Rainha dos Corações escrita por Angie


Capítulo 3
Minha Futura Cunhada | Saphira e Isabella


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Obrigada pelos comentários! Estou adorando inserir suas personagens na estória e estou com muitas ideias que logo serão postadas em fora me capítulos!!
E, hoje, temos o capítulo no ponto de vista da linda Saphira



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Saphira se sentia inútil. Sua família estava no Palácio, ouvindo de perto cada nome que era sorteado e ela estava deitada na cama branca do hospital depressivo, com um tubo em seu rosto. Ou melhor, tubos e fios por toda a parte.  Uma prisão que mantinha sua vida, a qual ela deveria ser grata. Mas ela, definitivamente, não era. Tudo que desejava era estar em casa, se livrar dos médicos e de tudo naquele local com cheiro de morte. Ela, entretanto, mesmo com pouca idade, sabia que isso não seria possível.  Sua saúde era muito fraca.

— Annabelly Sofie Grey, de Ringsted

A partir da televisão, há alguns metros da cama da menina, era identificável o rosto de uma garota de, no máximo, dezessete anos. Como todas as anteriores, era linda. Saphira, porém, não sabia se a beleza delas era real ou apenas uma alucinação causada pelos remédios.

Anna, como decidira chamá-la, já que talvez um dia fosse sua cunhada, era uma típica garota dinamarquesa. Seus cabelos cacheados caiam delicadamente sobre os ombros e os olhos azuis, carregados de maquiagem, destacavam-se em seu rosto branco. Nenhuma marca de sol ou suor por calor extremo, apenas belas feições traçadas pelo frio nórdico.

— Solaria Luana Gray, de Augustenborg.

A primeira palavra que a pequena princesa pensou ao ouvir o nome da Selecionada foi “sol”. Imaginou, então, uma menina brilhante, com cabelos dourados e pele bronzeada. Porém, quando viu a verdadeira competidora, se decepcionou. Os fios platinados com as pontas mais prata e rosa e olhos verde-azulados, não lembravam nada a grande estrela, e, lembrou Saphira, combinavam mais com o segundo nome, Luana.

“Estranho o cabelo dessa menina”, pensou a princesa, que estava acostumada apenas com os cabelos clássicos das moças da corte. “Isabella provavelmente gostou da cor, logo ela estará pedindo uma tintura igual”, a criança tentou rir, mas o fluxo constante de ar da máscara a impediu. Infelizmente, não pôde saber se o irmão mais velho, Henrik, pensara na mesma coisa que ela e ria, já que a tela mostrava apenas as futuras hóspedes.

— Ferissa Hannah Dahl, de Ebeltoft.

Por um tempo, Saphira apenas pensou sobre o nome que acabara de ser anunciado: Ferissa. Ferissa? Bastante incomum... Talvez fosse uma variação de Teresa, concluiu a princesinha, ou de Larissa. Aparentava ser de origem ibérica e a moça que o tinha lembrava muito a babá de Saphira, Ophelia, que era imigrante desse país.

Com seus cabelos castanhos bastante escuros e os lábios carnudos, a Selecionada parecia sensual até para a princesa de oito anos. Ela, porém, não parecia confiável, já que seus olhos encaravam a câmera de maneira furiosa. Mas a princesa continuava presa à ideia de que o irmão gostaria dela, apenas por conta de suas raízes hipotéticas.

“Espero que ela seja mesmo espanhola, já que meu irmão ama espanholas! Mas a Seleção não era apenas para dinamarquesas?”, perguntou-se a criança, segundos antes da suposta conterrânea da governanta sumir da tela.

— Maeli Diana Klimt, de Aarhus.

Saphira reconheceu o nome da cidade, lembrava-se bem das visitas ao porto com a família e do grande palácio de Marselisborg, onde sempre passavam as férias de primavera. A menina que agora era mostrada fazia jus aos habitantes de lá, com a pele bronzeada e cabelos castanhos claros, quase da mesma cor.

