A Estrada escrita por Lucas P Martins


Capítulo 22
Carmesim


Notas iniciais do capítulo

(Hocus pocus, ônus, faça aparecer acidentalmente um capítulo bônus!)

FALTAM 4 CAPÍTULOS PARA O FINAL!



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Um ano mais tarde...

Lucas narrando

Música: Scalene, Histeria

Sede de sangue.

Sede de sangue dos Franco e de qualquer um que se pusesse em meu caminho.

Sede de ver meu pai ser vingado.

Sede de vingar a minha mulher.

Sede de até defender o povo, já que o discurso de Maurizio me convenceu. Afinal, quantas vezes precisamos realmente da lei e ela foi omissa? Assistir entorpecido a bandidagem dominar e não poder fazer nada para evitar. Quantas vezes não nos sentimos assim? Submissos a um bando de vagabundos. E não estou falando dos vagabundos da rua. Esses são os menores. Os verdadeiros bandidos sempre se reúnem em assembleia vez o outra. E ter essas novas habilidades só me fazia querer mais por fogo naquele antro sujo de porcos. Mas enfim, era o que fazíamos aqui.

Calávamos o crime da maneira mais simples possível. Com o crime.

E eu fazia questão de lidera-los em cada ação. De preferência que a ação fosse nas ruas. Estourando na bala todas as maneiras possíveis que Luiza tinha de negociar. Prostíbulos que eram muitos, venda de drogas, políticos corruptos, venda de carros roubados, falsificação de documentos, venda de armas, bombas e outras coisas do gênero e qualquer outro crime que você possa imaginar, seja aqui na Itália, seja em outros países. Sim, eu fui da Sardenha a Milão, passando por Roma, Veneza, depois para a Alemanha, Suíça, Espanha, Portugal, Arábia Saudita e além. Onde houvesse negócios dos Franco, logo, logo, eles seriam estourados e todos, ou assassinados, ou se aliariam a nós para continuar os negócios.

Perdi a conta de quantos eu matei.

Nunca fiz a conta de quantos litros de sangue eu derramei

E tudo isso em um único ano.

Antes de eu assumir como Dom, minha mãe, Maurizio e os meus filhos já haviam feito praticamente todas as ligações criminosas de Luiza e inteligentemente não as estouraram, pois eram poucos e seriam mortos se fizessem isso.

Começamos em agosto, taticamente pelas menores, até conseguirmos homens para estourarmos as maiores. Éramos 45. No fim de julho já tínhamos mais de vinte mil homens espalhados por Europa, Turquia e Arábia Saudita. Constituímos novamente a muralha dos Marchelleti. E agora ela estava mais forte e intransponível. No fundo, mesmo se arrependendo, meu pai sentiria orgulho de mim.

Finalmente o conseguia entender.

Causamos o caos.

Restauramos a ordem com esse mesmo caos.

E enfim, os mesmos quarenta e cinco que partiram mediterrâneo a dentro em agosto, regressaram vitoriosos a Nápoles.

Luiza estava presa no Brasil. Se viesse a Europa, ou a qualquer ponto em que ela pudesse recomeçar suas negociatas, meus filhos tinham uma ordem muito crassa e expressa: Torturem de todos os meios possíveis, esquartejem membro a membro, até estuprem se for conveniente e só então matem, se necessário.

Eu sabia que não seria necessário. Logo Luiza iria se manifestar. Iria fazer uma coisa que mexesse comigo e com os meus comandados. Eu não iria conseguir evitar que qualquer pessoa que eu amasse iria se machucar. Mas eu só precisava de um bom motivo para aparecer no Brasil. O Suficiente para destruir Luiza e concluir o meu trabalho.

Em desagrado, meu devaneio termina.

É minha mãe na porta.

Sabrina acordou!

***

Mariana narrando

Que saudade de os encontrar! Andei tão ocupada nesses dias que nem tive tempo de contar o que andou acontecendo! Espero que me desculpem, tudo mudou muito, mas muito rápido.

Digamos que, com relação ao que aconteceu comigo e Valber; a casa sempre cai. Um dia, talvez, as pessoas ruins realmente fiquem por cima. Te façam injustiças, te coloquem padrões que nunca vão te servir em nada, te transformem naquilo que você não é, nem nunca será. Mas, sempre um dia, o bem iria vencer de alguma forma. Não dá pra ser mau, por mais realista que o mundo seja, pra sempre. Valber aprendeu essa lição... da pior maneira.

