Mark of Dean escrita por DeanandhisImpala


Capítulo 2
Capítulo 2 – Vê o que eu vejo, Sente o que eu sinto


Notas iniciais do capítulo

And if I seemed dangerous
Would you be scared?
I get the feeling just because
Everything I touch isn’t dark enough.



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[Dean]

Tinha acabado de sair do bunker e deixado o Cas e o Sam para trás. Eles já não faziam parte da minha vida. A única coisa que interessava era ter a Lâmina de novo nas minhas mãos. Tocá-la, senti-la. E para isso não precisava deles, só me iam tentar impedir, o que seria inútil pois eu sou mais forte que eles… sou mais forte que todos.

Entrei no meu carro. Mais uma vez fui inundado com odores: o couro dos assentos, o sal na bagageira, os restos de comido da banco de traz, o cheiro do Sam. Tinha tentado abrir a bagageira antes de ter entrado no Impala, não me lembrando que estava protegido contra demónios. Só precisaria do carro durante algum tempo. Com isso, atirei o saco para o banco de trás. Tinha uma vaga ideia onde Crowley podia estar. Segui caminho até o Humboldt Hotel em Cleveland, Ohio. Iriam ser algumas horas de viagem, mas bem, não tinha mais nada para fazer.

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[Sam]

Ele foi-se embora. Simplesmente pegou nas coisas dele e saiu porta fora. O Cas ainda estava voltado para as escadas como que parado nas últimas palavras que o Dean tinha dito. “Não há nada para consertar.” Teria ele mudado assim tanto? Só reparei que ainda estava com um livro na mão quando comecei a ficar cansado do braço devido ao peso acumulado ao longo dos minutos. Pousei-o na mesa central e sentei-me na poltrona onde Dean tinha estado antes sentado. Ficamos em silêncio.

–Nós vamos traze-lo de volta. Eu sei que vamos. – murmurou o Cas ainda em choque. – Nós vamos consertá-lo. Nós vamos conseguir. – repetia para si.

–Ele não é o Dean… não mais. Aquilo só é uma versão maligna dele. Mas ele não é o Dean. – tentei confortar, mas as palavras não saíram como eu queria. Olhei para o Cas que estava cabisbaixo.

–Tudo o que eu fiz foi… Foi para o salvar… para vos salvar; a vocês todos. E agora, tudo, tudo o que eu fiz parece não ter sido nada. – olhou para mim apático. – Eu devia ter morto o Metatron quando tive a oportunidade, ele fez isto ao Dean. Ele ao matá-lo transformou-o naquela… abominação. – declarou ficando com uma voz séria. Passados uns segundos desapareceu.

Olhei à volta e o bunker parecia-me estranhamente gigante e frio. Estava sozinho. Tinha passado os últimos meses tão chateado com o Dean que não tinha reparado o quão mal ele tinha ficado. Claro, eu sabia que ele estava mal, e que a culpa era da Lâmina, e que todas as vezes que ele me tinha dito que estava bem que estava a mentir. Mas eu nunca percebi o quão fora do controlo isto tinha ficado. Olhei para a mesa das bebidas. Ele tinha bebida a garrafa de whiskey inteira. Continuava com o gosto pelo álcool, isso não tinha mudado. Suspirei. Levantei-me a custo da poltrona e fui ao quarto dele, queria saber o que ele tinha deixado para trás.

Estava tudo igual, a cama estava um pouco ensanguentada e as armas estavam todas no mesmo sítio na parede. As revistas pornográficas e todos os outro objectos que ele tinha estavam guardados na mesma caixa que já estava empoeirada devido ao tempo de desuso. Olhei para a secretária e reparei que ela recaía no meio, rachada. Aproximei-me e toquei nela, o som que tinha ouvido no corredor tinha vindo dali. Olhei à volta e senti-me triste, mal tinha entrado no estado de luto pela morte do irmão e já estava a lidar com o facto de ele ser um demónio foragido. Segui para a porta, mas antes de sair, o meu olhar recaiu sobre o balde do lixo onde reparei numa velha foto. Peguei nela, era ele com a nossa mãe. Ele tinha-a deitado fora? Guardei-a no meu bolso e fechei a porta depois de ter saído.