A cor dos olhos, porém, foi o aspecto que mais impressionou a pequena nobre. Eles eram de um azul escuro profundo, beirando o negro. Não eram tão bonitos quanto os claros das meninas anteriores, mas eram diferentes e impressionantes, pelo menos aos olhos de Saphira.

— Victoria Hummel, de Jelling.

Com os cabelos avermelhados e a pele lotada de sardas, a Selecionada, que Saphira decidiu chamar de Vicky, pois era o nome de sua prima distante, era a mais estranha de todas. Seus olhos verdes eram extremamente grandes, mas não de uma maneira sensual como nas outras, e sim repugnante. Eles saltavam de seus olhos como duas grandes bolas, aparentando estarem prestes a cair.

Por um momento, Saphira se lembrou de algumas crianças do hospital, que portavam doenças estranhas e, por consequência dos remédios, tinham olhos esbugalhados. Era quase óbvio que a menina tinha alguma deficiência e provavelmente seria eliminada logo. Se ela fosse doente, por outro lado, entenderia a situação de Saphira. Ao menos uma a entenderia, e isso tirou um peso dos ombros da princesa, que pensava que todas iriam a desprezar, por ser tão frágil.

— Monika Rickarda Lykke, de Viborg.

Apesar do nome bastante dinamarquês, a décima terceira Selecionada tinha a aparência de uma japonesa, pelo menos era o que pensava Phinny. Para a criança, ser japonês era exclusivamente ter olhos puxados e, se ela visse alguém com essa característica, sem nem perguntar, já falava japonês com a pessoa, exigindo que respondesse. Na maioria das vezes, entretanto, ela não era correspondida.

— Sua Alteza – chamou a enfermeira, posicionando a cabeça em uma fresta da porta parcialmente aberta. — Já está na hora de seus remédios.

Com uma careta, Saphira deixou que a profissional, que mais parecia uma modelo que fora rebaixada para uma segunda divisão, injetasse medicamentos em sua veia. Por cima dos ombros da mulher, a princesa conseguia ver as fotos das Selecionadas, que eram anunciadas sem parar. Mais uma vez, desejou estar lá, ao lado de sua família e não ali, tomando drogas. As drogas que, por toda a sua vida, a ajudaram a viver.

                                               ***

— Wanessa Claire Schultz, de Krusa.

Os cabelos lindos, ruivos e encaracolados da Selecionada invejaram Bella, que  daria os seus cabelos castanhos claros opacos — na opinião dela — para ter madeixas ruivas como as daquela menina. Na verdade, a maioria das garotas provocavam ciúmes na princesa, já que eram tão perfeitamente lindas. Quando pequena, Isabella fora convencida de que ela e sua irmã gêmea, Ingrid, eram as meninas mais bonitas do país, verdadeiras e orgulhosas dinamarquesas, porém agora vira que a concorrência de Miss Dinamarca era grande.

Até os olhos de Wanessa, que não divergiam dos de Bella em relação à cor, pareciam conter um brilho especial. A coloração azul esverdeada deles lembrava uma flor que a avó materna, Louise, costumava a plantar, quando ainda estava lúcida. Ou, talvez, se assemelhasse a pedras preciosas.  Justamente pela beleza irritante de tal competidora, a jovem princesa já a considerava uma ameaça, por poder ofuscar seu brilho dentro dos muros do Palácio.

Ao olhar um pouco para o lado, percebeu que o irmão, Alexander, que antes já parecia maravilhado, agora parecia espantado. Isabella estranhou a reação dele, pois geralmente era muito discreto e suas emoções eram imperceptíveis. Será que as garotas poderiam, finalmente, fazê-lo mudar? Ou será que ele por fim admitiria que não estava pronto e desistira de tudo?

— Cassiopeia Marie Enrikssen, de Vejle — anunciou a mulher que sorteava, tirando Bella de seus devaneios.

A garota pôde perceber a expressão indignada da irmã ao seu lado, que simplesmente odiava pontas duplas, coisa que a décima quinta Selecionada tinha, nitidamente. Os cabelos castanhos claros, com uma cor linda, eram mal cuidados, muito provavelmente pelo fato de ser originada de uma das regiões mais pobres do país, onde os luxos e tratamentos de beleza chegavam com mais atrasos.

