New York Love Story escrita por Vitor Matheus


Capítulo 6
And Let The Games Begin


Notas iniciais do capítulo

Traduzindo o título: "E que os jogos comecem."
Eu particularmente ADOREI escrever este capítulo. Além de conter os dois casais mais apaixonantes da minha vida de gleek, Finchel e Sebtana (St.Anderson vai ter vez no próximo, desculpa), contém altas doses de comédia, drama e fofura ao mesmo tempo. Agradeçam às músicas do Zedd, que me inspiraram em alguns elementos ;)

Espero que vocês também gostem do capítulo, e boa leitura!



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Não consegui ler o The New York Times no domingo de estreia. Mesmo com os excessivos pontos de exclamação e letras em caixa-alta no e-mail de Cassandra July onde ela avisava que minha coluna já começaria no dia seguinte, tive medo de que não ficasse tão bom como pensava que tinha ficado. Tenho esse problema: escrevo como se fosse a melhor coisa do mundo – porque realmente é, escrever é minha paixão eterna – mas depois tenho um ataque de nervos e não consigo ler. Ainda assim, deixei que Blaine lesse minha coluna de estreia.

— Finn Hudson, você precisa ler o que escreveu! Está uma maravilha!

— Sonhe, Anderson. Nunca conseguirei ler isso. — Respondi, enquanto procurava um outro canal de TV mais interessante que o BBC News.

— Pelo jeito, você perdeu o medo de viajar, mas não perdeu o medo de si mesmo.

— Eu não tenho medo de mim mesmo. — Fingi convicção do que dizia, mas por dentro eu sabia que era verdade.

— Finn, você precisa acreditar no que é capaz de fazer. Se não fosse por isso, seus textos seriam ainda melhores do que já são.

— Prometo pensar nisso. — Falei, sem olhar para ele.

— Olha para mim, Hudson. — Não dei ouvidos. — OLHA PRA MIM, CARAMBA!

— Calma aí, amigão. — Virei-me para a direita, ficando de frente para onde ele estava. — Pronto, agora estou olhando.

— Olhe nos meus olhos e promete que vai perder esse medo de acreditar em si mesmo.

Ainda levei alguns segundos para criar coragem e finalmente focar-me em seus olhos para vociferar:

— Eu prometo que vou fazer isso. Algum dia. — Sorri ironicamente.

— Você não muda mesmo. Idiota. — E então foi para seu quarto.

.::.

— Surpresa! Parabéns pelo sucesso, Finn! — Assustei-me com os gritos de celebração que surgiram quando o elevador se abriu no andar dos colunistas. Haviam balões cheios de gás hélio por toda parte, além de sorrisos grandes escancarados nos rostos de cada uma das pessoas que estavam ali. Dentre elas, Santana, Quinn, Cassandra e o novo jornalista, Sebastian.

— Se eu sofrer um ataque do coração, a culpa será de todos vocês! — Respondi, praticamente gritando, mas sem entender nada do que estava acontecendo ali. — Blaine, me explica esse fenômeno, por favor.

— Eu mesma explico, caro Hudson. — Cassie veio até mim, apertando minha mão direita e tentando controlar seu ataque de alegria. — Sua coluna estreou ontem mesmo, depois de eu avaliar todo o primeiro artigo. E a estreia foi simplesmente um sucesso! Já recebi milhares de e-mails enviados por nova-iorquinos que querem saber mais sobre a história e até perguntam se ela é mesmo real.

— Nossa, por essa eu não esperava. — Me surpreendi com as informações dadas por ela. —Você pode encaminhá-los para a minha caixa de entrada? Quero ver todos.

— Claro, farei isso agora mesmo. — Depois de falar, a editora-chefe se virou para todos os outros. — OK, saibam que ele gostou muito dessa surpresa, mas agora é hora de agir, de trabalhar, fazer o jornal acontecer para amanhã! Voltem ao que faziam!

— Isso é o que eu chamo de manter a ordem sem ser mandona. — Sebastian disse, quando chegou mais perto de onde eu estava. — Acho que nós nunca nos apresentamos formalmente.

— É mesmo. Prazer, sou Finn Hudson, colunista deste andar e amigo da sua secretária. Mas só amigo. — Ofereci um aperto de mão, que ele prontamente correspondeu.

— O prazer é todo meu. Sebastian Smythe, chefe da sua secretária e possível amigo dela, dependendo do quanto a Lopez ali está disposta a conversar comigo.

— Vai por mim: se ela demorar a conversar abertamente com você, pode ir desconfiando. Na verdade, se a Santie vier com quatro pedras na mão, você também pode desconfiar. — Ri do meu próprio comentário, fazendo-o rir também.

