Katekyo Gangue Reborn escrita por yumesangai, GalStyx


Capítulo 9
Contra-Ataque parte 1: Invasão em Kokuyo Land


Notas iniciais do capítulo

Todas as cenas de luta foram escritas por GalStyx.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/52969/chapter/9

   As coisas seguiam conforme o programado naquele dia. Tsuna estava treinando com Reborn e escalando o paredão próximo ao rio. Ryohei continuava a treinar seus golpes em casa sob a desculpa de um torneio se aproximando. Yamamoto treinava os mais novos da Vongola e Gokudera insistia que estava bem o suficiente para sair do hospital ao ponto de ser sedado pelos médicos.
  Tsuna termina de virar a garrafa d’água de uma vez só e desaba ao lado de uma arvore, embora a sombra não fosse um detalhe tão importante assim, pois o tempo continuava fechado.

“Ah Reborn, o Gokudera-kun já acordou”. Diz somente como introdução ao que realmente pretendia contar.

“Hm. Por mais que isso seja uma boa noticia, ele não vai estar pronto pra batalha.”

“Sim, ele estava agitado, deve estar dando trabalho pros médicos até agora”. Diz com divertimento. “Mas... Ele disse que o Mukuro pode criar ilusões, pode aumentar a força física”. Diz como quem começava a entrar em desespero.

“Isso é mal.” Ele diz sem parecer realmente alarmado.

“E-e se os outros também puderem fazer isso? Eu não quero que o Yamamoto, Onii-san ou o Lambo parem no hospital, e ninguém mais da Vongola”.

“Não acho que esse seja o caso. Criar ilusões não é uma habilidade tão comum assim.”

“Eu sabia que você diria algo que pudesse me deixar mais tranqüilo”. Tsuna respira aliviado. “Onii-san disse que talvez o Mukuro tenha usado alguma droga que o deixasse mais forte e que por isso ele estaria provavelmente enfraquecido”.

“Uma droga, huh? Bom, é bobagem ficar imaginando o que não tem jeito.”

“Bobagem? Reborn! Nós temos que descobrir o que fazer, e se ele for invencível? Ah! O que nós vamos fazer?” Tsuna agora falava consigo mesmo enquanto imaginava a Vongola sendo devastada.

   Reborn se levanta e ergue Tsuna pela camisa.

“E se ele for invencível? Você vai apenas fugir feito um covarde? Vai se esconder debaixo da cama e rezar pra que tudo vá embora? Entenda, você não esta mais em uma situação onde pode apenas desistir porque é difícil demais.” Reborn falava de forma severa, mas sem alterar a altura de sua voz.

    Sim, provavelmente era o que ele faria, sendo o Dame-Tsuna ele não poderia fazer nada. Tsuna estava acostumado a fugir e não se preocupar com que as pessoas iriam pensar, porque elas de fato não esperariam nada de alguém como ele.

   A Vongola era importante e ele queria proteger a todos, mas as coisas que ouvia ainda eram um pouco demais. Ilusões, aumento de força, Mukuro... Ele ainda estava se acostumado com a Shinu Ki Dan, por que Reborn não poderia entendê-lo?

 “Eu sei!” Grita rendido.

   Reborn era difícil demais. Aquilo era difícil demais, mas ele estava se esforçando não estava? Mais do que acordando cedo e matando aula, ele realmente queria acreditar que ficaria mais forte e que teria alguma chance.

  Ainda que ele não pudesse mais fugir, ele não tinha nem mais o direito de ficar com medo?

“Se entendeu então pare com esse discurso de que tudo é impossível. Se você decide desde o começo que algo é impossível então será impossível para sempre. Olhe o que você já conseguiu.” E Reborn aponta par ao penhasco as suas costas. “Mesmo achando que seria impossível, você o escalou não foi?”

“E-eu entendi”. Diz olhando por alguns instantes na direção do penhasco. “Eu vou parar de reclamar”. Diz de olhos fechados como se estivesse com medo de apanhar. “Eu sei, eu sei. Eu não vou voltar atrás”.

“Ótimo. A propósito, o intervalo acabou, pode voltar a escalar.”

“EH!?” O queixo de Tsuna vai ao chão.

   Em um prédio abandonado estavam reunidos quatro figuras sinistras. Mukuro e seus comparsas discutiam os últimos acontecimentos.

“Você vai ver, Mukuro-san. Aqueles fracotes vão cair rapidinho.” Comenta Ken.

“Não será necessário que levante um dedo, Mukuro-sama.” Chikusa ajeita os óculos.

“Quando nós acabarmos com eles que tal uma comemoração Mukuro-chan? Só eu e você”. MM sorri maliciosa.

“Kufufu Por mais que estejam todos dando seu melhor, isso está sendo muito chato.”

“O que quer dizer?” Pergunta Ken.

“Afinal, além daquele rapaz simpático que me seguiu alguns dias atrás, ninguém importante foi atingido, certo?”

“Então vamos pegar todos eles, já que foram tão mal educados em não aceitar o pedido do Mukuro-chan”. Diz MM fazendo doce.

