E com esta frase, Diana conseguiu com que a sala ficasse em silêncio. Andromeda e Narcissa olhavam a irmã, que ao lado de Sirius olhavam a reação explosiva que nem pólvora, de Diana. Rigel ao seu lado tentava acalmar a irmã mas sem grande sucesso, visto que ela ainda estava vermelha no rosto e os copos trabalhados de Dumbledor tinham rebentado quando ela gritou. Inês, a rapariga loira, que havia entrado com eles, estava ao lado de Diana, igualmente, como seria de esperava tentava também ela acalmar a filha de Bellatrix. A outra rapariga morena, tão parecida a Diana, não dizia nada para ela, mas conversa algo em tom baixo com Draco, que parecia também ele preocupado.

Um simples sinal do professor Dumbledor fez com que Diana se sentasse novamente na cadeira agora mais longe do que anteriormente estava devido a força do impacto com que tinha sido empurrada para trás quando Diana se havia exaltado.

“Peço-te novamente Diana, ouve com atenção, como bem disseste ninguém te obriga a aceitar coisa nenhuma, mas existem certas circunstancias que nos obrigam ao dever moral de repensar no que é realmente importante, e há uma coisa que até pudemos esquecer mas que nunca muda, a família. Garanto-te isso. Eles são os teus pais, tal como o Rigel é o teu irmão, e acredita que nenhuma família é fácil, compreendo que a tua também não o seja, mas a verdade é esta, e essa é tão certa como a morte, não muda. Talvez e como se dizia, seja apenas um velho tolo e sentimental, mas acredito sinceramente que não existe nenhuma força mais forte que o amor. Podes ter tudo o que quiseres Diana, pode ter fama, beleza, poder, conhecimento, podes até ser temida ou adorada, mas sem amor, sem ninguém com quem podes verdadeiramente compartilhar os teus objetivos, as tuas conquistas de que te vale? Acredita que qualquer um desta sala te pode dizer que o que te digo é verdade. Mas creio que não precises de confirmação. Perdoa-me estar-me a intrometer na tua vida, mas não posso deixar passar esta situação. Peço-te apenas que poderes a minha palavras e que nunca te esqueças que quem realmente somos, parte das nossas escolhas e não do nosso orgulho!”

Rapidamente o professor saiu da sala, deixando para trás a família Black.

“Diana, dá-lhes uma oportunidade.” Disse Aliya “Se eles não se importassem não estariam aqui, nem todos se importam, acredita, e eles estão aqui. Olha o meu caso, ou até mesmo o da Inês. A minha mãe nunca quis saber de mim, e a tua está ali. Quer-te conhecer, quer ser tua mãe. Diana dá-lhes o benefício da dúvida. Acredita em mim!”

O olhar de Aliya passou de ser meigo e compreensivo de Diana para passar a ser de ódio para Andromeda, que também ela queria falar.

“Julgar as pessoas sem saber as razões é fácil!” Andromeda disse mesmo quando Bellatrix tentou que se calasse, não era o momento.

“JULGAR!” Disse ela “Este de facto não é momento! E parece-me que nunca vai ser! Mas devia fazer um favor a Inês, e dizer-lhe quem é a mãe dela. Já que sabe…”

O olhar da rapariga loira dirigiu-se a mulher morena, que ainda fervia mas Aliya decidiu ela mesmo continuar. “Ou já não lhe chega ter abandonado PROPOSITADAMENTE uma filha ainda quer privar outra da convivência com a mãe dela?”

“Cala-te! Não te admito que ponhas em causa a minha lealdade!”

“Ah sim, esqueço me sempre. Andromeda Tonks, o poço de lealdade e de bons costumes… oh devo dizer Andromeda Black! Acho que o nome de família lhe fica melhor, assenta-lhe perfeitamente com as noções de família e tradição!” Disse ela friamente “Oh ainda ninguém sabe que eu realmente sou!?” e antes mesmo que ela continuasse “Ah sim, parece que eles ainda não sabem que eu sou sua filha. Oh sim. Prazer. Aliya Black.” Disse ela. Bellatrix olhou abismada para a irmã que esta completamente furiosa. “Mas vá porque não diz a Inês quem é a mãe dela?”

“Que conversa é essa Aliya! O que é que tu sabes Ali?” Inês perguntou com a sua voz doce mas carregada de preocupação. “Por favor, diz me”

Narcissa continuava atenta a conversa ainda abismada com a revelação da jovem feiticeira. Mas olhando bem para ela, não restavam muitas dúvidas. A rapariga, os cabelos negros, as feições perfeitamente delineadas, ah sim, ela era tão parecida a Andromeda.

“Aliya, não faças isto. Agora não!” Disse Diana esquecendo por momentos aquilo que se passava entre ela, Sirius e Bellatrix. “Nós não temos certeza de nada.”

“A cara dela diz tudo. Tenho a certeza que já confirmou.” Ela disse friamente para Diana “E a Inês têm o direito de saber, tu própria o disseste.”

“Mas não agora, não assim. Tu estás demasiado nervosa.”

“É o momento!” Disse Aliya “Afinal estamos em família, porque não dizer-lhes. Ao menos fica tudo em pratos limpos, não concordas!” Aliya estava fora de si “Há uns tempos atrás o Draco contou-nos a história da mãe dele, de como tinha tido um romance com o primo, Regulus Black. De como tinha nascido uma criança. E depois… juntamos pequenas peças. Sabe tia Narcissa. Contou-nos como procurou a sua filha é verdade…”

“E eu posso saber o porque de toda esta conversa Aliya?” Narcissa com o seu tom altivo disse “A minha vida a mim apenas diz respeito…”

“Inês apresentou-te a tua mãe. Narcissa Malfoy”. Disse Aliya. “Por mesmo não sabendo de ti Inês, a tua mãe nunca te esqueceu, nem nunca desistiu de ti.”

Os olhos azuis de Narcissa inundaram-se de copiosas lágrimas que mancharam a sua tão perfeita maquiagem.

“Minha filha…” Disse Narcissa que não deixou Inês dizer nada e a envolveu num abraço que ela nunca pensou ter. E se para a jovem menina loira, que nunca tinha sentido o que era realmente o abraço da mãe, ela podia dizer que os seus sonhos não faziam justiça o que estava a acontecer naquele momento. O abraço da mãe era melhor que qualquer coisa. As lágrimas dela começaram a escorrer sem que ela pudesse sequer dar conta. “Minha filha…”