Paradoxo. escrita por Anjinha Herondale Uchiha


Capítulo 5
Quando eu for livre.




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Trilha Sonora do Capítulo On:

Epica - Unleashed

UnleashedDeclining, all color fading
Defining, time coming for me
Rescinding, my inspiration
Receding consciousness
Set me free!

Back in the day, I can recall that
My thoughts were unclouded and sage
There was no black staining the walls of my memories
Now there's a haze pushing me sideways
And leaving me nothing to gain
Taking me back, locking me cold in disparity

Where was I meant to be?
I feel I'm lost in a dream
Long for the day I can be myself

When I'm free
When my sun has set
Released my soul forever
I'll have no regret
To be free
I'll exist again
No more lost endeavors
Nothing to contend
When I'm free

Color declines, all that defines me
Is falling away, far behind
Nothing to keep me with the time,the here and now

Where am I meant to be?
I feel I'm lost in a dream
Yearning again only to be myself

When I'm free
When my sun has set
Released my soul forever
I'll have no regret
To be free
I'll exist again
No more lost endeavors
Nothing to contend
When I'm free

[Coral]:
Cure me, free me, help me, see me
No more worry, no more losing
Save me, near me, help me, hear me
No more heartache, no misery
Cure me, free me, help me, see me
No more worry, no agony.
Save me, near me, help me, hear me
No more heartache, no despairing ( We despair)
Cure me, free me, help me, see me
No more worry, no repairing ( No repair)

[Simone]:
Time is just a concept
And always the first thing to fade
Agony and weakness
Nothing we can ever evade
Years are cruel, they break us
Bringing on decay and despair
Awareness and perception
Something we can never repair

Freedom for me is all I'm really wanting, needing
Give me power to break out
I can't hold on for any longer
My time has come to end it all

No one to blame, fate's only random
It's nothing we'll ever explain
So it remains

Where was I meant to be?
I feel I'm lost in a dream
Long for the day I can be myself

–Free-

When will I be unleashed?
It's not the way it should be
Yearning again only to be myself
When I'm free

[Coral]:
Unleash my consciousness

When my sun has set
Released my soul forever
I'll have no regret
To be free
I'll exist again
No more lost endeavors
Nothing to contend
When I'm free

LibertadaCaindo, todas as cores desaparecendo
Definhando, minha hora esta chegando
Anulando, minha inspiração
Ganhando consciência
Me liberte!

Em dias passados, eu posso me lembrar que
Meus pensamentos eram claros e sábios
Não havia escuridão manchando as paredes de minhas memórias.
Agora há uma névoa me jogando para os lados
E me deixando sem nada a ganhar.
Me puxando para trás, me fechando em divergência

Onde eu deveria estar?
Sinto que estou perdida em um sonho
Anseio pelo dia em que eu possa ser eu mesma

Quando estiver livre
Quando o meu sol se pôr
Libertarei minha alma para sempre
Não terei arrependimentos
De ser livre
Existirei novamente
Sem mais esforços perdidos
Nada para se preocupar
Quando eu for livre

As cores diminuem, tudo que me define
Está se perdendo, distante
Não a nada para me manter no tempo, no aqui e agora

Onde eu deveria estar?
Sinto que estou perdida em um sonho
Anseio pelo dia em que eu possa ser eu mesma

Quando eu for livre
Quando o meu sol se pôr
Libertarei minha alma para sempre
Não terei arrependimentos
De ser livre
Existirei novamente
Sem mais esforços perdidos
Nada para se preocupar
Quando eu for livre

[Coral]:
Me cure, me liberte, me veja
Sem mais preocupações, sem mais perdas
Me salve, me aproxime, me ajude, me escute
Sem mais coração partido, sem miséria
Me cure, me liberte, me veja
Sem mais preocupações, sem mais perdas
Me salve, me aproxime, me ajude, me escute
Sem mais coração partido, sem miséria (Nós desesperamos)
Me cure, me liberte, me veja
Sem mais preocupações, sem mais perdas (Sem conserto)

