Pov. Tris

Acordei meio dolorida na manhã seguinte. Mas a minha felicidade era tanta, que nem me preocupei. Era domingo, então eu poderia ficar quietinha em casa o dia inteiro.

Noite passada havia sido a melhor de toda a minha vida. E apesar de não ter outra pessoa como referência, eu posso falar com toda certeza que o Tobias é muito bom de cama. O que é aquela criatura, Senhor? Eu quase não fiz esforço.

Olho para o lado e encontro Tobias já acordado olhando para o teto com um sorriso no rosto. Ele parece não ver que eu acordei, então eu me estico um pouco e lhe dou um beijo calmo e sereno.

– Bom dia amor- eu falo e ele olha para mim.

– Bom dia minha pequena- ele faz carinho na minha cabeça- Dormiu bem?- ele pergunta sarcástico.

– Melhor do que nunca- eu digo no mesmo tom- Você foi ótimo noite passada.

– Você não ficou muito atrás- ele fala risonho- Tem certeza que foi a sua primeira vez?

– Absoluta.- eu digo e dou risada.

– Não posso mais te chamar de Seis- ele fala triste.

– Pode sim- eu digo o abraçando- Eu sempre vou ser a sua Seis.- ele dá um sorriso tão lindo que minha vontade era pular em cima dele e o agarrar. E é o que eu faço.

Depois que me separo de Tobias, me viro para olhar no relógio e vejo que já são dez horas da manhã, ou seja, tenho que levantar. Eu ponho os pés para fora da cama, mas continuo sentada. Dou uma espreguiçada tão boa, que dá vontade de deitar de novo.

Eu me levanto à procura de minhas roupas, mas apenas encontro a camisa de Tobias e a minha calcinha. Ficou um pouco grande em mim, mas tudo bem.

– Por que você está colocando roupa?- pergunta Tobias ainda deitado me olhando- Não tem nada ai que eu ja não tenha visto.

– Ok.- eu digo- Então eu vou ali na sacada mostrar o meu corpo para todos que moram nos prédios do lado.- falo sarcástica- Além do fato que eu não vou ficar andando pelada pelo apartamento.

– Nem pense nisso.- Tobias melhora a postura de macho- Ninguém mexe com a minha garota- ele sorri cafajeste- E eu não me importaria de ver você andando sem roupa pela casa- ele se levanta e eu perco o ar com a visão da bunda dele.

– Ai ai- eu digo sonhadora- Nunca vou me cansar disso.- ele coloca a cueca preta de ontem, se vira e dá risada.

– Que bom para mim.

– Seu besta- eu pego o travesseiro e jogo nele.

– Ah... É assim que vai ser?- ele pergunta já vindo na direção bem devagar- Eu também sei brincar Tris.

– Quatro não- eu ja sabia o que ele ia fazer- Isso não...- eu coloquei a mão na frente do corpo e me afastei bem devagar- Por favor...

– Tem medo de mim amor?- ele sabe que eu me derreto quando me chama assim- Eu não vou fazer nada- ele começou a dar a volta na cama.

– Não vai funcionar...- eu acabo batendo as costas na porta- Esse seu joguinho de falar manso não vai me fazer baixar a guarda.

– Ah é mesmo?- ele acelera o passo- Vamos ver então.

Eu abro a porta do quarto e saio correndo pelo apartamento. Sou idiota o suficiente de virar a cabeça para procurar Tobias e tropeçar na mesinha que havia por ali. Me recupero rapidamente e volto a correr. Só paro quando chego na cozinha. Não tem para onde eu ir? Afinal, por que raios eu fui para lá? ( N/a Autora: Por que eu quis!!! MUAHAHAHAHA)

Quatro aparece na porta do recinto e dá um sorriso vitorioso. Tenho duas opções. Posso ficar ali e ser atacada por ele, ou passar por baixo de suas pernas. Escolho a segunda, mas não ainda.

– Fim da linha Seis- ele se aproxima de mim bem devagar.

– Eu acho que não.

