Conto I - Unforgettable Wars escrita por Contos da Grécia Antiga, RC2099


Capítulo 47
Diferentes Rumos: Adeus...?


Notas iniciais do capítulo

Boa noite minna!

Ansiosos com o desenrolar da história? Pois bem, a espera acabou!

Este capítulo terá longas explicações pois se trata de uma transição de arcos (ou seja, estamos encerrando uma "saga", por isso os combates cessaram, dando lugar à narração). Peço que tenham paciência e leiam com cuidado/carinho. Obrigada a todos e boa leitura!



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Soranin agora não tinha mais sua irmã ao seu lado, mas ainda assim possuía uma importante missão. Precisava reencontrar Hades e contar sobre todo o ocorrido.

O que faria depois disso? Bem, ela definitivamente não tinha certeza.

Os Santos de Prata começavam a aparecer aos poucos, assim como os moradores das vilas. Eles já haviam saído de Rodório e agora caminhavam na direção da Arena. Todos estavam sendo instruídos a irem para lá, pois Atena tinha um importante comunicado para dar. Embora Soranin soubesse o que era, decidiu ficar em silêncio absoluto.

Logo o lugar já estava lotado. Não haviam tumultos, mas muitos discutiam sobre o motivo de aquilo estar acontecendo. Os cavaleiros estavam todos no interior da Arena, apenas os moradores ocupavam os lugares nas arquibancadas, e suas vozes ecoavam recinto a dentro junto as demais.

Subitamente, os cochichos cessaram. Atena havia chegado, acompanhada de Efilnaem. Sextante ligou o microfone e logo falou:

— Boa tarde, cavaleiros, amazonas e moradores. Desculpem-nos pela urgência do chamado, mas como todos sabem, hoje foi um dia bem incomum para todos nós... Sei que muitos de vocês certamente estão se perguntando o porquê de eu, Efilnaem de Sextante, ser a assessora de Atena, já que isso nunca aconteceu anteriormente ou foi necessário... Como é do conhecimento da maioria daqui, cavaleiros de Bronze possuem dons. O meu é a Impressão, ou seja, não preciso estar segurando uma caneta para escrever, posso movê-la com a mente. É bem semelhante à telecinese, mas me restrinjo apenas à escrita... Enfim, aqui no Santuário temos grandes livros com registros sobre nossos antepassados e como as coisas eram em seus tempos. Eles relatam de tudo, desde como eram as lutas contra outros deuses ao cotidiano dos Santos, mas a questão é que ainda existem muitos buracos. Por exemplo, a luta que meus companheiros tiveram hoje só acontece uma vez a cada nova geração. As gerações, por sua vez, são marcadas pela troca dos cavaleiros de Ouro. Os cavaleiros anteriores eram: Meri de Áries, Santiago de Touro, Nero de Gêmeos, Cahya de Câncer, Kristha de Leão, Jishnu de Virgem, Lien de Libra, Soren de Escorpião, Euro de Sagitário, Haskel de Capricórnio, Ryan de Aquário e Tatsuo de Peixes (1). Desses doze, somente dois continuam conosco, a amazona de Libra, Lien, e um outro cavaleiro, que não podemos revelar quem é, nem onde está. Eles são dois dos três Santos que sobreviveram à última Guerra Santa, e cada um deles recebeu uma missão especial, que é sigilosa... Enfim, as duas gerações conviveram juntas de certa forma, já que os mais velhos entre os atuais, Kanophe de Leão e Kyros de Capricórnio, foram os primeiros a substituírem seus respectivos guardiões anteriores... Agora, já se perguntaram o porquê de os cavaleiros de Ouro assumirem suas armaduras ainda na juventude e serem tão novos se comparados aos outros Santos?

Ninguém respondeu, mas havia dúvida no ar. Efilnaem pediu que Pema de Áries contasse a eles, e ela o fez, sem protestar.