Eu não sou muito fã de velórios, mas, pra que todos possam ver que um dia eu o perdoei, mesmo que ele tenha transformado minha vida em um humilhante inferno, eu fui ao seu velório, mesmo sabendo que ele era sim, um criminoso, preso tantas e tantas vezes por assaltos e todas os outros crimes que estamos todos cansados de ver, no crime desde cedo, era só esse o destino que o restava, já que cadeia nunca vai resolver nada nesse pais.

Só uma pessoa chorou por aquela alma infeliz. E não foi a mãe.

Os amigos. Nenhum deles estava lá. Com certeza estavam seguindo suas vidas iludindo outra pessoa.

Gabrielle? Quem disse que aquela hipócrita viria aqui? Ela mata a pobre Luanna que já não tem tanta saúde assim, de trabalhos que ela mesmo deveria estar fazendo.

As garotinhas? Acharam outro bonitão, fortão e sarado pra paquerar e ficar de burburinho. Esse aqui já não “dá no couro” mais. Nem, nunca dará

Lúcia e Luanna me acompanharam naquele velório. E assim, as três pessoas que mais deveriam o odiar, estavam lá para lhe dar perdão. Mesmo que esse perdão sirva mais como extrema unção do que qualquer coisa.

Uma extrema unção tardia. Tardia demais.

Ajudando Luanna, consegui consertar um pouco a vida de Agatha. Ela reencontrou seu caminho e aprendeu a sorrir enquanto chorava. Aprendeu que a vida é muito maior do que apenas se cortar com um caco de vidro. Ela descobriu, ironicamente, no rock ‘n roll que tanto escutava antes de se cortar a sua válvula de escape. Se tornou uma das melhores baixistas, na minha humilde opinião que não tem nenhum respaldo técnico, além do amor que eu também sinto por essa garota, que vi. A mãe que, ontem apenas brigava, hoje apoiava e a pequena Gia é só gratidão a “Tia” Luanna. Ela é uma menininha linda de olhos e cabelos castanhos. Bem diferentes da irmã. Ruiva, rebelde e feliz. Uma rebeldia feliz.

Gratidão era o que os resumia. Porém, nem tudo é alegrias.

A Fraca Luanna falava pouco, tomava mais remédios que gostaríamos todos e nunca contou o que o médico disse a ela naquele dia, que fazia um ano hoje.

Porém, 365 dias de silêncio seriam quebrados em uma palavra só:

– Mari, você me ama?

– Sim, claro – A abraço.

– Tô doente. E é feio.

– Foi isso que o médico falou?

– Sim, Mari. Toma conta da minha irmã, por favor.

Tomamos três caminhos diferentes. Deixo Luanna em sua cama e vou atrás de Lúcia.

A vejo andar e sigo. E quanto mais eu sigo, mais eu me assusto em ver que o lugar em que ela estava é cada vez mais perigoso.

Mais e mais perigoso. Até uma daquelas oficinas ou lojinhas que tem um segundo andar e ninguém nunca sabe o que é. E eu vou lhes dizer o que existe por lá.

Sem querer, eu havia entrado em um prostíbulo. Ou querendo, afinal, eu vi a pobre Lúcia. Ela tinha um corpo bonito, considerando a lingerie extremamente exagerada e sexy que usava.

Ela estava se prostituindo e eu já sabia porque era. Infelizmente, ingenuidade nos leva a fazer maluquices. Ela queria ajudar e estava conseguindo, pena que de forma suja e conhecendo a Luanna do jeito que ela é, nunca iria acabar aceitando o dinheiro que ela estava conseguindo...

Um cheiro estranho...

Gabrielle? Pr. Bittencourt?

– Uma xereta. E ainda sim é amiguinha do nosso rival! SEGURANÇA!

Só lembro de correr e não lembrar de mais nada.

Tudo se apagou.

Um flash rápido e só o que dá pra ouvir de uma voz que só lembro de ter ouvido na boca da madrasta do meu melhor amigo:

“Você...

Nossa moeda de troca...

Aquele maledeto destruiu tudo o que eu e meu pai...

Entendeu?”

A figura turva que lembra Gabrielle se apresenta e me bate mais do que eu talvez já tenha apanhado em algum momento, pois sentia dores horríveis.

Um suspiro...

Alguém pode acender a luz?


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Notas finais do capítulo

FALTAM 3 CAPÍTULOS PARA O FINAL!

Keep walking and I see you next time

Grande abraço,

Dr. Lucas



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