Katekyo Gangue Reborn escrita por yumesangai, GalStyx


Capítulo 8
Preparativos Finais




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   O treinamento de Tsuna com Ryohei também começou cedo. Ryohei fora bem enfático sobre começar cedo e terminar com o sol se pondo.

 

   E Tsuna havia acordado cedo, saíra de casa dizendo que iria estudar com um amigo e lá estava ele, novamente encarando o espírito de luta de Ryohei.Tsuna havia passado parte da madrugada pensando sobre tudo.

 

  Sobre a Vongola, Reborn, Mukuro, Chrome e até sua família.

 

  Novamente se forçando a lembrar que havia aceitado aquela missão e que iria lutar. Com o poder que estivesse ao alcance e com tudo que ele fosse capaz de dar. Ele que sempre desejara a pacífica Namimori de volta. A Vongola tinha bons propósitos, ao menos ele poderia garantir isso, como Chefe...

 

  Chefe, ele ainda não gostava daquela palavra uma vez que não se achava digno dela. Mas ele não queria ficar indo e vindo com a mesma idéia. Ele estava lutando como Chefe da Vongola, não estava?

 

  Tomando uma decisão tão importante como enfrentar Rokudo Mukuro.

 

  Mukuro... Tsuna sempre tinha uma sensação desagradável quando ele estava por perto, também se perguntava como poderia enfrentá-lo, é claro que sem a Shinu Ki Dan seria absolutamente impossível.

 

  Assim como se não o derrotasse seria impossível que Namimori estivesse em paz. Ele não queria voltar a ter que ir correndo para a casa porque estava com medo. Mais do que isso, igual a vez no hospital em que vira Kyoko e Haru.

 

  Ainda que fosse impossível. Ainda que ele fosse o Dame-Tsuna.

 

  As coisas mais estranhas pareciam sempre o cercar. Como derrotar O Queijão, vencer Lambo, o próprio Reborn e seus discursos que o desconcertavam. Mukuro não poderia ser tão impossível assim.

 

“Para onde está olhando, Sawada?!”

 

   Ryohei desfere outro soco contra Tsuna. Seus golpes nunca atingiam o garoto, mas vinham carregados do espírito do boxeador, e pareciam que poderiam partir até uma parede de aço. Era como se Ryohei estivesse sobre efeito permanente da Shinu Ki Dan.


“Me desculpe!” Ele diz voltando a si. Ele tenta acertar um soco em Ryohei, usando os conselhos e depois de algumas observações que fizera.

 

  É claro que ele não se via derrotando Mukuro com socos ou chutes, mas como ele não sabia nada sobre defesa pessoal, era importante que estivesse treinando tudo que seu corpo pudesse agüentar e acompanhar.

 

“Espírito, Sawada. Espírito! Libere todo seu espírito de luta ao extremo!” Grita Ryohei facilmente se defendendo do golpe de Tsuna e lançando uma parede de golpes.

 

   Tsuna coloca os braços cruzados na frente do rosto, tentando se proteger dos golpes de Ryohei. Por que ele tinha que se empolgar tanto? Tsuna as vezes desejava que estivesse treinando com Yamamoto.

 

“Bem melhor, mas não baixe a guarda!” Ryohei desfere um golpe no estômago de Tsuna. O golpe apenas o toca de leve, com a mesma pressão de um tapa amigável. A idéia não era machucá-lo, mas mostrar que ele se descuidou.

 

   Ryohei estava se esforçando ao máximo para passar alguma coisa a Tsuna. Como alguém que só entendia algo que pudesse sentir com o próprio corpo, Ryohei esperava que ao menos o corpo de Tsuna aprendesse alguma coisa.

 

   Não, ele estava certo que Tsuna iria aprender alguma coisa. O garoto podia não levar jeito para lutas, mas tinha potencial, mesmo avançando devagar.

 

 “Hai!” Ele concorda e se afasta, os punhos fechados e posicionados corretamente, ao menos ele acreditava que sim.

 

  Ryohei era um boxeador, líder do clube e fazia parte da Vongola. Para Tsuna era como bater numa parede com espinhos.

 

  Tsuna tenta uma nova investida antes que se distraísse novamente com os próprios pensamentos. Ele queria treinar até não ter tempo de se preocupar.

 

  Rokudo Mukuro era um outro dia.

 

   Conforme combinado, o treinamento dos dois pára quando o céu brilha vermelho. Ryohei apanha duas garrafas de isotônico de sua bolsa esportiva e atira uma para Tsuna que estava espalhado pelo chão, cansado fisicamente pelo exercício excessivo e mentalmente pela pressão constante do espírito de lute de Ryohei.

 

“Obrigado”. Agradece enquanto se sentava e virava grande parte do conteúdo pra dentro.

 

“Você já está aprendendo algumas coisas, mas ainda está lento. Amanhã vamos treinar seu tempo de resposta. Não basta saber se defender, você precisa saber quando se defender.” Diz Ryohei com sinceridade.

 

“Certo”. Tsuna sorriu aliviado. Estar evoluindo já era alguma coisa e também estava ansioso pelo próximo dia, embora fosse exaustivo, ele estava contente com os resultados. Mesmo que fossem lentos, ele nunca havia aprendido nada tão rápido e com tanto empenho.