— Quando nós despertamos o cosmo, o Sétimo Sentido já está presente. Quando isso acontece, sabemos que a pessoa está destinada a se tornar um Santo dourado por conta do grande poder, que geralmente demora muito para ser adquirido, ou acaba nem se manifestando.

Foi pedido que Abati complementasse, então o mesmo disse:

— Essas pessoas sempre são jovens, e imediatamente precisam ser encaminhadas para o Grande Mestre. Temos um treinamento especial e bem mais árduo para que possamos, no futuro, cumprir nosso dever de proteger nossa deusa, assumindo nossas armaduras normalmente na adolescência.

— Abati de Touro está certo. – Sextante continuou calmamente. – O mais novo entre os doze possui apenas dezenove anos, mas assumiu sua armadura com quinze, que é o ideal para um dourado... Quando um cavaleiro de Ouro morre, nem sempre outro assume seu lugar no mesmo momento. Leva tempo na maioria das vezes, mas quando todas as armaduras encontram-se com um dono diferente do anterior no mesmo período, significa que uma nova geração chegou. O último cavaleiro a morrer da geração passada foi Tatsuo de Peixes, e isso foi há nove anos atrás. O último cavaleiro a adquirir sua armadura dourada foi Icarus de Sagitário, nomeado há quatro anos. Desde então, vivemos em uma geração diferente. De lá para cá, esse evento que ocorreu hoje já estava marcado, mas não há uma data certa para isso. Essa informação, por exemplo, não constava nas escrituras. Ela foi adquirida por mim por meio de outra pessoa, que não posso revelar o nome, e tem uma relação direta com tudo o que aconteceu (2)... Nossos registros servem para que as gerações seguintes se mantenham informadas. Tivemos sorte de poder contar com pessoas dedicadas no momento, pois as coisas poderiam ter acabado de uma forma muito trágica.

Ela fez uma pausa, se certificando de que todos – ou pelo menos a maioria – estivesse acompanhando e entendendo. Ao ver que embora houvesse um pouco de confusão, como se eles perguntassem aonde ela queria chegar, percebeu que agora era a hora. Calydio finalmente poderia dar o seu comunicado.

— Agora, vamos para o objetivo principal dessa reunião. Atena preparou um discurso e gostaria de recitá-lo a vocês.

Ela saiu do centro da Arena e deixou que a deusa tomasse seu lugar. Calydio ainda estava por trás de sua máscara e um pouco aflito sobre o que revelaria a seguir, mas não hesitou:

— Agradeço sua generosidade, Efilnaem. Todos somos gratos a você... Bem, vamos lá.

Ele soltou um suspiro. Finalmente tinha a atenção de todos e poderia soltar o que estava entalado em sua garganta todo esse tempo.

— Queridos Santos e moradores, vocês com certeza já ouviram falar de profecias, não é mesmo? Muitos de vocês com certeza já fizeram parte de alguma delas ou presenciaram o acontecimento de uma. Hoje não foi diferente... Comecemos pelo início então... Em nossos registros consta que a cada cinco reencarnações, aproximadamente mil anos, a deusa Atena não pode nascer como humana. Ela precisa escolher um receptáculo, como todos os deuses fazem... A questão é que oito anos atrás se completaram mil anos desde a última vez que isso ocorreu, e Atena teve de escolher seu receptáculo, ou seja, eu sou um receptáculo, e não a reencarnação da deusa... Anteriormente eu havia dito que usava esta máscara por respeito às amazonas, certo?... Infelizmente essa não era a verdade. Eu a uso justamente por ser o receptáculo... Quando cheguei aqui, não tinha memórias do meu passado, e me foi dito para que escondesse minha identidade por trás dessa máscara, pois ninguém me aceitaria como sou. Eu não sabia quem era e o que representava, então nunca questionei... Mas isso mudou. Hoje conheci uma amazona que me fez mudar de atitude. Juntamente com o que Efilnaem já havia dito, cedo ou tarde eu precisaria fazê-lo. Vocês são meus protetores, e eu querendo ou não ser a deusa de vocês, preciso honrar essa característica. Hoje, compartilharei com todos a verdade, mostrando o meu rosto e abolindo de uma vez por todas a lei da máscara. A partir de agora, as amazona não precisam amar ou matar quem ver seu rosto a menos que queiram. A escolha é delas. – ele parou para suspirar. – Eu, como representante de Atena neste mundo e neste Santuário, revelo agora o meu rosto, esperando que depois de fazer isso vocês entendam o quão delicada é a situação. Se não quiserem mais ser meus cavaleiros, eu compreendo. Não é fácil aceitar as mudanças. Peço perdão por esconder isso de todos por tanto tempo, mas vocês merecem saber a verdade. Se alguém aqui ainda quiser lutar por mim, eu farei o mesmo. Protegerei vocês a todo custo, dando a minha vida se preciso. Meu nome é Calydio, e assim como vocês, eu também sou um ser humano.