— Tudo bem, vou seguir a sua dica. — Ele piscou o olho esquerdo, saindo de cena logo em seguida.

— Gente, o que foi que eu perdi? Meu melhor amigo falando com um cara daqueles e nem me apresenta? Obrigado, Finn. Muito obrigado. — Blaine ironizou, dando um soco de leve no meu braço ao voltar para onde eu estava.

— Ninguém pediu para que você fosse fofocar com a Quinn. — Retruquei, já me encaminhando ao meu escritório junto com ele. — Sebastian é uma boa pessoa. Só não sei se a Santana vai ter uma boa convivência com o cara.

— Do jeito que ela é explosiva, capaz de explodir o prédio inteiro com uma simples exigência dele. — O Anderson rebateu, jogando suas poucas coisas na sua mesa.

— Bem, eu vou ler alguns e-mails dos leitores e depois ver se consigo escrever alguma coisa.

— De novo? Cara, você já escreveu o bastante para um mês inteiro!

— Nunca se é o bastante quando estamos em New York, dude. — Falei, entrando em minha sala e fechando a porta em seguida.

Joguei minha pasta na mesa – que, por sorte, não estava bagunçada, graças à moça da limpeza – e depois me prostrei ao sofá. Respirei fundo, tentando assimilar os últimos acontecimentos. A chegada na cidade que nunca dorme, o apartamento com meu melhor amigo, o reencontro com uma certa latina, uma possível amizade com Quinn e Sebastian, as lembranças que tenho de reviver com Rachel…

Ah, Rachel Barbra Berry Hudson. Não posso negar que penso nela todos os dias, ainda mais agora que ela virou tema de coluna semanal. Tento ser o mais frio possível quando vou escrever sobre nossa história, mas o meu lado sentimental acaba falando mais alto e tudo que eu senti nos nossos inúmeros momentos termina sendo transferido para o texto. Amei a Rach com todas as minhas forças, mas o que eu pensei que ficaria no passado, terá de ser desenterrado completamente, agora que as pessoas gostaram do primeiro artigo. É, ela nunca sairá da minha cabeça.

Depois de pensar em tudo isso, levantei-me do sofá, abri as persianas da janela – mesmo com o ar-condicionado já ligado – e me posicionei na cadeira de minha mesa, ligando o computador para mais um dia de trabalho. Como sempre gosto de escrever e ler com música, acabei colocando algumas músicas que admiro na memória do mesmo. Procurei a que eu estava morrendo de vontade de ouvir e dei play nela. “Butterflies”, da Zendaya, acabou trazendo de volta as memórias do que houve depois que eu e a Berry Hudson chegamos em NY.

Graças a Deus, foi apenas um alarme falso. — Eu disse para Rachel, quando finalmente voltamos ao nosso apartamento.

Quando havíamos chegado no prédio onde moraríamos a partir daquele momento, a primeira coisa que fiz foi procurar uma clínica que se localizasse por perto para constatar se a minha irmã adotiva realmente estava grávida. Encontrei uma que não era tão longe, então arrastei-a para o local a pé. Ela fez um exame de sangue, e poucos minutos depois, descobrimos que não havia indícios de gravidez nela, e que tudo não passava de um baixo nível de glicose em seu sangue.

Não sei o que eu faria se o teste tivesse dado positivo. — Ela se sentou no chão e recostou suas costas na parede, já que nós ainda não tínhamos montado toda a mobília enviada pela minha mãe e por alguns amigos que se comprometeram a me ajudar na mudança.

Hey, pare de pensar nisso. Já passou, não há com o que se preocupar agora. — Me sentei ao seu lado.

Na verdade, tenho várias preocupações. A matrícula em NYADA, o guarda-roupa que pretendo renovar com roupas da metrópole, as coisas que tenho de instalar aqui no apartamento… e ainda comprar uma cama para dormir no outro quarto. — Levou a sua mão direita à testa. — Oh, Deus, esqueci logo da cama!

E essa é a Rachel que eu conheço. Esquecida, como sempre e para variar.

Idiota. Vou ter que dormir naquele sofá minúsculo agora.

Não precisa, Rach. Pode ir dormir na minha cama que eu vou para o sofá, até que você compre ao menos um colchão para você.

Nada disso, Finny. E se… — Percebi um olhar malicioso nela. — E se nós dividíssemos a cama? Todos sairiam ganhando.

Eu é que não vou dividir minha cama com minha própria irmã. Já reparti muitas coisas com você nessa vida, mocinha. A cama já seria o cúmulo da divisão. — Isso foi o que eu falei, por fora. Mas por dentro, eu estava morrendo de vontade que ela insistisse e aí eu poderia ficar muito mais próximo dela do que imaginei.