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[Castiel]

Fui à prisão ver o Metatron. Precisava de ajustar contas. Pedi à Hannah para me deixar sozinho, ela mostrou-se reticente em fazê-lo só saindo da divisão depois de eu lhe ter prometido que não o iria atacar. Quando nos encontrávamos sozinhos o Metatron aproximou-se e agarrou as grades.

–Castiel… Que prazer rever-te em tão pouco tempo. – cumprimentou com um leve sorriso.

–Tu sabias… Tu sabias que se o Dean morresse, que voltaria como um demónio. – disse-lhe olhando-o nos olhos. Ele ficou sério.

–Eu sabia de tudo Castiel, eu fui Deus, mesmo que por um pequeno intervalo de tempo, mas fui. Ele iria sempre morrer de uma ou outra maneira. Primeiro pensei em escrever como sendo a Abaddon a matá-lo mas depois pensei “oh que raios? Para quê fazer isso, se posso fazer com que ela desapareça de uma vez?”. Achavas mesmo que ele conseguiria tanto poder em tão pouco tempo? Sendo humano? Claro, a Lâmina realmente mudou-o, ele ficou forte mas nunca ficaria tanto como ficou. Eu sempre soube do final e posso-te dizer que ainda lá não chegamos, Cassy. – disse num tom de gozo.

–O que queres dizer? – perguntei confuso.

–Qual seria a piada se eu te contasse a última página do livro? Ainda não chegamos à melhor parte. – respondeu afastando-se para trás.

–Conta-me ou juro que te mato! – grunhi batendo nas grades.

–Não matas, não… Não o podes fazer. Não podes ousar perder a confiança dos teus seguidores neste momento. Já vais ter problemas que cheguem.

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[Dean]

Abri a porta do quarto e estava o Crowley sentado no sofá com um copo de whiskey na mão. Viu-me e pousou a bebida na mesa de apoio.

–Este quarto certamente me traz memórias. Afinal foi aqui que mataste a Abaddon. – começou ajeitando-se na cadeira. Fechei a porta e aproximei-me.

–A Lâmina, Crowley. Dá-ma. – ordenei.

–Foi aqui que tudo mudou. Foi aqui que o grande Dean Winchester se entregou completamente ao poder… - continuou a falar como se estivesse a falar sozinho.

–Estou a falar a sério, idiota. – reclamei.

–Foi aqui que eu vi que não havia volta atrás. Que mais cedo ou mais tarde serias um de nós. Lembraste da sensação? Do sabor de a matar? Tenho a certeza que te sentiste bem. – comentou olhando para mim.

–Dá-me a Lâmina antes que eu te mate de uma vez. – estava cansado da conversa dele.

–Oh claro, deixa-me dar-te a Lâmina para tu dares meia volta e a espetares em mim. – disse num tom irónico. – Eu não sou assim tão idiota, esquilo. Vamos conversar, colocar alguns pontos nos i’s.

–Estás a tentar negociar comigo? – perguntei-lhe sério. – Eu só quero a Lâmina.

–E vais tê-la… se concordares em trabalhar para mim. – explicou o Crowley.

Para ti? E que tal eu espancar-te até me dizeres onde ela está, depois matar-te e eu mesmo controlar o Inferno? – aproximei-me dele. – Tu és fraco, Crowley. Não és um Rei! E eu nunca iria trabalhar para ti.

–Expliquei-me mal. Trabalhar comigo. Eu sei exactamente o que queres. E eu posso dar-te tudo isso. Queres o Inferno, claro, é teu. É nosso. Tu tratas da matança; e tu sabes que é o que queres; e eu tratarei da burocracia, dos pactos, das partes mais chatas. – continuou o Crowley.

–Queres fazer uma parceria comigo? – perguntei meio pasmado.