 

“Vamos lá, eu te acompanho até a porta.” Ryohei da um tapa no ombro de Tsuna, se dirigindo a saída.

 

“Obrigado”. E ele segue com Ryohei até o lado de fora, mal Tsuna havia deixado a casa e ele encontra com Kyoko que carregava uma sacola com vegetais.

 

“O treino já acabou?” Ela pergunta parando no caminho.

 

“Sim, por hoje pelo menos”. Ele repara na bolsa. “Está pesada? Você quer que eu leve pra você?”

 

“Não precisa, estamos bem perto”. Diz apontando para a casa que estava bem atrás dele. Tsuna da um sorriso sem graça. Eles ficam em silêncio por algum tempo até que Kyoko continua. “Nos vemos no colégio?”

 

“S-sim”.

 

“Ah Tsuna-kun”. Kyoko tira de dentro do bolso um pequeno amuleto azul. “Eu não sei quando é o torneio de sumo, mas eu queria que você aceitasse isso”. Diz estendendo o amuleto.

 

“P-pra mim?” Ele estende a mão, mas não chega a pegá-lo. Ainda não acreditava que aquela desculpa havia mesmo funcionado.

 

“Sim, eu fiz ontem. Eu ia te entregar hoje mais cedo, mas você e o onii-chan pareciam ocupados, então eu não quis interromper”.

 

“Ah Kyoko-chan!~” Ele pega o amuleto e fica o examinando por algum tempo. “É a primeira vez que eu recebo um presente de uma garota”. Diz com um sorriso bobo.

 

“É mesmo?” Kyoko pergunta um tanto surpresa.

 

   Tsuna fica encarando Kyoko e então seu rosto assume uma cor ainda mais forte de vermelho. “Eu disse isso em voz alta?” Ele pergunta quase chorando.

 

“Disse”. Kyoko apenas sorri.

 

   Tsuna se encolhe todo e guarda o amuleto no bolso.

 

“Tsuna-kun”. Kyoko o chama o forçando a voltar a olhar para ela. “Você vai se sair bem com certeza”.

 

“Hai”. Ele concorda com um aceno de cabeça. “Graças a você”. Diz mais sério do que pretendia.

 

“Eh?” Kyoko pisca seguidamente, pega de surpresa pela mudança súbita.

 

“Obrigado, Kyoko-chan”. Ele sorri e se afasta tirando o amuleto do bolso e o andando para a casa com ele nas mãos.

 

   Tsuna segue com um sorriso bobo no rosto, ele estava cansado e mal podia esperar pra chegar em casa, comer uma boa comida, repetir até não poder mais e dormir na bagunça do quarto.

 

“Tadaima!” Anunciou assim que chegou em casa. Acabara de tirar os sapatos e mãe ainda não havia aparecido. “Okaasan?” A chamou enquanto atravessava o hall de entrada.

 

   Maus pensamentos começaram a encher a cabeça de Tsuna. Como por exemplo Mukuro poderia ter raptado a mãe, ou alguém tivesse chegado o procurando e tivesse contado sobre a Vongola e sobre ele ser o chefe...

 

“Okaa--” E assim que entra na cozinha ele da de cara com sua mãe sentada à mesa, rindo. Tsuna ergue o olhar e da de cara com um homem vestido de preto e usando um chapéu. “AH!” Ele grita e aponta na direção do homem.

 

“Ora, Tsu-kun, você já chegou”. Nana sorri e se levanta. “Eu estava aqui falando justamente de você para o Reborn-san”.

 

“R-reborn!” Tsuna grita numa mistura de surpresa e raiva.

 

“Você poderia ter me dito que estava procurando um Professor Particular”. Ela diz cruzando os braços, mas sem estar realmente brava. “Essas crianças de hoje não contam mais nada para os pais”. Nana diz se voltando novamente para Reborn.

 

 “Boa noite, Tsunayoshi-kun.” Diz Reborn com um tom de voz suave e um sorriso charmoso, muito diferentes de sua habitual expressão cínica.

 

“Reborn o que você pensa que--”

 

“Tsu-kun!” Nana o repreende. “Onde estão os seus modos?”

 

“B-boa noite”. Ele diz a contra gosto.

 

“Reborn-san gostaria de mais café?” Nana pergunta já voltando ao tom calmo e despreocupado de sempre.

 

“Por favor.” Havia toda uma elegância em sua fala e gestos, como se isso fosse natural de sua personalidade. Após receber a caneca de Nana e sorver um pouco ele acrescenta. “Seu café é delicioso, Sawada-san.”

 

“Ora, já faz muito tempo desde que eu fui elogiada assim”. Nana diz com um sorriso bobo.

 

“Reborn, o que você pensa que estáfazendo?” Tsuna fica com uma cara de poucos amigos.

 

“Então, como está sua situação, Tsunayoshi-kun?” Pergunta Reborn cruzando os dedos.

 

“Não está--”

 

“O Tsu-kun tem se esforçado bastante, todos os dias. Hoje mesmo ele foi estudar na casa de um amigo, ne?” Nana diz orgulhosa do esforço de Tsuna.

 

“Mãe, por favor, mesmo aquele homem sendo um inútil a senhora ainda é casada” Tsuna pensa com uma expressão desagradável por achar que estava vendo demais.