“Mas como vamos atrair os caras?” Pergunta Ken. “Eles sumiram do colégio.”

“É simples. Vamos atacar todos sem piedade.” Diz Chikusa.

“Não, isso não vai funcionar.” Interfere Mukuro.

“Mukuro-sama?”

“Precisamos fazer o contrario. Vamos atacar, e deixar que eles escapem. Deixem que saibam onde estamos. Eles virão atacar com certeza.”

“Mukuro-chan sempre com as melhores idéias! E quando nós vamos fazer isso?” Ela muda o tom inocente para um mais empolgado.

“Agora mesmo.” Mukuro se levantando, se apoiando no tridente.

“O que? Agora?” MM corre até um espelho e começa a ajeitar o cabelo.

“As suas ordens!” Ken faz o sinal de continência.

   Chikusa assente com um sorriso discreto.

“Vamos começar, pessoal. A ruína da Vongola.” Mukuro ordena e os quatro deixam o edifício.

   Não demora muito e eles começam o ataque. Membros da Vongola são encurralados em vários pontos da cidade. Sozinhos ou em grupo, o quarteto não faz distinção de numero ou local. Age em plena luz do dia e com testemunhas.

   Eles não precisavam mais se esconder. Agora seu líder resolveu por todas as cartas na mesa. Esse jogo estava chegando ao fim.

   Dessa vez Mukuro estava junto aos ataques, na esperança que sua presença iria deixar os soldados inimigos ainda mais em alerta. Ele permite que alguns escapem ou que permaneçam conscientes para dar o recado. Em apenas uma hora a situação da Vongola era caótica.

   É claro que a noticia não demorou a chegar aos ouvidos de seus comandantes. Ryohei e Yamamoto logo estavam na rua, seguindo com vários soldados. A área de Namimori sob controle da Vongola estava um caos. O comercio fechava suas portas mais cedo e o colégio dispensou seus alunos antes do fim do dia. Alguma coisa estava acontecendo com as gangues, e isso iria envolver inocentes se eles não tomassem cuidado.

“Entendido... eu também vou. Pode deixar.” Lambo fecha seu celular. Sua expressão era séria. Era chegada a hora. “Me desculpe I-pin. Eu tomei seu tempo, mas isso chega ao fim.”

“Lambo... Apenas tome cuidado”. I-pin ainda não estava 100% ciente do que estava acontecendo e Lambo apesar de tudo, não dissera. Mas ela tinha um mau pressentimento, e não só porque era seu amigo fazendo algo arriscado.

“Me deseje sorte.” Diz Lambo sorrindo. Ele apanha seu casaco e sai da casa sem esperar pela resposta.

“Baka...” I-pin se senta no chão e fica olhando para a porta. “Boa sorte”. Murmura.



   Das ruas, seguindo junto com mais outros cinco, Yamamoto tentava falar com Tsuna. Na noite anterior, quando eles saíram do hospital depois de ver Gokudera, eles trocaram os números dos telefones.

   Levam vários minutos até que ele finalmente consegue um sinal.

   Na beira do rio, o celular de Tsuna começa a tocar. Temendo pela segurança do aparelho, ele o deixou junto com suas coisas na parte de baixo. Reborn teria atirado no aparelho pela interrupção se Tsuna não o tivesse apanhado primeiro.

“E se alguma coisa tiver acontecido?” Tsuna diz em defesa do aparelho que ele não gostaria de ter que dizer a mãe que fora explodido. “Alô? Yamamoto-kun? Tud—O que?” Tsuna rapidamente busca o olhar de Reborn. “O-onde? C-centro de Kokuyo, S-sim, eu to indo”. Tsuna desliga o telefone e quase o deixa cair das mãos. “R-reborn, Mukuro está atacando”. Diz com a voz trêmula.

   Uma expressão de desagrado se faz no rosto de Reborn.

“Isso foi rápido.”

“T-todos da Vongola foram pra lá”. Tsuna diz mais para si mesmo do que para o outro.

   Reborn faz um som nasal. Ele se levanta da pedra e se segue na direção oposta a cidade.

“Reborn!” Tsuna rapidamente corre até ele. “O que está fazendo? O Centro não é por aí”.

“O treinamento acabou. Eu vou embora.” Ele diz sem olhar para Tsuna.

“Reborn!” Gritou com raiva. “Não foi pra isso que eu treinei todos esses dias? Você não pode me deixar agora, desse jeito o Mukuro vai acabar com todo mundo”.

“Não me faça repetir. Quem vai lutar com Mukuro será você e não eu.”

“Você quer que eu vá sozinho pra lá? Do jeito que eu estou agora?” Tsuna pára na frente de Reborn.

“Não se preocupe, você não vai perder.” Diz Reborn com simplicidade. “Nenhum discípulo meu será derrotado facilmente.”

   Tsuna deixa de encarar Reborn e passa a olhar para o chão. Reborn era uma pessoa misteriosa, mas ele não aparecia sempre? Como no duelo da ponte onde Tsuna achou que estava perdido?

“...Hai”. Ele concorda com um sorriso discreto.

