Mark of Dean escrita por DeanandhisImpala


Capítulo 8
Capítulo 8 - O Inferno é Complicado




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[Crowley]

Era suposto o Dean ter-se encontrado comigo depois de ir atrás daquele demónio, mas já era de manhã e ainda não tinha tido notícias dele. Estava a ficar cada vez mais impaciente com o seu comportamento. Sempre instável, sempre a explodir e em vez de fazer o que eu lhe pedia, fazia o que bem lhe entendia. O álcool, o sexo, as mortes desnecessárias… Não era esse Dean que eu queria. Eu queria um Dean submisso ao meu poder e não uma besta que eu não consigo controlar.

Decidi ir ao quarto onde ele estava instalado ver como tinham corrido as coisas.

Abri a porta. Ele estava instalado numa suíte. A mesa-de-centro estava partida e uns copos caídos no chão. Pela sala estavam espalhadas algumas peças de roupa e, através da porta aberta do quarto consegui ver a cama desarrumada. Fui-me sentar numa das poltronas ao pé da lareira, de costas para a porta do quarto. Fiquei à espera. De repente apareceu-me o Dean à minha frente.

–Vê se vestes umas calças… - Disse olhando para o lado. – É embaraçoso ver-te assim, esquilo. – Reclamei não olhando para o Dean que se estava em trajes menores à minha frente. Ele pegou nas calças que estavam no chão, vestindo-as.

–O que queres, Crowley? – Perguntou-me, dirigindo-se para pegar numa garrafa de whiskey. Sentou-se na outra poltrona, virado para mim.

–Conseguiste encontrar a outra cabra que estava a conspirar contra mim… Como era o nome dela… Lia? – Perguntei-lhe, reparando em algum sangue seco no peito dele. Estava curioso.

–Não. – Respondeu-me depois de uns momentos em silêncio.

–Como assim “não”? – Não estava à espera daquela resposta.

–Significa que não a encontrei, idiota. – Disse-me agressivo. – O demónio que nos deu a informação devia estar a mentir. – Levantou-se, ficando a olhar para mim.

–Estás-te a esquecer do facto de que fui eu que te dei essa informação, porque a vi pouco antes de te chamar atrás dela. – Estava com a impressão de que ele me estava a esconder algo. Levantei-me também. Semicerrei os olhos olhando fixamente para ele.

–Então, não sei, é porque previu que eu vinha e fugiu antes que eu a pudesse apanhar. – Respondeu encolhendo os ombros.

Suspirei. Ajeitei o casaco e passei uma mão pelo queixo sentindo a minha barba rasteira.

–Então passaste a noite toda a tentar rastreá-la? – Perguntei suspeito. – É que eu fiquei uma noite inteira à tua espera.

–Oh não! Decidi ir fazer um joguinho de poker, beber umas cervejas, conhecer uma mulher… Divertir-me. – Respondeu-me, virando-me as costas e indo para o quarto. Segui-o. Reparei que algumas das roupas que estavam no chão eram de mulher.

–Divertires-te? – Perguntei enquanto entrava no quarto. Olhei à volta e vi algum sangue no chão. – Dean, quem é que mataste desta vez? – Já estava a ficar irritado com ele.

–Do que é que estás a falar?

–Tens sangue no teu peito e bem… - Apontei para o sangue no chão. – Já estou a ficar habituado a este cenário. Desta vez quem vai limpar esta bagunça, és tu, Dean. Nem penses que vou chamar os meus homens para limpar a tua porcaria. – Comecei a remexer nas coisas do quarto e abri o guarda-fatos: um corpo caiu morto aos meus pés. Era uma mulher. – Sempre a mesma coisa… Toda a vez que vamos a algum lado, tu tens que matar alguém para além do que te peço. Isto está a ficar fora do controlo, Dean. Estou a começar a ficar cansado.

Ele olhou para mim, sério. Reparei que ele não estava a gostar da minha conversa. Não mudei de expressão nem me mexi. Tinha que mostrar que quem mandava ali era eu. O Dean era só um cão de ataque que precisava que lhe mostrassem quem era o Alfa. Ficamos parados no quarto com o corpo morto entre nós. Ele olhou para o lado, batendo com o pé impacientemente no chão. Não me mexi. Ele pegou numa t-shirt preta, vestindo-a.

