Ops! Paixão Errada escrita por Samyni


Capítulo 10
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiiiii gente!

Estou aqui, again!!!!!! :D


Boa leitura, gente!



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"Talvez seja difícil, mas nem se fosse impossível desistiria de você." -autor desconhecido.

Com Matt na cadeia, sentia como se um peso houvesse sido liberado de meus ombros. Entretanto, no fundo, ainda sentia certo anseio de que ele de alguma forma fugisse e viesse atrás de mim novamente.

Na noite passada, não tive pesadelos. Nem sonhos, na verdade. O que não era cotidiano vindo de mim. Porém, melhor que pesadelos.

Acordei tão cedo, que o sol ainda não havia surgido. Lembrei-me de como minha mãe gostava do nascer do sol, como apreciava a luz que o sol refletia na Terra. Ela, em si, era apaixonada pelo sol. De todas as formas. Não importava se fosse um verão insuportável, sem chuvas, que todos reclamavam –para variar– das roupas pregando no corpo, ela simplesmente abria um sorriso e dizia: “Toda estrela vem com seus defeitos, ninguém é perfeito, nem mesmo o sol.”

Toquei meu pingente e fui em direção à janela, para mais uma vez admirar os primeiros raios solares surgirem.

“-Olha como é lindo o nascer do sol aqui em Lynn, filha.disse minha mãe colocando-me em seu colo.

Estávamos na época de férias de verão e na maioria das férias, feriados e afins, estávamos em Lynn. Naquele momento, nos encontrávamos no quarto de visitas –meu quarto na época em conheci Spencer–, segundos antes dormíamos todos juntos em uma larga cama de casal.

–Sim, mamãe. –concordei com ela. –É bonito mesmo.

–Um dia iremos mostrar esse lindo nascer do sol para o seu irmãozinho. –ela disse sorrindo e colocando a mão direita no ventre volumoso.

Mal esperava pela hora dele chegar, contava os segundos para poder finalmente ver seu rostinho, conhecê-lo e ter alguém para brincar.

Eu ficara decepcionada quando descobri que não seria uma menina, então não brincaríamos de “chazinho”, mas eu gostava das brincadeiras de ambos os sexos. Tipo pega-pega, pique-esconde, pega-ladrão, tabuleiros...

–O que minhas princesas estão cochichando? –papai perguntou acordando, com um longo bocejo.

–Nada demais, meu bem. –mamãe sorriu. –Só imaginando como será quando tivermos a oportunidade de mostrar esse incrível nascer do sol para o caçula.

Papai levantou-se da cama, nos abraçou e disse:

–Sim, será ótimo e sabe o que é melhor ainda? É que quando Fabrício chegar nossa família estará completa.

–Hm... Vou adorar brincar com ele. –falei inocente, voltando meus pensamentos para nossas possíveis brincadeiras do futuro. –Falando em brincar... Podemos ir ao balanço, mamãe?

–Sim, Taylor. Vamos brincar!

Comemorei batendo palmas, logo depois descemos para o jardim. Vovó ainda dormia, seus roncos eram ouvidos de uma distância considerável.

Mamãe sentou-se no balanço e colocou-me em seu colo. Nossos cabelos loiros e cacheados brincavam com o vento enquanto papai nos empurrava.”

Sorri com a lembrança sentindo uma lágrima rolar por meu rosto. Afinal de contas, nunca tivemos a oportunidade de mostrar o nascer do sol entre os vales de Lynn para Fabrício, nunca completamos nossa família, pelo contrário, ela ficara mais incompleta. E nunca mais brinquei com minha mãe ou pai...

Senti uma enorme vontade de conversar com minha mãe, então me vesti e fui em direção ao cemitério.

O portão preto e pesado estava sem cadeado.

–Obrigado, Norman.–agradeci e ele assentiu, calado como sempre.

Agachei-me e como estava no inverno já se formava uma fina película de gelo sobre a grama.