“Bom. Agora eu preciso me encontrar com um antigo companheiro de bebida.”

“Que?” Tsuna olha horrorizado para o Hitman. “Você vai me deixar ir sozinho lutar contra Rokudo Mukuro pra ir beber!?”

“Você vai entender.” E com isso ele entra na linha de arvores e desaparece da vista de Tsuna.

“Reborn! Eu não vou entender! Volta aqui!” Tsuna se viu gritando para as arvores.

   Tsuna resmungou e correu para ir juntar as coisas na mochila e seguir para o Centro onde ele teria que encarar Mukuro.



     O primeiro grupo a chegar ao Centro Kokuyo foi o liderado por Ryohei. O grupo atravessa os portões fechados e prossegue de forma cautelosa, atentos a ataques surpresa.

“Mukuro! Apareça de uma vez!” Grita Ryohei repentinamente.

   Sua voz ecoa por todo o lugar. Os que estavam com ele o olham assustados. Eles não deveriam avançar em silencio e pegar o inimigo desprevenido?

“Capitão, a gente não dev-”

“Apareça e lute como homem!”

   No prédio que funcionava como sua base, o quarteto ouvia a voz de Ryohei a distancia.

“Quanto barulho...” Resmunga Chikusa.

“Kufufu, seria muita falta de consideração da nossa parte não responder um desafio.” Diz Mukuro com um sorriso sinistro.

“Pode deixar comigo.” Diz Ken apontando para o próprio peito. “Eu cuido desse mané.”

   Sem nem esperar por uma resposta, Ken salta pela janela, caindo sem se ferir. Ele calmamente segue na direção da voz.

   Ryohei continua a berrar, para horror dos que estavam ao seu lado. Logo eles avistam uma figura vindo em sua direção.

“O que você quer?” Pergunta Ryohei. “Meus negócios aqui são com Mukuro! Não tenho tempo a perder com capangas!”

“Oh, até que você sabe falar umas coisas bem grossas.” Ken sorri. Seu sorriso era tão largo que seus caninos estavam a vista. “Bom, eu também não sou muito chegado a papo.” Ele para de andar. Havia uma boa distancia entre ele e a Vongola. “Se quiser chegar até Mukuro-san, vai ter que passar por mim primeiro.” Ele conclui apontando para o próprio peito.

“Eu disse que não tenho a perder com capangas.” Diz Ryohei. “Vou acabar com você com um único golpe.”

   Ryohei avança contra Ken, pronto para atacar.

   Ken retira do bolso algo parecido com uma dentição e a encaixa na boca.

“Por isso eu digo que são todos uns fracotes.”

   Quando Ryohei desfere seu soco Ken desaparece subitamente.

“Acha que isso vai me enganar?” Ryohei rapidamente se vira a tempo de bloquear um ataque vindo por trás.

   As unhas de Ken haviam se tornado garras e elas haviam entrado no braço esquerdo de Ryohei.

“Que droga é essa?”

“Eu não preciso te contar.”

   Ken desaparece novamente. Ryohei move a cabeça de lado, mal escapando de um chute direcionado a seu queixo vindo de baixo. Ele se aproveita do descuido e ataca o estomago desprotegido de Ken, que leva a mão no bolso e muda a dentição.

   O soco de Ryohei arrasta Ken alguns metros, mas ele não parecia afetado.

“Há! Esses soquinhos não fazem cócegas!”

   Um dos rapazes da Vongola decide atacar, agora que Ken estava de costas para eles. Porém, ao se aproximar, Ken faz um movimento de arco com a perna para trás e o garoto é voa pra cima antes de cair no chão apagado.

“Iwada!”

   Ryohei corre na direção de Ken e desfere uma série de golpes. Ken se desvia deles com facilidade. Ele encontra uma abertura e ataca com suas unhas transformadas em garras o estômago de Ryohei.

   Ao mesmo tempo em que ele desfere esse golpe, Ken já muda a dentição. Ryohei o ataca com toda força na cabeça. O golpe o desnorteia. Ryohei começa uma série de golpes no rosto de Ken.

   Ken força seus braços a funcionarem e segura os punhos de Ryohei. Os dois lutadores se encaram com expressões furiosas. O rosto de Ken estava todo manchado com o próprio sangue.

   Os dois medem forças, mas Ken levava vantagem. Sua força parecia sobrehumana.

“Você também está usando drogas?” Pergunta Ryohei.

“Drogas? Há! Você é mais idiota do que parece. Isso são minhas habilidades, otário.” Ken mostra o lado do rosto em que havia o desenho de um gorila.

“Que habilidades são essas?”

“Eu não preciso te contar.”

   Ken da uma cabeçada em Ryohei pra desviar sua atenção. Ele se separa do Vongola e acerta um poderoso soco no rosto dele. Ryohei gira nos próprios pés e refaz sua defesa, mas Ken junta as duas mãos e atinge o lado da cabeça de Ryohei.

   A visão de Ryohei embranquece e ele cai no chão.

“Capitão Sasagawa!” Gritam os membros da Vongola.

“Opa, ainda tinha mais isso tudo de gente?” Ken lambe os lábios. “Hora do banquete.”