 

   E ele olhou para Reborn e depois para a mãe que estava toda risonha. Tsuna deu um sorriso meio perturbado e o que veio a seguir fora apenas sua cabeça já cansada demais dos exercícios de Ryohei.

 

   Se ao invés de “Tsu-kun, você tem que acordar ou vai chegar atrasado” fosse algo como...

 

“Levante-se seu inútil!” Reborn o chuta da cama.


“Reborn!” Tsuna estava prestes a reclamar quando Reborn saca uma arma.


“Vá para o colégio”. Diz com uma aura assassina o envolvendo.


Ou algo como...


“Tsu-kun, eu achei uma prova no bolso do uniforme. Você estava tentando esconder de novo?” Nana pergunta amigavelmente.


“E-eu... hehe”. Tsuna da um sorriso sem graça.


“Você deveria estar envergonhado. Isso é completamente ridículo. Você deveria desaparecer da face da Terra”. E puxa a arma. “Morra”.


Ou...


“Tsu-kun nós temos que ir”. Diz Nana no andar debaixo.


“Eu estou procurando pelas minhas roupas, porque só tem esses ternos?” Tsuna aparece usando um terno preto com uma gravata vermelha.


“É melhor do que aquele seu armário velho. A famiglia tem que se vestir bem”. Diz Reborn com um sorriso orgulhoso.


“Isso é bom. É bom ver que você tem amigos fiéis, Tsunayoshi-kun.” Diz Reborn com um sorriso amigável. Ele toma um discreto gole do café. “Antes de começarmos, eu gostaria fazer uma avaliação inicial. Eu tenho sua permissão, Sawada-san?”

 

“Por favor, fique à vontade”. Diz Nana sem pensar duas vezes.

 

“É agora, ele vai atirar em mim de novo”. Tsuna engole em seco.

 

“Mostre-me seu quarto, Tsunayoshi-kun.” Diz Reborn se levantando.

 

“H-hai”. Tsuna olha para Nana como se quisesse se certificar alguma coisa, e então ele segue em silêncio subindo a escada até o quarto bem apreensivo.

 

   Ao entrar no quarto, Reborn segue até a janela e mantêm seus olhos no lado de fora.

 

“Então, você estava treinando com Ryohei. O que você achou?”

 

  Tsuna olha para os lados antes de fechar a porta. “Nós treinamos o dia todo, foi um pouco difícil no primeiro dia, mas ele mesmo disse que houve algum progresso, amanhã eu já terei aprendido outra coisa”. E deixa a mochila no chão e se senta na cama. “Apesar de que ele consegue ser bem assustador, algumas vezes eu achei que fosse ser feito em pedacinhos”.

 

   Reborn faz um som nasal. Ele se vira para Tsuna.

 

“E, você acha que consegue vencer Mukuro com isso?”

 

“O que? Não, não. Seria uma completa maluquice!” Diz já com as mãos na cabeça. “Reborn!” Ele se levanta da cama num salto. “A Shinu Ki Dan, você não vai usá-la?”

 

“E você acha que o que ele te ensinou é inútil?” Ele ignora Tsuna, como de costume.

 

“Não, não é. Mas eu não posso derrotar o Mukuro com o que eu tenho agora e provavelmente nem que eu treine a semana toda com o Onii-san eu vou ser capaz de derrotar o Mukuro...” Ele disse meio deprimido. “O Gokudera-kun é forte e ele foi parar no hospital, não tem jeito de eu, do jeito que estou agora, vencer”.

 

“Então eu pergunto.” Ele põe uma mão no terno e tira uma bala vermelha. “Você acha que consegue vencer apenas com isso?”

 

   Tsuna abre a boca, mas se cala abaixando o olhar. Ele balança a cabeça negativamente.

 

“Correto. Uma pessoa como você desejaria algo como ‘eu quero proteger a todos’ ao invés de ‘eu quero derrotar Mukuro’. Com esse pensamento, e a limitação da Shinu Ki Dan, você não vai vencer.” Declara Reborn, guardando a bala.

 

“Então o que eu devo fazer Reborn?” Tsuna olha para ele com um crescente desespero.

 

   Reborn sorri. Não o sorriso amigável que ele apresentou na frente de Nana, mas o sorriso debochado que ele parecia gostar tanto. A expressão era igual a de um paciente professor que explica o óbvio a um aluno burro incapaz de compreender um problema simples.

 

“Eu disse que iria te treinar, não disse?”

 

  O coração de Tsuna parecia querer sair pela boca. Depois de Reborn dizer todas aquelas coisas, basicamente o fazendo se sentir completamente incapaz e sem esperançar de proteger a Vongola.

 

“Reborn”. Tsuna olha para o Hitman como se de repente houvesse uma grande luz branca que o cercava.

 

“Começamos amanhã mesmo. Você estará pronto em 4 dias.”

 

“A-amanhã?” Tsuna engasgou com a própria saliva. “4 dias? Reborn! Isso é impossível!”

 

“Não, é possível. Afinal eu sou o melhor hitman do mundo.”

 

“Em 4 dias? Sem contar com as aulas, nós teríamos apenas 4 horas de treino por dia, o que você pretende fazer? É maluquice”.