–Olá mamãe, Fabrício e Vovó. Eu estava pensando hoje e nunca tive a chance de brincar com você Fabrício, ou de rir de seus roncos vovó e muito menos de brincar no balanço com você mamãe...

Claro que minhas lágrimas já rolavam por meu rosto, era difícil não ter mãe, irmão, avó ou simplesmente um amor paterno. Não era lá muito fácil se sentir rejeitada todos os dias e saber que sua aparência provocava dor em seu pai.

Sim, eu tinha Alex, mas uma coisa são amigos e outra família. Também tinha Spencer, que me ajudava muito em relação a isso, mas, às vezes, simplesmente desabamos e nada consegue nos trazer para a superfície por um longo tempo.

–Mamãe, eu queria te contar uma coisa... Queria que você me aconselhasse e que me abraçasse, mas eu sei que isso não é possível... Mãe, sua filha –eu, como sabe. – está... Meio que namorando, você diria namorando se estivesse aqui, tenho certeza. Imagino também que uma mãe normal daria um sermão de duas horas –eu gostaria muito de ouvir esse sermão, mas sabemos que isso também não é possível–,entretanto, finge que eu ouvi esse sermão ok? E mãe, tem um pequeno detalhe sabe? Que talvez você não goste muito... Ele é meu professor. De história, para ficar mais esquisito ainda. Sim, eu sei que é estranho ,esquisito e pode até ser errado, mas... Eu realmente gosto dele e não vou me afastar. Ele me faz bem, é como se eu tivesse alguém para me proteger novamente, me sinto feliz, calma e sei que mesmo sendo errado você me quer feliz certo? Então... A senhora me entende?

Como era frustrante conversar com alguém que não podia responder! Eu queria muito saber o que ela achava sobre aquilo, queria que ela me xingasse porque professor é uma pessoa de respeito, uma autoridade, alguém que o relacionamento deve ser estritamente em sala de aula e toda aquela coisa que mãe faz, mas nem tudo é como queremos.

Olhei o relógio do cemitério, estava quase na hora de ir para a escola. Levantei-me do chão e fui para casa. O frio estava apenas no começo, mas era impossível não sair de casa sem um casaco e começou a nevar. Neve... Eu até que gostava de neve, tirando o frio que ela trazia junto consigo.




***

–O que houve, Taylor? –Alex perguntou.

–Nada. –respondi rápido demais.

–OK. Eu te conheço, não me faça perder tempo, sim? É o Spencer? Sou eu? É o seu pai?

–Alex! Spencer não me magoou ok? Estou bem! É que eu estava lembrando-me de umas coisas, para ser mais especifica, pensava na minha mãe e no meu irmão hoje.

–Ah...Entendi o motivo na carinha triste. –Alex falou abaixando a cabeça.

–E o Philip? –perguntei puxando assunto, já que a aula ainda não tinha começado.

–Vai bem. Acho que estou gostando dele. –ela respondeu tímida.

Alexa Carter tímida? Isso era inédito!

–Aé? E como sabe disso? –podem me chamar de malvada, eu deixo. Estava perguntando aquilo de propósito, afinal de contas ela tímida era muito engraçado.

–Como eu sei? Eu fico ansiosa para vê-lo e toda vez que recebo uma mensagem de boa noite dele surgi um sorriso enorme em meu rosto e eu gosto de reler as mensagens e...

–Ok. Eu já entendi que você está apaixonada por ele. Sem nhê-nhê-nhê, por favor. –a interrompi.

–Sim. Conta-me... Como vai o professor gostoso?

–Vai bem. –respondi.

Ela arqueou uma sobrancelha. Eu não estava com ciúmes de falar sobre ele com minha amiga, apesar de Alex acreditar veementemente no contrário. Apenas queria guardá-lo na minha memória somente para mim. Isso era errado?

–Bom dia, turma!- Spencer entrou todo animado na sala de aula, parou o olhar em mim por não mais de dois segundos e começou a dar aula.

Desta vez eu e Alex não trocamos bilhetinhos, afinal de contas, achava que Spencer já estava convencido o suficiente e não precisava de mais pretextos para me envergonhar com suas perguntas benevolentes.