   Ryohei se concentra para não apagar. Sua mente queria se desligar para fugir da dor. Ele estava acostumado a dor, e esse não foi o primeiro golpe na cabeça que ele levou, mas a força de seu adversário o superava e muito.

   Sua mente queria se desligar para fugir da dor. Seus sentidos estavam fracos. Ele não conseguia ver nada além de branco. Ao fundo ele ouvia os sons da luta de seus companheiros e o terrível adversário, mas eles eram abafados e distantes.

   Sua mente queria se desligar para fugir da dor. Ele poderia deixar tudo nas mãos de seus companheiros e cair ali?

   Mas que tipo de homem ele seria se simplesmente fugisse e deixasse todos na mão. Eles estavam contando com ele, certo? Estavam contando com sua ajuda. Gokudera, Yamamoto, o novato Lambo... o que Tsuna pensaria se visse ele caído, inconsciente?

   Sasagawa Ryohei não é o tipo de homem que joga a toalha antes da hora. Se ele fosse cair, seria lutando e não desistindo diante do primeiro adversário. Ainda era muito cedo pra sair do ringue.

   Ryohei força ar por suas narinas. Ele força sua mente a trabalhar. Seu corpo a se movimentar. Ele se concentra na dor para se lembrar que ainda havia um trabalho a fazer. Seus dedos escavam o chão de cascalho. Ele ergue sua visão lentamente. Seus olhos voltam a distinguir o que está a sua frente.

“Há! Não deram nem pro cheiro. São todos uns fracotes!”

   Ken encara seus adversários, todos no chão.

“O que é que você sabe... a respeito deles?”

“Huh?” Ken se vira. Ryohei se levantava lentamente. Uma mão apoiada em um joelho.

“Um covarde que nem você não tem o direito de zombar de nenhum deles.”

“Quem você ta chamando de covarde?!”

“No boxe esse é o nome que a gente da a quem usa drogas como você.” Ryohei se põe de pé.

“Você é burro mesmo, né? São minhas habilidades.”

“Não me interessa o nome que você dá.”

“Já entendi, já entendi. Você não vai entender até eu mostrar como funciona.” Ken apanha uma dentição. Novamente o desenho do gorila surge em seu rosto. “Sabe, do meu ponto de vista, você é que está se limitando. Por que não usa suas pernas também? Assim quem sabe você agüenta mais uns minutos?” Ken da uma risada.

“Eu sou um boxeador sério. Jamais faria algo que vai contra as regras.”

“Há! Você é só um otário com um discurso ensaiado no banheiro! Morra!”

   Ken arremete contra Ryohei. Ryohei desfaz sua posição e fecha os olhos.

   Ele já enfrentou adversários mais fortes. Mais velozes. Com mais experiência. Com mais técnica. Mas em uma coisa ele nunca perdeu.

   Sua determinação sempre foi a maior.

   E Ryohei estava determinado a derrotar esse adversário que zombava de seus amigos e de seu boxe.

“Você esta errado, bafo de cachorro. Um boxeador não se limita a usar os punhos. Ele os desenvolve ao máximo. A máxima eficiência. Sinta meus punhos extremos!”

   Os dois golpes atingem seus oponentes em cheio. Os punhos se conectam ao rosto de seus adversários. O braço direito de Ken e o braço esquerdo de Ryohei desferiram seus melhores golpes.

   Mas ainda não tinha acabado. Ryohei se refaz do golpe e encerra a curta distância entre os dois. Um golpe com seu punho direito. Seu golpe mais poderoso.

   O golpe conecta ao rosto de Ken. O garoto é arremessado no ar, seu corpo gira e ele perde a consciência antes mesmo de tombar no chão.

   Ryohei arfa pesadamente. Ele ergue um punho em vitória. Pois cada luta era séria para ele. Ryohei não sabia brigar, ele só sabia lutar. Essa era a diferença entre ele e Ken.

   Ele se volta para seus companheiros no chão. Eles apanharam bastante, mas pareciam bem. Ryohei se oferece para levá-los para fora dali, mas eles garantem que podiam se cuidar sozinhos e urgem para que seu capitão siga adiante.

   Ryohei assente, se vira na direção que Ken veio e segue.

   Um segundo grupo, liderado por Yamamoto, chegou ao centro Kokuyo por um caminho diferente. O grupo caminha pela paisagem abandonada.

“Mesmo que digam que ele está aqui, esse lugar é muito grande.”

“O que vamos fazer? Olhar prédio por prédio?”

   Yamamoto escanea os arredores.

“Hmm... se eu estivesse protegendo esse lugar, qual seria o melhor lugar para se ficar.” E seus olhos caem no prédio depredado ocupado por Mukuro e seus comparsas. “Aquele ali. É bem grande, deve dar pra ver uma boa parte do centro.”