 

“Nós vamos treinar direto. Você pode ligar para o colégio e dizer que está doente ou coisa do gênero.”

 

“F-faltar 4 aulas? Desse jeito a minha próxima nota vai ser um zero”. Diz puxando tufos de cabelo.

 

“Diga a Ryohei que eu estou assumindo a partir de agora. Aquele garoto fez bem em tomar a iniciativa. Talvez não seja uma má idéia você continuar a treinar com ele quando essa crise acabar.” Ele diz com um sorriso divertido.

 

“N-não”. Tsuna da um sorriso sem graça e balança as mãos defensivamente. “Eu prefiro voltar a minha vida quando isso acabar, sem treinos”.

 

“Está decidido então. Amanhã as 6 da manhã esteja na única clareira a beira do rio que cruza a floresta de Namimori.”

 

“6 da manhã?” Tsuna se da por vencido e se joga na cama.

 

   Tendo dito o que queria dizer, Reborn deixa o quarto e vai conversar, sabe-se lá o que com Nana.

 

  Talvez pelo cansaço ou pelo alívio de ter falado com Reborn, Tsuna bateu na cama e dormiu. Apesar de ser muito mais cedo do que Tsuna estava acostumado, pela boa noite de sono, antes mesmo do despertador tocar, ele já estava de olhos abertos.

 

   Nem deixara que o barulho do despertador acordasse a Mama, ele desceu na ponta dos pés já com a mochila nas costas.  Não sabia o que iria precisar para treinar com Reborn, mas se ele iria ter que ir até a floresta, achou melhor ir prevenido.

 

   Enfiou um kit de primeiro socorros na mochila, uma roupa extra e assaltou da geladeira um lanche. Embora ele só conseguisse imaginar que Reborn era desumano o bastante para não fazer uma pausa para o almoço.

 

“E agora, o que eu faço? Como vou dizer pra minha mãe que eu vou matar aula?” Tsuna andando de um lado para o outro, quando reparou que o relógio da sala marcava apenas quinze minutos para as seis, Tsuna escreveu um bilhete e o prendeu na geladeira.

 

   No caminho, ele se concentrou nas palavras de Reborn, ele queria proteger a todos, ele queria uma Namimori pacífica. Não queria mais ver os amigos no hospital, Rokudo Mukuro... Sempre que pensava no que ele fora capaz de fazer, Tsuna só conseguia sentir raiva.

 

   O local que Reborn havia escolhido podia ser fácil de avistar se alguém soubesse o que estava procurando, mas não era fácil de chegar. A floresta próxima a cidade era selvagem e não havia trilhas naquela área.

 

   A tal clareira dava vista para um paredão do lado oposto do rio. Reborn estava lá, sentado sobre uma pedra no leito rochoso.

 

  Tsuna empurra as folhas gigantes para o lado e caminha arrastando os pés.

 

“Água, água...” Tsuna manda a mochila longe e se ajoelha perto do rio, bebendo a água como se sua vida dependesse disso.

 

“Vamos começar. Seu objetivo será escalar esse paredão.” Ele diz indicando com o polegar atrás de si.

 

  Tsuna cospe a água.

 

“Impossível!” Grita apontando para o paredão.

 

“Isso é a única coisa que você sabe dizer? Se eu digo que você vai escalar paredão, você vai escalar o paredão.” Ele enfia a mão no terno e saca sua pistola. “Com seu último desejo.” E ele atira na cabeça de Tsuna.

 

   E antes que Tsuna pudesse protestar, ele voava graças ao impacto da bala, seus olhos vendo pela última vez o céu. Os pensamentos distantes.

 

“REBORN!” Ele se levanta num salto, rasgando as roupas e ficando somente de cuecas. “Eu vou escalar o paredão como meu último desejo!!” E começar a escalar sem se preocupar, no entanto, o efeito da Shinu Ki Dan acaba e Tsuna fica agarrado às pedras. “Socorro! Reborn!”

 

“Termine de subir.” Diz Reborn sem nem direcionar o olhar a Tsuna.

 

“Eu vou morrer!” Tsuna olha para baixo e começa a se debater. “A Shinu Ki Dan, Reborn!”

 

“Pare de choramingar e suba.” Ele atira em uma pedra logo abaixo de um dos pés de Tsuna, a quebrando e deixando o garoto suspenso na outra perna.

 

“AH! Reborn!” Ele fecha os olhos e começa a rezar enquanto tentava escalar de olhos fechados. Relutante ele pega numa nova pedra, mas sentia as pernas fracas, ele decide dar algum apoio para o pé, mas acaba escorregando com a sola do sapato.

 

  Ele tenta com outra pedra não muito distante e quando acha que é o bastante, tenta continuar a subir. Repetindo esse processo, lentamente.

 

   Ao se virar e ver que Tsuna havia conseguido subir, Reborn da um assovio.

 

“Não pensei que ele fosse conseguir de primeira.” Ele sorri. “Oe, Tsuna!” Ele grita da base do paredão.

 

“Onii-san... o seu treinamento era mais fácil”. Tsuna murmura para ninguém em particular. Ele se levanta e com cuidado se aproxima da beirada. “Eu não vou descer isso de novo!”