Qual é, Hudson. Não me venha com esse papo machista. Tem gente que mataria para dormir ao meu lado.

A diferença é que essa gente toda não tem parentesco com você.

Somos irmãos, não vai fazer diferença alguma se dividirmos a cama.

Por favor, desminta o que você acabou de dizer, eu te amo!” Pensei comigo mesmo, e quase levei essa expressão à boca, mas minha consciência impediu que isso acontecesse, e então eu apenas respondi:

Tudo bem, eu aceito. Mas amanhã nós compraremos a sua cama, entendeu?

Certo, “papai”. — Ela apertou minha bochecha, fazendo-me corar quase que instantaneamente.

Como essa garota conseguia me enlouquecer tanto assim? O amor explica.

POV Narrador

Despreocupada com a vida e sem o telefone tocando a todo instante, Santana resolveu colocar seus fones de ouvido e se transportar para um mundo onde só existiam ela e as músicas. Colocou o play numa de suas músicas favoritas, “Here's 2 Us”, da Victoria Justice; porém sua alegria fora interrompida poucos segundos depois, com o interfone tocando à sua frente.

— Santana. — Era seu chefe novo, Sebastian.

— Porcaria, não posso mais ouvir música no meu trabalho?

— Não, você realmente não pode. — Surpreendentemente, ele respondeu.

— Como conseguiu ouvir isso, caro Smythe?

— Talvez você tenha esquecido de desligar a sua linha. Ouvi tudo o que você falou.

— Meu Deus, que vergonha deu em mim agora. — A vontade que Santie tinha era de enterrar sua cabeça num buraco debaixo do solo. — Enfim, por que me chamou?

— Nada, eu só queria falar com você. Não estou conseguindo pensar em muita coisa interessante para escrever.

— Bloqueio criativo já no início? Ah, isso não vai pegar bem pro seu lado, querido.

— Cara Lopez, será que você poderia vir aqui no meu escritório? Tipo, agora?

— Você fala como se estivesse longe de mim.

— Há uma parede e vários metros entre nós. De certa forma, estamos longe um do outro.

— Isso é uma cantada ou uma ironia?

— Chame do que quiser, mas eu sou seu chefe e quero você aqui, na minha frente, nos próximos 59 segundos ou então vou chamar a Poderosa Patroa.

Agora Sebastian estava passando dos limites. Além de passar uma possível cantada, ainda estava usando do seu poder de jornalista para fazer sua secretária ir à sua sala? “Porra, que belo chefe eu fui arrumar, caro Deus”, a latina pensou consigo mesma, se sentindo uma idiota por simplesmente acatar a decisão de Seb e ir ao seu encontro no tempo estipulado.

— OK, agora estou aqui. O que você quer, querido chefe?

— Uma sugestão. Sente-se, por favor.

— Manda. — Ela se sentou numa das cadeiras em frente a mesa dele.

— O que eu escolho para meu primeiro artigo: histórias de minha vida inteiramente sem graça ou relatos de quem superou seus dilemas muito interessantes com bom humor?

— Para ser sincera, eu preciso responder? Tipo, mesmo? — Ela arqueou as sobrancelhas, já irritada com o ar de galanteador do homem.

— Tem algumas histórias comuns que são interessantes.

— O que eu duvido que seja o seu caso. — Santie jogou na cara do próprio chefe.

— Eu poderia te demitir neste exato momento.

— Seria melhor do que conviver com você por mais um dia.

— Mas eu não vou fazer isso.

— Ótimo, vou pegar minhas coisas e… — Deu-se conta do que Seb havia dito. — OI? Não vai me demitir?

— Eu gosto de pessoas que me desafiam. São muito mais interessantes do que gente falsa. — Ele passou as mãos pelo pescoço, como se estivesse bastante relaxado.

— Vou deixar bem claro que posso muito bem infernizar a sua vida.

— Eu também tenho esse poder, queridinha. — Deu ênfase no “queridinha”, imitando uma voz afeminada.

— Então, que comecem os jogos. — Santana se levantou, pronta para dar início à guerra.

— E que a sorte não esteja a seu favor. — O Smythe respondeu, também se levantando e apertando a mão da secretária.

Aquela seria uma longa, difícil e árdua convivência.


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Notas finais do capítulo

Quem riu muito com tudo isso aí em cima levanta a mão e comenta "EU" =D

Deem suas opiniões, este capítulo foi mais para descontrair um pouco, mas ainda será importante para o resto da fic. E em outubro, teremos um capítulo muito #show cujos dados eu não vou dizer até lá, só de ruim :P