   O grupo segue para dentro do prédio que estava tão ruim por dentro quanto por fora. Yamamoto segue para o ultimo andar confiando em seus instintos

   E são seus instintos que o salvam, quando ao por o primeiro pé no final de uma escada e virar a direita, ele retorna para trás da parede. Na parede oposta, vários pequenos espinhos que o teriam atingindo se ele tivesse seguido adiante. Dos espinhos saia pequenas gotas de um liquido misterioso. Veneno, provavelmente.

“Recepção calorosa.” Ele diz com um sorriso. Esse não era seu sorriso despreocupado de sempre, mas algo raramente visto.

   Os rapazes da Vongola sabiam o que isso significava. Yamamoto não sorria desse jeito a menos que seu adversário fosse alguém poderoso.

“Será que é Rokudo Mukuro nos encurralando aqui?” Pergunta um dos rapazes.

“Não.” Responde Yamamoto. “Esse ataque não bate com o que Gokudera disse.” Além disso, alguma coisa dizia a Yamamoto que esse não era quem eles procuravam. Mas que não poderia se descuidar.

   Yamamoto analisa a situação. Observando através de um fragmento de vidro no corredor ele toma nota da estrutura do lugar. Eles estavam em uma passagem em forma de “C” com ângulos retos.

   O corredor central tinha janelas que davam para fora do prédio. Parte do vidro delas havia caído. A parte onde ele e seus companheiros estavam era uma escada que guiava ao andar anterior. A parte do outro lado do corredor era onde se escondia o inimigo.

   O inimigo escolheu se esconder também ao invés de ficar a mostra. Plano esperto. Yamamoto podia ver o corredor através do vidro no chão, mas era provável que seu inimigo também o pudesse fazer.

   E aparentemente o inimigo podia atacá-lo a distância. Yamamoto aperta o bastão em suas mãos. A situação não podia ser pior. Só havia um caminho para atacar o adversário e ele não tinha como fazê-lo de surpresa.

   Era obvio quem tinha a vantagem. Seu inimigo não faria um movimento precipitado. Seria ele quem teria que começar essa luta.

   Yamamoto põe um pé no corredor e o retira rapidamente. Mais agulhas haviam surgido no chão. Sim, seu adversário estava de olho nos mínimos detalhes. Mas ele também estava.

   Usando o vidro no chão, ele conseguiu ver a arma do seu adversário, embora não tenha distinguido o que era exatamente, já tinha uma idéia de como funcionava.

“O que vamos fazer, Capitão?”

“Eu vou pensar em algo.”

   E Yamamoto encara o reflexo do corredor pelo fragmento. Não parecia ter mais de 15 metros de extensão, um de largura e uns dois e meio de altura. Também não havia onde se esconder nem portas entre ele e o local onde seu adversário se encontrava.

“Escuta, Capitão. Nós vamos na frente e atraímos o inimigo. Você vem por trás e ficara protegido.” Os demais pareciam concordar com o plano.

“Não, espera um pouco. Eu não vou usar vocês de escudo. Me dêem um segundo e eu vou pensar em algo.” Yamamoto se vira e os encara de forma preocupada. Ele não estava gostando daquilo.

“Não importa o que, Capitão. Não existe nenhum jeito de atravessar esse corredor sem ser atingido. Por isso nós vamos ser atingidos, assim você derruba o cara e pode encarar Mukuro sem problemas.

“Não, me dêem um segundo. Eu vou pensar em algo.”

   Yamamoto volta a encarar o corredor. De jeito nenhum ele sacrificaria companheiros para obter uma vitória. Dessa forma seria apenas uma vitória vazia, sem significado. Afinal não era por causa de seus companheiros que eles estavam nessa luta em primeiro lugar?

   Ele tentava de todas as formas imaginar um jeito de chegar do outro lado seguro. Yamamoto estava queimando seus neurônios em busca de uma resposta. Ele não iria aceitar aquela sugestão insana.

   Ele sente uma mão pousando em seu ombro, ao se virar seus companheiros estavam todos sorrindo confiantes.

“Esper-”

   Antes que ele pudesse fazer alguma coisa o primeiro deles pula no corredor e logo é atacado pelas agulhas. Ele avança o quanto pode antes de seus joelhos fraquejarem. O segundo avança antes do primeiro cair no chão.

  Eles avançam assim, se aproveitando da brecha criada pelos que caíram antes. Yamamoto observava aquilo, incapaz de impedi-los. Suas mãos apertam ainda mais o bastão. Até quando ele precisaria ver seus companheiros caírem diante de si?

   Yamamoto se atira no corredor feito um raio. Próximo a curva o ultimo de seus companheiros caia. Seus olhos ardiam com fúria assassina. Ele pisa no fragmento de vidro posicionado próximo a curva e gira o corpo, o bastão toma velocidade.

   O golpe é disparado antes mesmo dele ver seu oponente. Chikusa mal tem tempo de recuar para fugir do ataque. O bastão apenas toca de leve a ponta de seu nariz.

   Yamamoto refaz seu ataque. Chikusa caminha para trás para fugir, mas novamente o golpe passa perto demais. Dessa vez o ar deslocado tira seus óculos do lugar.

   O ioiô que Chikusa usava como arma ainda estava longe de seu alcance quando Yamamoto começou sua investida, mas agora ele estava em sua mão. Ele rapidamente ataca.

