New York Love Story escrita por Vitor Matheus


Capítulo 5
NYC, Here We Go


Notas iniciais do capítulo

Antes de todas as notas iniciais, vim aqui para parabenizar, com certo atraso, aquela eterna estrela de Glee que atende pelo nome de Lea Michele Sarfati (Monteith) [deixem-me sonhar]. Feliz aniversário atrasado, garota! Quem também lembrou dela prepara os dedos e comenta "EU" :P

Demorei um bom tempo para conseguir escrever um capítulo que preste. Pronto, fui sincero.

A verdade é que, já que os outros relacionamentos começaram no capítulo anterior e até com avaliações positivas (lê-se SpiderGirl e Yasmin, adoro seus comentários), optei por escrever um capítulo que contivesse apenas o foco principal da fic: Finchel, óbvio! E depois de várias tentativas, consegui fazer a história sair da "maquiagem perfeita" que era. Isso vocês logo verão.

Garanto que vocês vão se surpreender, e eu quero ver seus comentários no final. Boa leitura a todos! :D



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Depois de uma semana muito corrida sendo o novo colunista do The New York Times e me preparando para a grande estreia de domingo, tive um sábado inteiro para aproveitar e descansar. Ou ao menos tentei descansar.

— Finkenstein, acorda! — Blaine arremessou um travesseiro na minha cara, e eu me sentei na cama com cara de poucos amigos.

— Precisava disso, cara? — Esbravejei, irritado.

— Não, Finn, imagina. Já são 10 horas. Pensei que você já tinha morrido!

— É, mas eu não morri. Ainda. — Ironizei, fazendo-o pegar o travesseiro de volta e jogá-lo em mim de novo. — Sabia que isso incomoda? Ainda mais em pleno sábado?

— Você até pode dormir até a hora do almoço em Lincoln, mas em New York a rotina começa cedinho assim.

— Não vamos trabalhar hoje, idiota.

— Tô nem aí, caramba! Precisamos fazer alguma coisa. Você sabe que eu não consigo ficar parado.

— Ah, é? Veremos.

Em um simples movimento, levantei-me do colchão, arranquei a almofada de suas mãos e a arremessei contra ele, que revidou fazendo o mesmo. Logo, peguei um outro travesseiro da cama e joguei, e assim iniciamos uma guerra bem infantil; até sermos interrompidos por Santana, que surgiu do Big Bang, só pode.

— Ai, vocês parecem duas crianças gays fazendo isso.

— Posso saber como você entrou aqui, Lopez? — Soltei.

— Tenho meus métodos.

— E eles nunca são legais, não é mesmo? — O mais novo disse, e sem a maior cerimônia, ela assentiu com a cabeça, como se fosse a coisa mais normal do mundo. — O que faz aqui?

— Como eu sei que esse gigante em forma de humano não quer levantar essa bunda da cama e você não quer ficar parado sem ser você mesmo, pensei em vir aqui para tomarmos um café da manhã decente preparado pela diva aqui. — Ela apontou para si mesma. Egocêntrica… — E talvez jogarmos conversa fora. Afinal, aconteceram muitas coisas essa semana. Tipo o seu novo amigo que joga no mesmo time que o seu, Anderson.

— Cale-se, Santie. Eu e Jesse somos apenas velhos amigos colocando a história em dia.

— Sei… — A latina arqueou as sobrancelhas. — Ao menos eu tenho meu colírio natural para ficar admirando de segunda a sexta.

— Ou seja, seu chefe. — Me intrometi. — Falando sério, nunca vi alguém tão apaixonada e ainda assim esconder de tudo e todos… menos dos melhores amigos.

— Hudson, nem venha me dizer que você nunca passou por isso. Porque nós aqui sabemos e muito bem por quem você foi apaixonado.

— Podemos não falar sobre isso hoje? — Intervi.

— Finn, pelo amor de Deus, pare com isso! Não tente fugir de algo que você vai enfrentar em 24 horas, porque não vai dar certo. Não adie o inevitável. Uma hora ou outra, você vai ter de falar abertamente sobre isso quando for entrevistado ou algo do tipo. — Blaine exclamou, me fazendo sentar na cama novamente.

