculou que isso demoraria, pelo menos, quatro meses e meio, mas não fazia diferença para ela. Enquanto tivesse seu objetivo em mente, nada ficaria no seu caminho.


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Notas finais do capítulo

[Nova(s) Ficha(s):]


Nillin Sarkis

Divindade: Nenhuma
Classificação: Nenhuma
Constelação: Nenhuma
Gênero: Feminino
Idade: 16 anos
Significado do nome: Variante de Nahim/Nalim. “Delicado”
Aniversário: 20 de Outubro
Signo zoadical: Libra
Altura: 1.59
Peso: 61kg
Tipo sanguíneo: B+
Local de nascimento: Grécia
Local de treinamento: Nenhum
Mestre: Nenhum
Discípulo(s): Nenhum
Cor, textura e tamanho dos cabelos: Castanhos, lisos, na altura dos ombros
Cor dos olhos: Castanho escuro
Parentesco: Nenhum
Personalidade: Inteligente, bondosa, sensível, companheira
Habilidades especiais: Nenhuma
Objeto de valor sentimental: Cordão de Hades
—----

Bem galera, por hoje é só. Espero que tenham gostado do capítulo e continuem acompanhando a fic para saber como isso vai se desenvolver. Os eventos de hoje certamente afetarão o futuro da amazona de Fênix, mas como? Compartilhem suas teorias e deem sugestões!

No próximo capítulo, iniciaremos um novo arco, com novos deuses e inimigos. O que acontecerá a seguir? Não percam!



[Por favor, se você está gostando da história, não esqueça de favoritar, comentar, deixar sua opinião, acompanhar para receber as atualizações sobre a fanfic, e recomendar, para que mais fãs de CDZ encontrem a história. Estou aguardando seu review ;)]



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