   Yamamoto percebe o ataque e rebate o ioiô com seu bastão. O golpe é tão violento que o ioiô é destruído em pleno ar.

   Mas Chikusa já havia calculado esse movimento. Sem que Yamamoto visse, ele havia tirado um segundo ioiô de dentro do bolso. Os ataques vieram em seqüência. Não havia tempo para se defender e nem se esquivar.

   O segundo ioiô balança no ar e espirra espinhos sobre Yamamoto. Ele recua até suas costas baterem na janela.

   Chikusa ajeita os óculos no rosto, mas ao ver que as lentes estavam trincadas, ele os descarta.

“Bom trabalho, Yamamoto Takeshi. Mas, no fim, esse é o mais perto que você pode chegar.” Não havia escárnio nem zombaria na voz de Chikusa. Ela era fria, sem emoções. Ele não sentia nada pelo adversário a sua frente.

   A visão de Yamamoto estava turva e ele não ouviu muito bem o que foi dito. O veneno se espalhava rapidamente por seu corpo.

“Pode ser...” Yamamoto apóia a mão na janela, a pressionando contra o vidro quebrado. A dor o manteria acordado por mais algum tempo. “Mas, eu sou um cara que gosta de tentar até o final.”

   Segurando o bastão na mão esquerda ele arremete contra Chikusa.

“Inútil.” Chikusa lança o ioiô. Sua arma bate na mão de Yamamoto, o fazendo derrubar o bastão.

   Mas Yamamoto não tinha intenção de atacá-lo com o bastão desde o inicio. Na verdade algo assim era obvio. Um bastão de beisebol é algo que se usa com as duas mãos. No momento em que Yamamoto avançou o segurando com apenas uma mão era obvio que esse ataque não era de verdade.

   A culpa foi de Chikusa por não ter percebido. Não, talvez ele tenha notado, mas não entendeu o significado, achando que seu oponente lançava um ultimo ataque desesperado.

   Yamamoto sabia que ele se concentraria no bastão, por isso seu verdadeiro ataque ficou oculto até ser tarde demais.

   Ele ataca Chikusa com um poderoso soco, desferido com seu punho direito. O golpe o derruba no chão.

   Yamamoto volta sua atenção para seus companheiros caídos e para si mesmo. Ele recebeu uma quantidade ainda maior de agulhas do que eles. Se ele tinha forças pra ficar de pé, então eles estavam bem.

   Ele apanha seu bastão e segue lentamente, usando as paredes como apoio.

“Como...” Ele ouve a voz de Chikusa atrás de si. Yamamoto se vira. “Como... você ainda tem forças... para andar...? De onde vem sua força... Yamamoto Takeshi?”

“Dos meus companheiros.” Yamamoto responde com seu sorriso despreocupado de sempre. “É o mesmo com vocês, certo?”

   Chikusa não responde. Yamamoto se vira e segue adiante.

   Lambo também foi para o Centro, mas ao contrário dos outros dois ele veio sozinho. Ele chegou até o palco de batalha em sua moto preferida. Para ele, membros de gangue deveriam andar de motos. A Vongola podia ser uma gangue de verdade, mas faltava a eles estilo.

   Ao chegar no local ele encontra com o grupo de Ryohei. Eles estavam feridos, mas estavam bem. Aparentemente eles resolveram ficar pra trás para indicar a direção certa. Celulares eram inúteis naquele fim de mundo.

   Ele pára na entrada do grande prédio abandonado, desce da moto e atravessa os portões duplos dando ao saguão de entrada. Se não fosse o aspecto interior ele teria achado que estava em algum jogo ou mangá de fantasia.

   Ao avançar em direção as escadas, ele ouve o som de palmas sobre si. Ele se vira. Em um pequeno balcão, MM bate palmas.

   Ela apanha uma clarineta aos seus pés e começa uma melodia. Lambo ergue uma sobrancelha, não era bem o que ele esperava.

   Logo o vidro espalhado no chão começa a trincar e as pedras no chão se agitam como se houvesse um pequeno sismo. Lambo sente uma leve dor de cabeça e seus ouvidos começam a zumbir. Ele leva uma das mãos ao ouvido. Definitivamente algo não estava certo.

   Ao abaixar a mão e olhar para ela ele vê sangue. Lambo entende rapidamente o que estava acontecendo. O quer que fosse, aquela clarineta não era normal. Ele rapidamente procura abrigo atrás de uma das colunas.

“É inútil. Você pode se defender ou desviar de socos e chutes, mas não pode fazer nada contra o som.” MM sorri.

   O ataque sonoro continua. Lambo pode ouvir o pilar atrás de si rachando.

“Isso é insano demais...”

   O zumbido em seus ouvidos ficava pior e ele sabia que não era só isso. Se ele quisesse vencer, teria que atacar e rápido. A garota estava em uma sacada, era impossível chegar lá pulando.

   Seus olhos caem na escada. É claro, a sacada ficava na direção oposta a escada então ele poderia chegar ao segundo andar sem problemas.