[Simone]:
O tempo é só um conceito
E sempre a primeira coisa a sumir
Agonia e fraqueza
Não são nada que possamos evitar
Os anos são cruéis, eles nos quebram
Trazendo decadência e desespero
Ciência e percepção
Algo que nunca podemos consertar

Minha liberdade é tudo que eu realmente quero e preciso
Me dê o poder de escapar
Não posso mais aguentar
Chegou minha hora de acabar com isso tudo

Não há quem culpar, o destino é aleatório
Não é algo que vamos conseguir explicar
E assim permanece

Onde eu deveria estar?
Sinto que estou perdida em um sonho
Anseio pelo dia em que eu possa ser eu mesma

Livre

Quando serei libertada?
Não é o jeito, que deveria ser
Aguardando novamente para ser eu mesma
Quando serei livre

[Coral]:
Liberte minha consciência

Quando o meu sol se pôr
Libertarei minha alma para sempre
Não terei arrependimentos
De ser livre
Existirei novamente
Sem mais esforços perdidos
Nada para se preocupar
Quando eu for livre

~||~

Somos esboços de almas condenadas a uma eternidade longínqua. Somos pedaços de papel flamejante, feito da mais pura árvore, coberta pelo mais grudento limo chamado de pele. Somos aquilo que fomos feitos para ser, humanos sem humanidade, profetas sem seguidores, um anunciador da perspicácia.

Vivemos e aprendemos com a base inútil de uma vida sem propósito, ondem vendem o slogam "Seja o que você quiser" quando, de fato, somos seres próprios e distintos, sendo que já somos algo que não se pode mudar.

Abra seus olhos, querida ou querido, e veja que - na verdade - sua vida não passa de uma fase de expectativas. De sonhos. De irrealidades. Veja que nada do que você sonhou quando criança está para se realizar na fase adulta assim como nada do que você almejou na fase adulta acontecerá na velhice.

Somos todos a farinha de um mesmo saco, iguais e ao mesmo tempo diferentes. Humanos e desumanos. Fiéis e descompromissados. Crentes e Ateus.

Nascidos e criados em um mundo pobre, de mente limitada.

– Abigail Hussenford

1862 - 1895

Idris, 19 de agosto de 1884.

– E então, crianças - Prosseguiu Hodge, com sua expressão fria. Aquele careca me dava medo e olha que a vampira da situação sou eu. - Hussenford foi a primeira mulher a ser aceita como cônsul. Provavelmente na época de 1870. Esse texto foi parte do seu discurso de renuncia, quando ela desaprovou o conselho misógino da Clave. E então, por volta de 1876, ao ver sua mãe ser brutalmente assassinada por demônios raum, ela...

Cutuquei Isabelle com a ponta da caneta enquanto a mesma babava por cima da mesa. Seus longos cabelos negros formavam um escudo envolta de seus braços e rosto, o que a permitia dormir durante a aula.

– Psiu, Izzy! - Chamei baixo, cutucando com mais força. Não pareceu funcionar, então eu apenas abaixei-me e mordi seu braço.

Foi eficaz, afinal, ela levantou em um pulo, berrando feito uma condenada.

– Vampiros! Vampiros! Eles querem me pegar! - Berrou, assustada, até que percebeu onde e como estava. - Huh, desculpe-me Hodge, prossiga.

Quando Isabelle sentou-se novamente, limpando o fino rastro de sangue em seu próprio braço e me olhando de cara feia, eu perguntei:

– Você pode me explicar o porque de eu ter aceitado participar da sua aula semanal com o tutor de Idris? Essa porra aqui tá mais chata que evento beneficente em bairro pobre. Quando vamos poder ir embora?

– Shhhh, Presas! - Murmurou, batendo em meu braço com o livro de demonologia. - Você veio porque eu prometi te levar pra pandemônio mais tarde se você não me deixasse sozinha aqui. E não, não podemos ir embora ainda, já que a matéria mal começou.

– Merda! - Praguejei, cutucando o esmalte preto descascado na minha unha. Passamos uma longa eternidade (três horas) escutando Hodge dizer algo que não me interessava, até que o careca do mal enfim nos liberou. Era uma manhã de um domingo ensolarado, a luz do dia já incomodava minha pele pela falta de elixir e isso era desconfortável.