Ele delicadamente levou a mão à mascara. Estava um pouco trêmulo, mas fechou os olhos e respirou fundo, tomando coragem. Retirou-a e abriu os olhos cor-de-mel, revelando um olhar de determinação e uma expressão séria no rosto. Seu coração batia rápido, mas Calydio conseguiu conter o medo. Puxou seu vestido e o retirou. Ele deu lugar a uma túnica branca, muito parecida com a de Anabelle. Empunhou seu báculo e aguardou uma resposta.

As reações demoraram um pouco para aparecer. Poucos compreenderam de primeira, e as expressões variavam de pessoa para pessoa. A maioria ficou boquiaberta ou franziu o cenho. Era como se não tivessem palavras para descrever o que viam.

Os cavaleiros de Ouro apenas observavam, juntamente à Soranin. Eles conheciam a verdade e já a tinham aceitado, mas nem todos eram como eles. Muitos estavam confusos – e com razão.

Ninguém fez nada além de arregalar os olhos, provavelmente ainda surpresos, ponderando qual caminho deveriam escolher. Se ninguém estava tomando uma atitude, Soranin tomaria. Saiu imediatamente do lado de seus amigos, que ainda estavam em choque, e foi ao encontro de Atena, ajoelhando-se em sua frente, com o punho direito cerrado em cima do coração, o braço esquerdo atrás das costas e a cabeça baixa com os olhos fechados, como os cavaleiros da antiguidade faziam perante seu rei.

As pessoas, espantadas por ver alguém fazer aquilo, começaram a se questionar ainda mais. Não demorou muito e os dourados começaram a fazer o mesmo, um por um. Fieke inicialmente ficou parada, indiferente, mas Lélio a puxou pelo punho e ela se ajoelhou também, revirando os olhos, como se preferisse estar em outro lugar.

Depois disso, mais e mais cavaleiros começaram a chegar. O próximo dos Santos de Bronze, para a surpresa de todos, foi Relinde – e logo os outros foram atrás, confiantes, sem se importar com a forma que a deusa escolhera.

Os cavaleiros de Prata fizeram o mesmo. Mirtaka arriscou dar o primeiro passo, e logo todos a seguiram. Os aspirantes a cavaleiros também foram, determinados, o que deixou a platéia estupefata. Alceu os observava, e ao perceber que os moradores ainda não aceitavam tudo aquilo, ficou de pé, com o punho no coração, da mesma forma que os demais.

Timidamente, mais alguns se ergueram, e antes que Calydio se desse conta, todos haviam se levantado e o reconhecido como Atena, mostrando respeito por sua pessoa. Absolutamente ninguém se opora a ele. Esta era a forma de sua deusa, e acima de tudo eles a respeitariam. Atena sabia o que estava fazendo, e se assim ela queria, assim seria.

Calydio ergueu seu báculo, que brilhou imediatamente, anunciando uma nova geração que acabara de ser oficialmente declarada.

 

 

 

 

Então, enfim tudo tinha acabado. A correria, as batalhas e as incertezas também.