–Tu fazes o que eu quero, quando eu o digo, percebeste? – Disse com uma voz autoritária. Ele voltou a olhar para mim. – Eu ainda sou o Rei do Inferno… Se o queres ser comigo, mostra-me alguma submissão! Ainda trabalhas para mim. – Tentava não gritar com ele. Ele arregalou os olhos e eu pude ver ódio no olhar dele. Vi o queixo dele contraído e os punhos dele estavam cerrados.

Para ti? – Gritou-me ameaçadoramente enquanto caminhava em minha direção. – Eu não trabalho para ti, parvalhão! – Parou à minha frente. Agarrou-me pelo colarinho. - E eu… não mostro… submissão… a ninguém! – Rugiu atirando-me contra uma parede.

Bati contra um espelho, caindo depois no chão. Senti sangue a escorrer-me pela nuca da cabeça. Levantei-me ajeitando o casaco e pegando num lenço para limpar o sangue. Ele veio na minha direção.

–Tu não me po… - Antes que pudesse acabar de protestar ele deu-me um murro.

–Eu mato quem eu quiser, quando eu quiser. Eu faço o que me apetecer, quando me apetecer. E não vai ser um demónio vulgar como tu que me vai impedir de fazer isso. – Disse-me. Olhei para ele que já tinha os olhos negros. – O nosso acordo acaba aqui, Crowley! Se queres eliminar a tua concorrência, fá-lo com as tuas mãos. Eu não sou o escravo de ninguém.

Virou-me as costas, pegando num saco e saindo do quarto. Fiquei a vê-lo enquanto se afastava. Esperei até ele fechar a porta da suíte.

–Winchesters… Sempre tão instáveis.

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[Sam]

Estava sozinho com o Sebastian. O Cas tinha ido tratar de uns problemas no Céu e explicar ao resto dos Anjos o que se tinha passado com a Hannah. Estar a conviver com o Sebastian era algo que realmente nos deixava uma marca. Ele era alguém frio e muito cheio de si. Estava com ele há alguns dias e já me sentia diferente, cada vez mais desligado da imagem do meu irmão e cada vez mais concentrado nele como um monstro que precisava de ser travado. O Sebastian teimava em tentarmos localizar uma tal de Lia, que seria a maneira mais rápida de chegar ao Crowley… O que nos levaria diretos ao Dean. Eu não tinha tanta certeza disso. Se ela era um alvo do Crowley, o mais provável era ela já estar morta. Tinha estado atento às notícias nos jornais mas não encontrei nada que se enquadrasse no padrão do Dean.

–Como é que temos a certeza que ela ainda está aqui? – Perguntei passando a cara por água. – A esta hora já pode estar bem longe daqui. Ainda para mais se tiver o Dean atrás dela. Nem sabemos se ela está viva. – Limpei a cara a uma toalha. Saí da casa de banho, o Sebastian estava a fumar o seu cigarro matinal. – Nunca te cansas disso?

–Mantém-me concentrado. – Respondeu-me. – Está descansado, hoje damos mais uma vista de olhos e se não encontrarmos nada, seguimos em frente. O rastro dela já está a ficar frio, temos que trabalhar mais depressa. – Continuou a fumar. – Voltamos aos bares, aos armazéns, fazemos umas perguntas. Vamos encontra-la, relaxa.

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[Dean]

Sentia o meu corpo a tremer e precisava de arranjar uma maneira de me distrair. Voltei ao Royals, o bar onde tinha conhecido a rapariga que tinha levado ao armazém. Mal lá entrei, o empregado de bar, que estava a falar com dois polícias, apontou para mim. Eles vieram na minha direção. Respirei fundo e virei-me para a saída.

Estava na rua e sentia passos atrás de mim, virei para o primeiro beco que encontrei.

–Senhor. Um momento, por favor! – Chamou um. Parei. – Sou o Xerife Lecter, este é o Tenente Graham. Gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas.

Olhei para eles. Conseguiria dar cabo deles numa questão de segundos. Coloquei uma mão no bolso interior do casaco de cabedal preto que agora usava para agarrar na minha Lâmina. Fiquei na expectativa.

–Foi encontrado um corpo de uma rapariga, Abigail Burton, num armazém à saída da cidade e o senhor foi o último a vê-la viva segundo informações que nos deram no bar onde ela trabalhava. – Começou o Tenente. Não disse nada.

–Por acaso, foram encontradas várias impressões digitais no corpo e ADN que correspondem a si… Tem um belo cadastro, Winchester. – Afirmou o Xerife. – Espero que não que não importe de nos acompanhar até à esquadra.

