Mark of Dean escrita por DeanandhisImpala


Capítulo 15
Capítulo 15 - O Céu Precisa da Tua Ajuda


Notas iniciais do capítulo

Então.... *riso nervoso* Parece que voltei... Passados não sei quantos meses *coça pescoço envergonhada*

Peço desculpa pelo meu desaparecimento. Primeiro começou com um bloqueio de escrita, depois foram as aulas (o último ano de liceu consegue ser mais stressante do que estava à espera haha), depois já não sabia como pegar na história (as ideias meio que desapareçam da minha cabeça), depois cada vez era mais dificil abrir o documento de word, e por fim os exames finais que me foram uma dor de cabeça.

Mas isso já passou e eu ontem fiquei horas e horas agarrada ao meu laptop a escrever, e por isso, hoje vou postar uma catrafada de capítulos para compensar o tempo perdido.

Espero que me perdoem :)


Boa leitura.



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[Castiel]

A primeira coisa que a Flagstaff fez quando ficou no comando foi convocar uma reunião com os anjos para lhes informar da mudança. E como se seria de esperar eu estaria lá, mas não para falar e sim apenas para ouvir, perdido no meio da multidão de anjos que se formou para ouvir as palavras da nossa irmã.

–Como muitos devem saber a esta hora, foi feita uma mudança nas coisas cá em cima. Nos últimos anos, temos visto os nossos irmãos e irmãs a morrerem todos os dias. E nós, os que ficaram, nós temos que viver com as suas ausências. Tudo isto aconteceu enquanto estávamos no comando de arcanjos e anjos que foram meramente criados para a guerra. Mas isso mudou. E o primeiro passo para criar um lar nosso é tirando o veneno do poder. – Disse, apontando na minha direção. Todos olharam para mim. – Esse anjo, o nosso irmão, amado por uns e odiado por tantos outros, esse anjo aí, matou muitos de nós. Como iria ser um novo dia para nós, se era o mesmo a guiar-nos? Mas esses dias acabaram! Hoje, a partir deste momento, deixamos de ser guerreiros e seremos agora salvadores. E vamos começar por ele: Castiel. Tudo o que ele precisa é de ver o caminho certo. Salvem-no e salvem-se a vocês mesmos. Hoje um irmão, amanhã o céu e o resto do mundo.

Permaneceram todos calados, apreensivos. Alguns instantes depois um anjo chegou-se à frente, dizendo que estava com ela. Aos poucos os restantes fizeram o mesmo. Podia ver o ar de satisfação na cara dela. Tinha conseguido marcar a sua posição, rebaixando a minha. Mas pelo menos não mencionou nada relacionado com o Dean ou com a minha situação com a graça que outrora pertencera à Hannah.

Separei-me da multidão. Agora que não era eu a mandar, tinha um novo cargo. Não era nada demais: o meu trabalho passava apenas por monitorizar todas as localizações da porta que dava acesso ao Céu, pelo que passaria os dias fechado numa sala com mais quinze anjos, sentados, a controlar a porta e as entradas e saídas do nosso pessoal. Podia ter sido pior, o Neemias foi mandado para o gabinete do CHC (controlo das hostes celestiais) onde tinha que escrever no memorial o nome de todos os anjos que pereceram e os relatos das suas mortes.

No início pensei que ela me fosse designar à equipa de reconhecimento: um pequeno grupo de anjos mandados esporadicamente à Terra, misturando-se com os humanos e assimilando o que se passa para depois escreverem os relatórios que são depois mandados às Hostes “estacionadas” à espera de ordens caso haja uma guerra, como aconteceu na altura do Apocalipse. Nessa altura eu mesmo fazia parte de uma dessas Hostes.

Para ser honesto, eu sei que a Flagstaff me colocou num gabinete tão no fundo da escala hierárquica para me afastar o mais possível dos planos dela. Ela disse-me que irá mandar anjos atrás do Dean e sabe que se eu estiver numa posição mais elevada, que a tentaria impedir. Além disso, aqui sou supervisionado por quinze anjos, escolhidos a dedo por ela, pois agora preciso de ser salvo, pelo que parece. E estando eu a monitorizar a porta, significa que estou preso cá cima, não podendo viajar para a Terra quando quiser. Sou como um peixe num aquário: confinado.

[Sam]

Acordei com a alguém a chamar o meu nome, era a Charlie. Pisquei os olhos ainda perturbado com o candeeiro ligado mesmo à minha frente. Era de manhã e eu tinha adormecido no meio de tantos livros abertos.