Andamos e eu tive o cuidado de ir pela sombra dos prédios, enquanto víamos aquela massa adolescente de delinquentes juvenis.

Os garotos estavam jogando bola, Jace, Alec, Sebastian e Mikaelson (Mik - um menino lobisomem que fazia questão te me chamar de sanguessuga assassina toda vez que tinha chance. Alec - que adorava se amostrar - estava sem camisa, enquanto o resto do grupo se matava para correr atrás daquela maldita bola. Nunca entendi bem o futebol, acho uma coisa desnecessária. Mas, por outro lado, deve ser divertido correr ao sol com amigos.

Amigos.

Não, aqueles não eram meus amigos. Meus amigos eram Jude, Simon e Ned. Eram Magnus Bane e William Pub. Aquele bando de caçadores de sombras só queriam me vigiar, provar a mim mesma o monstro que eu era.

Eu não deveria confiar neles. Não mesmo, mas era algo fora de mim. Não podia evitar aquilo. No final, a vontade de ter amigos sempre prevalecia. Eu era fraca.

Isabelle saiu correndo em seus saltos plataforma pelo gramado, pulando nas costas de Alec, que se desequilibrou um pouco antes de sair correndo com ela. Não pude conter uma risada quando eles toparam com Meg e ela caiu no chão.

O show foi explosivo, com direito a ver Meg puxando o cabelo bem cuidado de Isabelle e a orelha de Alec.

Eu seria uma mentirosa de quinta se dissesse que não queria poder estar ali, correndo feito uma idiota. Mas não podia e não deveria ficar com pena de mim mesma.

Depois de alguns minutos recebendo porradas simultâneas de uma garotinha irritada, Isabelle se rendeu e veio até mim a passos lentos.

– Huh, essa tampinha me irrita... - Murmurou, tirando um rastro de terra de um dos joelhos e checando as unhas enormes.

– Eu ouvi isso. - Meg rosnou, aparecendo do nada e dando um chute em sua canela. Ao vê-la lamuriar-se de dor, riu uma risada abafada e correu para me abraçar. Vestia uma blusa preta com a figura de um panda macabro, calça preta, uma jaqueta de couro e sapatos baixos. Sua maquiagem estava mais marcada que nunca, dessa vez desenhada abaixo dos olhos com delineador e com os longos cabelos negros soltos. Só ela mesmo para se vestir como uma emo fazendo um calor sufocante.

Eu resolvi inovar dessa vez, trocando os vestidos longos por uma saia de crochê e uma regata preta. Não quis usar saltos e pus botas all stars de cano longo.

– Hum, Clary, eu já disse o quanto sua pele é fria hoje? - Perguntou, apertando-me ainda mais no abraço. - Isso é muito maneiro!

Não pude deixar de rir uma risada ácida. Se ela soubesse o esforço que eu estava fazendo para não atacá-la... Ainda mais com aquela pulsação rítmica e infantil.

– Não, você ainda não falou isso hoje, Meggs. - Respondi, assanhando seus cabelos.

– Sua pele é tão fria! - Tratou de dizer, sorrindo. - Huh, você quer me ajudar com a lição de inglês mais tarde? Estou com problemas quando se trata de verbos...

Mordi o lábio e suspirei.

– Ér... que hoje não vai dar. Que tal amanhã de manhã?

Seus olhos ficaram inquisidores. Eu sabia que ela não deixaria aquela passar. Afastou-se de mim com brutalidade.

– Por que hoje não, hein? Não me diga que você vai dar outros amassos com "a loira do banheiro"! - Reclamou e, quando viu que eu não me daria o trabalho de responder, tirou suas próprias conclusões e começou a berrar. - Você gosta daquele imprestável? Sério isso? Jonathan Christopher?!