   Lambo bate no próprio rosto com ambas as mãos e saem em disparada. Ele sobe as escadas e da a volta no corredor. MM se vira e apenas o espera, sem cessar sua melodia.

   Ele não tinha vontade de bater nela. Mesmo sendo um inimigo, ela ainda era uma garota e isso ia contra seus princípios. Sem problemas, bastava tirar a clarineta das mãos dela.

   Mesmo continuando com sua melodia, um sorriso surge nos lábios de MM. Quando vira a esquina e entra em seu alcance ela abaixa a clarineta e em um rápido movimento o instrumento se divide em três segmentos, como um sansetsukon.

   Pego de surpresa, Lambo recebe o golpe em cheio. Ele bate contra a proteção da sacada. MM não espera sua reação e o chuta de volta para o andar de baixo. Ela apóia o pé na sacada e salta para o primeiro andar.

   Ela faz a arma voltar a sua forma normal. MM se aproxima de Lambo e levanta seu rosto de leve com a clarineta.

   Lambo atira uma pedra no rosto de MM. A garota mal consegue desviar. Era a abertura que Lambo precisava. Sem o som da clarineta fazendo seus ouvidos zumbirem ele podia se mover livremente.

   Ele se põe de pé com ambas as mãos e começa a atacar com vários chutes altos. Seu alvo era a clarineta nas mãos de MM. Com nenhuma distancia entre eles, MM não tinha como usar o instrumento. Por mais que ela tentasse, Lambo não a deixava. A clarineta voaria de suas mãos no momento em que ela tentasse.

   Ela recua para evitar os golpes, mas Lambo avança em sincronia. Ele não deixava ela criar nenhum espaço.

   MM abre novamente a clarineta e começa a contra atacar. Agora era ela que forçava Lambo a recuar.

   Mas Lambo podia ver o que estava acontecendo. Depois de treinar com alguém no nível de I-pin, os movimentos de MM pareciam desajeitados. Não que ela não fosse habilidosa. Um sansetsukon é uma arma difícil que exige grande destreza e sua adversária tinha o nível necessário para manipulá-la.

   Não é que seus movimentos fossem imprecisos, era que ela não estava confortável com aquilo. Afinal a forma verdadeira da arma de MM era a clarineta. O bastão segmentado era apenas um recurso útil, não uma forma de lutar. Por isso ela estava desconfortável em uma luta que a forçava a usá-lo como arma.

   Por isso Lambo sabia que podia vencer. Usando o braço esquerdo como escudo ele bloqueia o ataque. A arma bate com violência e seu rosto assume uma careta, mas aquilo seria necessário.

   Agora ele tinha MM exatamente onde ele queria, incapaz de atacar. Lambo golpeia a arma nas mãos de sua adversária e a faz voar para longe, do outro lado do saguão.

   MM tenta acompanhar a arma com seus olhos, mas a essa curta distancia esse era um descuido que levaria a derrota certa.

   Lambo desfere um chute contra o rosto de MM, mas interrompe o golpe a poucos centímetros de distância. A garota recua alguns passos antes de seus joelhos fraquejarem e ela cair sentada no chão.

“Agora seja uma boa menina e fique ai quietinha.”

   Lambo se vira e sobe as escadas.

   Porém, as suas costas, MM corre até a clarineta e começa uma nova melodia.

   Lambo se vira, porém seus joelhos cedem quase que instantaneamente. A nova melodia não tinha o efeito destrutivo da anterior, mas atacava seu corpo com muito mais violência.

   Ele podia sentir sangue escorrendo por seus ouvidos e nariz. Lambo tenta dar um passo a frente, mas quase perde o equilíbrio e cai. O zumbido em sua cabeça era tão insuportável que ele estava perdendo os sentidos.

   Por fim seus olhos rolam pra dentro e ele tomba, caindo alguns degraus, semi consciente no meio da escada.

“Quem você pensa que é? Pra fugir sem lutar, hein? Pedaço de lixo inútil!”

   MM se aproxima dele e o chuta, uma, duas, três vezes. Ele não reage. Ela se vira satisfeita e segue para fora do prédio.

   Lambo não estava inconsciente. Não estava, mas seu corpo não queria responder. Era como se seu cérebro fosse uma maquina super aquecida que deixa de funcionar por falta de ventilação. Não era exagero, já que ele sentia seu corpo arder.

   Ele se pergunta, o que todos achariam se o vissem daquele jeito? Os rapazes da Vongola. Seus amigos da Bovino. I-pin... certamente lhe daria uma bronca.

   O que ela diria numa situação como essa? Provavelmente que ele fora irresponsável, que agiu sem pensar e que era um incompetente. E ele poderia negar essas coisas? Era óbvio que não. Ninguém sabia disso melhor do que ele.

   Mesmo sendo estupidez, era algo que ele havia decidido fazer por conta própria. Ninguém o forçou a se juntar a essa luta. Ninguém disse que ele precisava estar lá. Ninguém pediu sua presença. Era algo que ele decidiu sozinho.

   Era teimosia, ele sabia. Ele estava sendo egoísta e irresponsável, exatamente como I-pin havia dito. Mas e daí? Ele estava sendo ele mesmo, certo?