— Está pronto para falar? — A latina perguntou, depois que ficamos uns segundos em silêncio.

— Para falar, não. Mas acho que posso escrever sobre isso.

Rach, acorda. Chegamos ao aeroporto. — Falei para Rachel, quando o táxi parou na porta do aeroporto de Lincoln.

Mas já? — Ela disse, ainda sonolenta.

Daqui a alguns minutos você poderá dormir no avião, mas agora tem de acordar para passar por todo o processo.

Pegamos nossas malas, fizemos todo o check-in e logo estávamos na fila de entrada, esperando o embarque ser liberado. A baixinha começou a ficar inquieta, de modo que começou a roer as unhas e bater os pés repetidamente no chão, como se estivesse praticamente implorando para ir ao banheiro ou… pela lógica, ansiosa demais para visitar a NYADA e frequentar a faculdade dos sonhos por um bom tempo.

Acalme-se, Little Rach. Daqui a pouco o embarque será permitido. — Tentei deixá-la mais calma, em vão.

Você sabe que eu não gosto nem um pouco desse apelido.

Quando você tinha 10 anos, a coisa era muito diferente.

Exatamente pelo fato de que eu tinha 10 anos. Agora tenho quase o dobro disso, Finny.

Adoro quando você me chama com esse nome.

Pensei que se incomodasse.

Claro, de dez palavras, onze eram “Finny”, aí eu me incomodava mesmo.

Idiota de carteirinha! — Deu um soco no meu braço. Sabe quando dizem que as pessoas mais baixas são mais fracas? Ou isso é mentira total ou a Berry-Hudson aqui é uma exceção à parte. — Olha, a fila vai andar!

Falando em fila que anda… — Lembrei-me do caso “Samchel” (culpem a Santana por esse nome brega). Precisava tirar esse assunto a limpo antes de tentar qualquer coisa. — Como foi se despedir do Sam? Não estive no seu encontro para ver, sabe…

Eu expliquei tudo ao Sam. Disse que, mesmo ele sendo o melhor namorado do mundo, eu precisva seguir meu sonho de ser uma atriz de teatro, e nada melhor do que tornar isso realidade com a NYADA. Ainda tenho chances de entrar na Broadway um dia, sabe disso.

Então você terminou com ele? — Perguntei, um pouco ansioso.

Tá, não foi “um pouco” ansioso. Foi um alto nível de ansiedade correndo por minhas artérias e veias. Se a Rachel realmente tiver terminado com o Evans, significa que o caminho para o seu coração está livre novamente, e aí eu poderei mostrar que posso ser mais do que um simples irmão adotivo. Se bem que eu terei de disputar essa guerra com NYADA, mas isso já é assunto para outro dia.

Eu sei que você o admirava, Finny. — “Tá maluca? Nunca gostei desse sujeito pelo simples fato de que quem te ama sou eu”, pensei comigo mesmo, enquanto nos aproximávamos da porta de embarque. — Mas sim, nós terminamos. Ele entendeu numa boa.

Que bom… — Deixei escapar. Ela me olhou com estranheza, e tratei de mudar a frase. — Que bom que ele não ficou com ressentimentos, quero dizer. Vamos entrar? — Rapidamente desviei do assunto.

Claro, grandão.

Esse nome já perdeu a graça, criatura.

E daí? Gosto de te irritar… grandão.

— É sério isso, Finn? Ela gostava de te chamar de “grandão”? — Blaine arregalou os olhos quando passou os mesmos pelo trecho final da primeira parte.

— Vocês sabem, Rach adorava me irritar. — Respondi, deixando um pequeno sorriso escapar de meu cérebro para minha boca.

— E pelo jeito, você escondeu que gostava disso.

— Vem cá, cadê a Santana que nós dois conhecemos? — Perguntei, percebendo que ela já não estava mais no quarto.

— PORCARIA! — Ouvimos o grito dela direto da cozinha e saímos correndo para ver.