– Shhh, que merda, Meggs! Cale essa boca! - Murmurei, tapando-lhe a mesma e puxando-a para perto de mim antes que as pessoas ouvissem ainda mais daquele desentendimento. - E eu não gosto do Jace, muito menos pretendo manter relações com o mesmo. Eu e Isabelle temos planos, só isso.

– Então isso não é problema! Que horas eu tenho que ficar pronta...?

– Planos que não incluem você, tampinha. - Afirmou Izzy, com um sorriso ácido, enquanto alisava sua perna machucada pelo pé de Meg.

A pequena princesa das trevas mostrou-lhe a língua e deu de ombros, fingindo não estar magoada.

– Ok... - Fungou dramaticamente. - Já estou acostumada com a rejeição. - Seu biquinho ficou incrivelmente maior e ela estava quase chorando. - Não é culpa de vocês ninguém gostar de mim e...

– Já chega, Margareth Zane. - Uma voz grossa e fria fez-se presente e todas nós viramos com brusquidão.

Era o diretor falando, ao lado de uma mulher alta e com estilo punk.

Meg fungou algumas vezes, mas logo seu choro se desfez ao reconhecer a presença feminina ali.

– Molly! - Gritou, correndo para abraçar a mesma. A garota punk sorriu e a ergueu, mantendo-na no seu colo.

– Senti saudades, Marge! - Murmurou, andando para longe com a pequena no colo junto do diretor. - Vamos, eu trouxe presentes e...

Quando eles saíram do nosso alcance visual, Isabelle suspirou e sua postura relaxou.

– Ufa, pensei que aquela remelenta ficaria se intrometendo para sempre.

Dei um tapa exagerado no braço de Izzy e pude vê-la reclamando.

– Meggs é legal. Você só não sabe como entendê-la...

Pude notar Jace aproximando-se muito antes de Izzy. Ele era rápido, rápido até para mim - que tinha os reflexos de vampira. Demorei certo tempo para reconhecê-lo diante tal velocidade e, quando o vi, já era tarde demais. Ele já estava abraçando Isabelle, totalmente suado.

– Ah! - Ela berrou, praguejando, enquanto contorcia-se em meio ao aperto. - Seu filho de uma cadela condenada a prostituta de lúcifer.

Jace soltou uma risada, bagunçando os cabelos de Izzy, enquanto fazia uma careta engraçada.

– Por que diabos Lúcifer escolheria uma cadela para ser sua prostituta? - Perguntou, com certa ironia. - Acho que ele preferiria alguma Sasha Grey ou Dominique Starla. Mas, agora, minha mãe? Tsc...

– Não banque o engraçadinho.- Murmurou, afastando-o. Limpou as mãos, agora sujas de suor, na barra do vestido e ajeitou os cabelos. Depois fungou e fez uma careta. - E vá tomar um banho! Urgh, você está fedendo...

– É o cheiro da minhas masculinidade. - Zombou, gabando-se de seus músculos.

– Por acaso seus músculos estão em estado de decomposição? Ande! Vá logo que eu e a Presas temos assuntos a tratar...

– Uhu-huu! E posso saber que assuntos são esses? - Sorriu. - Roupas? Garotos? Oh, não me digam que estão planejando escrever um comentário sobre algum garoto na porta do banheiro ou algo assim! Se for sobre mim, vocês podem contar sobre a maneira que meu sorriso reflete o brilho do oceano ou como meus olhos dourados são fragmentos de um sol potencialmente maior que o que ilumina nosso sistema solar...

– Acrescente mais um planeta nesse sistema... - Murmurei, embasbacada. - Seu Ego.

– Pois então acrescente outro. - Declarou. - O valor que eu dou aos seus comentários. Ih, é mesmo, esse planeta não existe.

Dito isso, saiu rindo e piscando para algumas garotas. Exasperei-me e bufei, irritada.

– Out! - Desdenhou Izzy, segurando em meu braço e nos guiando pela sombra até o refeitório. - Essa doeu até em mim, presas.

– Fique quieta, Isabelle! - Rosnei, desviando de uma garota com uma bandeja coberta por aquela carne inútil. - O que viemos fazer aqui, afinal?

