Mark of Dean escrita por DeanandhisImpala


Capítulo 7
Capítulo 7 – Para salvar um Humano


Notas iniciais do capítulo

“You don't believe it
At the end of the day
You're a needle in the hay
You signed and sealed it
Now you gotta deal with it
Humanity”



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[Castiel]

Tinha estado o dia inteiro naquele quarto sozinho com a Hannah ainda inconsciente na cama. O Sam e o Sebastian tinham saído atrás de uma pista de um demónio que poderia saber da localização do Crowley, deixando-me encarregue de tomar conta dela. Sentei-me numa das cadeiras na mesa ao pé da janela. A mão dela mexeu-se.

–Hannah? – Perguntei levantando-me lentamente indo na sua direção. Ajoelhei-me ao pé da cama. – Hannah? – Perguntei de novo tocando-lhe no braço. Ela abriu os olhos. Estavam vivos mas apáticos. Olhou para mim franzindo a testa ainda meio desamparada. Tentou levantar-se mas como estava sem forças caiu para trás. – Calma. Não te canses. Passaste por algo muito difícil e estares viva é um milagre. – Expliquei tentando amparar a queda dela com os braços.

Ela olhou novamente para mim, ainda a tentar entender tudo o que se tinha passado. Depois sorriu e com uma mão tocou-me no peito.

–Estás vivo. Resultou. – Comentou com uma voz suave. Pousou o braço na cabeça. – Eu estou viva… Porque é que me sinto tão… frágil? – Perguntou ainda não percebendo tudo o que se tinha passado. Ajudei-a a sentar-se.

–Tu passaste a tua graça para mim, Hannah. Abdicaste daquilo que te faz um anjo e agora és humana. E tens todo um conjunto de coisas para fazer que nunca precisaste de fazer antes… Comer, dormir, trabalhar… Vais viver uma vida, Hannah. Vais envelhecer… - Tentei ir com calma. Ela olhou-me triste.

–Eu… Eu não queria isto. Eu quando me sacrifiquei não foi com a ideia de que ficaria humana…

–Ser humano tem as suas vantagens. Podes sentir coisas: amor, amizade, alegria. Podes criar uma família… Apaixonares-te. Os humanos sempre foram os melhores, e tu agora és um deles. Vais poder ser livre, Hannah. Podes fazer as tuas próprias escolhas, pensar por ti. O Sam vai-te arranjar algum dinheiro, uma identidade e daqui a nada irás ter uma vida tua.

–Não! – Ela respondeu com uma força que não se seria de esperar. – Eu quero ajudar. Não te vou abandonar agora, Castiel. Ainda posso ser útil! – Disse cruzando os braços.

–Não, Hannah. Não te vou arrastar mais nesta guerra. Tu mereces alguma paz. Alguma normalidade. Eu não quero que te magoes… - Respondi pondo-me de pé. – É muito arriscado. Já arriscaste muita coisa por mim. Não aguentaria se morresses por minha causa. Já tenho sangue que chegue nas minhas mãos.

–E por isso vais-me mandar para um sítio qualquer, sozinha? Eu não sei como é ser humana, Castiel. Não é quem eu sou. Não me podes fazer isto.

–Posso sim. – Respondi. Só a queria proteger. Ela levantou-se ofendida.

A porta abriu-se e o Sam e o Sebastian entraram com um ar cansado. O Sam ao ver a Hannah acordada, sorriu-lhe indo cumprimenta-la, o outro caçador sentou-se numa das cadeiras, acendendo um cigarro. Estava com um aspeto terrível: cara arranhada e camisola rasgada. Olhou para mim quando reparou que eu o estava a mirar. Pegou no maço de cigarros estendendo-o para mim, acenei que não queria. Ele rolou os olhos e pousou-o na mesa.

–Como correu? – Perguntei aproximando-me do Sam que estava sentado numa das camas.

–Como é que achas? – Respondeu Sebastian com uma voz chateada.

–Fomos atrás de um demónio que poderia ser o próximo alvo do Crowley. Fazia parte do grupo mais próximo da Abaddon e como o Crowley anda a limar as arestas, pensamos que seria uma boa ideia chegar a ela antes dele e usá-la como a nossa vantagem. – Explicou-me o Sam.

–Mas aquela cabra era mais forte do que parecia. Quase deu cabo de mim. Ela fez-me isto com as unhas. – Comentou o Sebastian apontando para os arranhões na cara. Estava furioso. – Eu vou matá-la!

–Isso agora não é importante. – Interrompeu o Sam. – Temos que conseguir chegar ao Crowley. O demónio que tu e o Ryan interrogaram no outro dia não vos disse mais nome nenhum para além da Lia?