Quando chegamos lá, encontramos uma cena no mínimo engraçada: a latina estava com os braços inteiramente lambuzados de óleo de bacon, enquanto os mesmos queimavam na panela e algumas panquecas muito torradas num prato em cima da pequena mesa embutida ao batente do fogão.

— Ah, você está aí. Eu deveria ter imaginado. — Ironizei, atraindo um olhar furioso dela. — Devo pensar nas minhas últimas palavras?

— E como deve! — Ela esbravejou, pegando um pano e limpando seus braços.

— Calma, ninguém vai matar uma única pessoa nesse apartamento sagrado. — O meu secretário teve de intervir.

— Por que é tão sagrado? — Interroguei, indo até o fogão e desligando a boca abaixo da panela do bacon.

— Porque foi o único apê decente que eu encontrei nesse mundão de New York.

.::.

Rachel… acorda. Já chegamos. — Falei para a baixinha, quando eu fui acordado pela voz nada agradável da aeromoça avisando que já havíamos pousado. Infelizmente, tem pessoas que não escutam um único som durante o sono, mesmo que seja a voz do Barack Obama falando. — DÁ PARA ACORDAR?

TÁ BOM, PORRA! — Ela gritou assim que abriu os olhos, atraindo visões indesejadas dos outros passageiros. — Que é? Vão encarar?

Se controle, criatura. Vamos apenas buscar nossas coisas e irmos para o nosso novo apartamento como duas pessoas civilizadas. Nem venha me dizer que isso não é possível.

Desculpe, Finny. Mas você sabe que eu me irrito quando me acordam assim.

Foi o jeito. Você não acordaria nunca se dependesse da aeromoça. — Levantei-me do assento, assim como ela. — E aí, vamos?

New York, aqui vamos nós!

Descemos do avião, fizemos outra checagem com as malas no momento em que chegaram e ainda compramos alguma coisa para comer numa lanchonete dali. Conseguimos pegar um táxi que nos levaria direto ao prédio onde iríamos dividir as coisas, mas o único problema era que o trânsito resolveu empacar bem na metade do caminho.

Finn… eu estou com fome.

Mas já? Não tenho uma única comida decente aqui na bolsa, Rach. E nós praticamente acabamos de comer.

Eu não sei o que está acontecendo comigo. Ultimamente tenho estado muito faminta.

E bastante sonolenta, diga-se de passagem. — Comentei.

Somente depois de alguns segundos de um silêncio sepulcral, eu pude entender o porquê de ela ter dito aquilo. Ela tinha uma intenção com aquelas palavras.

Eu vou te fazer uma pergunta, e eu quero que seja sincera. Não minta, por favor.

Não é uma pergunta assustadora, certo?

Depende do seu ponto de vista. — Dei de ombros.

Tudo bem. Pode perguntar. — Colocou uma mecha de seus cabelos por trás da orelha.

Você chegou a… oh, Deus, me ajude com isso. — Olhei para cima, e depois voltei minha atenção para ela. — Você chegou a consumar sua relação com o Sam? Tipo, com aquilo?

Finn, eu… também não sei como responderei a esta pergunta. — O nervosismo parecia tomar conta daquele táxi. E finalmente ela criou forças para falar. — Sim.

Eu não acredito nisso, Rachel! Por que não contou para mim? Ou ao menos para a mãe? — Aumentei meu tom de voz, demonstrando minha preocupação.

Para falar a verdade, meu maior medo era de que ela estivesse grávida. Além de ser um grande problema para uma jovem promissora como ela, isso provavelmente destruiria minhas pequeninas chances de ter algo maior do que amizade entre irmãos. Mas, se ela realmente estivesse esperando um filho, por que escolheu vir a NY comigo?

Usaram camisinha? — Sussurrei, para que o taxista não ouvisse.

Sabe… ele usou. Mas tem uma coisa que o Sam não me contou, e que eu tenho certeza de que aconteceu naquele momento. — Respirou fundo, fechou os olhos, contou até cinco com os dedos e em seguida voltou ao normal. — Eu sei que a dele estourou.

Ai, não. — Levei minhas mãos à boca. Como assim, havia uma grande chance de minha própria irmã adotiva estar grávida? — Há quanto tempo foi isso?