Eu corro e me abaixo para passar por entre suas pernas. Me levanto e o encaro. Ele está perplexo com sua estupidez. Sorrio vitoriosa e volto a correr, mas dessa vez eu não sou tão idiota. Vou direto para o banheiro e me tranco lá.

– Amor abre- fala Tobias batendo na porta- Eu prometo que não vou fazer nada.

– Nem a pau Juvenal- eu digo- Eu gosto de me manter sã. E cócegas não são legais.

– São sim- fala ele- Deixa vai... Eu vou te recompensar mais tarde...- ele acha que eu sou tonta- O que me diz?

– Você vai fazer o que tiver que fazer mais tarde de um jeito ou de outro- eu digo- Não vou cair na sua.- silêncio- Quatro?- nada- Tobias?- eu coloco a orelha na porta para ver se consigo ouvir alguma coisa.- Eu não vou sair daqui.

Eu ouço o barulho de uma panela caindo na cozinha e acabo estranhando. O que raios ele estaria fazendo lá? Será que é seguro sair? Acabo por destrancar a porta e abrir bem devagar.

– Tobias?- eu o procuro e não encontro. Vou em direção a sala- Onde você está?- como se ele fosse se entregar- Me fala ou eu juro que... AAAAAAA- eu sou derrubada.

– Te peguei- ele diz em cima se mim.

– Onde raios você estava?- eu pergunto.

– Atrás do sofá- ele fala simplesmente.

– Que barulho de panela foi aquele?- eu tento me soltar inutilmente.

– Foi sorte.- ele diz- Acho que você esbarrou nela quando estávamos lá e só caiu agora.- ele prende minhas mãos- Onde estávamos? Ah... é... cócegas.

– Tobias...- eu digo e ele me encara- Isso não fofo, isso não é bonitinho, isso não é engraçado e eu vou chutar a sua cara.- ele apenas sorri

– Como?- o pior é que ele está certo.

– Não sei.

– Ok- e então ele me ataca.

Eu começo a rir e me debater igual a uma gazela depois do abate. Eu não falei isso para ele, mas se eu rir muito, eu faço xixi na calça (N/a Autora: Essa sou eu... não posso rir... Meu namorado ja viu... não é legal).

– Amor...- eu tento inutilmente falar- Amor... para...- está difícil falar- Quatro por favor...- finalmente ele para

– Agora eu estou feliz- ele fica parado em cima de mim.

– Eu...- tento recuperar o fôlego- eu... é... Ai Deus- eu engulo um seco- Preciso de ar... e água.- ele se levanta e me ajuda a fazer o mesmo.

Nós caminhamos para a cozinha, pegamos um copo no armário, a garrafa de água na geladeira e nos refrescamos desesperadamente. Depois de me recompor, eu dou um soco no braço dele com o máximo de força que eu consigo. Mas ele nem sente.

– Seu besta- eu digo- Eu faço xixi se riu demais.

– Desculpa- fico feliz por ele não me zoar- Não resisti.- ele me pega no colo e me leva até a sala- O que acha de adiantar aquela recompensa?- ele começa a beijar o meu pescoço e eu o afasto.

– Nem pensar- eu me levanto- Eu estou toda dolorida ainda, você acabou de fazer cócegas em mim, são dez e meia da manha e a gente nem tomou banho.- eu falo contando nos dedos.

– Ah...- ele faz cara de triste- Magoei...

– Não estou nem ai- mas eu estou sim. Me corta o coração essa carinha de cachorro que caiu da mudança.- Nem adianta fazer essa cara- Ele se encolhe e deixa a cara mais irresistível ainda.- Não amor... - eu vou em sua direção e me agacho de joelhos no chão acariciando seus cabelos- Sério. Não é por mal. Dos motivos que eu dei, o único que esta valendo é a dor. Eu realmente queria mas...

– Shiiii- ele põe o dedo no meu lábio- Eu sei disso. Fica tranquila. Se você me diz que esta com dor e quer esperar melhorar, eu respeito isso.- ele coloca uma das mãos em minha bochecha- Eu faria qualquer coisa por você Tris. Tudo o que me pedir eu faço. Sempre conte comigo. Seja em um momento bom ou em um momento ruim. Eu vou sempre estar junto com a minha linda noiva. Que em breve será minha esposa linda e maravilhosa.