As aulas seguintes foram incrivelmente entediantes, nada de divertido ou interessante só a mesma chatice de sempre. Problemas de aritmética básica, aulas não práticas de química, slides de biologia, um livro novo em inglês...

Na saída encontrei Spencer:

–Oi, linda. É impressão minha ou sua carinha andou muito para baixo hoje?

–Talvez um pouco. Nada de mais. Não se preocupe.

–Ok, mas eu ainda quero saber. E hoje você vai à minha casa a noite.

–Mais um jantar sofisticado? –perguntei não gostando muito da ideia.

–Ou podemos pedir uma pizza. O que acha?

–Ótimo! –falei sorrindo.

–Então estamos combinados. Hoje na minha casa, lá para as dezoito horas.

–Tudo bem. –respondi.

Saí da escola, fui para meu trabalho e logo depois para casa. Novamente encarei o guarda roupa. O que iria usar?

Acabei optando pelo meu estilo de sempre. Uma blusa quentinha por baixo, um casaco pesado e preto por cima, um jeans azul básico e botas.

Depois de pronta, mexi um pouco no cabelo e saí pela porta.

Tenho que admitir que chegar a casa de Spencer era cansativo, pois ele morava afastado da cidade e eu tinha de ir a pé. Por sorte ainda estava no início do inverno, então só tinha nevado poucas vezes e era mais fácil de andar nas ruas.

–Olá, ser pequeno. –disse Spencer ao me ver. Ele me esperava na varanda.

–Oi. –sorri.

–Nossa pizza já vai chegar. –ele disse pegando minha mão e me levando até o interior da casa.

Vimos um filme romântico sobre uma mulher que vai à Itália em “Lua-de-mel”, lá ela ajuda uma senhora a achar seu amor perdido meio século anos. Era legal. Clichê, como sempre, mas ainda assim, de arrancar sorrisos e de encher o coração de esperanças!

Nossa pizza chegou aos primeiros quinze minutos de filme, a digerimos durante o filme. Eu estava tão entretida na trama romântica que por um pequeno momento esqueci que Spencer estava ao meu lado.

–Gostou do filme? –ele perguntou.

–Sim, adorei.

–Que bom! Podíamos ir para a Itália um dia, não é?

–Ideia tentadora.

–Taylor, hoje eu estava na sala dos professores e ouvi um comentário sobre você.

–Imagino quais foram os elogios. –falei irônica.

–Sinta-se surpresa, mas de fato, eram elogios.

–Que? Como é que é?

–Eles falaram que você fez boa parte das atividades e das lições de casa.

–Sim, eu fiz.

–Por quê? –ele perguntou fingindo-se de desentendido.

–Porque eu não quero repetir!

–Por que você não quer repetir?

–Porque eu não quero ficar mais um ano naquela escola, agüentando os professores insuportáveis e vendo aquele tanto de menina babando em você no meio de uma aula sobre a Segunda Guerra Mundial.

Ele riu. Completamente descrente.

–Se você quiser, eu te ajudo a estudar. –ele disse com as mãos em minha cintura.

–Seria ótimo... Muito obrigada, professor.

Ele fechou a cara ao ouvir o “professor”.

Ri e fui para seu colo.


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Notas finais do capítulo

Então, capítulo passado n apareceu ninguém praticamente né? Deu até teia de aranha e necas de vocês. Mas ok, as pessoas são ocupadas.
Eu espero u.u


Eu não sei vocês, mas adoro as lembranças da família da Tay, num geral. Sempre adorei escrevê-las, sério.

Me digam tudo o que acharam, sim?

Fiz uma baita reforma nesse capítulo também. Tirei um pouco do romance, dependência total de outra pessoa e tal, e coloquei uma pitada de amadurecimento. Mds, QUASE acho bom estar passando por isso novamente. Digo, escrevendo again.

Deixem reviews, recomendações e conte para os amiguinhos!

Bjinhosssssssssssss
~Samyni



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