 

   A sombra do chapéu de Reborn cobre completamente seus olhos. Ele sorri sinistramente. Reborn atira no penhasco, logo abaixo de Tsuna. A parte logo abaixo dele desmorona e ele desaba junto com as pedras.

 

“AH! Eu não quero morrer! Não quero morrer! Kyoko-chan!” Quando as pedras acertam o chão e Tsuna voa direto pra dentro do rio. “Reborn!” Tsuna sai do rio antes que algo pior acontecesse. “Você quer me matar?”

 

“Suba de novo.” Reborn diz com simplicidade.

 

“EH!?” O queixo de Tsuna basicamente atinge o chão. “É impossível!!” Ele grita apontando agora para o penhasco todo desabado.

 

“Esse seu discurso já perdeu a graça. Você vai subir se quiser proteger a todos.” E ele acerta outro tiro na cabeça de Tsuna.

 

“REBORN!” A chama vermelha reacende na cabeça de Tsuna. “Eu vou escalar esse penhasco novamente como meu último desejo!!”E sobe todo empolgando, e pouco antes de chegar ao topo o efeito da Shinu Ki Dan acaba e Tsuna decide tomar uma boa distância da beirada antes que Reborn atirasse novamente.

 

“Ainda tem muito a aprender, Tsuna.”

 

   Reborn se levanta e atira logo abaixo dos pés. Chamas saem de sua pistola e ele voa até o topo do penhasco, pousando de forma silenciosa.

 

“Ainda não é hora do recreio.” E antes que Tsuna possa reclamar, ele chuta o garoto para dentro do rio.

 

  Tsuna enfia a cara no fundo do rio, ele se levanta meio zonzo e fica com o rosto na grama e o corpo ainda flutuando no rio. Ele tira a mão da água e faz um sinal de ‘ok’.

 

  Reborn se senta na beira do penhasco.

 

“Sua determinação é assim tão patética, Tsuna?” Sua voz ecoa pelo vale.

 

“C-claro que não”. Tsuna tira o resto do corpo da água e se levanta ainda meio tonto. “De jeito nenhum”. Ele se aproxima do penhasco e tenta começar a subir, mas antes de subir uns dois metros ele cai no chão. Ele respira fundo e tenta novamente, mas o resultado é o mesmo.

 

“Bem melhor.” Reborn guarda a pistola no terno. “Vamos ver até quando você agüenta.” Ele diz pra si mesmo.

 

   O treinamento continua dessa forma pelo resto do dia. Com apenas uma parada para o almoço, Reborn faz Tsuna continuamente subir o paredão. Mesmo assim ele não consegue chegar no topo sem ajuda da Shinu Ki Dan nenhuma vez. Na verdade ele não conseguiu subir mais do que alguns metros.

 

   Toda vez que o garoto fraquejava ou ameaçava desistir, Reborn enfiava mais uma bala na cabeça dele. Desnecessário dizer que ao final do dia Tsuna estava verdadeiramente exausto.

 

“Ok. Por hoje é só. Amanhã você irá escalar duas vezes mais.” Anuncia Reborn sem piedade.

 

  Depois de tantas balas na cabeça, Tsuna decide sabiamente não protestar. Ele assente positivamente e da um longo suspiro. Amanhã seria um dia muito pior.

 

No dia seguinte, no colégio, era fácil perceber a diminuição do movimento. Vários alunos em todas as classes e anos haviam faltado. Como se todos houvessem decidido em conjunto.

 

“Gokudera-san ainda está no hospital, Tsuna-san e tantos outros faltaram...” Comenta Haru observando a classe.

 

“O Onii-chan e o Tsuna-kun estavam treinando pro campeonato de sumo, mas o que será que está fazendo todo mundo faltar?” Kyoko pergunta preocupada, olhando para as muitas carteiras vazias.

 

“Campeonato de sumo?” Pergunta Haru pendendo a cabeça de lado.

 

“Sim, Tsuna-kun esteve no final de semana lá em casa para treinar”. Contou com um sorriso.

 

“Eu não sabia que tinha campeonatos de sumo em Namimori.” Diz Haru com uma expressão pensativa.

 

“Mas se não tivesse pra que os garotos estariam treinando, não é?” Kyoko pergunta sem estar preocupada.

 

“Bom, isso é verdade. Eles não disseram onde seria?” Ela pergunta sorrindo. “A gente podia ir e torcer por eles!”

 

“Quando eu chegar em casa eu vou perguntar pro Onii-chan, vai ser divertido se eles tiverem uma torcida, hehe”.

 

“Mas, eles também não tem consideração... vão se divertir e Gokudera-san ainda está hospitalizado.” Diz Haru de braços cruzados.

 

“Mas você não acha que o Gokudera-san iria querer ir junto de qualquer jeito? Eu fico preocupada...” Kyoko olha deprimida para onde o garoto se sentava.

 

“Hmm... esses garotos são só problema.” Haru infla as bochechas. Kyoko apenas ri.

 

   Após as aulas, Haru segue para o hospital. Sendo a pessoa que o encontrou, Haru sentia um senso de dever para com o garoto inconsciente. No inicio os membros da Vongola ainda estranhavam a presença da garota desconhecida, mas depois eles passaram a aceitá-la.

