A Estrada escrita por Lucas P Martins


Capítulo 10
O Domingo que mudou minha vida - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

E chegamos ao dia D. O tão anunciado último capítulo da primeira fase. Espero que estejam gostando e gostando muito.

Sem muitas notas aqui. Há uma informaçãozinha pra vocês no final.



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Luanna narrando

O Domingo chegou e nós estávamos prontas para ir finalmente para a igreja, coisa que já deveríamos ter feito há muito tempo. Eu estava arrependida e disposta a mudar e Lúcia havia entrado nessa junto comigo. Não tínhamos vestidos apropriados para a ocasião mas Mari nos tranquilizou dizendo que não devíamos nos importar e que “estávamos lá para adorar a Deus”...

Estranhamente, gostaria que ela tivesse razão.

***

Não era simplesmente um lugar grande, e sim um lugar Imenso! A quadra era gigante e estava cheia de pessoas que zanzavam para lá e para cá, todas muito bem vestidas, conversando sobre múltiplas coisas, os filmes, aquele lance legal da rodada do Futebol, porém estranhamente essa situação foi quebrada quando nós chegamos. Olhares de desejo foram rapidamente direcionados a mim. Sim, eu sou uma morena nos “padrões brasileiros”, mas nem por isso preciso despertar tantos olhares de desejo e de inveja por parte dos “irmãos”. Busquei ignorá-los. Até que finalmente começaram as apresentações...

– Lucas! Lucas! - Mari gritava.

– Mariana! Quanto tempo, você não me liga mais?! Como você tá? Quem são essas moças?

– Luanna e Lúcia Helena Freitas. Contei pra você sobre a história delas!

– Sim, sim... Estava louco para conversar com vocês duas, saber como é que vocês lidavam com isso tudo e ajudar. Pedi muito a Deus pra que esse dia chegasse! - Lucas disse com um tom forte de entusiasmo.

Pude ver no olhar dele que ele era diferente. Vi marcas. Vi o quanto ele teve uma vida sofrida e o quanto ele havia mudado para melhor. Ele era diferente. Não me parecia olhar com um pedaço de carne, mas sim como uma pessoa que tinha coração e que ele precisava ser tratado com muita urgência. Era um olhar de amor, de cumplicidade e respeito, muito diferente de outros que estavam ali. Era um cara médio que usava jaqueta jeans, calça e aqueles sapatos estilo all-star e aqueles bons e velhos óculos fundo de garrafa. Tinha visto muitos deles no colégio... Na maioria das vezes, eram pessoas legais.

Outra garota se chega a nós... e de verdade: Sabe quando você sente uma pitada de maldade no ar? Como se alguém estivesse prestes a comer alguém com os olhos? Pois é. Foi isso que eu senti quando fui apresentada a Gabrielle. Ela era diferente, no mal sentido. Parecia que tinha visto o demônio no corpo de uma mulher, no caso o meu.

De repente, Mari e Gabi se afastam. Parecem conversar seriamente ao meu respeito. Isso não me parecia bom. As duas olham para Lucas como se pedisse para que ele agisse. Uma em olha em tom de represália enquanto Mari parecia pedir algo que Lucas captou no mesmo instante.

– Luanna, vamos sair daqui. Parece que sua companhia não é muito desejada aqui. - Lucas dirige um olhar fulminante para aquela moça magricela e estranha que olhava para ele. E me afasta com todo cuidado do mundo.

Alguns metros de distância, Lucas finalmente puxa assunto. Pede-me para que eu contasse a minha história. E durante meu diálogo com ele, vi algo que sinceramente, nunca esperei ver em um homem. Ele chorou. Do tipo de chorar mesmo, sabe? Se derramou na minha frente e disse por fim:

– Luanna, Lúcia. Por mais que esses caras te tratem mal, fica aqui, vai por mim. Não há melhor lugar pra se estar do que a igreja. Vou dar o meu número e qualquer coisa é só me ligar. Estou aqui pra ajudar. - A alegria era facilmente refletida em suas palavras.