O discurso de Calydio realmente comovera a todos, e eles o aceitaram sem discutir. Ele ainda continuava na Arena, conversando com alguns Santos e moradores que o elogiavam ou faziam perguntas sobre seu passado – as quais ele não conseguia responder, pois não se lembrava de nada.

Os amigos de Bronze se reuniram mais uma vez, todos com suas Pandora's Box nas costas. Estavam se despedindo, pois alguns iriam deixar o Santuário por um tempo. Alceu e Kibou também estavam lá, fazendo companhia para eles.

— Então... Vocês vão mesmo partir? – perguntou Athos.

— O que vão fazer agora que as batalhas acabaram? – Aristides indagou.

Yerik e Heitor soltaram um suspiro. Eles queriam ficar, mas sabiam que precisavam ir.

— Sabem, na ilusão da casa de Libra eu vi o meu irmão. – o loiro disse, olhando para o horizonte com uma das mãos puxando a alça de couro da urna de Cisne. – Eu vou voltar para a Sibéria e continuar procurando por ele. Sinto que em breve vou encontrá-lo.

— E, claro, eu vou também. – Heitor completou, sorrindo e colocando uma mão no ombro do amigo. – Yerik não consegue nem amarrar o cadarço sozinho, vocês sabem.

Eles riram levemente.

Linus deu alguns passos na direção de Soranin.

— Você também vai partir, Soranin?

— Sim. – respondeu com uma voz seca, sem emoção. – Eu tenho algumas coisas a fazer e assuntos muito importantes a tratar. Não posso perder tempo em um lugar como esse.

— Mas... você vai voltar, né?

— Não sei.

A amazona de Lince baixou a cabeça, tristonha. Sui e Soranin foram as primeiras amigas que teve em anos e agora elas a deixariam para trás. Ela voltaria a ficar sozinha, sem ninguém.

— Não se preocupe, Linus. – Kibou disse, colocando ambas as mãos em seus ombros. – Você tem a mim e Alceu agora.

— Seremos como uma família. – ele concordou, alegre.

— E você pode sempre contar com a gente. – Meiying completou. – Nós também cuidaremos de você.

— Obrigada. – ela abriu um sorriso.

Depois de um breve silêncio, Jhesebel entregou uma sacola de tecido para cada um,

— Aqui tem comida, água, um pouco de dinheiro e remédios para a viagem de vocês. Não são como os que os Basiliscos nos deram naquela hora, mas devem servir. Espero que retornem em breve.

— Foi divertido reencontrar todo mundo. – Ulysses falou. – Mas essa não é a última vez. Cuidem-se e voltem logo.

— E tratem de não morrer, ouviram? – Relinde disse.

Leão Menor e Cisne começaram a caminhar, acenando para os demais. Estavam agradecidos do fundo do coração pela ajuda dos amigos. Realmente voltariam lá, embora pensassem que talvez demorasse um pouquinho.

Yerik já havia aberto a caixa que Kirsi deixara para ele e, usando seu dom, entendera seus pensamentos no momento em que escreveu aquela carta e viu os momentos bons que ela tivera até então. Ficou feliz por isso. Ela ainda estava lá, com eles, e sempre estaria. Sempre que escurecesse, ele a buscaria na luz das estrelas.

Heitor se sentia um pouco melancólico, mas sabia que a viagem com o amigo o ajudaria com tudo isso. Eles não queriam incomodar os outros, e a busca por Krigor, o irmão mais velho de Yerik, os manteria ocupados por um tempo. Ele realmente gostaria que o encontrassem.

Soranin também se foi, mas para a direção contrária, sem olhar para trás ou acenar.

 

 

 

 

A amazona de Fênix saiu do Santuário e imediatamente pegou o colar que Meanlife dera a ela, colocando-o no pescoço sem retirar o seu habitual. Pegou a estrela na mão e a encarou, séria. Ela refletiu a luz do sol, brilhando.

— Espero que isso funcione... – murmurou.

Fechou os olhos e sentiu uma leve vertigem. Era como se a atmosfera ao seu redor estivesse se movimentando, embora ela tivesse a sensação de estar parada.

