A Estrada escrita por Lucas P Martins


Capítulo 9
Alvorecer


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo Capítulo da primeira fase e estamos chegando aos 300 acessos! Muito obrigado pelo prestigio de todos! Essa história é fruto de madrugadas de dedicação, amor e carinho. Estou adorando cada segundo. Sem perder tempo, hoje um capítulo mais leve, quero preparar-lhes para o Último Capítulo da primeira fase!



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Luanna narrando

Algumas semanas depois...

Música: Photograph, Nickelback

Voltar pra casa...

Até algumas semanas atrás não imaginei que fosse ser assim. Imaginei que eu estaria morta. Imaginei que tudo tivesse acabado naquela sexta-feira. Errei muito ao pensar assim...

Eu estava ainda um pouco fraca e debilitada, mas os médicos diziam que logo eu estaria inteira e pronta pra tentar a vida. Talvez fosse isso o que me intrigasse mais... Como eu iria tentar a vida? O que eu iria fazer da vida? Tudo que Mariana me dizia durante a viagem é que tudo daria certo.

Não me foi nenhum espanto quando ouvi a última parte de seu relato. Ouvir que eu estava prestes a ser estuprada no meio da rua e que Mariana com um cabo de vassoura e umas boas palmadas em um lugar não muito agradável havia espantado o homem que queria meu corpo a força. Só então, Mari notou que eu estava desmaiada, totalmente debilitada e tendo convulsões, depois muito espancar o meu abusador, finalmente ela o largou para cuidar de mim. E depois de um esforço de vários vizinhos que fiz questão, depois que cheguei, de agradecer um por um, cada esforço que foi feito pra salvar minha vida...

Mari contava aquilo com um imenso sorriso no rosto. Uma satisfação de ter dado uma boa surra no cara só pra salvar minha vida. O Jeito que ela se expressava, descrevendo cada vassourada que deu no homem, as múltiplas caras e bocas que ela fez descrevendo o que o homem sentia me fizeram rir muito. Eu me sentia segura. Ela era um anjo da guarda e sempre tentava fazer com que eu me sentisse bem. Era uma grande amiga.

Contou também como Lúcia suportou o velório de nossa mãe. Minha irmã não havia se manifestado a viagem inteira. Depois que Mari parou de falar. Lúcia finalmente me abraçou, recostou sua cabeça em meu ombro e disse carinhosamente ao meu ouvido:

– Sinto sua falta. Obrigado por voltar.

Lúcia havia me feito chorar... Ela nunca me viu chorando. E eu não gostaria que ela me visse nesse estado, mas foi inevitável. Tamanho amor, jamais será esquecido...

Observei com atenção a paisagem que me era apresentada... Era amanhecer. O caminho era bastante demorado, pois o hospital ficava muito longe de minha casa. O amanhecer vinha benzer minha volta. O sol iria brilhar forte naquele dia... Os pombos faziam sua revoada aos montes... Eram espantados pelo carro da mãe de Mari. Voavam e misturavam suas cores cinza e purpura em reflexos de cores. O espanto das cenas que vi me atraiam... O céu mudava de cor aos poucos... Já se viam carros e pessoas atarefadas... Era o amanhecer de um novo dia...
Eram o chamado para uma nova vida...

Até que finalmente paramos. Entramos na pequena vila onde ficava minha casa... E eu lhes garanto, meus amigos, entrar em casa nunca me fez tão bem. Por mais que aquele ambiente tivesse um peso enorme, por muitas coisas tristes acontecerem naquele local, eu sabia que poderia mudar aquela situação

– Mari, vá descansar e venha aqui as duas. Nós três vamos fazer algo bem interessante. - Disse nutrindo no meu rosto aquele olhar de ideia...

***

Música: Pelo Avesso, Titãs

Mari chegou exatamente as duas. Não lhe custou nada, bastava apenas atravessar a avenida e virar na esquina que estaria em minha casa. Quando ela chegou, teve um choque...

– Luanna! O que você vai fazer! - Gritou

– Calma, nós só vamos limpar a casa. - Respondi pondo a mão na boca de Mari.

Parece que ver a mim e Lúcia de vestido, touca, avental foi um choque para Mari. Estávamos dispostas a colocar a casa em ordem e foi o que fizemos, Mari até não concordou, mas depois começou a se divertir com aquilo.

Começamos pelo quarto dos nossos pais... As roupas tiveram fins distintos. As da minha mãe foram para doação, as do meu pai... foram queimadas! Seguindo-se de um sorriso maléfico de Lúcia que me fez cair na gargalhada. Lúcia é a rainha da ironia! Se os Titãs estivessem precisando de uma vocalista e ela soubesse cantar...

Viramos tudo do avesso. O quarto dos meus pais ficou com Lúcia. O antigo quarto que dividíamos ficou comigo. Jogamos caixas, roupas, comida estragada que havia ficado na geladeira, mudamos coisas de lugar, varremos, lavamos o chão, jogamos sofá, cama, revistas, joias... Enfim. Bilhões de coisas foram para o lixo naquela tarde. E o mais importante: Rimos, nos divertimos, nos esforçamos, eu sabia que não podia fazer muitos esforços, mas quem liga? O importante é que nos divertimos e ficamos cada vez mais unidas. Um laço forte estava sendo criado ali. Isso era o mais importante.

Desmoronamos na cama do quarto de Lúcia... Apagamos na mesma hora.

***

Nos meus sonhos, sempre tentava voltar aquele lugar que me fez tão bem. Sempre tentava alcançar aqueles jardins lindos novamente. Desfrutar da paz que aquele lugar proporcionava.

Não que eu esperasse conseguir, mas sonhar não custa nada.

***

No meio da noite, Mariana levanta. Ter o sono leve não ajuda nessas horas e acabo me levantando junto...

Depois da ligação, Mari vai a geladeira. Compramos poucas coisas para não ficarmos com muita fome e iríamos fazer nossas refeições na casa de Mari. Após cada uma tomar banho, nos sentamos para tomar um leite com nescau, algo do gênero. É quando tomo a iniciativa:

– Mari, preciso te mostrar uma coisa.

– Ai, Luanna, assim você me deixa nervosa, mostra o que é, vai logo! - Respondeu entusiasmada.

– Silêncio. Você vai acordar a Lúcia!

Vou até meu quarto e entre minhas coisas acho o bilhete que escrevi no hospital na noite em que minha mãe morreu. Ao ver o bilhete, Mari desmonta no mesmo instante. Desanda a chorar e me abraça logo em seguida. Um abraço longo e gostoso... Após poucos minutos, Mari olha no fundo dos meus olhos e repete a pergunta que antes eu havia engolido sem sequer responder.

– Luanna, Você quer ir a igreja comigo? Vamos, vou te apresentar ao meu conselheiro espiritual. Você vai adorá-lo! - Insiste Mariana...

Mari fitou meu olhar e meu sorriso por alguns minutos

Ela já sabia minha resposta.


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Notas finais do capítulo

Ok, por hoje é só. Próxima segunda estou de volta. Comentem, opinem, façam essa história junto comigo

Grande abraço.

Dr. Lucas



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