A Estrada escrita por Lucas P Martins


Capítulo 18
"Amor", Amor e Paixão


Notas iniciais do capítulo

QUE SAUDADES QUE EU ESTAVA DE VOCÊS, GAROTADA DO TIO!

Estou de volta depois de um ano de hiatus para proporcionar a vocês a interessante conclusão de "Eterna Magia do Gueto" (brinks. Nem é!)

Galera. Sei que vocês acharam que a história seria mais uma a ser abandonada, mas eu lhes noticio algumas coisas que podem chamar a sua atenção:

Até o momento a história está com mais de 1.300 wiews. Deu um salto de 800 pra 1000 nesse tempo de hiato. Muitos novatos devem ter passado por aqui. E para os que ficaram esperando todo esse tempo, desculpem. Agora o negócio é sério. Está tudo pronto. Só esperando o post. Muito obrigado aos que esperaram e principalmente a uma leitora nova chamada Gabriela Melo. Que em in private disse que gostaria de ler, mas que ficaria bolada se visse que ela não teria final.

Ela não vai ter. Eu cumpri minha promessa de terminar e agora o bicho vai pegar!

Eu nunca desisti. Apenas resolvi parar de fazer as coisas de forma frenética e terminar pra que fique melhor.

Essa história representa muito a mudança de vida que tive durante o tempo em que ela esteve no ar. Então ela vai tomar outros rumos a partir de agora!

Estão prontos? Vamos!



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Mariana narrando

Voltar a vida diária tem sido difícil pra todos nós. Luanna... Lúcia... Eu... Todos nós enfrentamos dificuldades. Mas, essas pareciam ser diferentes.... Tiravam o foco, porém ensinavam.

Amar... foi isso que eu fui ensinada de forma tão forte nesses últimos meses. Amar sem distinção, ou qualquer forma de preconceito, julgamento ou simplesmente alguns moralismos ridículos que predominam nossa sociedade.

Mas e quando esse amor, vira "amor"?

Quando esse "amor" se transforma em ilusão e por fim, rói até cair em cima de nossas cabeças. Destruindo tudo que pode ter sido construído encima disso, como um castelo de cartas, ou aqueles castelinhos de areia que construímos na praia... Mas o fazemos perto demais da água, e ela retoma todo o seu espaço. Levando qualquer edificação feita ali a ruina.

Quando esse "amor" vira medo, obsessão, ou coisas igualmente parecidas, que levam qualquer pessoa a ruina...

Tudo que foi dito... Feriu... Machucou... Bagunçou o que era o meu coração, outrora com boas e simples intenções de ser feliz com alguém que gostamos...

Que ideia boba.

O Meu choro era estridente. Podia ser ouvido pelo colégio inteiro e ainda sim, não era suficiente. Ninguém estaria ali... Mesmo que Luanna, alguns minutos depois, chegasse para me consolar com um quente e terno abraço. Ninguém estaria lá pra aplacar a dor que tais palavras me causaram.

Uma dor de morte...

Uma ferida que corrói como ácido...

Não está entendendo, né?

Então vamos voltar alguns momentos.

***

Naquele mesmo dia, pela manhã.

Podia ser só mais uma manhã normal de sexta-feira. Se eu não estivesse tomada por um sentimento. Tomada por uma alegria estranha dentro de mim, a alegria de estar apaixonada por alguém, mesmo sem conhecê-lo...

Esse é o erro.

Esse erro tem nome: Se chama Valber.

É difícil para vocês entenderem, assim como também é difícil para eu explicar. Talvez as escolhas do coração não se expliquem. Escolhas que muitas vezes cegam. Muitas vezes tornam pessoas iludidas. Erros abafados. Características desprezadas. Conselhos ignorados.

Não, isso não pode ser amor, isso deve ser cegueira.

Tanto que Luanna me dizia:

"Mari, ele me persegue. Está cheio de menininhas ao seu redor... É um cafajeste... NÃO SE ENVOLVA..."

Não me envolver...

Não me envolver...

Tarde demais. Já estou envolvida...

Deixo um bilhete em seu caderno. Peço um encontro que aconteceria em algumas horas na biblioteca. Me encho de expectativas. O coração pulsa... Qualquer coisa que foi dita naquele momento é nula. Qualquer coisa que aconteceria naquele dia, não interessa. Não importa. Apenas Valber me interessa. Apenas aquele que todos dizem ser um cafajeste... Dane-se o que todos dizem. Eles não podem me impedir de arriscar. Eles não pode me impedir de amar quem eu quiser...

Só que, como tudo na vida; Tudo é cheio de falhas. E a falha dessa vez foi minha, em confiar alguém que se mostraria... vocês precisam ver a cara de safado!