–Trouxe umas sandes para comermos. Primeiro pensei em tarte mas depois lembrei-me… - Fez uma pausa, nostálgica. Também não era preciso acabar o que ia a dizer, eu sabia exactamente o que ia na cabeça dela. – Como não sabia o que preferes beber, trouxe-te café. – Pousou os sacos na mesa onde eu estava. Sentou-se à minha beira, mexendo nos mesmos sacos, à procura de uma sandes para ela. A Dorothy apareceu, lendo o jornal do dia.

–Pobre rapariga. – Lamentou, sentando-se na poltrona onde Crowley estivera antes sentado. A Charlie mirou-a, ouvindo-a atenta. – Uma mulher, nova, foi encontrada morta num lago de um jardim a alguns estados daqui. Uma Hannah King…

Levantei a cabeça.

–O quê?

–Sim, a polícia pensa que poderá ter sido um assalto que correu mal. – Continuou, levantando-se para me dar o jornal. – Até tem uma foto dela.

Olhei para a foto sem saber como reagir. Era a Hannah. Pousei o jornal na mesa, levando as mãos à cabeça. Levantei-me. Precisava de avisar o Cas. Ele merecia saber. Raios! Ela merecia viver uma boa vida! Depois de tudo que ela sacrificou…

Estava zangado e magoado, pois apesar do pouco tempo juntos considerava-a minha amiga.

–Sam, está tudo bem? – Perguntou a Charlie, ainda com a boca cheia. Engoliu apressadamente.

–Não, eu… Eu conhecia-a. Hannah King, ou só Hannah que era como ela se chamava realmente. Ela… Ela foi um anjo que salvou o Cas quando o… Dean o tentou matar. Era humana agora. Eu pensava que ela estava segura.

–Lamento muito. – Disse Dorothy ainda de pé. – Devia ser uma grande mulher.

–Ela era… Se me dão licença, tenho que avisar um amigo meu da notícia. – Informei, saindo da sala e dirigindo-me para o quarto.

Fechei a porta e sentei-me na cama. Respirei fundo, precisava de me concentrar. Fechei os olhos e cruzei os dedos das mãos no meio das pernas. Não tinha muito jeito para isto.

–Cas, sou eu, o Sam, de novo. Sei que já não estamos juntos à algum tempo e parece que estas orações estão a ficar frequentes. Começo a perceber o porquê do Dean fazer isto… Não sei se me estás a ouvir, ou se tens tempo para vires aqui, agora com tanta coisa para resolveres aí em cima, mas se me estiveres a ouvir, então por favor vem, há algo que precisas de saber… sobre a Hannah. Por favor. Lamento muito. – Rezei.

Suspirei. Abri os olhos. O quarto estava vazio. Pus-me a olhar para a parede já com alguma tinta a descascar devido à idade.

Nunca mais tinha entrado em contacto com a Hannah depois do dia da despedida. Começou a doer-me a cabeça. Passei as mãos pela cara, desviando para os lados o cabelo que estava à frente dos meus olhos.

Ia para onde ela tinha sido encontrada. Morreu humana, teria um funeral digno de si. Voltei à sala, pegando nas chaves do carro. Andava com um Dodge Dart 1973 .

–Onde vais? – Perguntou a Charlie ao ver-me sair.

–Vou para Kingman.

–Podemos ir também? – Pergutou, levantando-se. – Posso não a ter conhecido, mas se era tua conhecida, eu quero ir. Fazer-te companhia. – Pediu.

–Hmm… Claro. Não vejo porque não. Venham.

~No dia seguinte~

[Crowley]

Tinha passado os últimos dois dias a discutir contra idiotas sem escrúpulos. Estes demónios conseguem ser mesmo irritantes. Tive até dois que se voltaram contra mim, iniciando uma revolta entre os meus súbditos. Não correu bem: aticei-lhes os meus hellhounds. Pelo menos consegui-os assustar, acalmando as coisas, pelo menos momentaneamente.

Agora que a Lia andava a vangloriar-se que “derrotou” o Dean ao roubar-lhe a Lâmina, muitos demónios seguiram-na pela audácia e coragem, considerando-a mais forte que eu. Já eu penso de outra maneira: ela não poderia ter assinado pior sentença de morte. Conhecendo o Dean como conheço, e com isso refiro-me também à sua versão demoníaca, não há a menor hipótese de ele não a encontrar e não a matar. Melhores notícias para mim.

