Em pouco tempo, as flores apareceram. Abril estava chegando. E com isso, o fim do ano letivo também vinha. Algo que não era o sentimento de amor que geralmente vinha com a primavera tomava conta de Dong Si. Apesar de Nina se a única a não pensar assim. Ela era a única que ainda achava que tudo se tratava do amor. Ela estava apaixonada, enquanto os outros ao seu redor deixavam apenas o orgulho crescer. Ela era a única certa. E ela sabia disso.

Jon Woo, herdeiro de Dong Si, ainda se recusava a falar com o melhor amigo, mesmo que este tentasse de todas as formas de aproximar do coreano. Woo achava que este sim ela verdadeiramente ligado ao trabalho e que era o único ético ali. Jared se perdera nessa loucura de amor e havia ficado louco. Mas apesar de tudo, ele ainda se preocupava. Ainda sentia pelo dia em que os outros descobrissem sobre eles.

Philipe andava estressado com as provas finais do terceiro ano e queria se dedicar a elas, mas ainda tinha que ajudar a namorada Bella, que por mais que tentasse, não conseguia se concentrar nas aulas.

– Eu realmente não posso ajudar você se não se esforçar. Você está na turma C e acha que simplesmente não pode entrar no quadro dos 100 melhores. Como você quer entrar se nem mesmo tenta? Existem alunos na sua sala que conseguem ter seu nome no quadro, mas você não tenta!

Essa fora a ultima coisa que havia falado até Bella se magoar e sair magoada da biblioteca. Isso na ultima semana de fevereiro. E já estavam na metade de março.

– Ela não me escuta, não retorna minhas ligações e finge que não existo! – Ele havia desabafado com ninguém menos que Byun Woo Ho, colega de classe do jovem. Eles já havia trocado algumas palavras, mas nada além disso. E então, de repente, enquanto ele esperava Rose aparecer com os lanches, o tal Philipe havia aparecido, se jogado no banco e despejado o desaforo.

– Qual o motivo de você me contar isso mesmo? – Woo Ho foi direto.

– Nenhum em especial. Apenas falei, desculpe – Philipe ajeitou-se no banco e observou o jovem. – Eu vi na televisão a reportagem sobre sua mãe... Eu não seio que dizer... Eu sinto pelas ações da empresa do seu pai terem caído-

–Não sinta – cortou Woo Ho, no mesmo tempo em que o celular recebia uma mensagem.

Munja wasssyong! Munja wasssyong!

– Por que ela me envia uma mensagem quando está prestes a voltar? – reclamou baixinho enquanto via a mensagem e logo a respondia.

– Woo Ho, posso perguntar uma coisa?

– Você quer muito perguntar, vamos. Faça isso.

– Você e a Rose então saindo?

– Não, não estamos. Ela é...

Amiga? Melhor amiga? Conhecida? Grudenta? Por algum motivo, ele não sabia dizer o que exatamente era isso. Era a primeira vez que havia se aproximado tanto de uma pessoa desse jeito. Rose era invasiva, curiosa, não respeitava os espaços, inquieta e nunca calava a boca, era companheira, amiga, era prestativa e sempre se preocupava com ele. Havia prometido a ele que estaria sempre ao lado dele, o apoiando. Isso era amizade, certo?

– Oppa! Aqui está o de morango com chantilly.

– Namorada?

– Quem é namorada de quem? – Rose perguntou a Philipe, e quando ele não respondeu, ela logo revidou. – Namorada? Do Woo Ho? – Ele acenou a cabeça. – Não! Que namorada? Ele é meu melhor amigo – ela sorriu.

– Byun Woo Ho!

Era Jared, que se aproximava com papeis na mão. Rose não sabia, mas era os papeis de matricula do melhor amigo, além de informações e transferência também. Por ter sempre as maiores notas da turma, além de estar na turma A, - não só ele, como todos os alunos da turma A, B e C – havia ganhado a chance de ir direto para o departamento universitário de Dong Si sem a necessidade de fazer uma prova interna.

– Eu acabei de assinar a transferência. É uma pena que estejamos perdendo alguém tão excepcional como você pra Yonsei. Mas ainda temos tempo, né? Parabéns por ter sido aceito em Yonsei, Jon Woo já quis estudar lá, faça inveja pra ele – disse o professor, entregando ao jovem um envelope. – Os papeis de transferência e todo o resto.

E foi isso. O futuro incerto de Woo Ho havia se tornado claro. Rose passava a línguas nos lábios e gaguejava.

– Yon... Yonsei não é aquela universidade que fica do outro lado do mundo? Tipo, na Coreia? – A voz estava tremula.

– Mas... Mas, mas... É do outro lado do mundo, na Coreia.

– Rose, eu ia te contar, mas eu ainda esperava que eu não fosse... Esperava que meu pai mudasse de ideia...

– Quando você vai? – Rose se controlava para não chorar. Pelo menos não queria chorar.

Mas... De repente soube que seu melhor amigo irá estudar fora por sabe se lá quanto tempo. Quando finalmente havia conseguido se acalmar e encontrar alguém realmente bom e compreensível. Como ela poderia simplesmente seguir sem ele na faculdade? Como ela conseguiria seguir sem ele daquele momento em diante?

– Rose, ei vou voltar.

– Eu preciso estudar. Depois a gente se fala.

Philipe já havia saído de fininho do lado deles, mesmo que Woo Ho tivesse percebido. Ele seguia na direção oposta a Rose, e ao olhar para trás, viu uma expressão no rosto do colega de classe, algo que não imaginava que pudesse vir dele. Estava desconcertado, desesperado, triste, mesmo que os cabelos ainda cobrissem parte de seus olhos... Byun Woo Ho havia deixado alguém entrar em seu coração aos poucos e so agora havia percebido o quão importante ela era pra ele.

– Contanto que ele saiba...

Woo Ho esfregava o rosto com as mãos, estava prestes a desmoronar. A ideia de ficar longe da melhor e única amiga não era tentadora e nem um pouco apreciável. E ele sequer sabia quando ia voltar. Mas sabia exatamente o dia que iria embora.