– Muito obrigada. - Respondo.

***

Mariana narrando

– O que você acha que está pensando, hein?! Trazer uma maltrapilha dessas pra cá! Uma mendiga! Você não tem cabeça não! - Gabi me diz.

Estou pra dar umas boas bofetadas em Gabi. Desde que ela perdeu a liderança do ministério de evangelismo passou a mostrar sua verdadeira face. Uma pessoa mimada de uma família que aos poucos estava querendo escorraçar o pastor para fora da nossa igreja. Dava pra notar a inveja pelo olhar dela.

– Gabi, eu já havia pedido para que vocês me ajudassem com ela! Ela precisa de Deus e não dessa sua inveja relâmpago, ok? Larga de ser mimada e recebe ela bem, tá? - Com os dedos em riste, digo.

– Quem você pensa que é? - O sangue de Gabi começa a esquentar pra valer - Acha que pode simplesmente chegar aqui e trazer esse tipo de gente pra cá? Quem você acha que é? - Gabi quase me agride fisicamente, mas fica apenas no verbo.

– Cristã, Gabrielle! Coisa que você parece que não é! - Devolvo na mesma moeda.

Gabi se arde completamente de ira. Me afasto antes que eu fosse agredida por ela. Cumprimento Sabrina que acabara de sair do grupo de moças da igreja e se encaminhava para o templo.

– Você tá bem? - Ela pergunta

– Sim, eu estou. Mas é que a Gabi me tira do sério! - Resmungo

– Se acalma, se acalma, você não precisa trocar faíscas com ela e sabe disso muito bem. Vem vamos entrar, ouvi dizer que a Luanna está aqui e eu quero conversar com ela. Mas, antes vou ao banheiro.

Me afasto. Enquanto Sabrina ia ao banheiro escuto Gabi ao telefone, parecia combinar algo com alguém.

Entro no templo.

***

Alguns minutos mais tarde

Não era de costume da Sabrina demorar tanto, algo estava muito estranho. O pastor pede a palavra e causa o maior alvoroço ao confirmar a sua saída da Igreja. Ele disse que havia saido por livre e espontânea vontade, mas na verdade, todos nós sabiamos que ele seria deposto a qualquer hora, a Familia Bittencourt, cujo Gabi pertence, controlava a igreja do jeito que ela queria e Gabi era a rainha da cocada preta, líder de adolescentes da igreja por pressão da família e deposta do cargo de líder do evangelismo como um dos últimos atos do pastor antes de sair depois de ser vista ficando com um homem que... estranhamente parecia com o Valber. Não nos damos desde então por eu ter entregado ela aos líderes. Achei estar fazendo o certo... Lucas entrou no lugar dela e desde então é perseguido pela família dela...

Só que naquele Domingo, as coisas iriam virar completamente de cabeça pra baixo.

Após percebemos a falta de Sabrina, Lucas e eu vamos atrás dela e damos de cara com uma cena que dificilmente veríamos...

Era a Sabrina.

Era o Valber...

Eles estavam se beijando!

Eles estavam se beijando?!

(Continua)


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Notas finais do capítulo

Ok, pessoal. Termina aqui a primeira fase. Muito obrigado pela atenção de todos e pelo carinho e os comentários ótimos. Digam o que acharam de toda a primeira fase, o que pode melhorar e o que não pode piorar... A Opinião de vocês é importante.

Agora o aviso: Farei uma pausa de uma segunda-feira pra elaborar a segunda e última parte da história e ajustar alguns detalhes no que já foi postado. Muitas surpresas hão de vir por ai. Reitero meu pedido: Comentem o que acharam, se errei em algo ou se algo não lhes agrada.


Essa primeira parte é dedicada a memória de Robin Williams... RIP Robin.

"Isto fica feliz em ser útil"

Grande abraço.

Dr. Lucas



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