Quando a sensação passou, abriu novamente os olhos.

Ela estava em pé, parada bem no centro de um quarto. O cômodo não era nem pequeno nem grande, e estava arrumado. Havia apenas uma cama, um armário, uma mesa de cabeceira com um espelho, uma porta que levava à um banheiro, e um criado mudo. Uma segunda porta levava a um corredor, e foi por ela que Soranin seguiu. Assim que passou por ela, reconheceu o lugar. O quarto em que ela e a irmã dormiram naquele dia não estava muito longe dali, então aquele deveria ser, na verdade, o quarto de Meanlife.

Andou até o fim e desceu as escadas, encontrando-se em um enorme salão, onde Hades repousava em seu trono, entediado. Respirou fundo e caminhou lentamente ao seu encontro. Os olhos do deus estavam ainda mais límpidos do que antes, e isso começava a irritá-la. Ele estava sendo tão receptivo, tão bonzinho, tão gentil, que ela estava desconfiando que havia algo por trás de tudo isso.

Ou talvez não. Talvez a perda de sua irmã estivesse afetando seu subconsciente e isso a estava fazendo não acreditar mais em Hades. O jeito como ela tratara seus amigos antes de sua partida também não era habitual. Ela provavelmente estava muito cansada mesmo.

— Você voltou mais rápido do que pensei. – disse o deus, com um leve sorriso no rosto. – Seja bem-vinda.

Soranin não sabia muito bem como poderia ser bem vinda ali, mas deu de ombros.

— Vamos direto ao ponto. – falou. – Eu encontrei Meanlife. Ela realmente voltou a servir Atena e agora atende pelo nome de Efilnaem, portando a armadura de Sextante e sendo a mais nova assessora da nossa deusa. Conversei com ela, como você me pediu, e ela disse que essa é sua nova vida e não vai voltar atrás. Se algum dia você lutar contra Atena, ela terá o orgulho de combater contra você mais uma vez.

Hades inclinou-se para frente, colocando a mão no queixo.

— Então ela realmente se uniu à vocês... – ele soltou um suspiro e bateu levemente as mãos nas pernas, como se tivesse perdido uma partida de xadrez e tentasse se conformar. – Bem, já era esperado. Muito bem. Obrigado por isso, Fênix. Você foi de grande ajuda para mim, mas, antes de prosseguirmos com a conversa, quero dizer uma coisa a você.

— O que é?

— Você sabe por que ainda não entrei em guerra com Atena?

Soranin parou pra pensar. Aquilo não havia ocorrido em sua mente anteriormente, mas pensando bem, não fazia sentido. Hades era um dos três grandes deuses, logo era muito poderoso, e poderia facilmente acabar com Atena caso não gostasse da decisão da irmã.

— Na verdade, não.

— Eu ainda estou selado. Não falta muito para o selo se quebrar, por isso, com meu poder atual, sou capaz de criar ilusões, mas ainda não posso me libertar. Não falta muito tempo, admito, mas não apressemos as coisas. Quero aproveitar esse tempo da melhor forma possível.

— P-por quê está me dizendo isso? – ela perguntou, surpresa, apontando para ele e depois para tudo ao seu redor. – Então você também é uma ilusão, assim como tudo isso?

— Mais ou menos. O que você está vendo aqui não é meu corpo material, apenas uma projeção do mesmo, como um holograma. Mas este lugar é real. Eu trouxe você e sua irmã aqui da última vez usando meus poderes... Só estou dizendo isso porque você fez um favor por mim, e eu estou retribuindo te dando uma valiosa informação. – ele fez uma pausa. – Agora, como eu lhe disse quando esteve aqui anteriormente, você tem direito a um pedido... Infelizmente não pode pedir pela volta da sua irmã, já que isso é contra as regras. Ela agora está em meus domínios e, uma vez lá dentro, não pode sair.

— Eu jamais pediria isso. – as palavras saíram ásperas.

— Se quiser pensar um pouco, fique à vontade.