Foi logo no início do nosso namoro. Tipo, uma semana depois daquele jantar.

Tão rápido assim? Rachel, você conhece as consequências e deveria ter levado todas elas em conta. Enfim… desde quando você tem sentido tudo isso?

Já faz um mês. [N/A: Entre o jantar de Sam com a família Hudson e a carta de aprovação para New York, se passaram dois meses; e entre esta mesma carta e o dia da viagem, se passaram mais quatro meses.]

E mesmo assim continuou com essa ideia de vir para cá? Você pode estar grávida, Rach! Isso pode piorar muito mais as coisas!

Eu sei, e eu tô com medo. Com muito, mas muito medo mesmo, Finny.

Notei lágrimas teimosas insistindo em sair de seus olhos, e em um único movimento conduzi meus dedos até seu rosto assustado, limpando as águas carinhosamente.

Aquele filho da mãe vai pagar pelo que fez. Ele não podia ter te obrigado a fazer aquilo logo no início! — Eu disse baixo, mas em tom de raiva.

Por favor, me ajuda!

E então a baixinha pôs seus braços em volta de meu corpo, abraçando-se a mim e desabando em lágrimas. Em outro momento eu consideraria isso como um grande passo rumo ao coração dela, mas levando em consideração que o filho do capeta de nome Sam Evans havia penetrado minha tão protegida irmãzinha e colocando em risco todo o seu futuro com um possível bebê, só pensei no quanto eu queria protegê-la ainda mais.

Eu vou te ajudar, irmãzinha. Te amo demais para deixar você sozinha nessa.

Eu também te amo muito, meu Finny grandão. Obrigada por me proteger nessa.

Sempre estarei com você, Rach. Não importa o que aconteça, porque... — Doeu dizer as próximas palavras, mas eram as únicas que poderiam confortá-la. — Nunca deixei de ser seu irmão mais velho.

POV Narrador

— Quinn, venha ver isto!

Cassandra chamou a secretária para seu escritório, enquanto ficava ainda mais perplexa com o que via em seu computador. Obviamente, Quinn Fabray odiava trabalhar aos sábados, principalmente pelo fato de que perderia algumas horas a mais de sono e um momento de se dedicar a si mesma. Mas ela também ficou muito impressionada quando sua patroa absoluta a chamou animadamente. Nem mesmo em dias de semana se ouvira algo tão empolgante como o gritinho da July.

— Aconteceu alguma coisa, Cassandra? — A loira mais nova disse, quando adentrou a sala.

— O Hudson acabou de me enviar mais um artigo para sua coluna. Está tão excelente que eu nem consigo encontrar uma única palavra para descrever! — A editora-chefe sorriu como nunca, apontando para os parágrafos do colunista que apareciam na tela do computador.

— Sério?

— Claro que eu já percebi a liberdade excessiva de Finn com relação aos palavrões existentes e coisas que menores de 16 não poderão ler, mas… imagine tudo isso aqui sendo publicado no The New York Times aos domingos! Nem vou esperar mais. Quinn, envie isto para a impressão gráfica já! Quero ver esta coluna estampada amanhã.

— Nossa! Pelo jeito, ele é bom no que faz mesmo! — A Fabray comentou.

— Mais do que bom, ele é o melhor.

— É. Concordo. — A secretária acabou deixando um sorriso bobo escapar para seu rosto.

Para seu próprio espanto, Quinn estava começando a se interessar por Finn Hudson.


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Notas finais do capítulo

Aí você pergunta para mim: "Tio André, não me diga que vai ter um amor Fuinn nessa história!" Primeiro: eu não sou seu tio, tenho apenas... menos de 18 anos para ser tio. Segundo: eu disse que a Quinn estava começando a se interessar pelo Finn, mas eu não falei que o Finn viria a gostar dela no futuro, certo? Certas coisas podem dar certo ou não. Enquanto isso, vocês ficam sem saber o que houve com a Rachel para que ela se separasse do Hudson... :'(

Mesmo assim, adoro comentários ;)



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