Paradoxo. escrita por Anjinha Herondale Uchiha


Capítulo 7
Atrito.




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Trilha sonora do capítulo On:

The Pretty Reckless - Why'd you bring a shotgun to the party?

Why’d You Bring a Shotgun To The Party?Alone, afraid, the kid your mother made
Sittin' in your room drooling like a loser with all this doom
You think, then you start to drink
And you get so paranoid with all the drugs they fill you with
Then boom
Does it make you feel like a man? (boom)
It's not the size we understand (boom)
You think you're gonna get with me
You're never gonna get with me
You're never gonna dance with me

I admit, I feel like you, like shit
But I don't go round and take it our on everyone about it
We're all part of the system
You wanna start a war?
Feel better we won't miss it

Why'd you bring a shotgun to the party?
Everybody's got one, there's nothing new about it
You wanna make a statement?
You should have come without it

You turn the tv on, watch it if you dare
You see a politician and you start to pull your hair
But it's all two dimension see there's really nothing there
You wanna tell them what you think they fuckin' care
And boom
Do you think they hear you now? (and boom)
Making noises in the crowd
All in the way that you use it
If you love it so much then why do you abuse it?

Why'd you bring a shotgun to the party?
Everybody's got one, there's nothing new about it
You wanna make a statement?
You should have come without it

We're all part of the system
Load'm up, shoot'm down
But you keep fucking missing

Alone, afraid, you wanna make them pay that's

Why'd you bring a shotgun to the party?
Everybody's got one, there's nothing new about it
You wanna get the girl?
Then you should have come without it

Why'd you bring a shotgun to the party?

Por Que Você Trouxe Uma Arma Para A Festa?Sozinho, com medo, a criança que sua mãe fez
Sentado em seu quarto, babando como um perdedor com toda essa desgraça
Você pensa, então você começa a beber
Então você fica tão paranoico com todos os remédios que fazem você tomar
Então boom
Isso faz você se sentir como um homem? (boom)
Não é o tamanho que entendemos (boom)
Você acha que vai ficar comigo
Você nunca vai ficar comigo
Você nunca vai dançar comigo

Eu admito, eu me sinto como você, como merda
Mas eu não saio e descarrego em todos sobre isso
Nós somos todos parte do sistema
Você quer começar uma guerra?
Sinta-se melhor, não vamos perder

Por que você trouxe uma arma para a festa?
Todo mundo tem uma, não há nada de novo quanto a isso
Quer fazer uma declaração?
Você deveria ter vindo sem isso

Você liga a tv, veja se você se atreve
Você vê um político e você começa a puxar seu cabelo
Mas são duas dimensões, veja, não há nada realmente lá
Você quer dizer tanta coisa e pensa que eles ligam para isso
E boom
Você acha que eles ouvem você agora? (e boom)
Fazendo barulho no meio da multidão
Tudo do jeito que você está usando
Você ama tanto então por que você abusa disso?

Por que você trouxe uma arma para a festa?
Todo mundo tem uma, não há nada de novo quanto a isso
Quer fazer uma declaração?
Você deveria ter vindo sem isso

Somos todos parte do sistema
Bloquear em cima, atirar para baixo
Mas, porra, você continua perdendo

Sozinho, com medo, você quer fazer eles pagarem

Por que você trouxe uma arma para a festa?
Todo mundo tem uma, não há nada de novo quanto a isso
Quer ficar com a garota?
Então você deveria ter vindo sem isso

Por que você trouxe uma arma para a festa?

~||~

– Olha, eu não sei qual tipo de brincadeira você pensa que está fazendo, mas isso não é legal, cara. - Murmurei, fitando o olhar felino de Jace.

– E se não for brincadeira? E se eu estiver sendo sério? - Desafiou.

– Mas é. E você não está sendo sério. - Revirei os olhos. - Você vive no meio de caçadores de sombras: Pense só no que eles especulariam se você estivesse bancando o escravo de sangue.

– Eles só iriam rir. Estão acostumados. - Respondeu, desinteressado. - Aliás, é o sonho de muitas garotas me ter como escravo. De sangue ou não, esse é um mero detalhe.

– Não seja nojento! - Fiz uma careta, desviando de uma menina bêbada enquanto caminhava para procurar por Simon. Jace me seguiu.

– Estou falando com você! - Berrou, por baixo da música alta.

– Ah, você não acabou? - Respondi, ironicamente. Senti sua mão queimando em contato de meu cotovelo e me puxando para perto, possibilitando um sussurro no meu ouvido.

– Você vai saber quando estiver acabado.

Puta merda. Foi como se meu sangue corresse pelas minhas veias novamente, uma pressão no meu braço, um aperto no meu peito, algo estrando passando pelo corpo - como um choque ou algo do tipo. Um básico fruto da minha imaginação.

Virei. Seu olhar caiu de encontro ao meu. Droga! Eu queria poder ser um pouco mais alta. O olhar dele estava estranhamente mais escuro e eu não soube identificar o motivo, seu cabelo estilosamente bagunçado deixava sua aparência mais malvada e seu porte esguio-e-moderadamente-musculoso era a coisa mais sexy que eu já tinha visto.

Ele sorriu, não de um jeito inofensivo, claro. Os dentes brancos e perfeitos apareceram, demonstrando apenas uma lasca como sinal de imperfeição. Aquele ser não existia.

Dois segundos encarando aquele sorriso e eu o morderia. Um segundo e eu violaria outra vez meus conceitos. Meio segundo e eu faria qualquer doideira que passasse por sua cabeça.

