Desejo e Reparação escrita por Ella Sussuarana


Capítulo 26
III - Capítulo 24: Um mês inteiro com Severus Snape


Notas iniciais do capítulo

Vocês já leram a biografia do Draco que a J.K. lançou?! *.*



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Parte III

{Uma valsa que resultou em uma queda}

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Capítulo 24: Um mês inteiro com Severus Snape

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Um mês inteiro à mercê do professor rabugento Severus Snape. Era essa a primeira parte do castigo de Blaise e de Draco. E, se essa era a somente a primeira parte, eles não gostavam nem de começar a pensar quais seriam as seguintes. Talvez, de fato, eles acabassem fazendo um tour nada agradável por Askaban.

A primeira tarefa que Snape passou para os rapazes levaria, ao menos, fazendo cálculos otimistas, uma semana para ser concluída, se eles trabalhassem com afinco e usassem um pouco de magia, quando não estivessem sendo supervisionados de perto.

Snape os ordenou – essa era a palavra correta a ser usada – a limpar e a organizar o seu grande estoque de poções e de ingredientes para estas. Os dois garotos fizeram uma careta, mas não contestaram. Snape ergueu um dos braços e pediu a varinhas deles. Eles se entreolharam apreensivos rapidamente, esquecendo, por um momento, que, agora, também eram inimigos. Contudo, fizeram como o professor mandara.

Sem uma palavra, Snape retirou-se do cômodo e trancou a porta atrás de si, deixando Draco e Blaise sozinhos. Eles olharam em volta, estavam cercados por paredes feitas de prateleiras, sem janelas, a tinta branca desgastada, repletas de potes de vidro com os mais diversos materiais imagináveis – pedaços amarelados de raízes, pétalas de flores que só se abriam uma vez ao ano, cinzas dos olhos de animais invisíveis a maioria dos bruxos e dos trouxas, o pedaço do chifre de um minotauro morto há milênios, a pena dourada de uma harpia, os dedos de um gigante, uma gosma negra que eles não gostariam de saber de onde viera nem para onde iria, entre tantas outras bizarrices que só poderiam ser encontradas no depósito de poções de uma escola de bruxaria.

Cada um pegou um dos panos que o professor deixara e começou o seu serviço, o mais distante possível do outro.

O lugar não estava tão bagunçado, mas estava recoberto com uma grossa camada de sujeira. Draco, apertando a boca, engolindo o vômito, retirou o primeiro frasco da estante, passando o pano por ele, tomando muito cuidado para não encostar os seus dedos nele. Colocou o frasco sobre uma das largas mesas e pegou o próximo, repetindo o processo, não de forma mais prazerosa.

Blaise agia de uma forma diferente: Primeiro, ele tirou todos os vidros de uma das prateleiras para limpá-la devidamente; depois, limpou os potes e os devolveu ao seu lugar. Logo, era mais eficiente que o seu companheiro.

Às vinte horas, quando Snape retornou, Blaise já havia terminado de limpar três estantes, enquanto Draco ainda estava na sua primeira.

Os garotos foram despachados com um olhar de desprezo, não sem antes escutar que no dia seguinte teriam que retomar a tarefa.

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Draco tomou o banho mais demorado da sua vida, esfregando cada pedaço do seu corpo com mais de uma esponja, até a pele ficar avermelhada. Teria feito o mesmo com a sua alma e com o seu ego, se soubesse uma maneira de fazê-lo.

As noites seguintes não foram diferentes.

Assim como os dias.

Todo dia, Draco evitava os alunos com senso de humor deturpado que se aglomeravam à sua volta, desejando saber o que de fato acontecera e como Hermione Granger se encaixava nessa história, visto que dois sonserinos respeitados vindos de nobres famílias jamais perderiam seu precioso tempo para discorrer sobre uma garota sangue-ruim. A não ser, logicamente, que ela fosse o alvo de uma piada. Mesmo que ela tivesse sido, não fazia sentido que risos terminassem numa briga.

Draco fazia o melhor para ignorá-los, mas a paciência e a delicadeza para lidar com coisas que não lhe agradavam não contavam como uma das suas qualidades. No terceiro dia após o Baile, ele quase esmurrou um garoto do terceiro ano. No momento decisivo em que seu punho encontraria o nariz arredondado do menino, teve um vislumbre da professora Minerva, respirou fundo e afastou-se com a expressão e a intenção de azarar o próximo que falasse “Hermione”.