Ele insiste em me fazer ficar mais apaixonada por ele. Como é possível eu não sei, mas o Tobias consegue. Eu gosto tanto dele. Chego a pensar se eu o amo. Será? Eu acho que ainda não, mas falta bem pouco para isso acontecer. E me chamar de noiva é um bom jeito de ele chegar em seu objetivo.

– Repete- eu sussurro.

– Que parte?

– A parte da noiva.- eu digo e ele sorri sedutor.

– Eu vou sempre estar junto com a minha linda noiva. Que em breve será minha esposa linda e maravilhosa.- ele para de falar e olha fundo em meus olhos- Eu vou te apresentar a ela qualquer dia desses. Vocês são muito parecidas.

– Verdade?- eu entro em sua brincadeira- E o que ela pensaria se nos visse agora?- ele se senta novamente no sofá- Acho que ela não iria gostar de ver seu homem com outra mulher.

– Tem razão- eu me levanto, sento em seu colo, com uma perna em cada lado de seu corpo e acaricio seu rosto com as minhas mãos- Mas a gente não conta para ela.- ele põe as mãos na minha cintura.

– Ok.- eu digo e o beijo.

Nossas bocas travam uma batalha por espaço. Eu agarro seus cabelos, o trazendo para mais perto de mim, enquanto ele aperta meu corpo cada vez mais contra o seu. Sua língua pede passagem e eu concedo. Mas o ar decide interferir no nosso momento. Ele dá o "ar da graça" por assim dizer. ( N/a Autora: Entenderam? O AR dando o "ar da graça"... eu sei... piada infeliz. Mas eu não resisti... continuando).

– Eu vou tomar banho- eu digo saindo de seu colo.

– Ok- ele continua sentado.- Vai lá.

Então eu saio em direção ao meu quarto e vou direto para o banho. Saio logo em seguida enrolada na toalha e vou em busca de uma roupa.Eu tenho que ir no mercado, então eu não vou me emperequetar tanto. Coloco uma blusinha rendas preta de alça fina marrom que vai até a altura do umbigo, um shorts jeans clarinho e um keds preto. Prendo meu cabelo em um coque simples, coloco uma pulseira preta, vários anéis, um colocar escrito "be brave" e um óculos de sol. Eu apensa passo um rímel e um batom rosa claro. Pego uma bolsa marrom clara.

Saio do quarto em busca de Quatro para ver se ele quer ir, mas logo ouço o barulho de chuveiro. Pego papel e caneta e deixo um bilhete avisando que estou saindo para ir no mercado e já volto.

" Amor, fui no mercado. Volto logo... E eu vou com meu carro."

Pego as minhas chaves e vou direto para o estacionamento. Acho o meu MiniCooper e entro sem delongas. Meu carro havia chegado a alguns dias. Fiquei tão feliz em revê-lo. Dou partida e saio do prédio.

Decido colocar o rádio para tocar. Procuro alguma estação, mas não encontro nada que me agrade. Pego um CD do Paramore e a música The Only Exception começa a tocar.

"I've got a tight grip on reality
But I can't
Let go of what's in front of me here
I know you're leaving
In the morning, when you wake up
Leave me with some kind of proof it`s not a dream "

(Eu tenho uma forte noção de realidade
Mas eu não consigo
Deixar o que está na minha frente
Eu sei que você está partindo
Quando você acordar de manhã
Me deixe uma prova de que não é um sonho)

Nesse momento, eu paro no sinal vermelho. Eu canto no ritmo da música. Um mal pressentimento invade meu corpo e faz com que eu deseje estar com o Tobias.

O sinal abre e eu ando com o carro, mas eu ouço o barulho de uma buzina bem alta. Me viro para o lado e vejo que um caminhão vindo em direção ao meu carro. Só tenho tempo de soltar um grito estridente e apavorante. E então tudo fica escuro.