— Não é necessário. – retrucou. – Eu já sei o que eu quero.

— Sou todo ouvidos.

— Quando o selo se romper, eu quero batalhar contra você. – disse, determinada.

Hades franziu o cenho, achando que tinha entendido errado.

— É isso mesmo que você ouviu. – ela o fitou com um olhar sério. – Eu quero lutar contra você, Hades.

— Você tem noção do que acaba de pedir, amazona? Acabou de declarar guerra contra mim em nome de Atena!

— Não me importa. Você mesmo disse que ainda faltam alguns anos, não é mesmo? Então eu esperarei até que eles se esgotem. Quando este dia chegar, eu o farei. Até lá, me aprimorarei mais ainda e ficarei mais forte. Sei que em minha condição atual não sou párea para você.

O deus do Submundo soltou um leve riso.

— Que assim seja então. Seu desejo é uma ordem.

— Certo. Como volto pra casa?

Ele fez um gesto na direção da porta dos fundos.

— Você sabe o caminho.

Ela deu um passo, mas parou. Pegou o cordão de prata e perguntou:

— O que faço com isso agora?

Os olhos de Hades brilharam por um momento, como se preferissem ver aquilo no pescoço de sua irmã mais nova.

— Meanlife o deu para você, não? Considere como um presente. Agora é seu.

A resposta não a agradou muito, mas ela o guardou de volta, obedecendo. Passou ao lado de seu trono e disse, enquanto ia na direção da saída:

— Obrigada, Hades. Nos vemos em breve.

Ele não se virou para vê-la ir, mas sussurrou, sorrindo de lado:

— Mais breve do que você imagina.

 

 

 

 

Não demorou muito e ela já havia voltado. Estava no mesmo lugar de antes de pegar o cordão e fechar os olhos. Pegou o máximo de ar que pode e o expeliu, incerta do que fazer agora. Abriu o pingente com a foto de seus pais e sorriu. Havia adicionado uma foto de Sui logo abaixo da deles. Ela sabia exatamente o que deveria fazer.

Decidiu voltar ao Japão imediatamente e cumprir a promessa que a irmã fizera a Feon. Ele provavelmente fora o primeiro e único amor de Sui, e por isso era de extrema importância que ela o fizesse, já que a irmã não podia.

Infelizmente, não tinha dinheiro para pegar um avião. Ela não usaria sua velocidade pra chegar até lá pois isso consumiria muito de si, e ela também precisava de um tempo pra arejar a cabeça. Viajaria de pouco em pouco, parando em algumas cidades pelo caminho para dormir, comer e descansar. Não pretendia passar mais de uma semana no mesmo país, então começou a andar imediatamente, calma e solitária. Ponderando em qual direção deveria ir e pensando nos companheiros que acabara de deixar para trás.


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Notas finais do capítulo

[Legenda:]

(1) Falaremos sobre os cavaleiros das gerações passadas mais para frente. Entendam que uma geração é determinada quando TODAS as armaduras de Ouro possuem um dono diferente do da outra geração (o que não impede que outros tomem posse da mesma durante um período de transição).

(2) Efilnaem se refere a Anabelle neste trecho, que foi quem deu as informações sobre Hermes e seus Basiliscos.
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Calydio faz um anúncio chocante e o Santuário passa por mudanças drásticas. Os Santos de Bronze se separam e Soranin tem uma discussão com Hades, contra quem declara guerra. O que acontecerá a seguir? Descubram semana que vem!

E então, o que acharam? Sei que pode ter ficado confuso para alguns, mas sintam-se a vontade para fazer perguntas nos comentários, assim como dar sugestões e avaliar a história. Agradeço a todos que vem acompanhando até aqui e espero que continuem!



[Por favor, se você está gostando da história, não esqueça de favoritar, comentar, deixar sua opinião, acompanhar para receber as atualizações sobre a fanfic, e recomendar, para que mais fãs de CDZ encontrem a história. Estou aguardando seu review ;)]



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