Por ironia do destino, aquela-cujo-nome-não-deveria-ser-pronunciado dobrou o corredor para a direita no mesmo momento em que Draco dobrava para esquerda. Eles estancaram e se encararam – olhares vazios de quem não sabe o que dizer.

Hermione foi a primeira a mover-se. Ela completou o seu trajeto, andando para longe do sonserino sem demorar outro olhar sobre ele.

Draco a observou se afastar, tentando entender o que acabou de acontecer.

x.x.x

Era o último dia da segunda semana que passavam sendo servos pessoais de Snape, e ainda restava uma parede inteira e metade de outra esperando para serem limpas.

Draco e Blaise jamais se falavam nem se encaravam. Do momento em que entravam ao que saiam da sala, não se preocupavam em disfarçar o desprezo mútuo entre eles, que preenchia o ambiente, criando uma densa camada de pressão que ameaçava explodir o lugar, caso o menor dos atos fosse interpretado de forma equívoca.

Contudo, nesse dia, Draco estava inquieto. Lembranças de sonhos atormentavam-lhe a mente, surgindo para mesclar-se com o presente e para trazer sentimentos estranhos.

Subitamente, Draco virou-se e falou antes que perdesse a coragem.

– Por que você gosta dela?

Blaise virou-se, com uma expressão de pura incredulidade. Por sorte, não tinha nenhum frasco na mão, caso contrário, teria o derrubado; e Snape não seria nenhum pouco clemente ao julgá-lo culpado de um crime que não era, na verdade, um crime.

– Eu não estou certo se entendi direito – disse Blaise, enrolando um pano úmido nas mãos.

Ao contrário do que ele e todas as outras pessoas e criaturas no mundo esperavam, Draco não soltou um comentário maldoso. Ele simplesmente murmurou “Esquece” e retornou ao seu serviço.

– Você acabou de me perguntar o motivo pelo qual gosto da Hermione? – Blaise disse o óbvio, mas, à sua defesa, ainda não estava certo se havia realmente escutado aquilo.

Muito lentamente e muito relutantemente, Draco assentiu, ainda de costas para o outro sonserino.

Blaise piscou repetidas vezes, como se não acreditasse que essa cena era real. Talvez, na esperança de que, da próxima vez que abrisse os olhos, veria o teto do quarto escuro do seu quarto na sede da Casa da Sonserina.

Como isso não aconteceu, Blaise decidiu-se que não estava sonhando. E, se estava (havia sempre essa dúvida), não havia motivo para não prosseguir.

– Eu gosto dela porque... – pausou, pensando como explicaria a uma pessoa como Draco o que mal poderia ser explicado para si próprio – Ela é diferente. Eu gosto dela não apenas por quem ela é, mas pelo que ela poderá ser. Um dia, ela será uma linda mulher, forte, inteligente e gentil.

Draco virou-se.

– Como você pode amar alguém por causa da vaga ideia do que tem do que ela poderá ser? – Para Draco, não fazia sentido. – Você não gosta dela, você gosta da ilusão que tem sobre ela.

Blaise contraiu a extremidade do lábio esquerdo e estreitou os olhos, parecendo pronto para iniciar uma discussão que terminaria com mais machucados no seu corpo.

– Você nunca conheceu amor, Malfoy. Não me surpreende que não o compreenda.

– Como se você soubesse alguma coisa sobre isso, Zabini! – falou Draco, deixando bem claro em cada palavra que pronunciara e em todos os seus gesto que estava falando sobre os pais de Blaise.

– Não ouse falar dos meus pais como se você ou seus amiguinhos sem neurônios soubessem qualquer coisa sobre eles – gritou Blaise, apertando os punhos ao lado do seu corpo.

– E o que você sabe sobre eles? A única notícia que teve deles foi sobre a fortuna que deixaram para você.

Não precisa ser um gênio para deduzir como aquilo terminou.

Eles só pararam de brigar quando quebraram vinte e dois vidros de poções.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado! Obrigada por todas as dicas de fanfics maravilhosas, já comecei algumas e estou gostando ^^
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Convido vocês a lerem um texto que escrevi sobre o que a J.K. falou sobre os fãs do Draco Malfoy (fiquei revoltada!):: http://2surrealistas.blogspot.com.br/2015/01/em-defesa-dos-fas-de-draco-malfoy.html
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Beijão!



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