–Sim. Cérebro e músculos a trabalhar juntos. Achas mesmo que o Inferno se reina apenas com matanças? Não, nós somos, afinal de contas, uma grande empresa. Que me dizes? Podes ficar com a tua Lâmina, espetá-la onde quiseres, mesmo em mim, claro está. Fazeres as coisas que vocês Cavaleiros gostam de fazer e podes governar o Inferno… comigo! É um bom acordo, Dean. E admite lá, tu gostas da minha companhia, fizemos um bom duo a uns tempos atrás. – disse ele olhando para mim confiante.

Semicerrei os olhos. Mais uma vez o Crowley mostrava que não era forte que chegasse para se impor contra um Cavaleiro. Mas a oferta dele era, de certa forma, chamativa. Durante toda a viagem de carro, só pensava na facilidade que poderia tomar o Inferno para mim e era isso mesmo que eu tencionava fazer. O Crowley só estava a arranjar maneira de permanecer vivo, disso eu sabia, mas realmente tenho coisas mais importantes a fazer que andar a fazer pequenos pactos e essas coisas desinteressantes. Respirei fundo. Para uma situação inicial, a nossa parceria seria algo bom. Sorri.

–Agora, a minha Lâmina, se faz favor. Nem penses que te vou beijar. – pedi estendendo a minha mão.

–Temos um acordo? – perguntou olhando para a minha mão. – Nada de me espetares esta coisa pontiaguda à primeira chance que tiveres? – perguntou enquanto metia a mão dentro do casaco.

–É o dia longo? – perguntei retoricamente. – Eu e tu. Tenho que assinar alguma coisa ou assim?

O Crowley olhou-me com um sorriso. Depois com a mão livre apontou para um assento ao seu lado. Remexeu num dos lados do casaco mas logo foi procurar no outro lado. Tirou um longo pergaminho e pousou-o na mesa.

–Queres ler como na outra vez, ou podemos passar para a parte interessante? – perguntou pegando numa caneta.

–Tem aí, alguma coisa que me afete? – perguntei.

–Não necessariamente. – respondeu vagamente. Olhei-o sério. – Blá blá blá, não me tentas matar, blá blá blá, trabalhas para mim… -fez uma pausa – digo: comigo. Blá blá blá governamos o Inferno juntos... É isso.

–Nada sobre matar-me…? – perguntei.

–Ambos sabemos que só uma coisa te poderia matar, mas essa pequena marca no teu braço, também teve que colocar essa opção indisponível. Mais alguma pergunta? – questionou passando-me a caneta.

Agarrei-a com força na minha mão e comecei a desenrolar o pergaminho. Olhei uma última vez para o Crowley antes de colocar o meu nome no fundo do documento. Levantei-me e fiquei a segurar o pergaminho na mão à espera que ele me entregasse a minha Lâmina. Ele levantou-se e colocou-se mesmo à minha frente apenas a alguns centímetros de distância. Ficou quieto durante uns segundos, até que colocou a mão no casaco e tirou a Lâmina entregando-a na minha mão.

Senti-me aliviado, forte, viril. Tudo à minha volta parou, sendo apenas eu e a Lâmina. Sentia todo o meu corpo vibrar consoante eu a agarrava com força. Olhei para cima, absorvendo todo o seu poder. Sorri fechando os olhos. Nunca me tinha sentido tão bem na minha vida. Tão indestrutível, tão… absoluto. Ao contrário das outras vezes, não a larguei, apenas fiquei ali, a apreciar toda a minha essência crescer dentro do corpo onde estava. Sentia que ia explodir, mas era apenas a ligação que crescia a cada segundo entre mim e a Lâmina. Respirei fundo, tentando obter algum controlo sobre mim mesmo, mas nunca largando a Lâmina. Olhei para o Crowley que estava com olhar de vitória e de conquista.

–Agora, vamos matar alguns demónios? – perguntou-me com um largo sorriso.


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Notas finais do capítulo

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Estou pronta a receber opiniões e ideias para como querem que a história evolua, thanks ^^



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