Quando essa menina chegar, a primeira medida que minha mãe ou minha irmã tomará será uma hidratação profunda nesses cabelos! Que terror! pensou a nobre, tentando evitar demonstrar seus pensamentos em sua expressão, a fim de evitar mais uma repreensão por parte da Rainha.

Os olhos verdes eram a única feição bem cuidada da face da Selecionada. O que era até bom, pois seria impossível fazer mudanças drásticas — e não muito invasivas — em um olho.

Isabella olhou para a gêmea, que retribuiu o olhar, formando com os lábios as palavras já esperadas: “Hidratação urgente!”. Infelizmente, depois da advertência da mãe pelos risos sobre a selecionada Kristal — que participava de um dos seriados favoritos das princesas, Royals —, as duas não poderiam mais rir, não naquele evento, não em rede nacional.

— Tatienn Rose Liesel, de Copenhague.

Com certeza, essa era a competidora mais feia até o momento. Bella mal conseguia segurar as gargalhadas presas em sua garganta, de tão estranha que era a garota. Sabendo, porém, que a mãe a castigaria, apenas se encolheu na cadeira vermelha e dourada perfeitamente acolchoada. Não gostaria de olhar para a cara gorda e abarrotada de espinhas e, acima de tudo, os cabelos loiros ridiculamente divididos ao meio. Não conseguia imaginar que ela e essa horrorosa menina moravam na mesma cidade, podendo cruzar na rua ela a qualquer momento.

Será que, apesar de tudo — e por azar da futura linhagem real —, o irmão gostaria daquela garota feia?  

— Thea Spillum, de Karup — anunciou a mulher e assim a imagem assombrosa da Selecionada anterior foi trocada.

Depois de Tatienn, todas as meninas pareciam bonitas para Bella. Thea era maravilhosa se comparada a sua antecessora. Os cabelos sebosos castanhos escuros caiam lisos em seus ombros, mas não tinham muito comprimento, diferenciando-a das outras, que tinham cabelos longos.

Por um momento, Isabella lembrou-se de Saphira. A irmãzinha deveria estar deitada, da maneira que a deixaram pela manhã, mas a mais velha desejava que ela estivesse ali, comentando alegremente sobre tudo, como sempre fazia. Provavelmente, a pequena ficara mais horrorizada com Tatienn do que a irmã, que não via a hora de comentar tudo com a pequena.

— Ulrika Amelie Stenger, de Nyborg.

Chegando à décima oitava Selecionada, Bella estava cansada de ver tantos rostos. Sim, um dia uma delas seria sua cunhada, mas ver as sorteadas uma atrás da outra era demais para a concentração da princesa.

— Juniper Vrai Omdahl, de Ringe.

A paciência da jovem nobre chegou ao limite. Não aguentava aqueles repórteres irritantes que logo a entrevistariam. Não queria mais ficar ali. Gostaria de poder sair, ir para o exterior do Palácio, para respirar ar puro, não o ar refrigerado da sala da ala Oeste. Decidiu, então, desligar sua mente e apenas fingir que sua atenção estava voltada para a tela.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Bom, decidi diminuir o número de Selecionadas, já que não recebi mais fichas :( Tive até de criar alguns nomes e descrições (um pouco) aleatórias,já que não queria demorar muito no sorteio... Então, se alguém ainda estiver interessado em se inscrever, sejam alguma dessas meninas: Ferissa,Maeli,Victoria, Monika, Thea, Ulrika e Juniper.
Estou criando um blog para a fanfic, mas ainda não estou pronta com ele, porém aqui está o link: http://rdccasareal.wix.com/fanfiction (só tem algumas coisas, logo atualizarei)
Última coisa: reli minhas respostas aos seus comentários, e percebi que pareci grossa em alguns. Peço desculpas, porque ainda não estou acostumada a responder comentários tão lindos...
Até o próximo capítulo!!
xoxo ACE