–Eu não vou a lado nenhum. – Respondi com um sorriso cínico. Só mais faltava ter que aturar estes dois.

–Não estava a pedir. – Respondeu de volta o Xerife, pegando nas algemas. Agarrou-me no braço esquerdo. Puxei o braço para trás. – Senhor, não nos obrigue a usar violência. – Informou. Reparei que o Tenente estava preparado para pegar na arma. Olhei para o chão rindo-me. Larguei o saco que tinha trazido do Hotel.

O Xerife aproximou-se novamente de mim. Esperei até ele estar perto que chegasse para lhe dar uma cabeçada. O Tenente sacou da arma apontando-a para mim. Parei. Ele receoso veio na minha direção. Pontapeei-o na barriga, fazendo com que ele deixasse a arma cair ao chão, depois pontapeei-o na barriga, atirando-o contra um caixote do lixo. Voltei para o Xerife que ainda estava no chão. Agarrei-o e puxei-o para cima, encostando-o contra a parede.

–Oh por favor… Eu amo violência! – Disse esganando-o. Ele tentou soltar-se. Sorri.

Olhei para trás, o Tenente estava a tossir sangue ainda deitado no chão. Estava a tentar rastejar para agarrar a arma. Voltei a olhar para o Xerife que já estava a ficar vermelho com falta de ar. Aproximei-me da orelha dele.

–Sabe, eu sempre odiei polícias… - Comentei, puxando com a mão livre a minha Lâmina do casaco. O Xerife ainda estava a oferecer resistência. – Eu realmente odeio polícias. – Disse esfaqueando-o na parte inferior da barriga. Soltei-o, deixando-o cair ao chão sangrando.

Voltei-me para o Tenente que se estava a levantar com a arma apontada para mim.

–Não te mexas! – Gritou.

–A sério? Isso é o melhor que podes fazer? – Respondi começando a andar na sua direção.

Ele disparou uma vez… e outra e mais outra. Não me fez efeito nenhum. Largou a arma assustado e antes que pudesse fugir esfaqueei-o no peito. Respirei fundo. O stress acumulado com a situação do Crowley tinha desaparecido depois desta distracção. Olhei para o casaco que tinha furos devido às balas. Rolei os olhos aborrecido. Peguei nas minhas coisas. Fiquei parado até deixar de ouvir a respiração pesada do Xerife que estava a sangrar até à morte. No final voltei-me para a rua, onde estava um miúdo nos seus 13 anos a olhar para mim com uma cara de pânico. Comecei a andar até ele. Ele não se mexeu aterrorizado.

–E então, miúdo? Tudo bem? – Perguntei, sorrindo-lhe e remexendo-lhe no cabelo, sem parar de andar.

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[Sam]

Estava no beco ao lado do Royals, onde tinham sido assassinados dois polícias locais.

–Isto foi definitivamente trabalho do meu irmão. – Comentei com o Sebastian. Ele olhou para mim.

–Como podes ter a certeza?

–Porque aquele miúdo ali – Apontei para o rapaz que falava com um polícia. – disse-me que foi um loiro superforte com um osso de animal como arma que fez isto. – Expliquei colocando as mãos nos bolsos das calças do fato.

–Ele não é o teu irmão, Sam. Ele morreu nos teus braços, tu mesmo me disseste isso. Aquilo que ele é agora… não é o teu irmão. Quanto mais cedo perceberes isso, mais fácil o trabalho fica. Nós já matamos monstros que não fizeram nem metade que … esta coisa fez. – Afirmou. Suspirei. – Preciso que entendas isso de uma vez. Preciso de saber que se calharmos de o encontrar tu vais agir frio e rápido. Preciso de saber que posso contar contigo. Winchester, tu és o único que sobrou da tua família. Tens uma reputação, rapaz, faz-lhe uso.

–Eu sei disso, Sebastian. E caso ele apareça eu irei agir, está descansado. Ele tem que ser travado. – Respondi seguro. Já não me doía dizer este tipo de coisas. O Sebastian tinha razão, eu estava sozinho. – Que fazemos agora? – Perguntei começando a andar até ao carro.

–Bem, ele ainda está aqui, o que significa que ainda temos uma chance de o apanharmos. Parece que ele gosta desta zona, por isso vamos começar a gostar desta zona também. Logo vamos fazer serão no Royals. Traz dinheiro, vais precisar dele.


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