   Ninguém jamais poderia dizer que Lambo era um mentiroso. Ninguém poderia chamá-lo de falso. Ele sempre foi sincero consigo mesmo.

   E ele escolheu participar dessa luta. Não havia mentira nisso. Ele queria proteger seus amigos. Não havia mentira nisso. Ele tinha um propósito, no final não era essa a coisa mais importante?

   Então, por que ele estava derrotado no chão?

   Se ele fosse vencido, como seus sentimentos seriam verdade? No final, tudo se resumia a isso. Se ele vencesse, ele estava certo, se perdesse estava errado. E Lambo não queria estar errado.

   Ele se apóia e começa a se levantar novamente. MM se vira e vê seu oponente se levantando. Ele estava em frangalhos e mal se equilibrava sobre as duas pernas, mas insistia em se erguer.

“Há? O que é isso? Você ainda não aprendeu que não pode me derrotar? Você vai cair no chão e não vai mais acordar, bela adormecida”.

   Lambo estava tranqüilo. Ele sabia o que tinha que fazer.

   MM começa mais uma vez sua melodia. Não havia tempo a perder. Ele tinha que ser rápido para vencer.

   Lambo se atira das escadas. MM facilmente esquiva do ataque. Lambo rola no chão e se põe de pé rapidamente. Ele começa sua sucessão de chutes altos. MM não perde tempo e divide a clarineta. Ela acerta o rosto de Lambo. O golpe deixa uma profunda marca roxa.

   Ele é novamente derrubado. MM põe um pé sobre o peito de Lambo e retorna sua arma ao normal. Dessa vez ele sentiria a melodia de perto.

   Era a vez de Lambo sorrir. Com um movimento ágil de pernas, ele da uma rasteira em MM. Se o único ponto de equilíbrio dela estava nele, ele podia reverter o jogo facilmente. Lambo se levanta, derrubando MM no processo.

   A garota cai pela primeira vez, derrubando sua arma. Lambo a apanha em pleno ar, enquanto MM tinha apenas um braço estendido para apanhar o objeto que estava fora de seu alcance.

“O que você pensa que--”

   Lambo ergue um joelho e parte o clarinete ao meio, descartando os fragmentos. Agora não serviria como arma, nem como instrumento.

   MM se arrasta e rapidamente se põe de pé. Ela assume uma posição de defesa, mas era óbvio que já não tinha mais espírito para continuar a luta. A surpresa e o medo estavam visíveis em seu rosto.

   Sem sua arma ela não tinha mais como lutar.

“Eu vou acabar com você... Eu vou acabar com você!”

   Ela tenta um soco, mas era um golpe que Lambo podia se defender facilmente. Ele se abaixa, deixa o golpe passar e a golpeia no estomago. MM perde o ar e rapidamente a consciência.

   Lambo a apanha, impedindo-a de cair no chão.

“Eu não queria fazer isso, mas seria muito problemático ter você me atacando pelas costas de novo.”

   Ele a deita no chão e sobe novamente as escadas.



Tsuna seguiu para o Centro, corria pelas ruas com um desespero tão grande que nem ele entendia como ainda tinha forças. Estava com raiva, com raiva de Reborn, com raiva de Mukuro e principalmente com raiva de si mesmo.

Ele que havia dito que a Vongola venceria sem nem pensar duas vezes. Ele que colocara a vida de várias pessoas em risco. Um risco que ele nem pensou que pudesse existir. Apesar de sempre ter visto as pessoas machucadas, como poderia esperar que elas fossem parar no hospital e tão gravemente machucadas?

Gokudera não deveria ter se ferido. Ninguém da Vongola. Haru não precisaria passar por aquilo, Kyoko não precisaria ter estado naquele hospital. As coisas em Namimori nunca deveriam ter chegado àquele ponto.

 Mas ele havia entrado na Vongola porque queria manter a amizade com Yamamoto, Gokudera e Ryohei. Ele havia ficado feliz por ter ajudado Lambo, por ter mais um amigo.

Por isso, mais do que qualquer coisa. Ele queria chegar lá. Alcançar Mukuro e resolver o que ele acreditava que havia começado. Com Reborn ou sem Reborn. Com um poder supremo ou desarmado, ele faria aquilo por todos.

Ele não estava lá como Dame-Tsuna, ainda que estivesse com medo ele não queria fugir, não mais. Também não estava indo lá como o Chefe da Vongola, não era vingança o que ele buscava.

Simplesmente Sawada Tsunayoshi, e ele iria cumprir sua promessa. A Vongola não deixaria de existir. Não era algo grande, era algo digno dele. Ele iria proteger os amigos. Reborn uma vez havia dito para que ele parasse de pensar grandiosamente, dessa vez ele estava de fato vendo as coisas com clareza.

Apenas havia uma grande necessidade de chegar lá e rápido. E assim ele poderia voltar com todos e terem mais uma comemoração.

Sim, era somente isso que ele desejava: Estar com a Vongola em mais um final de dia.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Katekyo Gangue Reborn" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.