Tudo estava a encaminhar-se para o sítio certo. O Sam a descobrir a forma de trazer o seu esquilo de volta e a Lia a atirar-se para a Toca do Lobo. Não podia haver melhor presente que este. E eu nem teria que mexer um único dedo para recuperar totalmente o meu Reino.

Agora só teria de esperar ou que o Sam me pedisse ajuda ou que descobrisse sozinho todos os passos do feitiço e rezar para que tudo corra bem.

Abri uma garrafa de Whiskey, enchendo um pouco o copo. Depois sentei-me num longo sofá de pele branca enquadrado exactamente no meio do salão da vivenda onde estava a passar estes últimos dias.

Sentar e esperar… A única coisa que tenho que fazer.

[Sam]

Voltei para o bunker. Quando cheguei à cena do crime da Hannah, já o seu corpo tivera sido removido e enviado para a autópsia. Relatórios preliminares diziam que a causa de morte tinha sido afogamento e estavam à procura de impressões digitais. Tinha combinado com o Ian, o médico-legal, que ele me mandaria depois os relatórios completos.

Custou-me voltar a Kansas sem deixar o caso completamente resolvido, mas ultimamente tinha que trabalhar noutras coisas, e neste momento, no feitiço que poderia trazer o meu irmão de volta.

A Charlie ficará lá com a Dorothy, prometendo-me que conseguiria tratar das coisas para o funeral da Hannah, depois do corpo acabar de ser examinado. Para além disso, tentaria encontrar o rastro do Dean, mas sempre mantendo alguma distância. Não gostei muito da ideia de a deixar numa cidade onde Dean estivera há pouco tempo, ainda por cima sem ter a certeza se ele já teria partido. Mas a Charlie já é crescida e a Dorothy disse-me que tomava conta dela.

Senti o telemóvel a vibrar dentro do bolso das minhas costas. Atendi.

“Então… eu disse para não me ligares quando precisasses e agora sou eu a ligar-te a ti… Irónico, não achas?”

–Sebastian, precisas de alguma coisa?

“Pois, por acaso estou a ir para o teu bunker neste momento. Estava num motel à saída de Austin quando tive uma visita muito interessante da namoradinha do Dean. Tentou matar-me mas consegui neutraliza-la.”

–Porque não a mataste? – Eu sabia como ele se sentia em relação a ela.

“Eu ia… Mas ela andava com aquela Lâmina do Dean e achei que seria melhor levá-la para aí. Se ainda queres fazer esse teu plano para o trazeres de volta talvez precises de o levar até a ti e ela é a melhor forma de o conseguires.”

–Então vais voltar a ajudar-me? – Perguntei. Do outro lado houve uma longa pausa.

“Não. Eu agora estou noutra coisa. Tu ficas com ela e fazes lá o teu plano. Não quero fazer parte disso.” – Respondeu gravemente. – “Hey, Winchester, chegou-me aos ouvidos que alguns caçadores se estão a juntar para ir atrás do Dean. Parece que depois das mortes dos caçadores, o teu… irmão, se tornou o alvo número um deles.”

–Quantos?

“Não sei, uma dúzia deles, talvez mais. Quando muitos caçadores se reúnem nunca acaba bem. Tem cuidado, ouvi dizer que o Davis é o líder desse grupo. Chego aí em algumas horas.” – E desligou.

Jeff Davis. Um dos melhores caçadores dos Estados Unidos. Era conhecido por todos e a maior parte das suas caçadas já eram histórias que passavam ao longo das famílias. Os seus 57 anos sendo 43 como caçador – provinha de uma longa linhagem de caçadores – tornavam-no num dos mais sábios e mais experientes entre os vivos. Ouvia histórias sobre ele quando era ainda uma criança de 12 anos, durante as muitas viagens com o meu pai e o meu irmão: o caso do ninho dos vampiros em Helena, no estado de Montana, onde sozinho matou 8, saindo de lá apenas com um corte no queixo que cicatrizara, ficando marcado na sua cara como uma lembrança dessa caçada; ou os ghouls marinheiros que atavam apenas médias embarcações.

Ele era basicamente uma lenda viva, idolatrado por muitos e saber que ele, no meio de dezenas de caçadores, liderava a mais recente caça ao meu irmão, assustava-me.

Fui para as masmorras preparar as coisas para quando a Lia chegasse. Desta vez ela não ia conseguir passar-me a perna, ia certificar-me disso.


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