– Você pode estar de, hum, dieta, mas eu também tenho que me alimentar, sabia? Então fica quietinha enquanto eu como um hambúrguer.

– Queria eu comer um hambúrguer... - Murmurei, mas não tenho certeza de que ela me ouviu. Fomos até a fila, peguei uma bandeja de algo marrom e gosmento e Isabelle pegou um hambúrguer de aparência melhor que meu, hum, grude.

Nos sentamos na última mesa, abaixo de uma árvore, para que minha pele linda, macia e quentinha (só que não, né!) ficasse protegida. Fiquei observando-na comer enquanto remexia minha gororoba desumana. De repente, aquele hambúrguer não parecia a pior coisa do mundo...

**************************

Quando a noite chegou, comecei a me arrumar. Eu seria vista em público, uma vampira conhecida, e não podia fazer feio.

Tomei um banho relaxante, enrolei meus cabelos e fiz uma maquiagem forte. Lápis de olho, rímel, batom vermelho sangue e um gloss da mesma cor para completar. Pus meu vestido vermelho xadrez em estilo punk, com sua frente parecendo um espartilho. Calcei as botas mais longas que tinha, que batiam na metade da coxa e tinham um salto nem-tão-alto-assim. Minhas joias em estilo gótico, porém contido e um dragão chinês feito de prata na minha orelha esquerda. Todas as minhas jóias eram de prata, na verdade. Afinal, nunca se sabe quando um lobisomem aparecerá no caminho.

Quando terminei de me arrumar, usei minha velocidade de vampiro e minha sutileza para ir silenciosamente ao quarto de Izzy. Fiz a batida secreta e logo Isabelle imergiu no ambiente.

Usava um vestido negro demasiadamente decotado, um colar longo com uma grande esmeralda vermelha, os cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo desgrenhado e elegante e joias elaboradas.

Desenhou símbolos de silêncio - foi o que ela me disse - e depois nós seguimos à nossa maneira para fora do prédio.

Seguimos por metros durante uns sete minutos, até que encontramos o portão do cemitério. E, apoiados no portão, estavam Alec e Jace.

– O que vocês estão fazendo aqui? - Isabelle perguntou, irritada. - Nós teremos uma noite para garotas e apenas garotas, então vocês podem ir vazando.

– Primeiro, vocês não têm permissão para sair do acampamento de verão. Segundo, eu amo as noites das garotas! - Afirmou Jace.

Aquilo não seria boa coisa. Não mesmo.

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N/A: Eu pretendia terminar por aqui, mas vamos logo para a continuação.

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O clube Pandemônio era um lugar um tanto quanto animado. Ficava na califórnia e nós demoramos cerca de vinte minutos para chegar nele. Afinal, tudo fica mais fácil quando se tem um feiticeiro por perto.

O ambiente era escuro, com algumas luzes coloridas brincando pelo local. A música trance que tocava era hipinótica e as pessoas animadas que dançavam por ali eram exóticos.

Garotos de cabelo azul, garotas de cabelos roxos, magros, altos, robustos, tatuados, cheiros de piercings, com caras assustadoras e bêbados. Uma mescla social de góticos, punks e fãs de pop. Um banquete para vampiros sedentos.

Encontrei Simon no mesmo instante em que cheguei, ao lado de Michelle. Ele tinha deixado o cabelo crescer um pouco mais e já havia mudado o visual de nerd tímido para futuro astro do rock drogado - o que era um clássico de sua personalidade, já que ele trocava mais de estilo do que eu de vítima.

Alec seguiu a primeira garota punk que viu passar, piscando para Jace antes de enlaçar sua cintura. O loiro declarou que iria pegar bebidas, o que permitiu que eu e Izzy fôssemos de encontro ao meu amigo.

Em menos de um segundo ele já estava me abraçando e Michelle sorrindo daquele jeito falso que só ela tinha.

– Pequena Clary! - Cumprimentou, beijando minha mão após romper o abraço. - Está demasiadamente atrasada, pequena Clary.

– Eu, hum, tive complicações com uns caçadores de sombras. Ér... Si, essa é a Izzy.

