Desejo e Reparação escrita por Ella Sussuarana


Capítulo 20
III - Capítulo 18: Draco faz um novo aliado




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Parte III

{Uma valsa que resultou em uma queda}

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Capítulo 18: Draco faz um novo aliado

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O único outro sonserino que gastava grande parte do seu tempo livre na Biblioteca era Blaise Zabini. Ele era conhecido por ser um aluno mediano, algo que contrastava com a sede de conhecimento que o garoto aparentava ter. Talvez, ele só fosse muito idiota e precisasse estudar o quíntuplo que as pessoas normais para tirar notas irrelevantes, como pensava a maioria dos alunos do quarto ano.

Ele e Draco tornaram-se amigos, digo, aliados por acaso. Não foi uma aventura épica que os uniu ou um gosto determinado em comum. A verdade era que eles tinham absolutamente nada em comum. Geralmente, trocavam palavras apenas para manter a aparência intacta, afinal, ambos eram herdeiros de grandes fortunas, é importante fazer a plebe pensar que os seus superiores estão unidos e fortes.

Eles ficaram amigos sem querer.

Era fim de tarde, porque todas as melhores coisas da vida sempre parecem acontecer antes do término de algo. Draco puxou a cadeira em frente ao garoto e falou “Você parece ter alguma coisa além de vento na sua cabeça, Zabini. O que você pensa sobre destino?”.

Blaise ergueu os olhos, um questionamento mudo dentro deles.

Vendo que Draco não desistiria tão fácil, espreguiçou-se na cadeira e, olhando para os lados, como se para se certificar de que não estavam sendo espionados, inclinou-se para falar baixo, para que somente o loiro o escutasse.

– De onde você tira essas perguntas, Malfoy?

– Eu estava meditando sobre as minhas chances de matar o Potter – disse Draco, dando de ombros. – Então, você já leu algo sobre destino em algum desses livros? – Fez um movimento com a mão abrangendo todos os volumes e os papéis dispersos de forma aleatória pela mesa.

– Sim, mas eu não acredito em destino – sorriu de lado. – Também não acredito que você possa derrotar o Potter.

Uma veia saltou na testa de Draco, mas a sua compostura não sofreu alteração.

– No que você acredita, Zabini?

– Eu acredito que nós somos capazes de modificar os nossos destinos, se é que existe tal coisa. Por isso, penso eu, que seja tão difícil prever com exatidão o futuro de alguém; a cada momento, ele está mudando, porque nós mesmos estamos mudando, escolhendo caminhos diferentes que levarão a novas possibilidades, as quais não existiam um segundo no passado. Eu ouvi rumores de que, no Ministério da Magia, há uma sala gigantesca, onde estão guardadas milhares de bolas de cristais contendo o destino de cada bruxo nascido e morto.

– Como você sabe sobre isso?

– São apenas rumores, não estou certo de que o lugar realmente existe. E, mesmo que exista, como o Ministério consegue “prever” o futuro de tantas pessoas? É quase impossível prever o de uma, imagina só de centenas!

– Eu gostaria de ver esse lugar – comentou Draco, pensando sobre o que o seu real futuro teria para lhe revelar.

Blaise tremeu, como se uma corrente elétrica tivesse percorrido o seu corpo, dos pés à cabeça.

– Eu não gostaria – confessou ele, balançando a cabeça como se para afugentar um pensamento ruim.

– Mesmo se o seu futuro fosse horrível, você poderia mudá-lo – murmurou Draco.

Outra vez, Blaise balançou a cabeça para os lado, passando a mão nos cachos de seu cabelo.

– Talvez, na tentativa de fugir dele, eu só o faria chegar mais depressa, mais abrupto.

– Eu pensei que você não acreditasse em destino.

– Isso não significa que eu não seja capaz de ponderar a possibilidade de uma profecia se tornar fato.

Draco calou-se, contrariado, mordiscando os cantos dos lábios.

– Se esse lugar no Ministério realmente existir – sussurrou Draco, como se tivesse medo de pronunciar os seus pensamento –, você acha que alguém poderia retirar a previsão de uma das bolas de cristal e a prender em outro objeto, como em um livro, por exemplo.

– Não sei... Acho que, talvez... – Blaise fez uma careta. – Talvez, seja possível...

– Onde eu posso encontrar um livro sobre isso?

Blaise o olhou de forma suspeita, mas não fez perguntas. Ao invés disso, abriu um genuíno sorriso maroto.

– Na ala de livros proibidos – disse ele. – Não será fácil acessá-la, mas não é impossível. Eu posso ajudá-lo.

– Eu não preciso de ajuda – falou Draco, empinando o nariz, todo altivo e desdenhoso.

– Eu nem ao menos me darei o trabalho de gastar a minha saliva discutindo sobre isso – disse Blaise, revirando os olhos. – Então, o que você está planejando?

Obviamente, Draco não revelou os seus planos naquele primeiro momento. Em parte porque queria deixar claro que aquilo era assunto dele e de mais ninguém; em parte porque não tinha nenhum plano meramente decente.

Foram necessárias algumas tantas semanas de comentários sarcásticos vindos de Blaise e pequenas conversas misteriosas entre eles para que Draco decidisse que o outro garoto seria um bom aliado, ou uma excelente marionete para os seus propósitos.

Para os sonserinos, as palavras “amigos” e “aliados” significavam a mesma coisa. Ou quase.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês gostem! ^^
Quem quiser, sinta-se à vontade para deixar um comentário.