 

   Haru costumava ficar por lá depois das aulas por varias horas. Os membros da Vongola que se revezavam na guarda não entravam quando ela estava por lá. O boato de que ela seria amante de Gokudera se espalhou rapidamente. Por isso eles também faziam a escolta dela até sua casa.

 

   Alheia a isso, Haru abria seus livros e revisava a matéria do dia, mas ela tinha dificuldade em se concentrar. Ela se perguntava sobre a identidade do garoto que dormia. Apesar de tudo, ela ainda não sabia que ele era. Quem era Gokudera Hayato.

 

   Haru decidiu ignorar todos os boatos a respeito do garoto e tentar se concentrar nos fatos. Ele era amigo do irmão de Kyoko, de Tsuna, do garoto do time de beisebol Yamamoto e de todos os garotos que faziam hora no hospital. Era difícil imaginar o que poderia reunir tantas pessoas diferentes.

 

“Ele deve ser uma pessoa popular.” Haru pensa em voz alta, se divertindo com a idéia.

 

   Um murmuro ecoa pelo quarto. Ela se volta para o garoto cujos olhos abriam lentamente. Seus braços e pernas se moviam de forma descoordenada.

 

“Rokudo Mukuro!” Gokudera se senta na cama de forma repentina.

 

“HAHI!” Assustada, Haru quase cai da cadeira.

 

   Os olhos de Gokudera escaneam o ambiente.

 

“Um hospital? Então... eu fui derrotado...” Ele murmura fechando a mão em punho.

 

Ano... Gokudera-san...” Chama Haru, ainda se refazendo do susto.

 

“Você... quem é você? Alias...” Gokudera tenta por os pensamentos em ordem. Ele força a tontura a deixar sua mente e se lembra de suas prioridades. “Que dia é hoje?”

 

“Te-terça feira...” Haru sabia que pessoas que ficam apagadas por muito tempo tendem a ficar confusas, mas ela não conseguia acompanhar o raciocínio de Gokudera.

 

“Terça... eu apaguei por cinco dias?! Droga!” A explosão faz o corpo de Gokudera ser assaltado por uma dor repentina. Ele se retorce e tosse.

 

“E-eu vou chamar a enfermeira!” Haru se debruça na cama para alcançar o botão de chamado, mas Gokudera apanha seu braço antes.

 

“Esqueça isso... chame o 10º... Sawada Tsunayoshi... eu preciso falar com ele”

 

“Tsuna-san.” Haru estava preocupada com o estado de Gokudera, mas ela reconhece a determinação em seus olhos. A mesma determinação que a despertou de seu transe naquela noite. “Entendido. Eu vou chamar o Tsuna-san.”

 

“Obrigado.” Diz Gokudera, soltando o braço dela, ainda tossindo.

 

   Haru se levanta e segue até a porta, mas ainda dirige um ultimo olhar a Gokudera. O garoto fora espancado violentamente, ficou inconsciente por vários dias, ao acordar está tão mal que não consegue nem falar direito, mas tem uma força de vontade tão grande e ainda coloca seus amigos a frente de si mesmo.

 

   Ela não tinha como contatar Tsuna, mas sabia como. Na noite em que Gokudera foi hospitalizado, Ryohei havia chamado por ele.

 

-x-

 

“Diga que amanhã nós vamos fazer outra coisa... Por favor”. Tsuna apenas olha para Reborn enquanto se jogava no chão, sem se importar de se esfolar ao fazer isso.

 

“Eu tenho outros métodos para acelerar seu desenvolvimento, mas não posso garantir sua segurança em nenhum deles.” Reborn responde, sentado na pedra do leito rochoso, com tranqüilidade.

 

“E desde quando esse método garante? Eu poderia morrer ao cair desse penhasco...” Pensa com uma careta olhando para o tanto que havia sido obrigado a escalar. “Reborn, eu estava pensando, quanto tempo nós ainda temos?” Pergunta mudando completamente o tom.

 

“Mais dois dias, no mínimo. Depois disso será uma questão de habilidade.”

 

“Você vai estar por perto não é?” Pergunta com receio.

 

“Quem sabe.”

 

“Isso não é resposta que se dê! Eu realmente estou ficando preocupado, s-se você não aparecer eu não sei o que fazer”. Diz já puxando os cabelos.

 

“Quem você acha que vai derrotar Mukuro, eu ou você?”

 

“Mas Reborn...” Começou sem querer responder àquela pergunta.

 

“Dedique-se a esse treino, ou não vai vencer. Se tomar a vitória como certa apenas por causa da Shinu Ki Dan então você já perdeu.”

 

  Tsuna engole em seco.

 

“E-eu vou. Com certeza eu vou”. Ele respira fundo. “Proteger a todos, por isso... Espere pra ver Reborn”.

 

   Reborn sorri com um som nasal.

 

“Vá logo pra casa ou sua mãe vai começar a se preocupar. Um cavalheiro jamais deve deixar uma dama se preocupar”

 

   Tsuna automaticamente olha para o relógio e joga a mochila nos ombros.

 

“Eu to indo então”. Diz já seguindo o caminho para a casa.

 

   E ele estava quebrado, queria chegar em casa e se jogar na cama, a Mama estava sendo boazinha e esquentando a comida e levando para o filho no quarto, se não fosse por isso, Tsuna estaria indo dormir sem comer e saindo de casa apenas bebendo água.