***

Alguns minutos depois

Estranhamente, o bilhete funcionou e na biblioteca, naquele momento, completamente vazia e iluminada apenas pela janela do ponto onde eu estava. Porém, havia um rebuliço a mais. Algo mais que tornara aquele momento único...

A porta é aberta. Um Valber sorridente entra. Mas, logo a janela revela um sorriso maléfico. Em uma mão, o bilhete e com a mão que faltava agarrou meu braço e me arrastou até a porta da biblioteca que estava lotada. A turma dele havia comparecido em peso aquele "evento".

Jogada no chão, suja de terra, via Valber passar de mão em mão o bilhete que desperdicei uma boa parte de aulas fazendo. Eles riam... Riam dos meus sentimentos, riam das minhas alegrias, riam da minha vontade de ser namorada de alguém que eu realmente queria deixar os defeitos de lado e me tornar uma namorada, uma amiga, tudo, tudo que ele precisasse. Mas, parecia que não era isso que ele queria. Na verdade, era fácil ver o que ele queria, visto que várias namoradinhas chegavam aos montes rindo de se acabar com a coitada aqui no chão sem ter o que fazer, ou se defender...

– Como posso me interessar por alguém assim? Sem peito... Sem bunda... sem corpo. Você não tem corpo de mulher, você é uma menininha. Sempre vai ser, sempre será. E se não quiser ser humilhada mais ainda, sugiro que você vá embora.

Obedeci. Obedeci dilacerada por dentro, mas obedeci

Obedeci sentindo o caos que ele havia feito na minha autoestima. Sentindo dor. Sentindo frio... Querendo morrer. Até ser finalmente encontrada por alguém que não demorou, mas havia chegado na hora certa. Era Luanna, acompanhada da diretora do colégio. A Turminha de Valber pagaria pelos seus pecados na diretoria.

– Eu avisei a você que não mexesse com ele, ele não é boa gente e você sabia disso. - Luanna me dá a bronca.

– Mas eu achei que poderia mudá-lo. Que era meu dever mudá-lo!

– Meu amor, mudar uma pessoa, não tem absolutamente nada a ver com se apaixonar por ela. O que aconteceu foi, em vez de você influenciá-lo a mudar, ele te influenciou a cair na rede dele. Ele não quer mudar, por mais que você o influenciasse para o bem. Ele está bem assim e não o culpo. Agora, você não precisava passar por isso. Se sabia que ele era assim, porque tentou? Dá pra se amar com a razão sabia? Você está cega por alguém que não te quer e isso é horrível.

– Acho que não amei com a razão, Luanna, se tivesse amado, estaria bem.

– Tudo bem, meu anjo. Vamos pra casa, não há mais nada o que fazer aqui.

Luanna me abraçou, me erguendo e me carregando para minha casa. Minha mãe e ela cuidaram de mim a tarde inteira. Porém, não quis comer. Estava triste e confusa. Havia sido humilhada de uma maneira que não havia como explicar...

Mas eu deveria me queixar? Tinha a melhor pessoa que poderia ter ao meu lado. Porém... ainda algo me doía. Algo que não me deixaria dormir aquela noite e foi exatamente isso o que aconteceu.

Durante a noite, me levantei e me despi. Tentei achar algo que... fizesse entender as palavras que Valber havia me dito. O que pode ser... Peito? Bunda? Eu realmente tinha isso. Chorei ao ver que não era o que aqueles homens queriam que eu fosse... Dilacerada, cai em frente ao espelho e ouvi aquela mesma voz terna:

– Partes do corpo, nunca vão fazer de você uma mulher. Você não tem que dar nada a eles e sabe disso muito bem. Você é linda. Mais do que linda, uma mulher especial e não precisa que essas pessoas nojentas digam a você o que é beleza. Você não precisa dar satisfações a quem não quer você. Ele quer aquelas mulheres fraquinhas que acham que beleza resolve tudo, quando na verdade, não é assim.

Olho para o lado. Achei ter ouvido a voz de Luanna, mas na verdade, não havia ninguém. Eu mesma havia criado aquela situação. Mas, aquela voz na minha cabeça não deixava de estar correta. Eu não precisava dar nada a ninguém. Eu não preciso que padrões construíssem o meu caráter e sabia, no fim, que de tanto amar Luanna, acabaria que ela haveria de dizer isso.

No fundo, estava sozinha, falando comigo mesma... Mas eu tinha razão. Isso importava.


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Notas finais do capítulo

Bem, obrigado pelo seu suporte.

É daquele jeitinho clássico.

Até segunda, meus queridos.

Grande abraço.

Dr. Lucas
Eu volteeeeeeeeei, agora pra terminar (8'



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