– Não vai me apresentar seu novo amigo, criança? - A voz de Simon fez-se presente, tirando-me de meu devaneio. Fitei-o, estava ligeiramente mais desarrumado, com o olhar meio vago e a mão esticada para mim. Ele queria uma reverência formal, algo relacionado a posse.

Beijei a mão estirada, pousando a testa em seu dorso para fazer uma suave reverência. Simon era bom, até, mas bem ciumento em relação aos caçadores de sombras.

– Mestre, esse é Jonathan Christopher, um filho do anjo. - Murmurei, afastando-me um pouco. Era um saco ser formal quando ele exigia, mas eu devia minha vida a ele.

A risada irônica de Jace ecoou por sob a música e o ruído mundano da Pandemônio. - Não sabia que você curtia esse lance de submissão, Presas. Aliás, eu achei você muito selvagem naquela vez. Lembra? Eu, você e o quarto...

– Filho do anjo. - A voz de Simon ficou cortante. Ele esticou a mão em busca de uma reverência. - Sou Simon Lewis, o líder dos clãs do sul.

– Se você pensa que eu vou beijar sua mão, fique sabendo que esse lance de coleira não funciona comigo. - E então sorriu daquele jeito matreiro.

– Posso considerar esse tom uma indulgência. - Sussurrou Simon, com a expressão desafiadora. - O que a Clave faria com você se descobrisse que anda desrespeitando membros poderosos do submundo.

– Tenho a certeza de que me dariam um prêmio - ou uma estrela dourada no uniforme. - Murmurou. - Olha, Presas, temos que ir. Iremos chegar tarde demais se não formos embora agora e...

– Eu levo minha cria para... - E fez um gesto obsceno com a mão, meio desleixado. - o que quer que seja aquele prédio estranho. Ela precisa se alimentar. E temo que seu sangue não seja o mais adequado.

Jace olhou para mim de relance, descobrindo então o que eu havia contado. - Nem pensar. Ela veio conosco, volta conosco. E acho que isso é inveja por ela já ter provado o sangue do anjo e você não, sanguessuga. Vamos, Clary.

E, segurando meu braço, arrastou-me para fora da boate, na parte dos fundos, onde não havia nenhuma alma viva.

As recordações me abateram, meus gritos permearam meus ouvidos, as feições deles apareceram em minha visão. Caí no chão, saindo das garras de Jace e passando a mão pela testa.

– Me-Me dê algum tempo para assimilar. - Pedi, vendo-o me encarar com temor.

– O que houve, presas?

Respirei fundo, concentrando-me para fazer as imagens ruins sumirem. Quando consegui me acalmar, aceitei sua mão para levantar.

– Onde estão Izzy e Alec? - Perguntei.

– Lá dentro.

– Mas... Você não disse que teríamos que ir embora?

– Ah... - E coçou a cabeça, encabulado. - Aquilo foi só para tirar ele da jogada. Não gosto daquele sujeito.

– Você não tem que gostar. - Murmurei, balançando a cabeça.

– Olhe só para como ele deixou você, Clary! Foi de garota raivosa com problemas de atitude para garçonete de beira de estrada que só fala "sim, senhor, deseja mais café", em menos de cinco segundos.

– Ele é o meu mestre!

– Mas não é seu dono. - Resmungou. - Ele não é seu dono, Clary.

– Será mesmo? - Minha gargalhada quebrada ecoou pelo lugar, estragando a paz. Era tudo tão confuso nessa vida que eu nem mais conseguia me identificar. - " E que ele tenha domínio sobre minhas vontades, minhas virtudes e meus prediletos, pois dele fui criada e a ele eu pertenço". É Helsenberd, Primatus. O juramento dos clãs.

– Ele não pode controlar você, isso é errático. Você pode muito bem controlar seus desejos, suas virtudes e todo o resto.

– Não, eu não posso.

Ele então pensou um pouco, para logo arrastar o dente no lábio inferior. Não pude evitar de acompanhar seus movimentos, até que ele morde seu lábio com força o suficiente para feri-lo. O cheiro doce de seu sangue puro invade minhas narinas e, no momento seguinte, estou preparada para pular nele.

– Sinta o cheiro do meu sangue e diga-me quem controla seus desejos. Você deseja-o, quer alimentar-se.

– Sim... - Murmurei fracamente.

– Então venha tomá-lo. - ronronou, e então já não era opcional. Já estou perto dele em um milésimo de segundo, tomando seu lábio inferior e sugando para retirar o máximo de sangue que conseguia. Ele entreabriu um pouco os lábios para facilitar, mas nunca parecia ser o suficiente. Quando ficou difícil sugar, ele afastou-me - um sorriso brilhava em sua face, os lábios pálidos. Ele deslizou a língua por entre os dentes para logo após mordê-la também. E, quando mostrou-a, sangrenta, eu já estava tomando seus lábios novamente. No começo foi algo mas trivial, porém, no instante seguinte, eu estava em seus braços e ele estava me beijando. O gosto metálico e enferrujado permeava aquele contato estranho, enquanto ele me apertava contra si. Pude ouvir uma voz ou outra gritando um "arrumem um quarto" enquanto passavam, mas não fiz questão de dar atenção.

Quando nos separamos, limpei um rastro de sangue do canto do seu lábio enquanto ele, ofegante, murmurava, atônito.

Que bela mordida!


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Notas finais do capítulo

E então? Mereço reviews?

Kissus,
—A.