 

  Ele foi correndo para casa, não sabia como ainda tinha forças, os pés estavam doendo e os dedos estavam todos esfolados e cobertos de curativos, definitivamente ele só conseguia ver a própria cama.

 

“SAWADAAA!” Grita Ryohei correndo na direção de Tsuna.

 

“O-Onii-san?” Tsuna pára de correr e olha assustado para o amigo.

 

“Go-Go-Goku.” Ryohei freia repentinamente e se atropela nas próprias palavras. “O cabeça de polvo acordou!”

 

“Gokudera-kun!? Vamos até o hospital!” Tsuna olhava para todas as direções, tentando lembrar qual era o caminho mais rápido.

 

“Por aqui.” Ryohei mostra o caminho.

 

   Os dois seguem até o hospital. No caminho, eles encontram com Yamamoto e Lambo, que Ryohei havia chamado mais cedo. O quarteto chega no hospital correndo, e seguem atropelando quem estivesse na frente.

 

   Havia mais cinco rapazes a frente do quarto de Gokudera, todos da Vongola. Tsuna respira fundo e bate na porta antes de abri-la.

 

“Gokudera-kun? C-com licença”. Diz colocando a cabeça pra dentro do quarto.

 

“Tsuna-san.” Cumprimenta Haru.

 

“10º! M-me perdoe por essa derrota patética! Eu não sei como posso me redimir.” Gokudera se inclina na cama, de cabeça baixa, mas começa a tossir novamente.

 

“Gokudera-san, o médico disse para você não se esforçar.” Haru o ampara.

 

“Bom ver que pelo menos sua mente já se recuperou.” Diz Yamamoto ao ver a reação natural do companheiro.

 

“H-haru?” Tsuna se assusta ao ver a garota ali, ele olha para os lados, e fica aliviado de ver que Kyoko não estava por perto. “Fico feliz que esteja melhor, Gokudera-kun”. Diz feliz por ver o garoto acordado.

 

“Suas palavras são muito gentis, 10º.” Diz Gokudera sem se levantar.

 

“Então... foi mesmo o Mukuro?” Ryohei pergunta logo o que estava lhe incomodando.

 

   A atmosfera no quarto parece ficar mais pesada com a menção daquele nome. Tsuna da uma risada sem graça.

 

“N-nós não precisamos falar disso agora, ne? Hahaha, Gokudera-kun acabou de se recuperar, ne?” Ele olha para os demais membros com esperança de que eles se calassem sobre aquele assunto, ou ao menos que se lembrassem que Haru estava ali.

 

   Ela não precisava se envolver naquilo.

 

   Tsuna não gostaria que ela visse as coisas por aquele lado ruim, onde pessoas do colégio machucam uns aos outros por motivos tolos. Ele não suportaria que Haru e Kyoko tivessem aquela visão. Garotas deveriam ficar fora desse tipo de coisa.

 

   Não era por isso que ele vinha treinando? Para proteger os amigos. Para que alguém como Haru nunca mais precisasse se envolver.

 

   Se algum dos três capitães da Vongola percebeu os sentimentos de Tsuna, eles ou o estavam ignorando, ou não se importavam com a presença de Haru. Lambo era o único que compartilhava a preocupação do líder, já que ele mesmo fazia a mesma coisa.

 

“Você deve estar cansada dessa vigília, certo? Porque não toma um pouco de ar fresco?” Pergunta Lambo se dirigindo até Haru.

 

“Eu estou bem, eu não- o que está fazendo?!” Lambo começa a empurrar Haru para fora do quarto. “Não toque em mim, seu tarado!”

 

“Vamos, vamos. Seja boazinha e deixe os homens conversarem.”

 

“Me larga, me larga! Alguém me aju-” Lambo deixa o quarto com Haru e fecha a porta.

 

“Gokudera-kun, você se lembra do que aconteceu?” Tsuna pergunta se aproximando da cama.

 

   Ryohei e Yamamoto permanecem em silêncio. Havia muitas perguntas que eles queriam fazer, mas ambos decidiram deixar que Tsuna cuidasse disso. Ele ainda não estava bem, e eles não queriam arriscar estressar Gokudera mais do que ele já devia estar.

 

“Sim. Depois de ter exigido nossa rendição e ser negado, eu imaginei que ele faria alguma coisa. Então, eu segui depois das aulas.” Conta Gokudera.

 

   Ryohei bate da com o punho na mão.

 

“E...” Tsuna respirou fundo, ao mesmo tempo em que queria saber o que tinha acontecido, também preferia não saber. “E então?”

 

“Ele deve ter me percebido desde o inicio, mesmo assim seguiu para um local deserto. Não... provavelmente esse era seu objetivo desde o inicio.”

 

“Um lugar onde poderiam lutar sem chamar atenção.” Diz Yamamoto.

 

Gokudera assente.

 

“Nós lutamos, e... eu fui derrotado.”

 

“EU vou virar aquele sujeitinho do avesso!” Grita Ryohei.

 

   Yamamoto segura Ryohei pelos ombros para impedi-lo de sair em debandada do quarto.

 

“Senpai, acalme-se.”

 

“Nós também estamos treinando”. Diz Tsuna dando um sorriso sem graça.