– Izzy... - Sorriu, virando-se para a mesma com aquele sorriso ao mesmo tempo intimidador e sedutor clássico de vampiros. Mas, invés de cumprimentá-la, apenas deu um salto e olhou-a intimidado. - Isabelle Lightwood? Filha de Robert?

– Vocês se conhecem? - Perguntei, encabulada. Izzy deu de ombros, querendo parecer indiferente, mas sua postura ficou mais severa. Olhou-o de cima, porque - sim! - ela era mais alta que ele com aqueles saltos do tamanho do mundo.

– Hum, eu já estive em uma festa de um amigo dele. - Respondeu Izzy. - Eu... vou ir procurar o Jace... Até.

Ok, o que acabou de acontecer? Minha mente ficou coberta por névoa.

Simon parecia encabulado e exausto.

– O que realmente aconteceu, Si? Vocês não se conheceram em uma festa e só.

– Quisera eu que fosse apenas isso... - Murmurou. - Mas não creio que agora seja uma boa hora para que eu te conte sobre certos assuntos.

– Então tá... - Dei de ombros.

– E como anda você? - Perguntou, desviando de uma morena dançante que estava bêbada. A música Trance continuava provocando um som ensurdecedor. E então sussurrou. - Tem se alimentado?

Fiz uma careta meio duvidosa.

– Eu... não tenho muitas opções na Sword & Cross. - Afirmei, sussurrando também. - Mas me alimentei, huh, uma vez nesse último mês.

– Outro esquilo? Urgh, só de pensar me dá náusea. É tão fácil morder um humano, menos um não fará tanta diferença assim.

– Na verdade... Eu me alimentei de um... - Olhei ao redor para ter certeza de que ninguém prestava atenção. - caçador de sombras.

Simon olhou-me de uma maneira assustada, segurou meu pulso e me guiou para um lugar longe, atrás do bar, onde estava quase deserto.

– Pode me explicando isso! O que foi que aconteceu? Quem você mordeu? Está tudo bem com você?

Demorei alguns minutos para contar tudo o que havia acontecido durante minha estadia na Sword & Cross. Depois que eu relatei cada detalhe, Si murmurou algo para si mesmo e sorriu.

– Esse tal de Jace não me parece boa coisa. Tome cuidado, ok? Ele pode, hum, sei lá, tentar te matar ou algo do tipo. - Declarou. - Você está com fome, minha cria? Quer se alimentar?

– Huh, você tem um pouco do elixir com você? - Perguntei, dando de ombros.

Simon negou, mas então sorriu.

– Eu tenho Michelle. O sangue dela é bom, até. Não se compara a um caçador de sombras, com a mistura angelical e tudo mais, mas não é ruim. Isso eu te garanto.

Assenti então, vendo-o me levar para a área populosa novamente, procurando por sua escrava de sangue.

– Fique por aqui. Já volto. - Pediu e eu não me opus. Assim que ele saiu do meu campo de vista, sinto uma mão me puxar para o lado. Jace.

– Aquele é Simon Lewis, o líder do clã de Nova York?

Assenti.

– E do Kansas - Acrescentei. - Ele me criou.

– Monstro... - Murmurou, contrariado. - O que ele foi fazer?

– Huh, não te devo satisfações. - Desafiei, mas logo cedi ao ver sua cara de quem não estava para brincadeiras. - Ele foi buscar Michelle para me alimentar.

Jace pôs a mão sobre o peito dramaticamente e fungou.

– Você não gostou do meu sangue? Está procurando outra fonte de alimento?

Fiz um gesto desdenhoso com as mãos, não acreditando na seriedade daquele assunto.

– Seu sangue é venenoso demais, prefiro algo mais doce. - Brinquei, mas ele não sorriu. - Hum, Jace? Está tudo bem?

– Estou falando sério, presas. Qual é o problema comigo sendo sua fonte de alimento?


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Notas finais do capítulo

Preste atenção nos pequenos sinais, ok? eles irão mostrar o que está acontecendo com a vampirinha.
E então? Mereço Reviews?
XOXO
Psicoticamente, A.