–Não. Ela é a nossa melhor chance. Temos que procurar por ela… de novo. Como o queres fazer? – perguntou o caçador fumando o cigarro.

–Primeiro vamos tirar a Hannah daqui. – Respondeu o Sam. Ela suspirou aborrecida e de certa forma chateada. O Sam olhou para ela. – É o melhor a se fazer. Quanto menos pessoas tivermos que proteger, quantos menos riscos tomarmos, mais fácil será conseguirmos chegar até ao Crowley.

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[Dean]

Olhei à volta. Estava no meio de uma rua deserta. Estava alerta. Dei uns passos em frente olhando em todas as direções à procura de movimento nas sombras. Estava nisto há trinta minutos e ainda não a tinha conseguido apanhar. Ela conseguia ser bem rápida o que tornava as coisas muito mais interessantes. Devia ser perto da meia-noite e era noite de lua nova. Apertei com força a Lâmina na minha mão.

–Sabes que não vale a pena fugir. – Disse para o ar. – Já apanhei o teu cheiro. Eu sei que estás aqui. – Gritei. Dei uma volta.

Concentrei-me tentando ouvir alguma respiração, mas era difícil estando num sítio tão aberto. Senti uma rajada de vento contra a minha pele. Continuei a andar. Um vulto apareceu à minha frente.

–Cavaleiros… Sempre tão seguros de si próprios. – Disse a rapariga de quem estava atrás. – Mas acho que tens razão, não há escapatória possível.

Aproximei-me dela calmamente, calculando todas as suas possíveis reacções. Ela não ia apenas entregar-se assim a mim. Ela sabia o porquê de eu estar ali. Ela ao ver-me aproximar-me dela deu também uns passos em frente.

–Não sei se te devo achar corajosa ou estúpida. – Comentei estando já à frente dela. Ela riu levemente. Não parecia estar com medo de mim.

–Talvez um pouco de ambos. Apesar de na maior parte das vezes me considerar uma pessoa extremamente inteligente, Dean. Trata-se tudo de sobrevivência. – Respondeu com uma voz segura.

–Então és mesmo estúpida, porque as tuas escolhas de sobrevivência não foram assim tão boas… ou inteligentes. – Brinquei levantando a Lâmina. Ela suspirou.

–É agora que me vais atacar? – Perguntou olhando-me nos olhos. Tinha olhos grandes e escuros. Reparei numa expressão de desinteresse na cara dela. – Que mão queres primeiro? Vais fazer o mesmo que fizeste à minha colega ou vais ser original desta vez? – Ela estava-me a provocar. Sorri cinicamente. Ficamos em silêncio uns segundos. Estava para a atacar mas ela continuou a falar. – Porque é que achas que é tão importante para o Crowley nos tirar do caminho? – Perguntou dando um passo para trás.

–Eu não quero saber a razão. – Respondi dando um passo em frente. – Desde que eu tenha algo com que me entreter…

–Eu digo-te porquê, Winchester. Porque não é preciso muita coisa para o derrubar. Ele é fraco! Ele sabe que se juntarmos demónios que cheguem, mesmo sem a Abaddon, que conseguimos derrota-lo. Ele só quer eliminar a competição antes que ela fique demasiado forte. Tal como está a fazer contigo. – Continuou, ajeitando o longo cabelo encaracolado com uma mão. – És o brinquedinho dele, Dean. Enquanto trabalhares para ele não lhe podes fazer nada. E enquanto tu estás a perder o teu tempo com demónios como eu, o Crowley está a pensar em todo um plano para te tramar. Pensa nisso! – Disse com uma expressão séria. Uma pessoa passou por nós. Cobri a Lâmina com o casaco.

–Eu consigo lidar com o Crowley, mas obrigado. – O que ela dizia até tinha lógica. Tinha sido a coisa com mais lógica que tinha ouvido toda a semana. Retirei a Lâmina do casaco, ainda tinha trabalho a fazer.

–Vai em frente, mata o único demónio que está a considerar trabalhar contigo. Mas se achas que vais ganhar batalhas só por seres um Hulk demoníaco, não podias estar mais enganado. Ninguém no seu perfeito juízo iria ficar no lado de um Winchester, a não ser que tenha um ódio de morte pelo Crowley. Tendo sido eu um dos membros mais próximos da Abaddon, se há coisa que não me falta é ódio pelo Crowley… - Fez uma pausa. – Por ti também, mas antes estar ao lado de um Cavaleiro, que do Crowley.

Olhei para ela. Ela sabia marcar uma posição. Estava ali a falar comigo como se eu não passasse de um demónio regular, como se eu não fosse perigoso. E isso estava-me a cativar a atenção. Ela começou a andar e com a cabeça convidou-me a acompanhá-la. Juntei-me a ela.