 

“Acalme-se e me escute, cabeça de grama!” Ryohei volta a se controlar. “Eu não sei exatamente do que ele é capaz, mas... aquele cara... Rokudo Mukuro não é humano.”

 

“Como assim não é humano?” Tsuna pergunta já assustado.

 

“Parece até um filme de terror.” Diz Yamamoto sem levar comentário a sério.

 

“Eu falo sério!” Gokudera começa a tossir novamente. Ele só continua quando se recompõe. “Aquele cara tem habilidades que não são normais.”

 

   Gokudera fecha os olhos e se lembra de sua luta contra Mukuro. Na hora ele estava agitado e não percebeu, mas analisar um oponente era sua especialidade. Agora, com tempo e calma ele podia fazer esse trabalho com perfeição.

 

“Eu não tenho dúvidas. Aquele cara pode criar ilusões.”

 

“I-ilusões? Como mágica?” Tsuna tentava ver algum sentido no que Gokudera falava, talvez o efeito dos remédios tivessem fazendo efeito.

 

“O que você está dizendo, Gokudera?” Pergunta Yamamoto achando graça da coisa.

 

“Eu estou dizendo a verdade! Durante a nossa luta, eu achei que ele tinha ficado subitamente mais rápido, mas eu estava enganado. Ele estava criando ilusões, me fazendo acreditar que ele se movia mais rápido do que o normal.”

 

   Ryohei assente. Ao contrário de Yamamoto ele ouvia atentamente as palavras de Gokudera.

 

“Rokudo Mukuro... ele é mesmo isso tudo?” Tsuna pensa no treinamento que estava recebendo.

 

“Exatamente. E isso não é tudo. Ele também pode aumentar suas habilidades físicas.”

 

“Como se estivesse sob efeito de alguma droga?” Pergunta Ryohei, tentando interpretar a coisa de uma forma mais familiar.

 

“Parecido, mas não exatamente. É muito rápido, e nesse estágio ele não pode ser derrotado.”

 

“Como nós vamos enfrentá-lo desse jeito, Reborn?” Tsuna não estava se esforçando para não parecer desesperado.

 

“Eu posso estar falando uma grande besteira.” Diz Ryohei. “Mas normalmente se alguém usa de alguma droga para obter uma vantagem física, essa pessoa vai ter que pagar um preço com o próprio corpo.”

 

“Está dizendo que ele deve estar enfraquecido, senpai?” Yamamoto estava sério agora. As reações dos outros foram o suficiente para ele entender que aquilo era sério e real.

 

“É o que eu acho.”

 

“AH!” A informação para ter sido o bastante para trazer Tsuna de volta. “Mukuro não estava indo ao colégio, os colegas de classe disseram que ele estava resfriado”.

 

“Eu falei!” Grita Ryohei.

 

“Então nós temos uma chance.” Yamamoto sorri.

 

Sasuga 10º! Descobrir uma coisa dessas.” Pela primeira vez desde que despertou, Gokudera parecia alegre.

 

“N-não, foi o Ryohei que descobriu”. Diz balançando as mãos na defensiva. “Onii-san, e quanto tempo uma pessoa demora pra se recuperar?” “Se o Mukuro estiver enfraquecido então... só mais alguns dias de treino, só mais alguns dias”.


“Eu não lutei com ele, então eu não saberia dizer...” Ryohei cruza os braços, pensativo.

 

“Vamos atacá-lo agora mesmo! Se ele está vulnerável então com certeza –” Gokudera começa a tossir outra vez.

 

“Gokudera-kun, você tem que descansar”. Tsuna diz preocupado.

 

“Pode deixar isso com a gente.” Diz Yamamoto pondo uma mão no ombro de Gokudera.

 

“Nós vamos cuidar daquele covarde.” Diz Ryohei assentindo.

 

“Me desculpe, 10º. Se eu tivesse sido mais cauteloso...” Gokudera abaixa a cabeça.

 

“Fico feliz que esteja bem, nós vamos dar um jeito nisso”. Tsuna respira fundo, agora só faltava falar com Reborn no dia seguinte. “Só mais alguns dias, só mais alguns dias”.


   Tsuna foi para casa bem mais tarde naquele dia, e o caminho inteiro ficou pensando no que deveria fazer quando chegasse a hora.

 

   Mukuro não estaria sozinho, seriam assim tão assustadores seus comparsas? Tsuna os via todos os dias no colégio, não pareciam nada de especial, mas por causa deles, vários integrantes da Vongola estavam hospitalizados.

 

   Assim como não entendia o motivo de Mukuro pra ir contra todas as gangues, não entendia porque alguém como Chrome o seguia.  Quando Tsuna passou a pensar em Chrome ele percebeu que havia, talvez, deixado um fator importante de fora.

 

  Chrome conhecia Mukuro. Se ela pudesse dar alguma informação... Talvez Tsuna a conseguisse fazer falar sem que parecesse que queria algo. Seria estranho se ele perguntasse? Quando tinha a ensinado a fazer onigiris ela passara a maior parte do tempo em silêncio.

 

   A única conclusão que conseguira chegar era que parecia haver pouco tempo, e naquele dia ele foi dormir com um mau pressentimento.

 

Continua...


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