–É muito fácil, Dean. Tens duas opções: ou matas-me ou podes contar comigo em tudo o que precisares para derrubar o Crowley.

–Tu és só um demónio qualquer… Não me fazes grande ajuda. - Ela parou e virou-se para mim séria.

–Sou só um demónio…. Bem, se queres ganhar precisas de um exército. E caso a memória não me falhe, o inferno é feito de demónios… como eu! E não sei se sabes, mas o exército da Abaddon era gigante, muito maior que o do Crowley. Quantos é que mataste, mesmo? Onze, doze? – Fez uma pausa. Notava-se um tom de agressividade na voz dela. – Nós eramos milhares, Dean. E tu só encontraste uma dúzia deles. Os outros podem estar na equipa do Crowley de novo, mas não são realmente do lado dele. – Fez outra pausa. Olhei para ela. – Achas que esta guerra ia acabar com a morte da Abaddon? A guerra nunca acaba, as estratégias é que mudam. Posso ser só um demónio, Dean, mas tenho milhares como eu, prontos a tentar de tudo para derrubar o Crowley.

–Se são assim tantos, porque estás a falar comigo? – Perguntou sorrindo. Ela aproximou-se de mim.

–Temos um exército contra o Crowley, não contra ti. – Disse com a cara dela próxima da minha. Pisquei os olhos. Ela era bastante atraente. Ela sorriu e afastou-se. – Para além disso, precisamos de um líder, e bem se há alguém que foi manipulado pelo Crowley foste tu… Não gostavas de ter uma vingança? Eu posso dar-te um exército Dean!

Afastou-se de mim, caminhando pelo passeio. Ao passar por baixo de um candeeiro este tremeluziu, fundindo a lâmpada. Continuou a andar. Fiquei a mirá-la ao longe, a observar as curvas suaves do seu corpo. Era magra mas tinha um corpo bem bonito e o cabelo escuro encaracolado até ao meio das costas dava-lhe um ar selvagem. Guardei a Lâmina no casaco. Uma suave brisa passou balançando o cabelo dela no ar. Gostava da proposta que me tinha feito, iria poupar-me algum tempo e trabalho. Respirei fundo e corri até ela agarrando-a pelo braço.

–O que tenho que fazer? – Perguntei olhando-a nos olhos.

–Bem, eu sou um demónio da encruzilhada, por isso tenho um certo protocolo…

–Isto não é um acordo. – Protestei.

–Há hábitos que eu não gosto de largar… - Comentou, largando um sorriso sedutor.

Olhei-lhe para os lábios carnudos. Ela mordeu o lábio de baixo, aproximando-se de mim e pousando uma mão no peito. Agarrei-lhe o pulso com uma mão, olhando para ela. Não estava certo do que ia a fazer. Com a outra mão puxei-a pela cintura e tocamos nos lábios um do outro. Beijamo-nos por uns segundos e depois afastamo-nos seguindo caminhos diferentes.

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[Sam]

–Esta é a tua identidade nova. A partir de agora chamas-te Hannah Stark. Não vi necessidade em mudar o teu primeiro nome. – Disse entregando os documentos à Hannah. Estávamos num parque de estacionamento ao lado de um carro. – Este é o carro que vais levar, mas livra-te dele quando não precisares mais dele. Tens um saco com algum dinheiro no banco de trás. Não é muito mas dá para te aguentares por uns dias, quando poder mando mais. – Continuei.

–Eu não quero ir. – Protestou ela virando-se para o Cas.

–Um dia vais-me agradecer. – Disse o Cas olhando para ela.

–Se queres saber, quanto mais longe estiveres desta vida melhor. – Comentou o Sebastian aproximando-se de nós. Desta vez não estava a fumar cigarro nenhum. – Estes Winchesters são tramados e agora que és humana, não é boa ideia andares connosco. Tens uma segunda oportunidade, por isso aproveita-a. E não reclames! – Disse asperamente. Ela calou-se.

Ficamos em silêncio até que o Cas se aproximou dela abraçando-a. Estava na hora dela partir. Ela abriu a porta do carro e nós começamo-nos a afastar, a caminho do quarto. Ela olhou para nós uma última vez, reparando na tatuagem na nuca do Sebastian.

–Quem é a Viviane? – Perguntou antes de entrar no veículo.

–A segunda oportunidade que eu nunca tive. – Respondeu ele antes de entrar no quarto.


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Notas finais do capítulo

Oi oi ^^ Desculpem pela demora deste capítulo, mas como estou de férias não tenho estado em casa e com isso não tenho estado no computador. Mas mesmo assim, aqui está o 7º capítulo da Mark of Dean. Espero que gostem! Deixem um comentário, é sempre um prazer saber o que vocês estão a achar da fanfic e do que poderia ser melhorado
Abraços! :)



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